Trouble Town escrita por Downpie


Capítulo 5
O dia que o tempo esqueceu


Notas iniciais do capítulo

oi gente só quero dizer que eu pesquiso antes de escrever
nao to brisando nao, confere as wiki tudo
bjs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/717870/chapter/5

 

Ekko foi acordado em um pulo por barulhos de tiro. Após o susto, ele lembrou-se que estava no esconderijo de Jinx, e naquele lugar caótico, isso era normal. Ao menos os tiros não eram na direção dele.

O dia anterior fora muito confuso. Jinx o agrediu, mas então pareceu ficar feliz com a presença dele — a garota estava quase surtando no meio da multidão, o que era até compreensível — e eles até mesmo chegaram a andar de mãos dadas, até que ela o puxou para um veículo em movimento enquanto ele conversava com a xerife. E quando ele achou que as coisas iam melhorar, ela fez amizade com um yordle chamado Ziggs, que parecia amar explosivos tanto quanto ela. E, após horas dos dois contando histórias sobre bombas, o yordle voltou para seu laboratório e Jinx permitiu que Ekko dormisse em sua casa, até mesmo fez um amontoado de almofadas para ele chamar de colchão.

— Que horas são? — Ekko levantou-se e foi até a sala onde anteriormente ele já esteve amarrado, Jinx estava pulando de um lado para o outro com sua metralhadora em mãos, mirando nos alvos pintados ao fundo da sala.

— Sete horas ou algo assim — ela respondeu. Hoje ela usava suas clássicas tranças, o que soava mais familiar a Ekko do que aquele falso cabelo curto.

— Desde quando você acorda cedo para treinar sua mira?  — ele percebeu que ela ainda usava um pijama com estampa de tubarão.

— Minha mira é incrível, só estou atirando por que é divertido — ela sorriu e jogou sua franja para trás. Jinx deu um beijinho em sua arma e a deixou sob a mesa. — Puxa, eu atirei tanto hoje... estou cansada... acho que não vou poder fazer meu café da manhã, oh não...

— Eu vou fingir que não sei que você acabou de começar — Ekko suspirou. Não havia muita dificuldade em preparar um sanduíche. A cozinha de Jinx não tinha muita coisa, parecia que ela preferia comer fora. Ele não conseguia imaginar a garota preparando uma refeição saudável, então parecia justo.

Após terminar a árdua tarefa de preparar dois sanduíches de geleia com manteiga de amendoim, ele voltou para a sala, onde Jinx agora polia suas armas enquanto sussurrava coisas para elas. Quando ela viu que Ekko a observava, parou abruptamente e sorriu para ele.

— O que você vai fazer hoje, Ekko? — ela perguntou gentilmente, pegando o sanduíche de sua mão e devorando-o sem cerimônia.

— Eu vou estudar, hextech e mecatrônica... coisas de nerd, sabe? — ele mentiu. Ele iria ver se a oferta de Caitlyn ainda estava de pé, mas não podia contar a Jinx quando ela tinha uma arma em mãos.

— Chaaato. Ziggs vai me dar alguns hexplosivos e eu vou testá-los. E de noite eu vou pintar a delegacia, heh — ela sorriu maldosamente. Ekko nunca iria entender o que ela via de tão engraçado em pintar prédios históricos de rosa. — Talvez pichar, também... faz tempo que não faço isso...

— Boa sorte, então — Ekko lhe lançou um sorriso educado, sem querer demonstrar o quanto estava frustrado por um yordle que ela conhecia há menos de um dia receber mais atenção do que ele.

— Se você quiser voltar pra cá depois... — ela deu de ombros sugestivamente. — Mas se você mexer nas minhas coisas eu vou saber!

— Hm, acho que vou ler seu diário secreto então... — Ekko brincou.

— Eu não tenho um diário secreto — Jinx acenou negativamente com a cabeça e revirou os olhos, voltando para seu quarto.

Ekko comeu seu sanduíche, pensando sobre a reunião com Caitlyn. Ele chutava que ela iria lhe oferecer uma carta de recomendação em faculdade ou algo assim. Bem, dependendo do que ela dissesse, ele aceitaria. Qualquer ajuda era bem vinda, mas ele não iria trair seus princípios igual Vi fez.

