De repente, você escrita por calivillas


Capítulo 19
Ansiedade




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— Como estou, Elisa? – Joana interrogou a irmã, mais uma vez, enquanto se olhava no espelho para verificar o vestido azul, com alças finas, que realçava seus olhos e bronzeado, os pequenos brincos de brilhantes, presente do pai no seu aniversário de quinze anos, e apenas um batom rosado nos lábios. O conjunto estava perfeito.

— Linda como sempre, Joana! Você me fez entrar na metade das lojas da cidade para procurar esse vestido e agora me pergunta isso, mais uma vez! – Elisa respondeu, um pouco impaciente.

— Desculpa, mas, eu tenho certeza que, hoje será um dos dias mais especiais da minha vida e quero que tudo esteja perfeito.

— Eu também espero que você seja feliz, minha irmã, e não se decepcione, Joana.

— Estou certa, que não vou me decepcionar e que vou ser muito feliz, como sempre sonhei – Joana respondeu, com convicção. – E você vai assim? – Joana reparou na irmã pela primeira vez, vestido uma bermuda e camiseta.

— Vou – Elisa respondeu, dando de ombros, não tinha por quem se arrumar.

— Não vai, não! Vamos escolher um vestido bem bonito para você! — Joana declarou, decidida.

— Por favor, Joana – Elisa protestou – Eu estou bem assim!

— Não teime comigo, Elisa! Deixe em pensar em algo – Joana abriu o armário e começou a vasculhar dentro dele – Aqui! Veste esse! – ordenou, jogando o vestido escolhido para a irmã, que o colocou sem reclamar.

— Ficou linda! – Joana estava certa, pois o vestido branco frente única, de cintura marcada, realçava a sua pele dourada pelo sol, apesar de não admitir, Elisa achou que a irmã estava com a razão, ela se sentiu bem muito assim.

Quando as duas saíram do quarto, encontraram Lilian e o pai na sala, ela vendo TV e ele lendo um livro sobre economia.

— Vocês estão lindas, meninas! – Lilian exclamou, surpresa ao vê-las. – Não é mesmo, Rodrigo?

— Lindas mesmo! – A voz do pai quase não saiu, em um misto de orgulho e preocupação.

— E as gêmeas? E Eduardo? – Joana perguntou, notando o resto da casa muito silenciosa.

— As garotas foram na frente encontrar uns amigos. Já Eduardo foi buscar Carla em casa, para irem juntos – Lilian explicou, voltando a prestar atenção na sua novela.

— Eu vou levar vocês! – Rodrigo deu um pulo, colocando o livro de lado – Sabe onde está a chave do carro. Lilian?

— Não precisa, pai. Podemos ir a pé – Joana insistiu.

— Não, eu quero levar vocês. As chaves, Lilian?! – O pai retrucou, impaciente.

— No aparador no hall de entrada – Lilian respondeu, sem entender a atitude exaltada do marido.

— Então, vamos, garotas – ele disse, seguindo para porta.

Rodrigo as deixou na frente do portão da casa de Charles, onde já se ouvia a música vinda lá de dentro e, antes delas saírem do carro, ele fez mil recomendações, para telefonar para pegá-las na qualquer hora, se acontecesse alguma coisa, para não beberem, não aceitar carona de estranhos.

— O que está acontecendo com ele? – Elisa cochichou para a irmã, assim que saíram do carro.

— Sei lá! – Joana respondeu, dando de ombros.

 

Charles estava muito empolgado, não com a festa, mas pela surpresa que preparou para Joana, com todo cuidado e carinho, imaginando cada detalhe como ela teria sonhado. Queria que aquele fosse um momento muito especial para os dois, mal podendo esperar para estar com ela. Assim, quando a viu entrar pelo jardim, tão linda, teve vontade de puxá-la pela mão, levá-la logo dali, para ficarem sozinhos, no entanto, teria que ser paciente e esperar o momento certo para isso.

