Palavras de amor escrita por BruPotter


Capítulo 11
Capítulo 11




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Pov Cebola

— Preciso de sua ajuda...

— Desculpa fofo, eu to ocupada-Denise disse, enquanto folheava uma revista em quadrinhos.

— Lendo uma revista do capitão América?

— É- Ela confirmou.- depois tenho que continuar com meu dever de casa.

— Então minha investigação foi pra cucuia...- Eu disse, chateado.

— Opa, me ganhou dizendo a palavra investigação- Ela disse, enquanto fechava a revista.- no que posso ser útil

Então explico o que aconteceu e Denise fala.

— Ok, vai ser difícil mas eu sempre dou um jeito- Ela falou, enquanto se levantava- melhor eu ir embora pra começar.

— Você é uma boa amiga- Eu disse, enquanto a acompanhava.

— Posso publicar no jornal da escola?- Ela perguntou.- ia ser o maior furo da minha vida.

— Não!- Eu disse, exasperado.- só uma pessoa pode saber, ok

— Ok- Ela concordou.- até mais, detetive Denise saindo. Denise vai embora pra sua casa e então faço o mesmo.

Pov Mônica

Guardei meus materiais e sai da sala mas quando ia pro portão alguém me chama.

— Pode parar ai senhorita Mônica Martins Sousa!

Paro de andar, me viro e vejo Cascão.

— Oi Cas- Eu o cumprimentei, mas por dentro estou confusa pois ele nunca me chamou pelo nome todo.

— Nada de "oi Cas"- Ele disse irritado.- primeiro a senhorita se senta no fundo da sala bem longe de mim e me evita sempre que eu tentava conversar você me ignorava.

— Desculpa...

— O que houve?- Cascão perguntou.- achei que éramos amigos?

— E somos- Eu o contrariei.- é que eu ainda estava triste com o acontecimento de ontem.

— Mesmo depois de eu ter te falado aquilo

— É, ainda me senti culpada mas no intervalo o Cebola me achou e disse que nada era minha culpa- Eu expliquei.

— Viu, até ele percebeu que a culpa não foi sua.- Ele disse mais tranquilo.

— É, mas vamos esquecer disso tudo e ir embora- Eu pedi.

— É pra já capitã!- Ele brincou, batendo continência.- quais os planos pra hoje?

— Bom marujo, eu não sei você mas irei pra minha casa e ficar a tarde inteira na cama assistindo séries no meu laptop.- Eu disse

— Permissão pra ir na sua casa e te acompanhar?- Cascão perguntou.

— Permissão negada.

— Poxa, magoei capitã- Ele disse, abaixando a cabeça.

— Foi mal marujo mas hoje vai ser uma tarde inteira só pra mim.- Eu disse, tentando não rir.- espero que entenda.

— Ok, mas torça pra que os outros não façam planos pra uma saída, balada ou "festa do pijama"- Ele me alertou.

— É mesmo, eles sempre inventam algo- Eu me lembrei.- vou ter que deixar meu celular no silencioso.

— Boa solução.

— Eu sei, tô indo- Eu concordei e fui embora

Caminhei sem pressa e quando cheguei em casa vi meu pai assistindo tevê.

— Oi pai- O cumprimentei enquanto fechava a porta.

— Não devia estar no trabalho.

— Tinha poucos pacientes hoje e resolvi voltar pra casa mais cedo e checar uns documentos aqui mesmo.- Ele disse, enquanto se virava para me olhar.- já quase acabei mas estou dando um tempo.

— Entendi- Eu disse, enquanto tirava minha sapatilha.- e onde está a co...Suzana?

— Saiu pra passear um pouco.

— Ok, vou pro quarto está bem

— Tudo bem

Subo as escadas, entro no meu quarto, tomo um banho, visto um pijama, me sento na cama com meu laptop, mas quando ia escolher uma série vejo meu irmão na porta.

— Oi Matt- O cumprimentei.- quer alguma coisa?

— Tava no meu quarto sem fazer nada e eu vi pela janela que você tinha chegado e pensei...- Ele começou a dizer mas de repente hesitou.

