Lyssa e o Ruivo - ONE SHOT escrita por Beatriz


Capítulo 1
Capítulo Unico


Notas iniciais do capítulo

Estou meia enferrujada, faz um tempo que não escrevia.
Boa Leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/717863/chapter/1

― Definitivamente, você vai vomitar dentro do meu carro. ― O ruivo de olhos castanhos ao meu lado reclamou e eu revirei meus olhos. ― Só me explica porque você está nervosa se não é você que vai casar?

Eu tentei abrir minha boca duas vezes para achar uma explicação e não consegui.

Por que eu estava tão nervosa? Meu cérebro começou a processar as informações, enquanto o ruivo ainda esperava uma explicação.

    Talvez eu estava nervosa porque era ele que iria casar. O cara que sempre quis compromisso sério comigo e eu dizia não, o cara que eu enrolei por um ano e meio, o cara que me deixou uma carta e disse que se eu não queria algo sério, ele iria procurar alguém que queria e ele achou. E agora dois anos depois eu recebi um convite de casamento endereçado a mim e a um acompanhante. Porque eu recebi? Simples, tínhamos praticamente o mesmo ciclo de amigos, praticamente ninguém sabia do que aconteceu entre nós e se eu não recebesse o convite muitas pessoas iriam querer saber o que aconteceu.

    Mas você deve estar se perguntando, porque você está tão nervosa?

    Porque provavelmente, apesar de tudo, eu gostava dele. Eu só não queria compromisso sério naquela época. E eu pensei que havia superado isso, já que uma vez por mês nos encontrávamos em um churrasco, como já falei temos o mesmo ciclo de amigo. Mas, olhando para meu estado nesse momento, eu não sei de mais nada. Talvez eu estava passando mal, por passar, o que estava acontecendo muito, e Nathan estava colocando coisas na minha cabeça.

 

Olhei para Nathan, meu melhor amigo, que ainda esperava uma resposta.

― Eu não sei. ― Falei.

Ele tirou a atenção da estrada para me olhar por dois segundos e a única coisa que fez foi balançar a cabeça e sorrir.

― Que foi? ― Perguntei enquanto ele dava sinal. Ele iria parar o carro?

Ele apenas me olhou por mais dois segundos e parou o carro no acostamento. Estávamos em um local nada apropriado para saltar do carro, mas mesmo assim ele saltou e sentou no capô. Ótimo, ele enlouqueceu.

Olhei para o vestido azul em cima do banco de trás. O casamento era  amanhã às quatro da tarde, não era nem meio dia ainda. Desvie os olhos do vestido e voltei a olhar para o ruivo, ele me encarou e depois fez sinal com a mão. Estava me chamando.

Não fechei a porta do carro, o que eu mais queria era ficar lá dentro e não onde eu sentia o vento quando os caminhões passavam.

― O que foi? ― Perguntei cruzando os braços, acabei me encostando no capô do carro, junto com ele

― Eu quero ter certeza que você não vai fazer nenhuma merda. ― Ele olhou para o céu. Estava um dia lindo.

― Por que eu iria fazer…

― Corta essa Lyssa. Está estampado na sua cara que você gosta dele. Ou porque você está assim, passando mal.

― Eu não gosto dele. ― Tecnicamente eu não menti, eu tinha quase certeza, que não gostava dele. Apesar de estar nervosa. ― E não é culpa minha se talvez eu fique enjoada andando de carro.

― Você não tem problemas em andar de carro.

Ele riu e balançou a cabeça, novamente.

― Esqueceu que eu conheço você, muito mais do qualquer outra pessoa. ― Ele abaixou sua boca até meu ouvido e sussurrou. ― Muito mais do que um amigo deveria conhecer. ― Um arrepio percorreu meu corpo. ― Preciso ligar para minha mãe, sabe como ela é. ― Balancei a cabeça e ele entrou no carro.

Continuei no mesmo lugar.

É claro que ele me conhecia muito mais do que um amigo deveria conhecer. Éramos namorados, no último ano do colégio. Namoramos até dois meses depois de começarmos a faculdade, então resolvemos terminar, amigavelmente. Queriamos apenas conhecer gente nova. Ficamos meses sem nos ver.

