Palavras de amor escrita por BruPotter


Capítulo 5
Capítulo 5




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/718035/chapter/5

POV Mônica

Eu estava em casa ouvindo música e escrevendo em meu caderno até que meu celular toca, o pego e atendo.

— Alô

—E ai mô

—Oi Cascão, o que você quer?

— Pode fazer um favor pro seu melhor amigo

—Depende, quanto você vai me dar?

—Sério, magoei...pensei que fossemos amigos...

—To brincando bobalhão, qual o favor?

Me pegou, mas voltando ao favor...será que você poderia ir até a confeitaria “Sonho Meu” e pegar o bolo de aniversário do meu tio?

— Claro, não to fazendo nada mesmo

— Valeu, você é uma amigona!

—De nada, mas posso perguntar uma coisa?

— Claro

—Por que você não busca?

—Eu iria, mas...

— Mas...

— Eu to de castigo...

—Deixa eu adivinhar...andou de skate e sujou a cozinha?. Ou tava praticando com a bola e quebrou mais um vaso dentro de casa?.

— Segunda opção...

— Você tem que parar com isso, mas já vou indo pegar o bolo

— Valeu, te adoro Mô!

— Tchau

Desligo meu celular, tiro meu pijama, coloco uma roupa fresca e saio do meu quarto.

— Pai, vou lá na confeitaria pegar uma coisa pro meu amigo!- Eu gritei, enquanto descia as escadas.

— Tá legal filha! Tome cuidado- Ele gritou de volta.

— Pode deixar!- Gritei de novo e sai de casa.

Depois de alguns minutos caminhando finalmente chego na padaria mas antes de abrir a porta o meu celular toca, acho que já sei quem é...

— Oi Cascão

— Como sabia que era eu?

—Palpite

— Ok, mas você já ta na confeitaria?

—To sim

—Ótimo, por favor tenha muito cuidado! É importante!

As vezes o Cascão é muito exagerado. Entro na confeitaria, mas sem desligar o celular.

— Pode deixar Cas, eu vou pegar o bolo pro aniversário do seu tio, fica tranquilo.

Antes dele responder resolvo desligar meu celular, nossa...essa confeitaria é muito bonita, já ouvi falar dela mas nunca entrei pra ver como é.

Mas o que o estranho é que não tem ninguém aqui pra atender, será que esqueceram a placa virada.

— Tem alguém ai?- Perguntei, enquanto olhava o lugar.- eu vim buscar um pedido do meu amigo...

Acho que não deve ter ninguém, vou voltar em outra hora...

— Em que posso ajudar?- O cara perguntou, e depois tossiu um pouco de farinha. Me deu uma vontade de rir, mas me contive.- desculpa...

— Parece que interrompi um trabalho sujo- Eu brinquei. Acho que eu peguei um pouco da mania do Cascão de fazer trocadilhos ruins...

— Mônica Sousa...

Agora que não entendi, por que ele falou o meu nome como se estivesse surpreso?.

— Sim, o senhor sabe o meu nome?- Concordei e depois perguntei. As vezes eu sou desconfiada...

— Não...quer dizer...sim...- Ele se atrapalhou, agora me deu outra vontade de rir um pouquinho.- é que eu estudo na sua sala...

Olho pra cara dele e tento reconhecer, mesmo com o rosto coberto de farinha...

— Ah, agora lembrei, você é o cara mais esperto da minha sala- Eu disse.

— S...sim...sou Cebola, prazer- Ele se apresentou, e estendeu a sua mão.

— Sou Mônica- Eu disse apertando sua mão.- ok que você já disse, mas educação nunca é demais.

— É...

— Você é tímido, né?- Perguntei. Além de um pouco desconfiada eu também sou curiosa.

— Um pouquinho...- Ele disse.

— Tudo bem, mas como eu disse antes, eu vim pegar um pedido do meu amigo- Voltei ao assunto principal.

— Ah, claro, me desculpe...

— Não precisa se desculpar, eu que puxei o assunto- Eu disse, e ele assentiu.

— Qual o bolo mesmo?- Ele perguntou.

— Um bolo floresta negra- Eu disse, e ele foi até uma porta e depois saiu com um pacote.