— Você pensou...- Eu o incentivei a terminar.

— Se eu poderia fazer algo contigo...

— Eu ia assistir uma série no meu laptop- Eu disse apontando pro aparelho.- é bem pesada pra sua idade...

— Ah...eu entendi...- Ele disse chateado.- vou indo.

Matheus vai até a porta mas antes de ir embora eu digo.

— Mas...acho que posso assistir amanhã, de repente me deu uma vontade de assistir comédia...

Matheus volta pro meu quarto e pergunta.- posso assistir?

— Claro que sim Matt- Eu concordei.

Matheus vem até minha cama, sobe e se senta perto de mim. Ligo meu laptop e coloco how I Meet your mother pra assistirmos. Depois de assistirmos alguns episódios e darmos muita risada Matheus fala.

— Estou com fome

— Eu também- Eu disse e pausei o episódio.- fica aqui que vou pedir pra Lauren fazer algo pra lancharmos enquanto assistimos.

— Tudo bem.

Me levanto da cama, vou pra porta mas antes falo.

— Nada de dar play no episódio- Eu o avisei.- ou vai enfrentar o monstro das cócegas.

— Tá bem, não vou dar play-Ele prometeu.

Saio do meu quarto e vou pra cozinha.

— Lauren- Eu a chamei.

— Sim, querida

— Pode fazer um sanduíche queijo e um de peito de peru- Eu pedi.- por favor.

— Claro, mas você não vai comer dois sanduíches sozinha, né- Ela perguntou.

— Não- Eu respondi.- o de queijo é pro Matheus e o de peito de peru é pra mim.

— Ah, sim- Ela compreendeu.- eu faço, mas a senhorita tem que me ajudar.

— Com todo o prazer

Ajudo Lauren a fazer os sanduíches mas de repente a campainha toca.

— Eu aten...

Mas antes de terminar de falar Lauren sai da cozinha e vai atender à porta. Quando eu ia sair pra ver quem é ouço a voz de minha mãe.

— Luisa?

— Olá Lauren

— Quanto tempo!!

— Sim, muito...

— Me de um abraço...

Então ouço a voz do meu pai.

— Luisa...

— Oi Ricardo...posso entrar?

— O que você quer?

— Só quero conversar

— Tudo bem...

Então minha curiosidade é despertada dou uma espiada pra ver o que está acontecendo.

— Andou sumida...

— Sim, mas agora estou de volta

— E por que você veio para cá

— Vim pra uma única razão...as crianças.

— Você desaparece e volta depois de tanto tempo e quer as crianças!- Meu pai disse, furioso.- não vou deixar tirar elas de mim, ouviu

— Não vim aqui por causa disso! Sei que sumi mas tive meus motivos, só quero retomar minha função de mãe.- Minha mãe disse.

— Não vou deixar...

— Ricardo, você está ficando irritado...e não costuma pensar direito irritado- Ela alertou.- se acalme, e filha pode sair da cozinha.

Ai você percebe que deu bandeira pra te descobrirem.

Saio da cozinha envergonhada...

— Desculpa...

— Sempre curiosa, não é princesa- Meu pai disse. E parece que ele relaxou.

— Esse é meu jeitinho...- Eu disse, ainda envergonhada.- mãe, que saudade!

Vou até minha mãe e a abraço.

— Também querida- Ela disse retribuindo o abraço.- e como você pode ouvir eu estou tentando pedir pro seu pai cabeça dura a me deixar pelo menos passarem essa tarde comigo.

— Que legal!- Eu disse, alegre e fiz uma carinha de cachorrinhos triste.-deixa pai! Por favor! Por favor!

— Tudo bem- Ele concordou.- é a mãe de vocês e não posso negar.

— Eba!- Eu comemorei, e me solto do abraço.- vou chamar o Matheus, me arrumar e aí vamos.

Corro pra escada, subo para meu quarto e quando chego Matheus fala.

— Que demora só pra fazer um lanche.

— Mudança de planos Matt- Eu disse, enquanto ia para o armário e o abria.

— O que vamos fazer?- Ele perguntou.

— A mamãe está aqui e quer passar a tarde com a gente- Eu respondi enquanto olhava umas roupas.