Ele tomou o bonde para idosos e crianças para chegar à delegacia. Todos os idosos e pirralhos lhe lançaram olhares e cochicharam, pois ele deveria estar no bonde rápido, mas ele simplesmente detestou aquilo. Quando chegou, a delegacia ainda não era cor de rosa, então era seguro entrar. Assim que entrou, o cara que estava na recepção ficou o encarando.

— Meh, eu estou aqui para ver a xerife Caitlyn — Ekko disse, constrangido.

— Cara, eu sou o cartógrafo,  não o recepcionista... mas, é, ela já deve estar chegando — o garoto sorriu para ele, ainda revirando alguns papéis na mesa. O rapaz o encarou novamente, parecendo confuso. — Desculpe, você me parece familiar... eu já te conheço? Se você conhece um cara chamado Ezreal, sou eu.

Ekko já ouvira falar de Ezreal, o explorador de Piltover. Em Zaun, as pessoas costumavam chamá-lo de ‘barbie arcana’. Era um jovem mago explorador que pagava de aventureiro rebelde por que não fez a tecmaturgia como seus pais indicaram. Ekko o considerava um poser.

— Já ouvi falar de você, mas creio que não nos vimos pessoalmente. Eu sou Ekko — ele respondeu, tentando não julgá-lo tanto quanto queria.

— Eu acho que nós nos vimos no bonde ontem! Você foi o cara que quase teve um ataque cardíaco, não é? Estava com uma garota de cabelo azul... — ele sorriu, parecendo se lembrar da cena. Ekko gelou, sabendo que se Caitlyn soubesse que Ekko tinha conhecimento de onde Jinx morava e o disfarce que ela usava no dia a dia, ele teria de escolher entre ser socado por Vi até morrer ou ser fuzilado por Jinx.

— Pfft, deve estar me confundindo com alguém — Ekko tentou soar simpático.

— Eu acho que é você mesmo... olhe, o cara tinha dado seu cachecol à menina de cabelo azul, e você não está de cachecol...

— Isso não é uma evidência de verdade.

— O que você está escondendo, mano? — Ezreal não soava cínico, mas mesmo assim Ekko estava aterrorizado.

— Eu estou saindo escondido com aquela garota, Freya — Ekko sussurrou, tentando inventar alguma história plausível. — E eu acho que algum parente dela trabalha por aqui, então eu não queria que ninguém ficasse sabendo... eu seria um homem morto.

Ekko sabia que Jinx iria matá-lo por essa história. Quando ele tinha quinze anos e ia para o orfanato o tempo todo, Jinx começou à acompanhá-lo aos lugares. E então, quando seus coleguinhas de classe perguntaram quem era aquela garota descolada que andava com aquele nerd pobre que ninguém gostava, ele havia dito que era sua namorada. Nada deu mais errado do que tê-la como uma furiosa namorada de mentira.

— O amor é lindo, não? Tudo bem, cara. Seu segredo está à salvo comigo — Ezreal piscou para ele.

Ekko não sabia se Ezreal estava zoando com ele ou apenas era ingênuo, mas ele parecia ser um dos caras bonzinhos.

— O que você está fazendo aqui de novo, moleque? — Vi fez uma careta ao encarar o garoto com um moicano.

— Com certeza não estou atrás de vendidas — Ekko retrucou no mesmo tom ríspido dela. Ele conhecia Vi o suficiente para saber que ela adorava briguinhas.

— Ainda nisso? Eu não te conheço, maluco — ela revirou os olhos, mexendo em suas manoplas.

— Cuidado, eu tenho fotos da sua fase esquisita da adolescência e não tenho medo de espalhá-las. Você gostava de novelas, música ioniana e usava polainas — o garoto se esforçou para ameaçá-la sem rir. Ninguém gostaria de conhecer Vi quando ela tinha treze anos, era insuportável.

— Eu acho que se eu ouvir sua voz de novo vou ser obrigada a te socar — ela não teve a reação envergonhada que Ekko esperava, pareceu um tanto assustada e confusa.

— Ninguém soca ninguém no meu turno — Caitlyn chegou, andando rápido e largando um envelope na mesa da recepção. Vi sorriu para ela de um jeito engraçado. Ekko conhecia aquele olhar... se ele não achasse que a garota iria socá-lo, ele zombaria do sorrisinho bobo dela.

— Hm, você chegou antes da hora do chá — Vi a cumprimentou com uma imitação do sotaque britânico. Caitlyn sorriu e revirou os olhos.