No réveillon daquele ano nos encontramos e acabamos virando amigos, melhores amigos. No começo tínhamos recaídas. Mas, quando arrumamos alguém, ele uma namorada e eu apenas mais alguém que não iria durar, aprendemos a controlar nossas vontades e mesmo depois quando ele terminou com a namorada  e eu já estava sozinha, não tivemos mais recaídas.  Até quatro semanas atrás, quando estávamos bêbados e só percebemos que algo aconteceu quando acordamos. Mas concordamos em fingir que nada havia acontecido.

Olhei para o ruivo, que desligava o celular e sorri, ele me olhou e também sorriu. Ficamos nos encarando por alguns segundos, até ele colocar a cabeça para o lado de fora da janela do carro e gritar.

― Nanica, temos um tempo longo de estrada, e quanto mais cedo você entrar nesse carro, mais cedo eu vou poder comer algo além de batata e beber alguma coisa, que não seja café.

Nanica, era um apelido que ele me deu quando nos conhecemos no colégio, porque eu tenho um metro e cinqüenta e sete  

O Casamento era longe de casa e a única coisa que eu havia conseguido, já que saímos cedo, foi em um posto de gasolina às sete da manhã.

Corri para o carro e voltamos para estrada.

 

            (...)

 

Meia hora depois que voltamos para estrada, fomos obrigado a parar em uma lanchonete, que era bem aconchegante.

Olhei para o relógio na parede da lanchonete, enquanto mastigava o último pedaço de sanduíche. Dez e cinquenta e cinco. Tínhamos bastante tempo.

― Agora que estou bem alimentado posso dirigir com mais atenção. ― Eu sorri.

― Você poderia me deixar dirigir também? Não é justo só você dirigir, vai estar exausto de noite. ― Comentei.

― Tudo bem. ― Olhei surpresa, foi muito fácil. Estava pensando que iria ter que implorar. ― Que foi? Estou cansado. Eu vou pagar e pegar alguma coisa para beber e comer durante o caminho.

    Vinte minutos depois que voltamos para estrada, tivemos que parar.

    ― Maravilha. ― Nathan comentou, enquanto eu parava atrás de um caminhão. ― Tudo que precisávamos era de uma fila e… olha só que legal, não tem sinal de celular aqui. ― Ele falou enquanto levantava o celular até o teto do carro.

    O Ruivo começou a mexer no painel do carro enquanto eu batia meus dedos no volante. Parecia que as coisas estavam começando a dar errado.

    Nathan havia achado algum papel.

    ― Achei. ― Ele falou enquanto abria o pedaço de papel. Era um mapa.

    ― Sério, que em pleno século XXI você tem um mapa no seu carro?

    ― Eu peguei isso no posto de gasolina de manhã cedo. ― Ele falou analisando. ― Pelo mapa parece que tem dois modos de chegar ao nosso destino.

    ― O GPS não disse isso. ― Comentei.

    ― Segundo o mapa, daqui as uns cinco quilômetros tem um atalho.

    ― E você espera que eu ande cinco quilômetros como, se fila ta parada? ― Ele olhou para mim com um sorriso divertido e um olhar malicioso.

    ― Pelo acostamento.

    Eu dei uma gargalhada falsa.

    ― Nem em sonhos. Vamos continuar na fila.

    ― Se você diz. ― Ele deu de ombros.

    ― Eu não vou andar cinco quilômetros por uma acostamento para pegar um atalho que o GPS do meu celular não avisou que existia.

    ― E ele não vai avisar. ― Olhei sem entender o que ele queria dizer. ― Lyssa você está sem bateria.

    Olhei para meu celular em um suporte no painel do carro.

    ― Maravilha. ― Falei ironicamente.

    Primeiro a fila, depois o celular de Nathan sem sinal e o meu sem bateria. Qual era a próxima coisa que iria acontecer?

    ― Não pode ficar pior. ― Comentei e Nathan me repreendeu com o olhar.

    ― Quando a situação não é das melhores você nunca deve usar essa frase. Porque tecnicamente a situação piora. ― Eu ri.

 

And now all this time is passing by

But I still can't seem to tell you why

It hurts me every time I see you

Realize how much I need you

 

I hate you I love you

I hate that I love you

Don't want to, but I can't

Put nobody else above you

 

Eu cantava baixinho, junto com a música do rádio.

Já haviam se passado dez longos minutos, para não dizer que estávamos em um silêncio completo havia música.

    ― Podemos perceber que a fila não vai andar tão cedo.  ― Nathan quebrou o silêncio e eu balancei a cabeça afirmando.