— Aqui está o seu bolo- Ele me deu o bolo.

— Obrigada- Eu agradeci, mas antes de ir embora me lembro de uma coisa.- ei!

— Que foi?- Ele perguntou

— A gente não é dupla pro trabalho de geografia, né?- Eu perguntei, e ele assentiu e depois ficou com uma cara séria.- por que mudou a cara?.

— Por que você me lembrou disso- Ele disse.- eu tinha me esquecido.

— O que você quis dizer?- Eu perguntei, ele ficou sério só por que o lembrei do trabalho.

— Que a senhorita mimada só lembrou do trabalho pra me dizer pra eu começar e você apresentar- Ele disse, irritado.- eu não vou fazer esse trabalho sozinho, tá legal.

Ele acha mesmo que eu sou assim, pensei que ele fosse legal...

— O senhor acha mesmo que eu vou fazer isso?- Perguntei, irritada também.

— Acho- Ele respondeu. Que cara de pau...

— Olha aqui Cebola, só por que eu sou popular você acha que vou te deixar fazer esse trabalho sozinho- Eu disse, zangada. E abri minha bolsa e tirei uma folha de dentro dela.- pois saiba que hoje na escola eu fiquei te procurando por que a “senhorita mimada” aqui pesquisou na internet uns países da Europa que gostei e escrevi nesse papel pra te dar e ver se você também gostava!.

Coloquei o papel encima do balcão e o olhei irritada.

— Eu pensei...- Ele ia falar mas o interrompi.

— Que eu não ia mexer um músculo pra te ajudar, então pensou errado!- Eu disse, e ajeitei minha bolsa.- e se o gênio quiser, a gente nem precisa fazer junto, cada um faz a sua parte e na escola nos encontramos e juntamos tudo.

— Eu...- Ele ia falar de novo mas o interrompo outra vez.

— Resolvido?- Perguntei, mas nem queria saber a resposta.- ótimo, vê qual país você gostou e depois me fala pra eu começar fazer a minha parte.

Sinto uma lágrima no meu olho, não Mônica...nada de chorar, você é forte. Depois de terminada nossa “conversa” pego o bolo do Cascão, me viro e vou até a porta.

— E outra coisa- Eu disse, sem me virar para ele.

— O que?- Ele perguntou.

— Se você acha que todo popular é igual está enganado, alguns são legais e não querem magoar os outros. Eu sou um desses casos...- Eu falei, chateada e depois saio da confeitaria.

Fala sério, e eu achando que ele era legal, mas me enganei é só mais um que acha que sou a filha do papai e mimada. Se as pessoas me conhecessem de verdade...veriam que sou igual a elas...

Depois de uma boa caminhada finalmente chego na casa de Cascão. Bato na porta e segundos depois o mesmo me recebe.

— E a salvadora chegou!- Cascão comemorou. O cascão nunca vai mudar, e é isso que eu gosto, ele é único.

— Aqui o bolo, seu bobo- Eu disse, e entrego o bolo a ele que da um sorriso.- me agradeça depois.

— Ou posso te agradecer agora- Ele disse

— Como assim?- Eu disse, confusa. Aonde ele quer chegar.

— Quer ser minha convidada pro aniversário do meu tio hoje?- Ele disse, alegre.

— Não sei...

— Aceita vai, pelo seu melhor amigo- Ele disse, com o olhar de cachorro que caiu da mudança.

— Ok, mas vou ter que perguntar pro meu pai primeiro- Eu disse.

— Tudo bem, a gente se vê- Ele disse, depois fechou a porta.

Saio da casa de meu amigo e depois vou pra minha, sorte que nossas casas são perto.

...Em casa...

Abro a porta de casa e quando ia procurar meu pai eu o vejo sentado no sofá da sala.

— Onde estava?- Ele perguntou. Como ele sabia que era eu?.

— Na confeitaria “sonho meu”- Eu disse, sem entender.- eu falei que ia lá.

— Ah, desculpe filha, é que eu estou com um monte de documentos que minha cabeça esta lotada- Ele disse, arrumando uns papéis.

— Tudo bem papai, é só cansaço- Eu disse, enquanto me sentada na perna do sofá.

— O que você quer mocinha?- Ele perguntou.