— Ekko, estou surpresa por você ter vindo. Não tivemos a oportunidade de terminar nossa conversa... — ela franziu o cenho. — O que exatamente aconteceu? Eu fiquei realmente confusa.

— Me puxaram para dentro do trem — Ekko explicou, sentindo-se estúpido por dar a resposta mais óbvia. Ele decidiu mudar de assunto antes que mais perguntas viessem. — O que você tinha para me dizer, então?

— Me acompanhe — ela assentiu e caminhou até sua sala, abrindo a porta e se alojando lá; o garoto a seguindo. Vi parecia ter ido junto por segurança, pois claramente achava que ele era maluco. Ekko sentou-se, sem dizer nada.

Caitlyn pegou alguns papeis em sua mesa e os organizou, o que levou certo tempo. Ekko e Vi continuaram em silêncio, encarando um ao outro. Ela parecia interessada em saber o que ele queria, mas ao mesmo tempo, parecia odiá-lo. Ekko apenas queria sua amiga de volta. Talvez depois ele pudesse perguntar para Jinx o que deu nela.

— Então, quantos anos você tem, Ekko? Olhe, me parece que você está terminando o colegial, prestes à passar pela fase mais estressante da juventude: escolher o que você vai fazer pelo resto da vida — a xerife disse. — Você já tem planos?

— Dezoito, eu já terminei o colegial. Vou esperar mais um semestre para começar a faculdade, sabe? Arranjar um trabalho para pagar a faculdade e trabalhar na minha invenção. Eu inventei um dispositivo que volta alguns minutos no tempo, por isso eu tenho várias escolhas — ele decidiu que não havia nada demais em contar seus planos para o futuro.

— Voltar no tempo? Impressionante — Caitlyn sorriu. — Se com dezoito você já consegue fazer isso, sabemos que podemos esperar grandes coisas de você. E para isso, você precisa de recursos. Eu lhe ofereço ajuda, garoto. Como precisar. Aqui em Piltover, nós fazemos de tudo para ver garotos como você sucederem. Até me lembra de Jayce quando ele era mais jovem...

— Eu nunca quero ser como esse cara — Ekko acenou negativamente com a cabeça, fazendo o sorriso da xerife transformar-se em uma leve confusão. — Eu confio no meu potencial. E Zaun levará todo o crédito pelo meu sucesso, e não Piltover. Sabe, eu sou tutor num orfanato, eu cuido dos pequenos ladrõezinhos de rua como Jinx e a sua preciosa Vi. Eu sou a inspiração daquelas crianças, eu não quero que elas pensem que eu sou um vendido, entende? Tudo o que eu faço é pelo bem delas — ele fez questão de olhar nos olhos de Vi enquanto falava, deixando a moça desconfortável.

— Eu compreendo. Existe mais em Zaun do que cientistas assassinos. Vi me provou isso, e agora você também — ela assentiu de maneira calma. — Sem querer ofender, mas você não vai muito longe se continuar em Zaun. Suas intenções são contrarias às das pessoas que governam lá, você não teria chance. E mesmo que tivesse, tudo seria manipulado para que sua invenção virasse uma arma para Noxus. Olhe, não estou pedindo para que você vire um aliado de Piltover ou de Demacia, mas que apenas considere abranger novos horizontes. O espírito de Zaun sempre vai continuar em você se você continuar lutando por sua cidade.

Ekko apenas achava que Vi tinha alguma salvação por conta de sua aparência. Ela não se disfarçava de piltovense, ela tinha o visual punk assimétrico típico de Zaun — quer dizer, ela tinha um tutu na armadura, tatuagens e a cabeça raspada pela metade! Você não achava piltovenses assim. O espírito de Zaun continuava nela. Então, ele, que lutava por sua cidade, não iria perder sua essência ao aceitar uma merecida ajuda.

— Modéstia à parte, eu tenho um nome muito forte nas regiões aliadas de Demacia. É sério, eu posso te escrever uma carta de recomendação para faculdade, te ajudar a montar um laboratório, lhe apresentar aos maiores cientistas que eu conheço... eu só quero te ajudar — mesmo que fosse muito suspeito, ela soava sincera.

— E o que você ganha em troca? — Ekko achava aquilo fácil demais para ser verdade.