— Ah...- Ele disse sem animação.- eu não vou...

Paro de olha minhas roupas e me viro para encara-lo.

— Por que?- Perguntei.

— Não vou sair com alguém que nos abandonou...

Isso de novo não...

— Matt, sei que está chateado por causa disso...- Eu disse enquanto me sentava na cama.- ela devia ter seus motivos, mas pensa! Ela voltou simplesmente por nós.

— ...

— Ok, ainda esta triste... Me levanto de minha cama, vou novamente para o armário, escolho uma roupa, vou pro banheiro e a visto.

— Tô indo Matt- Eu o avisei.- vou falar pra mamãe que você não quer.

Vou pra porta, a abro mas antes de sair falo.

— Olha, sei que não posso te fazer mudar de opinião mas...acho que deveria ir comigo...seria uma oportunidade de conhecer mais sobre a mamãe...- Eu disse, um pouco chateada.- ela ficaria feliz...e está com saudades do garotinho dela...

Paro de falar e saio do quarto mas quando ia pro corredor Matheus me chama.

— Mônica, espera!

Volto pra porta do meu quarto e falo.

— Sim?

— Será que...

— Que?

— Você poderia me ajudar a escolher uma roupa pro passeio?- Ele perguntou.

Dou um sorriso à ele e digo.- ajudo sim.

Vamos pro quarto de meu irmão e ficamos dez minutos escolhendo uma roupa.

...Sala...

— Desculpa a demora, tava escolhendo minha roupa e depois escolhendo a do Matheus.- Eu disse, enquanto descia as escadas junto de meu irmão.

— Tá tudo bem.- Minha mãe disse.

Foi quando percebi que Matheus estava muito calado e achei estranho pois normalmente ele quando está em casa é uma máquina de falar.

Quando viro a cabeça para olhá-lo percebo que ele não parava de encarar nossa mãe.

— Matt...- Eu o chamei. Na verdade estou um preocupada em saber qual vai ser a reação dele por estar vendo a mãe pela primeira vez em oito anos.

— Mãe...- Matheus sussurrou.

Matheus sai de perto de mim e vai pra perto de nossa mãe, a encara e depois a abraça.

— Meu garotinho...- Minha mãe disse, enquanto retribuía o abraço.

— Você é mais bonita pessoalmente.- O ouvi falar. E pelo tom parece que está segurando o choro.

Matheus se solta do abraço e minha Mãe se levanta e pergunto.

— Vamos?

Se eu estraguei o clima? Sim...um pouquinho...

— Sim, tem razão querida- Minha mãe falou.

— Traga eles até as oito da noite- Meu pai falou.

— Está bem- Minha mãe concordou.- vamos crianças.

— Tchau pai!- Eu e Matheus nos despedimos.

Envolvo meu braço com o de minha mãe e Matheus segura a mão da mesma e saímos de casa.

E eu juro que nunca vou me esquecer dessa tarde! Nós três conversamos, rimos, fomos ao parque onde mamãe mostrou o jardim para meu irmão e depois disso tiramos varias fotos e fomos ao shopping.

Mas o que tudo é bom dura pouco e já estava quase na hora de ir...

— Queria poder curti mais...- Eu pensei com uma cara triste.

— No te preocupes mi hija- Minha mãe disse na outra língua. Ela ainda se lembra como me tirar da tristeza.- vamos hacerlo una vez más.

Dou um sorriso a minha mãe.

— Mãe

— Sim, filho

— Não devíamos estar indo pra casa- Matheus perguntou.

— Sim, mas antes de devolver os dois eu irei mostrar aonde eu moro agora.- Ela falou.

— Legal- Eu e Matheus falamos juntos.

Então caminhamos mais um pouco e depois chegamos na casa dela

Era uma casa média, as paredes pintadas de bege e o telhado pintado de azul escuro.

— É bonita por fora- Eu comentei.

— Concordo.

— Obrigada- Minha mãe agradeceu.- vamos entrar?

— Sim

Entramos na casa e era mais bonita por dentro. Cores pasteis nas paredes, alguns móveis de madeira e umas caixas.