— Como assim?- Eu perguntei.- não posso ficar preocupada com meu próprio pai?.

— Pode, mas eu te conheço e vai pedir alguma coisa- Ele disse, ainda com os olhos fixos nos papéis.

— Tá, me pegou- Eu disse, colocando as mãos em sinal de rendição.- queria pedir se posso ir pra um lugar.

— Qual lugar?- Ele perguntou.

— Posso ir pra casa do Cascão pro aniversário do tio dele- Eu disse rápido.

— Só isso

— Sim, só isso- Eu disse. Achei que ele ia dizer não.

— Então nesse caso pode...- Ele ia falar mas alguém o interrompe.

— Acho que não deveria fazer isso, querido- A cobra, ou devo dizer, Suzana disse enquanto descia as escadas.

Ou ela é uma vidente ou estava escutando escondida. Acredito mais na segundo opção, pois videntes não existem.

— O que quer dizer, amor?- Meu pai perguntou. Ah não, ela vai jogar o veneno...

— Que a Mônica devia ficar em casa- Ela disse, se sentando ao lado dele.- esses amigos dela são uma má influência

— Você que é a má influência por aqui...- Sussurrei pra mim mesma. Espero que eles não tenham ouvido.

— É, você tem um ponto- Ele concordou.

— Pai, a gente está falando do Cascão, ele é o meu melhor amigo e super bacana, ele não faria mal a uma mosca- Eu argumentei.

— Sim, o Cascão sempre foi muito legal e nunca foi uma má influência Suzana- Meu pai disse. Ponto pra mim, toma essa sua vaca.

— Sim, pode até ser, mas e se ela estiver mentindo querido- Suzana falou. Ah não, ela não disse isso mesmo, tá certo isso produção? Ou eu que estou surda?.

— Mentindo?

— Sim

— Pai, eu nunca mentiria pro senhor- Eu disse

— E aquela vez quando você foi na casa da Carmem?- Ela citou. Isso já é sacanagem...

Ah se vocês estiverem perguntando o que aconteceu na casa da Carmem. Foi a uns meses atrás, ela me mandou uma mensagem dizendo que ia fazer uma festa do pijama simples, só eu, ela, Amanda e Penha. Eu pensei em recusar mas ela ficou insistindo tanto que aceitei.

Eu disse pro meu pai e ele deixou, mas quando eu cheguei na casa dela o que era pra ser uma “festa do pijama simples” era na verdade uma social com música a todo volume, comida e bebidas alcoólicas.

 Eu ia embora, pois detesto mentiras, mas elas pediram pra ficar, então não resistir e meu lado...digamos “festeiro” assumiu e fiquei. Não bebi, já disse que nunca vou beber, mas a festa foi até as cinco e meia da manhã. E quando cheguei em casa o meu pai ficou bem irritado.

— É, tem razão Suzana- Ele concordou.- você não vai a essa “festa de aniversário”.

— Mas pai...- Eu ia argumentar mas ele me interrompeu.

— Sem “mas”- Ele disse, sério.- você não vai e ponto final.

— Vai acreditar nessa mulher do que em mim- Eu disse, tentando não me irritar.

— Mônica, eu só quero o seu bem- Ela falou. Querer meu bem, ela quer é me ver em outro país isso sim.

— Olha aqui sua cobra, não fale comigo como se fosse minha mãe- Eu disse, já irritada. Essa mulher me tira do sério...

— Chega Mônica!- Meu pai gritou.- quando vai aceitar a Suzana nessa família?

— Só vou aceitar ela na família no dia trinta de fevereiro!- Eu disse, e voltei meu olhar para ela.- pera, trinta de fevereiro não existe, então nunca aceitarei.

— Eu só quero ser sua amiga- Ela disse.- sei que o fato da sua mãe ter saído de casa dói mas...

— Eu já disse pra não falar o nome dela!- Me zanguei.

— Mas...

— Para com isso mocinha!- Meu pai disse, pegando em minha mão e me fazendo olhar pra ele.- você tem que aprender que...a Luísa foi embora. E...e não vai voltar!

— Eu não vou ser amiga dela! E eu já disse que ninguém substituirá a minha mãe- Eu disse, depois sinto uma ardência em minha bochecha. Isso mesmo...meu pai acabara de me bater...