    ― A única sorte que temos é que o sol foi embora. ― Falei olhando para aquele céu nublado e feio.

    Enquanto eu olhava para o céu Nathan suspirou. Ele era impaciente assim como eu. Mas se houvesse alguma competição ele ganharia.

    ― Por que vocês terminaram? ― Ele perguntou.

    Ótimo ele iria aproveitar a fila para fazer perguntas que ele já sabia a resposta.

    Balancei a cabeça negativamente.

    ― Não se termina o que nunca começou.

    ― Qual é Lyssa? ― Ele começou a bater com os dedos no vidro do carro. ― Você nunca disse sim para o pedido de namoro, não divulgaram para quase ninguém, mas foi um  ano e meio. Era praticamente um namoro.

    ― Não, não era.

    ― Então me diga a verdade. Só tem nós dois aqui dentro do carro  e estamos em um fila que não vai acabar tão cedo. Porque você nunca aceitou o pedido? ― Era uma pergunta diferente da primeira. Eu encarei os seus olhos castanhos e ele encarou meus olhos verdes. Como eu saio dessa?

    ― Cinco quilômetro não é?

    Ele riu.

    ― Você é impossível.

    Andar cinco quilômetros não foi tão ruim quanto entrar no atalho. Era uma estrada de chão, cheia de buracos. O pior é que não havia sinal de celular, ainda e ninguém passava por ali.

    ― Você tem certeza que esse mapa é confiável? ― Perguntei.

    ― É a décima vez que você me pergunta isso Lyssa em trinta minutos. E é um.mapa de posto, como eu vou saber se é confiável.

         Ótima resposta querido amigo

    ― Nathan, se já fazem trinta minutos que eu estou dirigindo nessa estrada cheia de buracos, era para ter visto alguma coisa, nem bicho tem aqui.

    ― Relaxa nanica, o que pode acon… ― Antes que  ele terminasse de falar eu caí em um buraco e houve um estouro em uma das rodas traseiras.

    ― Você não devia ter falado isso. ― Comentei enquanto tirava meu cinto de segurança.

    ― Ótimo, maravilhoso. ― Ele falou saltando do carro e batendo a porta com tanta força que eu pensei que havia quebrado.

    Comecei a fazer minha lista de coisas que estavam dando erradas enquanto saltava do carro.

         Pegar um fila que não andava. √

        Fiquei sem bateria no meu celular.√

       Nathan ficou sem sinal no celular.√

       Resolvemos confiar em um mapa de posto.√

       Cai no buraco e acabei com um pneu.√

    Nathan estava abaixado olhando o pneu, eu resolvi fazer o mesmo. Coloquei a mão em seu ombro e ele me olhou, com uma cara nada boa.

             Ah, deixei meu melhor amigo com raiva.√

    ― As vezes eu me pergunto porque aceito essas suas ideias malucas. ― Ele falou mais para sí mesmo do que para mim.

    ― Ideias malucas? Fomos convidados para um casamento.

    ― Você foi convidada para um casamento. ― Ele gritou.

    ― E eu podia levar um acompanhante e escolhi você, merda. ― Gritei. ― E se você não queria viajar quase setecentos quilômetros comigo, poderia ter avisado antes.

― Quer saber, entra no carro enquanto eu vejo o que posso fazer com isso. ― Ele chutou o pneu.

Eu entrei no carro e logo em seguida começou a chover.

(...)

Apertei o celular de Nathan que estava em cima do banco do carro para ver as horas: Já fazia uma hora que ele estava embaixo da chuva tentando arrumar o pneu.

Saltei do carro, foda-se que eu iria encharcar minha roupa e que minha blusa era branca.

― Você devia estar lá dentro. ― Ele comentou mau humorado.

         Cruzei os braços e observei o que ele estava fazendo. Ele estava trocando o pneu, mais óbvio que isso impossível.

       Olhei para o céu, a chuva não parecia que iria embora tão cedo e nem o silêncio entre nós dois, Nathan era muito bom em ficar bravo com alguém. Eu não.

       Então resolvi responder a única coisa que havia nos levado aquele momento.

Porque você nunca aceitou o pedido?

    ― Eu vou responder sua pergunta, se você prometer que não vai continuar bravo comigo.

    A resposta de Nathan foi um suspiro.