— Ignorem as caixas- Minha mãe falou.- ainda não tive tempo de desempacotar tudo.

— Podemos ajudar qualquer hora- Matheus falou.

— Não quero obrigá-los a nada.

— Não é obrigação, a gente adoraria mesmo ajudar qualquer hora.- Eu disse.

— Tudo bem- Ela concordou.- ainda tenho tempo de mostrar uma coisa em uma caixa especial que eu tenho.

— Mostra!- Eu e Matt pedimos. Sim, somos dois curiosos...

— Sentem-se no sofá que eu vou pegar.- Minha mãe disse e foi procurar a caixa.

Nos sentamos no sofá e esperamos.

— O que seria que vai ter lá dentro?

— Não sei, vamos esperar que saberemos- Eu disse.

E então cinco minutos depois nossa mãe volta com uma caixa.

— Venham- Ela disse, enquanto colocava a caixa no chão.- essa é minha caixa de memórias.

— Caixa de memórias?- Eu e Matheus falamos juntos enquanto nos sentávamos no chão.

— Sim, tenho fotos, objetos e outras coisas da minha infância e juventude.- Minha mãe explicou.

Então ficamos olhando várias coisas de minha mãe até eu achar algo...

— Não acredito...- Eu disse, enquanto tirava da caixa um coelho de pelúcia azul.- você guardou ele esse tempo todo...

— Sim

— Uau...

— Ei! Eu estou sem entender nada.- Matheus falou.- o que é isso?

— Isso é meu bichinho de pelúcia Matt...- Eu disse, enquanto acariciava o coelho.- nossos pais me deram quando eu tinha três anos, dei o nome de Sansão...mas quando nossos pais brigaram e mamãe foi embora eu o dei para ela se lembrar de mim...

— Nossa...

— Eu...eu achei que você poderia ter jogado fora..- Eu disse, com algumas lágrimas nos olhos. Mas pra não chorar as limpo com a costa da minha mão.

— Eu nunca faria isso, querida...

Dou um sorriso pra minha mãe e continuamos a olhar a caixa.

— Nossa, que jaleco legal Matheus disse, enquanto tirava um jaleco do seu tamanho.

— Eu tinha me esquecido disso.- Minha mãe disse, enquanto pegava o jaleco.- minha mãe me deu quando eu tinha sete anos pois eu queria ser uma cientista

— Sério!

— Sim, mas era sonho de criança e quando cresci eu ia dar isso para a...- Minha mãe ia falar, mas sabendo onde ela ia chegar balanço a cabeça pra ela não falar.

— Para...- Meu irmão quis saber.

 — Poxa, eu esqueci pra quem eu ia dar...

— Ah, eu queria saber

— Quando eu me lembrar eu te digo

— Tá bem

— Pensando bem...

— Não vai me dizer...

— Na verdade eu vou dar a você o jaleco

— Jura!!- Matheus gritou, animado.

— Juro- Minha mãe disse, enquanto o ajudava a colocar a roupa.

— Obrigado.

— De nada

— E mãe...

— Sim querida

— Eu poderia levar o sansão também- Eu pedi.

— Claro

— Obrigada

Nos levantamos e saímos da casa de nossa mãe e vamos para nossa.

— Onde estavam?- Suzana perguntou, enquanto entrávamos.

— Não é da...- Paro de falar pois lembrei que ia tentar ser legal com ela.

— Nós fomos sair com a nossa mãe!- Matheus falou, feliz.- pai, ela é tão maneira e inteligente! E me deu até esse jaleco de cientista que pertenceu a ela!!

Tento não rir pois Suzana está fazendo uma cara de "comeu e não gostou".

— Q...quer dizer...você também é legal Suzana...- Matheus disse, constrangido.- eu...eu vou tomar banho e ir dormir...

Meu irmão sobe as escadas e meu pai pergunta.

— Parece que se divertiram bastante.

— Sim, muito- Eu falei, tentando ainda não rir.- e a mamãe é incrível papai, ainda não sei como a deixou escapar.

— Mônica...