— Mônica...eu...

— Fica longe de mim!- Eu disse, me soltando dele e indo em direção as escadas.

Subo as escadas o mais rápido que posso e entro em meu quarto, mas quando ia fechar a porta vejo o meu irmão.

— Mônica...o que houve lá embaixo?- Ele perguntou, com uma voz inocente.- e por que você ta chorando?.

— Sai do meu quarto Matheus...- Eu disse

— Mas eu quero saber o que houve- Ele disse, chateado- e te ajudar a parar de chorar...

— Eu disse pra sair do meu quarto, pestinha!- Eu gritei e o empurrei pra fora.

Tranco a porta, deito em minha cama e choro. Não queria ter gritado com o Matheus...eu sei que ele é só uma criança, mas dessa vez não consegui me controlar...a Suzana sabe atuar muito bem entretanto da pra ver nos olhos dela o que ela verdadeiramente sente.

Pego meu celular e mando uma mensagem para Cascão, dizendo que não vou poder ir ao aniversário.

Pego meu álbum pra ver minhas antigas fotos em família. Minha família de verdade: eu, meu pai, Matheus e minha mãe.

Depois de ver algumas fotos sinto meu celular vibrar e vejo que era um pedido de ligação no face-time de Cascão. Aceito e vejo a cara dele.

— Oi cas...- Eu disse, e dou um sorrisinho

— Oi, recebi sua mensagem- Ele falou, um pouco chateado.- uma pena que você não pode vir. Minha família gosta de você.

— E eu gosto deles também

— Por que esta com os olhos inchados?- Cascão perguntou.- você andou chorando?

— Como foi o aniversário?- Eu mudei de assunto.

— Foi legal, bolo, parabéns, o mesmo de sempre- Ele disse. Legal, evitei o assunto.- mas isso não interessa.

É...não evitei...

— Me responde mô- Ele insistiu- você andou chorando?.

Acho que vou ter que contar pra ele de qualquer jeito...

— Sim, eu andei chorando- Eu confirmei.

— Quem foi o babaca?- Ele perguntou, furioso- foi o Toni, né?. Se for ele eu juro que vou...

— Não foi ele- Eu o acalmei. O Cascão não aceita muito o meu namoro com o Toni.

— Então o que foi?- Ele perguntou, mais calmo.

— O que aconteceu foi...

Conto tudo o que havia acontecido para Cascão.

— Que coisa- Ele disse.- eu sei que você se desentendo com o seu velho por causa da Suzana mas ele nunca te bateu, desde que eu te conheci.

— Não doeu mas fiquei chocada por ele ter feito isso- Eu disse.

— Mas acho que você também não ajuda, tenta pelo menos não brigar com a Suzana.

— Mas aquela mulher me da nos nervos.

— Eu sei, mas você quer que seu pai seja feliz, né?- Ele perguntou.

— Quero...- Eu falei a verdade, iria ser muito egoísmo dizer pra ele terminar com ela...

— Então, faça pelo seu pai, você consegue- Ele falou.

— Valeu Cas, nunca soube desse seu lado conselheiro.- Eu brinquei.

— Nem eu, mas pela minha melhor amiga eu tento- Ele disse, e dou um sorriso para ela.

— Valeu, mas posso te falar uma coisa antes de desligar?

— Claro

— Pode ser loucura da minha cabeça, mas...

— Mas...

— Eu acho que ainda há uma esperança de meu pai e minha mãe voltarem- Eu disse, sonhadoramente.

— Como?- Ele perguntou.

— Bom antes dessa discussão...eu tive outra a uns dias atrás e quando eu citei o nome da minha mãe, nessa e na outra, eu vi nos olhos do meu pai uma coisa.

— E que coisa seria?

— Tristeza, quer dizer, que lá no fundo do coração ele ainda ama a minha mãe- Eu disse.

— É bonito o que você disse, mas você nem sabe onde sua mãe está- Ele falou, me jogando na cara a realidade.

— É, acho que eu falei besteira- Eu disse, chateada.

— Sonhar não custa nada- Ele falou.- e as vezes alguns sonhos se tornam realidade. Um exemplo é aquela nossa banda que a gente curte.

— Paranormal?