— Valoran ganha um cientista zaunita que não é psicótico. Zaunitas tem um ótimo dom para ciência, tenho que admitir. Mas os métodos... — ela acenou negativamente com a cabeça, fazendo o garoto concordar.

Enquanto conversava, Ekko olhou para cima e viu Jinx com sua roupa de combate e trancinhas pela janela que ficava quase no teto. Primeiramente ele sentiu que estava ferrado por ter mentido para ela, e segundamente queria muito saber o que diabos ela fazia no teto da delegacia às oito e meia da manhã. Assim que ele a encarou, ela lhe mostrou o dedo médio, claramente furiosa.

— Ajuda de graça, então? Eu seria um tolo se não aceitasse — Ekko desviou seus olhos para Caitlyn novamente, antes que elas também vissem Jinx no telhado.

— Olhe, moleque, a Cait pode ser boazinha, mas eu não sou. Se você vacilar, está fora. Ela está te dando uma chance que muitos matariam para ter, se... — Vi rosnou, mas foi cortada por uma risada incrédula de Ekko.

— Uau, você realmente é uma vendida! Quem diria que a líder que eu admirava se resumiu à um pau mandado — ele falou com certo desprezo.

— Eu já te falei umas três vezes que eu não te conheço, moleque! Sério, qual é o seu problema comigo? O que eu fiz para que você viesse me perseguir? — Vi esbravejou, parecendo sem paciência para o drama de Ekko.

— Você deu as costas para seus amigos, Vi — Ekko sabia que se ele dissesse mais algo, ela iria gritar com ele novamente, então ele apenas pegou sua carteira e tirou a foto que ele guardava de ele com Vi e Jinx, quando eles tinham treze anos e os rostos constrangedores da pré-adolescência e um Ajuna com cara de bebê.

Ele deixou a foto sob a mesa, e Vi pegou num reflexo rápido, parecendo alarmada. Ekko se lembrava do dia, ele teve que viajar por um verão com os seus pais, e então Ajuna teve a ideia de tirar uma foto — com uma câmera que Jinx havia roubado há algumas semanas e apenas usava para tirar fotos das pessoas fazendo caras engraçadas — e deixar na carteira dele, para que ele pudesse vê-los todo dia. Vi estava rindo, X fazia um biquinho e exibia um X pintado de canetinha em sua bochecha, Ekko fazia uma careta e Ajuna tinha seu sorriso angelical de bebezinho.

— Eu não me lembro disso... — Vi olhava para a foto como se fosse um alienígena. — É, não dá para negar que aqui sou eu, mas...

Vi ficou em silêncio, parecendo muito confusa. Caitlyn a observava atentamente, mas não parecia ter nada a dizer. Ekko tinha várias coisas para dizer, mas não sabia por onde começar. Ele olhou para a janela perto do teto, Jinx os observava curiosamente, mas tentou disfarçar quando viu que o garoto a encarava. E então ela pegou seu batom cor de rosa e escreveu “eu te odeio” em letras grandes no vidro da janela.

— É a Jinx? — Vi fez uma careta, incrédula. Era a primeira vez desde que ele chegara em Piltover que ela não parecia ser arrogante. — Cara, isso tá parecendo uma noite de ressaca... está até me dando dor de cabeça.

— É ela, sim. Nessa época, ela atendia por X. Antes de ela ficar doente era tudo tão... incrível. Você ficava reclamando que não gostava da sua tatuagem, então ela desenhava um X na bochecha para ficar que nem você — Ekko contou, a nostalgia lhe atingindo com um sorriso.

— O que aconteceu com ela? — Caitlyn quis saber.

— A única que sabia era a Vi... — ele mentiu, não querendo contar demais.

— Eu não vivi isso — a garota de cabelos rosa ainda encarava a foto, chocada e confusa.

— Mas eu sim — a voz estridente de Jinx foi ouvida, ela havia aberto a janela e não tinha expressão nenhuma em seu rosto. Vi a encarou, ainda atordoada. Jinx riu. — O que foi, mãozuda? As historinhas dele te comoveram? Olhe, ele é um ótimo mentiroso. Se eu não confio nele, por que vocês deveriam?

— Nós éramos amigas? — Vi parecia de certo modo furiosa e triste.