— O que?- Eu me fiz de desentendida.- Só pra ver a cara de desgosto de Suzana piorar.- eu vou dormir.

Vou até meu pai e dou um beijo em sua bochecha.- boa noite.

— Boa noite.

Desfalo o abraço, subo as escadas e entro no meu quarto.

Visto um pijama, me deito na cama mas antes pego meu celular.

Vejo que tinha várias ligações de Titi, Toni, Jeremias, Carmem, Amanda e Penha então as apago e mando uma mensagem para Cascão contando sobre a maravilhosa tarde de hoje.

POV Cebola

...Terça-feira...

Acordo com o som de meu despertador, então me levanto, vou pro armário, escolho uma roupa e a visto.

Desço as escadas, vou pra cozinha, cumprimento minha família, tomo meu café e vou pra escola.

...Colégio...

— Bom dia- Magali me cumprimentou.

— Bom dia- Eu disse, enquanto olhava em meu celular.

— O que tanto olha no celular?

 Olho ao redor pra ver se ninguém reparava e falo.

— Vamos entrar, ai eu te conto.

— Ok...

Entramos e depois de caminhar um pouco paro e Magali fala

— Agora fala Cebola.

— Ok...lembra de ontem quando eu te contei aquela parada sobre a Mônica...- Eu disse.

— Sim, eu lembro

— Então, quando a aula acabou eu encontrei a Denise...

— Denise!!- Magali gritou.

— Fica quieta!- Eu disse, enquanto tapava sua boca.- eu sei que ela é conhecida como fofoqueira mas é uma pessoa legal e também foi a única opção que tive pra descobrir.

— E o que descobriu?- Ela perguntou.

Sussurro no ouvido de Magali o que descobri.

— Como ele pode!!!- Ela gritou, irritada

— Quieta por favor- Eu pedi.

— Mas ele não pode fazer isso com ela!!- Ela disse.- a Mônica vai ficar triste.

— Eu sei...

— Por que a Mô vai ficar triste??

Então Magali e eu nos assustamos.

— Quer matar a gente de susto, Cascão?- Eu perguntei.

— Quem mandou conversarem perto do banheiro masculino.- Cascão disse, apontando pro banheiro.- mas respondam a minha pergunta.

— Que pergunta...

— Não se faça de desentendido careca- Ele disse.

— Careca?- Ouvi Magali sussurrar.

— Ok... Chego perto de Cascão e sussurro em seu ouvido o que descobri.

— O que!!- Ele gritou.- é verdade!

— Sim, a Denise confirmou

— Se tem Denise na história então é mesmo verdade- Ele disse, coçando a nuca.- tem mais provas do que só falação?

— Sim...no meu celular tem fotos que ela mandou.

— Posso ver?

— Claro...

Dou meu celular para Cascão que depois de ver as fotos fica vermelho de raiva.

— Aquele...aquele bastardo!!- Ele disse, furioso.- é por isso que nunca fui com a cara dele.

— Pensei que vocês fossem amigos.- Magali se intrometeu.

— Não, só ando com aquela galera mais pela Mônica- Ele disse, um pouco mais calmo.- mas o Titi e o Jeremias até que são gente boa.

— Ok

— Mas sério, você vai ter que contar pra Mônica- Ele disse enquanto me devolvia o celular.

— Contar o que pra mim?

Nos assustamos outra vez e Cascão fala.

— De onde você surgiu menina!- Cascão desconversou

— Da barriga da minha mãe- Ela disse, com ironia.- não desconversa Cas, contar o que pra mim.

— É que...

— N...nada...

— Não é o que...

— Por que a gente não entra na sala- Magali se intrometeu de novo.- a aula já vai começar.

— Tem razão- Mônica concordou.- ei, maga posso sentar no seu lado hoje, não tô afim de sentar no fundo com os outros

— Claro

Mônica vai pra sala junto de Magali, mas quando ia as acompanhar Cascão segura meu pulso.

— Que foi!

— Por que não contou a ela o que descobriu?- Ele me questionou.

— É que eu tava esperando chegar sábado pra contar.- Eu expliquei.- tipo, ir na casa dela onde ela vai estar sozinha.