— Acertou, se eles realizaram o sonho você também pode- Ele falou.

— Tem razão, obrigada por esse papo- Eu o agradeci.- tchau

— Tchau, nos vemos na escola amanhã

Saio do face-time, desligo meu celular, coloco um pijama e vou dormir.

...Dia seguinte...

Ouço o despertador, aperto para desliga-lo depois me levanto de minha cama. Vou pro banheiro, faço minhas higienes pessoais, fui pro armário e visto minha roupa.

Mas ao invés de ir pra cozinha tomar café vou pra sala pego minha bolsa e saio de casa sem me despedir de meu pai e meu irmão. Ainda to triste por que ele me bateu e não sei como o Matheus vai reagir depois que eu o expulsei do meu quarto.

...Colégio...

Entro no meu colégio e rapidamente avisto Cascão.

— Oi, pronto pra mais um dia de aula?- Pergunto

— Claro- Ele respondeu- quer uma maçã?

— Quero sim, sai de casa sem tomar café- Eu disse, pegando a maçã e dando uma mordida.

— Por causa de ontem, né?- Ele perguntou, o que me fez ficar chateada.- nem precisa responder, sua cara chateada já diz tudo.

— Não vamos tocar nesse assunto, ok

— Ok

— Ah, cas...- Eu o chamei, pois ele já estava um pouco longe.

— Fala- Ele parou de andar e fico ao seu lado.

— Você pode copiar a matéria de matemática pra mim?- Perguntei.

— Claro, mas pra onde vai?

— Vou conversar com uma pessoa sobre um assunto muito importante- Eu disse, não quero que ele saiba.

— Tá legal, mas vê se chega pelo menos no segundo tempo, o Renato as vezes é bravo- Ele disse.

— Eu sei- Fui tudo que eu disse.

Cascão vai pra sala então tomo outro rumo, subo a escada e vejo a sala dos professores. Respiro fundo e entro na sala.

— Professor pedro?- O chamei, na esperança que ele esteja.

— Sim- Ele respondeu, ainda bem.- Mônica? O que está fazendo aqui?. Não devia estar na aula.

— Devia, mas vim falar com o senhor uma coisa- Eu disse, me sentando na cadeira em frente a ele.

— E o que seria?- Ele perguntou.

— Será que eu posso trocar de dupla pro seu trabalho- Eu perguntei.

— Desculpa, mas a resposta é igual a que dei pro senhor Menezes, não pode trocar- Ele respondeu.

— Tinha medo que o senhor falasse isso- Eu sussurrei, mas acho que ele ouviu.

— Por que não quer fazer com ele?

— A gente se desentendeu- Eu disse.

— Entendo

— Por que me colocou com ele?- Perguntei.

— Olha, pra ser sincero eu poderia ter colocado os dois pra fazerem o trabalho sozinhos, pois as suas notas...- Ele ia falar mas o interrompo.

— Não fale sobre as minhas notas- Eu pedi

— Por que fala isso?. As suas notas são...

— Eu sei sobre minhas notas, mas prefiro não comentar- Eu disse.

— Tudo bem, mas a questão é...coloquei os dois juntos pois achei que formariam uma ótima dupla- Ele explicou.

— Entendi professor- Eu disse, depois me levanto e vou até a porta.

— Mônica- O professor Pedro me chamou.

— Sim- respondi e me virei para ele.

— Você sabe que não precisa ocultar as suas notas, você devia é ter orgulho- Ele disse.

— É, mas deixa isso quieto- Eu disse.- obrigada pela conversa.

— De nada- Ele disse, depois me deu um sorriso.- agora vai pra sala, sua esquisita.

Dou uma risadinha e digo- pode deixar, Pedrinho.

Saio da sala dos professores, desço as escadas e entro na minha sala, e vou pra minha carteira. O professor viu, mas o Renato é o único que não me da sermão, acho que ele já se acostumou ou se cansou.

— Como foi a conversa com a pessoa?- Cascão sussurrou para mim.

— Interessante...

Depois de algumas aulas finamente fomos liberados para o intervalo, mas o estranho é que algumas pessoas estavam rindo e cochichando.

— Por que algumas pessoas estão cochichando?- Eu perguntei para Cascão.