— Na verdade, você é minha irmã — Jinx mentiu. Vi arregalou os olhos e encarou Caitlyn, que parecia mais chocada do que ela. Ekko não sabia o por que ela mentiu. — Mas tipo, você meio que morreu para mim depois do que você fez... sabe, tudo isso é culpa sua. Eu vou destruir a sua cidade e a sua reputação, as coisas que você mais preza além da sua namoradinha... do mesmo jeito que você acabou com tudo para mim.

A voz de Jinx era eufórica e nervosa, como se ela tivesse esperado muito tempo para dizer aquilo. Vi parecia paralisada enquanto Caitlyn sorrateiramente ia pegando sua arma.

— Blá-blá-blá, eu sei que você não se lembra e tal... mas eu acho que é melhor assim, sabe? Eu estou te punindo pelo o que você fez, e, cara, você merece muito mais do que isso! A melhor parte é que você acha que é inocente!

— Não é assim que se conserta as coisas, Jinx — Caitlyn disse, apontando sua arma para ela. A garota de tranças riu espalhafatosamente, fazendo com que Vi cerrasse os punhos.

— Ai ai... tudo isso é inútil. Se quiserem podem tentar vir aqui me alcançar, mas eu ainda tenho que terminar de montar meus explosivos... ah, eu coloquei fogos de artifício hoje, chapeleira, você vai adorar! — foi ouvido barulho de Jinx andando no telhado, mas logo ela voltou. — Ah, Ekko, eu acho melhor você voltar para a casinha dos seus pais. Se eu te vir por aí de novo eu vou te matar com as minhas três armas.

Com uma piscada, a garota foi embora de vez com o barulho do foguete dela decolando sendo ouvido. Ekko respirou fundo, sabendo que estava em uma enrascada.

— Não estou me sentindo bem, pomzinha... — Vi sentou-se no chão rapidamente, quase como se estivesse desequilibrando-se. Caitlyn agachou-se ao seu lado e abraçou sua cabeça.

— Está tudo bem, Vi. Eu estou aqui com você, sempre — Caitlyn usou uma voz firme e doce para consolá-la. Ekko achou que seria rude perguntar o que havia de errado com Vi.

— Moleque, o que ela disse é verdade? — Vi parecia arrasada.

— Vocês não tem o mesmo sangue, se é isso que quer saber — Ekko falou calmamente, sentindo certa pena dela, o que quer que estivesse acontecendo.

— Me ligue depois, eu preciso saber de tudo — ela soou amarga.

— É, é seu direito, são suas memórias — Ekko assentiu com a cabeça. — Eu te conto tudo o que eu sei, mas ela sabe mais do que eu. Ela poderia te contar tudo desde o dia em que você nasceu. Talvez eu pudesse arranjar um jeito de fazer vocês duas conversarem, sabe, sem manoplas e armas...

— Você tem contato com ela? — Caitlyn soou um tanto furiosa.

— Ela me achou na rua duas vezes, é — Ekko mentiu.

— Aquela garota que te puxou para o bonde... era ela, não? Ekko, você faz questão de quantas vidas você poderia salvar se a entregasse? — a xerife ainda abraçava Vi, parecendo cada vez mais furiosa.

— É claro que eu sei, xerife. Mas eu sou apaixonado por aquela garota desde o dia em que eu a conheci. Eu nunca poderia me perdoar se traísse a confiança dela. O amor faz você não conseguir pensar direito, creio que vocês duas entendam. Sabe, ela não é tão maluca assim. Só precisa de um amigo. E agora ela me odeia — Ekko suspirou, sentindo-se estúpido por admitir o seu maior segredo para a mulher.

— Bem, eu não posso te ajudar com sua carreira se você estiver envolvido com criminosas — ela suspirou.

— Tudo bem, então. Zaunitas sempre conseguem se virar, não é mesmo? — Ekko sabia que estava perdendo uma grande oportunidade, mas desde o começo não achou que seria honesto aceitá-la. — Vi, se você quiser saber de algo, me chame. Eu digo tudo o que eu sei. Mas agora eu tenho que ir numa missão suicida para recuperar a confiança daquela mulher.

Ekko foi embora com o olhar de Caitlyn pesando sob suas costas, sabendo que ela estava lhe implorando para pensar duas vezes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

ezreal mto burro
ekko sendo cuzao com a vi é isso msm
caitlyn rainha da porra toda
jinx gotica chorando por dentro



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Trouble Town" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.