— E até lá a minha irmã de coração vai ficar com aquele...aquele...eu nem tenho palavras para descrevê-lo- Ele disse, irritado.

— Eu não posso contar hoje...

— Olha aqui Cebola, o senhor vai ir no refeitório e contar a ela- Ele falou.

— Mas...mas...eu não quero contar hoje...

— Ou você conta a ela ou conto eu- Ele disse.

— Você está me dando um ultimato?

— Não, estou te dando um aviso.

Cascão solta meu pulso e vai pra sala.

— Tô frito...- Eu pensei.

Meu plano agora foi por água abaixo, vou ter que cumprir o que o Cascão disse e falar hoje...só esperou que ela não fique chateada...

POV Mônica

Entro na sala junto com Magali e me senti do seu lado, pego meu caderno mas de abrir escuto uma voz.

— Por que está sentada ao lado da escudeira do invisível?- Amanda perguntou.

— Não é da sua conta- Eu disse, em um tom frio

— Grossa

— Não vem sentar com a gente no fundo?- Carmem perguntou.

— Não- Eu disse, ainda com frieza.

— Tanto faz- Penha se intrometeu.- nos vemos no intervalo cherie.

As três vão pro fundo e se sentam.

— Nos vemos no intervalo, cherie- Magali debochou. E eu dei risada

— Por que não fala assim na cara dela?- Perguntei.

— Não ia conseguir...

— Eu acho...- Quando ia falar o professor Renato, de matemática entra na sala.

— Bom dia- Ele nos cumprimentou.- antes de começar devo comunicar que vou vocês terão aula só de matemática e que o intervalo vai ser mais cedo.

Todos comemoram mas o professor nos pede silêncio.

— O intervalo só vai ser mais cedo pois vocês sairão um pouco mais tarde pois terão educação física.

Todos reclamam e o professor inicia a aula.

— Que droga...detesto educação física...- Ouvi Magali sussurrar.

Dou uma risadinha e fico escrevendo no meu caderno.

Depois de muito tempo o intervalo chega. Guardo meu caderno, me levanto da carteira e vou pro refeitório. Mas antes de entrar ouço uma voz.

— Mônica...

Me viro e vejo Cebola, Magali e Cascão.

— Oi cê, o maga, oi cas- Os cumprimentei.- o que quer falar comigo.

— É que...que...

— O que houve?- Eu perguntei, ansiosa.- o Toni fez algo contra você ou a Magali?

— Não, mas tem haver com ele...

Ok, tô ficando preocupada...

 — Fala logo Cebola...- Eu pedi.- tô ficando com medo....

— Lembra do que aconteceu na festa do Toni e a Penha...

— Sim, lembro.

— E você disse que não tinha como saber se ele...você sabe

— Sim, e dai?

— Daí que eu pedi ajuda pra uma pessoa e descobri...

— Descobriu...

— Isso- Ele disse, me dando o celular.

Pego o celular e vejo várias fotos de Toni com a Penha.

— Minha nossa...- Eu disse, mas na verdade estou sem palavras.

Como ele pode me trair desse jeito...

— Mô...- Cascão me chamou.

Devolvo o celular para Cebola e entro no refeitório sem falar nada com os outros.

Procuro pelo lugar o meu suposto namorado e quando acho vou andando em passos duros até ele.

— Levanta!- Eu gritei

— O que houve?- Toni perguntou, enquanto se levantava.

— Você é um bastardo e ridículo!- Eu continuei gritando.- como você tem a coragem de de trair!!

— ...

— E você!!- Eu gritei, apontando para Penha.- como pode fazer isso!!

— Querrida, o que você está falando é loucurra- Penha disse enquanto bebia o suco.- purra mentira.

— É, Mô

Pego meu celular e mostro as fotos, eu enviei as fotos pelo meu WhatsApp, e as mostro.

— Então me explica essas fotos- Eu disse, enquanto passava as fotos.- vai dizer agora que é mentira!!

— Mônica...

— Sem Dr...- Eu pedi.

— Mônica eu...

— Sem Dr...

— Por favor eu...