— Ah, você não viu...

— Não vi o que?

— Foi ontem-

— Ontem o que!- Eu disse, irritada. O cascão sabe que sou curiosa e impaciente.

— Lembra que no intervalo você foi no banheiro com a Amanda pois ela abriu o sacolé de manga pelo lado errado- Ele disse

— Sim, a roupa dela tava um pouco suja e dai?- Eu disse.

— Bom, quando você saiu o seu namorado...

— Por favor não diz o que eu to pensando.

— Sim, ele ficou batendo numa pessoa.

— Ah! Ele sabe que eu detesto isso!- Eu disse, com raiva.- quem foi a vítima?

— Se eu não me engano foi o seu parceiro do trabalho- Ele disse.

Sério, tinha que ser justo ele...não Mônica, o Cebola pode ter falado aquelas coisas mas ele foi vítima do Toni...

— Cadê o Toni?- Perguntei

— Deve ta no campo jogando com o Titi e o Jeremias- Ele deduziu.

— Ótimo- Eu disse e sai de perto de cascão.

E assim vou o mais rápido que posso até o campo. Chegando lá vejo Toni e os outros meninos jogando.

— Toni!!- Eu gritei, tava com muita raiva.

Parece que ele me ouviu, tá...até a china

ouviria o meu grito...

— Oi Mônica- Ele me cumprimentou e quando ia me beijar coloco a mão na sua cara.- que foi?

— Precisamos conversar- Eu disse, fria.

— Pode ser daqui a pouco, eu to quase ganhando- Ele disse.

— Não, vamos conversar agora- Eu disse, e o levei até um corredor vazio.

— Eita, pra que me puxar com essa força?- Ele perguntou.

— Por que?- Eu simplesmente disse.

— Por que o que?

— Por que você agrediu aquele garoto ontem!- Joguei tudo de uma vez. E ele levou um susto.

— Eu não agredi ninguém...

— Mentira! O cascão me contou tudo!!

— Cascão...eu vou...

— Você não vai nada- O impedi de falar antes de ouvir mais besteira.

— Como assim?- Ele perguntou.

— Por que eu estou cansada! Cansada de você fazer bullyng com todos as pessoas que você considera fracas!- Eu gritei.- e eu achando que poderia mudar, mas você não vê que está machucando as pessoas.

— O que isso quer dizer...

— Quer dizer...que se eu ver você fazendo bullyng ou agredindo outra pessoa deste colégio considere-se solteiro!- Dei um ultimato a ele e sai a procura de Cascão.

Espero que eu o encontre rápido pois preciso dele pra me contar o que aconteceu e talvez me contar uma piada.

Vejo uma silhuete masculina, ótimo achei ele. Quando ia até a silhueta sinto alguém segurar meu pulso.

— Olha aqui Toni, eu não quero falar contigo- Eu disse, irritada- pode ir embora.

— Não é o Toni-???

Pera...to reconhecendo a voz...

— Cebola?- Pergunto, posso ter reconhecido, mas não tinha a certeza.

— Sim...

— O que você quer?- Perguntei, tirando a mão dele de meu pulso.- pensei que não quisesse ficar perto de uma “patricinha”.

— Podemos conversa em particular?.- Ele perguntou.

— Vamos pra sala, o intervalo ainda não acabou e temos tempo- Eu disse.

— Então vamos...

Nós dois fomos para sala, me sento na mesa do professor e ele se senta ao meu lado.

— Fala logo o que você quer- Eu disse, séria.

— Queria pedir desculpas, pelo que eu disse sobre você, eu fui um babaca...

— E foi mesmo- Concordei.- eu fiquei magoada com tudo que disse.

— É que os únicos populares que eu vi foram...

— Deixa eu adivinhar, Toni e a penha.

— Sim...o Toni sempre me bateu e a Penha me esculachava...e eu tirei conclusões precipitadas...

— Continua, to ouvindo

— Resumindo...me desculpa por agir como um completo babaca- Ele disse, e me estende a sua mão.- amigos?.

— Não- Eu disse, cruzando os meus braços.

— Ah, eu entendo...

— Eu to brincando, aceito as desculpas- Eu disse, e aperto sua mão.- amigos...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Palavras de amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.