O Desconhecido, um lugar, pasme, desconhecido por todos, até por quem vive lá. É uma floresta que não tem fim, habitada por animais, pessoas e todo tipo de criatura, às vezes pode ser assustadora, as vezes encantadora. De dia, as criaturas caminham, conversam, fazem o que querem fazer, de noite, bem, é melhor não sair de casa... porque? A besta. Greg e Wirt, dois irmãos que por um acaso caem no desconhecido, tentam de toda forma voltar para o seu mundo, antes que seja tarde de mais.

  Era Halloween, o dia mais esperado pelas crianças, e claro, pelos irmãos Greg e Wirt. Wirt era o mais velho, tinha 11 anos, era alto e esguio para sua idade, seus cabelos castanhos caiam sobre seu rosto em forma de uma franja e suas roupas antiquadas eram sua marca entre os outros garotos de sua idade. Greg tinha 8 anos, era, digamos, o contrario de seu irmão, baixo, rechonchudo e incansavelmente alegre.

  Wirt usava um chapéu pontudo vermelho sobre sua cabeça, uma espécie de casaco azul turquesa e calças marrons. Greg usava uma chaleira como chapéu e uma jardineira. Eles estavam fantasiados de... Bem, isso só eles mesmos poderiam dizer.

 - Vamos logo Greg, não quero chegar muito tarde! – resmungou Wirt já na porta.

 - Tudo bem, já estou pronto Wirt, hoje vamos pegar mais doces do que qualquer criança do mundo! – Respondeu Greg com animação.

 - Ugh, tanto faz. – Disse Wirt abrindo a porta e saindo, Greg o acompanhou.

  A noite estrelada estava agradável, uma leve brisa ameaçava derrubar o chapéu de Wirt. Havia varias crianças na portas das casas e a maioria das casas estavam decoradas. Os irmãos andavam na calçada decidindo em que casa iriam primeiro.

 - Ei, que tal começar pelo Sr. Johnesies, ele pode estar de bom humor hoje – Sugeriu Greg.

 - Não sei não, não tem nenhuma decoração na frente da sua casa, além de ser assustadora, oque pensando bem, conta como uma decoração de Halloween... – Respondeu Wirt olhando para as outras casas.

 Quando se deu conta, Greg já estava apertando a campainha do Sr. Johnesies, decidiu correr até lá.

 Chegou ofegante ao lado de seu irmão, lhe jogando um olhar de medo, já que a fama daquela casa não era muito boa pela vizinhança. Greg por outro lado, estava despreocupado e parecia ansioso para receber os doces.

 A porta se abriu em uma fresta, mas ninguém apareceu. Os dois começaram a se aproximar lentamente quando finalmente.

 - Oque vocês querem? – Gritou o velho do outro lado da porta.

Ambos levaram um susto e soltaram um grito consideravelmente alto.

 - Gostaríamos de alguns doces senhor! – Respondeu Greg já despreocupado com o susto.

 - Vamos sair daqui! – Cochichou Wirt.

 O velho com uma aparência assustadora apareceu na porta e lhes lançou um olhar fulminante.

 - Ora! Saiam daqui antes  que eu chute o traseiro de vocês! Saiam!

 - Não está de bom humor hoje, não é? – disse Greg com um ar preocupado – Eu sei oque poderia melhorar isso, um gato senhor!

 - Greg, cale a boca e vamos embora – Disse Wirt puxando o irmão pelo braço.

 - Falo serio Wirt, gatos tiram as energias negativas dos lugares!

 Aposto que se ele tivesse um gato seria mais legal – respondeu

 Wirt continuou puxando o irmão para fora da varanda até chegarem a calçada.

 - Vamos procurar outra casa, uma que não seja tao assustadora como essa, e da próxima vez, me peça antes de tocar alguma campainha, tudo bem? – disse Wirt.

 - Tudo bem, Wort.

 - Não me chame assim!

 - Desculpe, Wort.

 - Ah, tanto faz... – disse Wirt indiferente.

 Continuaram então andando pela rua de sua casa, pediram doces em todas as casas e conseguiram uma boa quantia.

 - Olha só quantos doces! Eu disse que conseguiria mais doces que qualquer criança no mundo, não disse? Aposto que ninguém conseguiu mais doces que eu até agora. – Disse Greg.

 - Não funciona assim, nos só passamos em uma rua – Retrucou Wirt

— Entao que tal irmos na rua do cemitério, as crianças sempre ganham mais doces lá, dizem até que elas ganham barras de chocolates inteiras, você ouviu isso? Inteiras! – Falou Greg.