— Eu disse sem Dr!!!- Eu explodi.- considere-se solteiro a partir de agora! E nunca mais fale comigo!!!

Saio do refeitório cega de raiva que não vi pra onde ia.

POV Magali

Vemos Mônica sair do refeitório furiosa e sem dar a chance de falar com ela.

— Uau! O nível de raiva dela está nas alturas- Cascão comentou.

— É...será que eu fiz a coisa certa?- Cebola perguntou.

— Claro que sim- Eu disse.

— Concordo, fez um favor- Cascão disse.- livrou a Mô de um idiota.

— Mas agora ela está brava...

— Eu vou ir falar com ela...

— Sem ofensas...Cascão, né- Eu interferi.- mas acho melhor eu ir.

— Oi?- Cascão falou, incrédulo.- eu sou o melhor amigo dela, e por que você tem que ir falar com ela.

— Por que eu sou mulher e vai ser mais fácil dela se abrir.

— Olha, Magali né, eu conheço a Mônica faz mais têm que você- Ele disse.

— Sei que não faz muito tempo que eu e ela somos amigas, mas a gente tem conversado por mensagens- Eu disse.- e não custa pelo menos tentar.

— Mas...

— Cascão, deixa a Magali tentar- Cebola pediu.- se não der certo você pode ir atrás dela.

— Tá bem- Ele se deu por vencido.- vai, e me conte o que aconteceu.

— Tá bem

Saio de perto dos meninos e vou procurar Mônica. E eu tenho uma quase certeza de onde ela está.

...Banheiro...

— Mônica...- Eu a chamei, enquanto entrava.- Mônica...tá ai?

Vou até os boxes e vou olhando por de baixo de cada um deles até que no último vi um par de sapatilhas vermelhas.

— Mônica...

— ...

— Eu sei que você está ai- Eu disse.- responde...

Mônica abre o boxe e sai.

— Como sabia que eu estava aqui?- Ela perguntou.

— Se eu estivesse na mesma situação seria pra cá que viria pra extravasar a raiva.- Eu expliquei.- ou choro, que seria melhor pra mim.

— Hum...

— Quer conversar?

— ...

— Olha, se quiser continuar a extravasar a raiva eu não ligo.- Eu comentei.

— Não, a parte da raiva foi só lá no refeitório, agora só estou um pouco triste e chateada.- Ela disse, enquanto se sentava na pia.

— Por que?- Eu perguntei, enquanto me sentava ao seu lado.

— Posso não amar o Toni mas eu desenvolvi um apreço por ele- Ela disse, olhando pra parede.- e eu esperava que pudesse fazê-lo mudar esse jeito de bully dele...

— Sei que você quer que ele mude mas isso só vai acontecer quando o Toni se tocar de como a sua atitude é idiota.- Eu disse, a encarando.

— Obrigada...

— De nada

Então o sinal toca, anunciando o fim do intervalo.

— Vamos, está na hora de enfrentar a aula de educação física- Eu disse, enquanto descia da pia.- que saco isso.

Mônica da uma risadinha e desce da pia.- vamos.

Saímos do banheiro e vamos juntas para o ginásio.

— Como você está?- Cascão perguntou, quando nos juntamos a eles.

— Eu estou bem Cas- Ela disse. 

— Mesmo?- Cebola perguntou

— Mesmo- Ela garantiu.

— Muito bem rapazes! Vão para o vestiário e coloquem os uniformes!- O professor Átila mandou.

— E o mesmo vale para as meninas!- A professora Marcela mandou também.

— Agora nos separamos- Cascão disse, e foi pro vestiário.

— Até o fim da aula- Cebola disse e o acompanhou.

 Entramos no vestiário, colocamos o uniforme e saímos.

— Muito bem garotas, começaremos com uns alongamentos e depois- A professora disse.- quero uns polichinelos, agora!!

Começamos a fazer os polichinelos e outros alongamentos.

— Paro!- A professora pediu.- agora que dormem trios pois vamos fazer uma corrida de revezamento!

— Droga, detesto correr.- Eu pensei.

— Quero fazer contigo maga- Mônica pediu.

— Tudo bem, mas eu não sou muito boa correndo.- Eu avisei.