 

Uma das coisas que Dani menos gostava na vida era festa. Não gostava da vida social, de ter conversas banais com pessoas desinteressantes, da música alta e de toda aquela alegria conseguida a base de muita bebida alcoólica. Em outros tempos, desapareceria para o seu quarto, para assistir um bom filme ou ler um livro, mas agora, tinha um motivo para estar ali, Elisa, que surgiu linda naquele vestido branco, foi quase impossível tirar os olhos dela, mas disfarçou o melhor que pode, pois não tinha nenhuma esperança em relação a ela.

Joana parou, admirada, logo na entrada, deslumbrada pela linda decoração com balões brancos e lanternas de papel acesas, que se estendia como uma rede por cima de todo o jardim, preenchido por música, o cheiro e a brisa do mar completava o ambiente perfeito. Charles caminhou na direção dela, vestindo jeans de uma marca famosa e camisa branca, estava despretensioso e muito bonito, abrindo um sorriso lindo, que iluminou o seu rosto, seus lindos olhos verdes brilhavam, então ela pensou na decisão que tomara, sobre o que aconteceria naquela noite, estava ansiosa e assustada, mas resolvida.

— Está tudo tão lindo, Charles! – Joana elogiou, encantada, olhando direto para os olhos dele. – Acho que sua festa vai ser um sucesso!

— Ela já é, porque a única pessoa que me interessa já está aqui – ele respondeu em tom brando, afastando o cabelo de Joana do seu rosto e dando um suave beijo nos seus lábios.

 

Elisa olhou em volta, Charles já havia capturado Joana e a levou para dentro, ainda não havia mais ninguém conhecido, só Dani, poderia evitá-lo, no entanto, ela caminhou na direção dele, que estava sentado em um banco alto de um bar montado ali no jardim.

— Olá! – ela disse, de modo simpático, ao se aproximar. Ele ficou de pé imediatamente, em um pulo, espantado pela aproximação inesperada. Como se fosse a primeira vez que o via, Elisa notou como ele era alto e, não podia negar, bonito.

— Olá, Elisa! Você está muito bonita! – Aquele elogio a surpreendeu.

— Obrigada! Para mim também é estranho, me vestir assim dessa maneira.

— Não, você ficou muito bem assim. Quer beber algo? Água, refrigerante? Tem coquetel sem álcool.

— Não, obrigada, por enquanto, não.

 

Foi uma surpresa, quando Caroline saiu pela porta, em direção ao jardim, e sua primeira visão foi de Dani e Elisa juntos, conversando perto do bar, isso a deixou muito irritada, mas não podia transparecer, pensando que a garota até que estava bonitinha, mas ela não havia gasto tanto tempo se produzindo para perder para ela, então respirou fundo e caminhou suave e sensualmente em direção deles, notando os olhares masculinos que atraía a sua passagem.

— Olá, Elisa – Caroline disse em um tom casual, dando o seu mais belo e claro sorriso – Dani, seja bonzinho comigo e peça algo para eu beber – mudou para um tom mais sensual, segurando o braço dele.

— O que você quer, Caroline? – Dani perguntou, educadamente.

— Um mojito, por favor. Você não pode beber nada com álcool, não é mesmo, Elisa? Quantos anos você tem? – Caroline perguntou, provocadora.

— Dezessete – Elisa respondeu, sem rodeios.

— Dezessete? Pensei que fosse mais jovem, acho que era por causa dos seus cabelos – Caroline a instigou, Dani olhou para ela, desconfortável.

Elisa pensou em uma resposta malcriada, mas achou melhor deixar para lá, por causa da sua irmã. Nesse momento, um grupo desagradavelmente barulhento chegou, entre eles, estavam suas irmãs Maria e Lídia, então vendo aquela cena, Elisa pediu licença para as pessoas ao seu lado e foi na direção das irmãs.

— Vocês duas, não se metam em encrenca, nada de beber e vocês voltam para casa com a gente, senão eu conto tudo para o nosso pai. Ouviram bem? – Elisa falou baixinho, junto delas, em um tom autoritário.

— Estraga-prazeres! – Lídia exclamou, debochada.

— Entenderam? — Elisa repetiu, com veemência.

— Sim – elas responderam juntas, sem escolha.


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