 - Não acho que seja uma boa ideia, eu tenho um pouco de... hum...

 - Medo?

 - Não, não é isso, é só que...

 - Ora, não seja bobo Wirt, faça isso pelos doces, pelos doces! – Disse Greg já andando em direção ao cemitério.

 Wirt se viu obrigada a acompanhar o irmão, afinal, não queria parecer medroso e apesar de tudo, estava ali pelos doces.

 Após passarem por algumas quadras, chegaram na rua do cemitério que a noite assustava qualquer um que passasse por ali, o lugar era rodeado de arvores e tinha um portão enorme que rangia com o vento. No outro lado, todas a casas tinham crianças na portas, e realmente, havia muitos doces.

 - Vamos, quero vencer! – Anunciou Greg.

 - Vencer oque?

 - A competição de quem pega mais doces no Halloween, claro.

 - Não existe isso Greg...

 - Shiu, é claro que existe – cochichou Greg – mas as outras crianças não sabem, oque já me deixa já frente.

 Wirt revirou os olhos.

 - Vamos logo, não gosto daqui.

 Eles passaram em quase todas as casas da rua e conseguiram uma enorme quantidade de doces, Greg não poderia estar mais feliz, mas ainda faltava a ultima casa. Os dois foram até lá e Wirt tocou a campainha.

 Uma velhinha simpática abriu a porta.

 - Mas que beleza de fantasias meu jovens! Todos que passaram aqui estavam vestidos das mesmas coisas, não tem graça nenhuma ver todos iguais todo ano, mas vocês, bem, vocês estão ótimos! – disse a velhinha.

 - Muito obrigado senhora – respondeu Wirt desconcertado com tamanha atenção.

 - Voce poderia nos dar alguns doces? Estou querendo ganhar um competição. – Pediu Greg

 - Claro, eu sei bem como é, costumava ganhar todos os anos – respondeu a velha.

 - Mas oque... – Disse Wirt a si mesmo enquanto a senhora enchia suas cestas de doces.

 - Muito obrigado, senhora – Agradeceu Greg

 Os dois então continuaram andando pela calçada, tinham conseguido muitos doces e por isso suas cestas estavam muito pesadas, decidiram então parar e comer alguns antes de chegar em casa. Havia um pequeno parque ali perto que serviria. Sentaram-se em um dos bancos e começaram a comer alguns do doces.

 - Eu definitivamente consegui a maior quantidades de doce de todo o mundo Wirt, nem consigo acreditar! – Comemorou Greg.

 - Claro que conseguiu – Responde Wirt indiferente.

 Perto do banco havia um sapo, Greg se aproximou dele.

 - Voce acha que ele gosta de doces Wirt?

 - Sapos não comem doces, então não.

 - Este pode gostar, o que o impediria? – Disse Greg jogando um pedaço de alcaçuz ao sapo que devorou e pareceu gostar do doce.

 - Viu, você não pode colocar limites em um sapo, Wirt.

 Wirt ignorou.

 - Voce tem um nome? – Perguntou Greg ao sapo - Acredito que não... que tal Junior? Ou Paul McCartney? Não, você prefere o John, não é mesmo? Tudo bem, você pode ficar com John Lennon.

 - Voce não pode simplesmente dar nome a um sapo, Greg.

 - Voce não pode colocar limites nele Wirt, já disse, ele é um sapo e pode fazer oque quiser! – Disse Greg orgulhoso.

 - Tudo bem, vamos embora, já esta ficando tarde – respondeu Wirt impaciente.

 - Okay, mas vou levar o John junto, ele deve estar com frio.

 - Sapos não sentem frio.

 - Voce não aprende mesmo, não é? – Disse Greg rindo.

 Os dois começaram a andar afim de ir embora, mas conforme iam andando mais diferente o parque ficava. Já não dava mais pra reconhecer o lugar, Wirt estava começando a ficar preocupado. Tinham mais arvores e menos visão da rua, nenhum dos dois lembrava de terem passado por tantas arvores assim. Eles não conseguiam mais pensar pra que lado ir, estava tarde e estavam com sono, iam cada vez ficando mais sonolento até não aguentarem mais.

 - Greg, oque acha de descansarmos só um pouco antes de continuar? – Perguntou Wirt bocejando.

 - Por mim tudo bem, podemos descansar só um pouco, não é mesmo?

 Deitaram em baixo de uma arvore, os dois um do lado do outro, John, o sapo, ao lado de Greg e assim eles pegaram no sono e a noite se arrastou.