— Tudo bem, isso não é uma competição de verdade.- Ela disse.

— Ok

— Ei!!

Alguém nos chama e quando nos viramos vimos Denise.

— Posso me juntar a vocês?

— Claro, Denise

— Por mim tudo bem.

— E garota, você arrasou lá no refeitório.- Denise comentou.- quando eu o segui me perguntei como seria a sua...

— Pera!- Mônica a interrompeu.- como assim "o seguiu"

— É

— Opa...falei demais...- Ela disse.- ignorem o que eu disse.

— Não vamos não- Eu e Mônica falamos juntas.

— Tá, o Cebola me pediu pra ajudar a achar as provas sobre o seu ex- Denise explicou.

— Nossa...

— Bom, acho que eu devo ter agradecer também- Mônica falou.- valeu por conseguir as provas.

— Missão dada é missão cumprida, gatz- Denise se vangloriou.- agora vamos focar na corrida!!

Então tomamos nossas posições, Denise ia primeiro(por insistência da mesma) depois eu e Mônica por último.

— Prontas?- A professora Marcela perguntou.

— Sim!!- Todas respondemos.

— Suas marcas...preparar...já!! A professora assoa o apito e as primeiras começam a correr.

— Vai Denise!!- Mônica gritou

— Eu acho que não vou conseguir...

— É só dar passos longos e manter um ritmo constante- Ela me ajudou.- e lembre-se, não é uma competição de verdade.

— Ok- Eu disse, e respirei fundo.

Vejo Denise vindo em minha direção, estico minha mão e a mesma a toca. Corro o máximo que posso, ultrapassando umas duas outras garotas.

Chego no outro lado, toco no chão e volto correndo e chega a vez de Mônica.

— Você foi boa- Denise elogiou.

— Obri...obrigada...- Eu agradeço, enquanto recuperava o fôlego.- Mônica me deu uma dica.

— E por falar em Mônica, olha ela vindo.- Ela falou.- bota mais força nas pernas mulher!!!

— Você consegue!!!

Mônica chega e depois vem até nós.

— Bota força nas pernas mulher?- Ela perguntou, cansada.- que tipo de incentivo é esse?

— O meu tipo de incentivo.- Denise falou.

— Mandou bem

— Você também.

— Muito bem garotas!- A professora nos parabenizou.- foram ótimas, podem tomar água pra continuarmos.

Fomos beber água e depois continuamos a aula de educação física.

— Isso aí, agora quem é do time de torcida pequem seus uniformes e as que não estão vão jogar um pouco de vôlei pra ir embora.- A professora disse.

— Que droga...- Ouvi Mônica sussurrar.

— Você não precisa ir- Eu sugeri.- não é obrigada.

— Mesmo não falando mais com elas eu tenho que ir- Ela falou.- e sim, eu sou obrigada.

— Boa sorte.

— Vou precisar.- Ela disse e foi para o vestiário.

Vou pra perto das outras garotas e ficamos jogando uma partida de vôlei.

Mas enquanto jogava eu ficava vendo as líderes de torcida dançando que sem querer levei uma bolada.

— Ai!

— Se machucou?- A professora perguntou.

— Não...

— Que bom, mas preste atenção no jogo

— Sim professora

Volto a me concentrar no jogo e depois a aula acaba.

— Até a próxima!

— Tchau professora Marcela!!

Vou até o bebedouro pra beber água e quando termino Cebola bem até mim.

— Quer ir lá em casa?- Ele perguntou.

— Não, pode ir sem mim

— Jura?

— Sim, vou tomar uma ducha no vestiário e ir pra casa tirar um cochilo- Eu disse.- foi cansativo essa aula.

— Concordo- Ele disse.- nos vemos amanhã

— Tchau

Cebola vai embora, vou até o vestiário, tomo uma ficha e visto minha roupa.

Quando saio tiro meu celular da mochila, escolho uma música qualquer, coloco no volume máximo e começo a dançar

A música acaba e paro de dançar me sentindo mais viva e animada, mas quando ia pegar minha mochila ouço uma voz.

— Isso foi incrível!!


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