    ― Eu nunca aceitaria namorar com ele, porque Alecxander é sinônimo de machismo e possessão. Ele era legal, eu gostava dele, mas nunca foi o que eu esperava. ― O ruivo me olhou. ― Na realidade eu acho que ninguém nunca vai ser o que eu espero. Eu quero alguém que entenda que em um minuto eu possa estar ouvindo um rock e no minuto seguinte um funk. Que eu possa ver um filme ou uma série de ação e também uma de adolescente. ― Ele riu, não era a primeira vez que ele ouvia isso de mim. Eu suspirei e falei algo novo. ― Eu só queria alguém que entendesse que o pedido não precisa de flores ou chocolate com anel e sim de um panda gigante e um anel. Porque eu sou assim, eu sou diferente das outras e gosto de ser diferente delas. E o que me torna única.― Eu olhei para Nathan. ― Eu não sei porque estava nervosa hoje cedo, mas eu pensei muito durante esse tempo de viagem e tenho certeza que não é porque eu gosto dele. Porque tudo que eu menos preciso é de um cara que vá mandar na roupa que eu vou usar. ― Nathan levantou do chão e me abraçou.

    ― Fui meio idiota com você.

    ― Ainda bem que você sabe. ― Eu falei e empurrei ele. ― Você está todo sujo.

    ― Eu já acabei. E não vai adiantar nada trocar de roupa agora que eu já estou todo sujo, mas você deveria trocar essa blusa. ― Ele sorriu com malícia para mim e eu dei um tapa nele.

   

 

            (...)

 

― Você veio! ― Uma voz que eu conhecia muito bem, falou surpresa.

― Você me mandou um convite, então… ― Encarei os olhos azuis. ― eu o que usei.

― Vocês podiam ter feito o casamento em um lugar mais perto. ― Nathan chegou reclamando ao meu lado.

Alec começou a nos observava. Eu ainda estava com os cabelos molhados por causa da chuva e Nathan todo sujo.

― Os pais de Hilary são donos deste hotel, então resolvemos fazer aqui.― Alecxander perguntou. ― Mas, o que aconteceu?

― Tivemos pequenos problemas no caminho. ― O ruivo falou.

― Alguém resolveu pegar um atalho e não deu muito certo. ― Comentei e Nathan riu.

Alec me analisava

― Eu adoraria que você nos indicasse algum lugar para tomar um banho. ― Nathan falou.

Os dois já se conheciam, mas não tinha uma relação muito amigável. Era meio oi, tudo bem e nada mais.

― Vocês foram um dos  últimos a chegarem. ― Ele comentou enquanto pegava uma chave na recepção. ― Então não tem mais quartos de solteiro disponível.

― Sem problema. ― Falei. Não havia problema nenhum, não iria ser a primeira vez que iríamos dividir uma cama.

― Vou pedir para alguém levar as malas de vocês até o quarto.

― Obrigada. ― Nathan falou e me puxou para o elevador.

Assim que as portas do elevador fecharam, Nathan começou a rir.

― Você acreditou naquele “não tem mais quartos de solteiro disponível?” ― Eu havia acredito, até aquele momento.

― Por que não seria verdade? ― Perguntei.

― Porque, claramente, ele queria saber se estávamos juntos.

Olhei para o ruivo.

― Ele vai se casar em menos de vinte quatro horas. ― Comentei.

― E claramente, você mexe com ele. ― As portas do elevador começaram a abrir e Nathan piscou para mim e saiu do elevador.

― Ele que se foda. ― Falei e pulei nas costas de Nathan.

― Nanica, você é pesada. ― Ele comentou e eu dei um tapa em sua cabeça.

― Você não devia reclamar do meu peso, já que eu posso te colocar para dormir no lado de fora do quarto.

― Você está leve como uma pluma. ― Ele falou ironicamente.

― Pensei que vocês não iriam vir. ― Uma voz falou atrás de nós.

Era Hilary.

Nathan se virou para ela, comigo ainda nas costas.

― Tivemos problemas no caminho. ― Comentei. ― Alguém resolveu pegar um atalho em uma estrada de chão. ― Saí das costas de Nathan.

― E alguém caiu com meu carro no buraco e acabou com o pneu.

Ela riu.

Hilary tinha cabelos loiros e olhos azuis e era alta. Tudo bem, qualquer um era mais alto do que eu.

Ela estava me analisando, contando que fazia tempo que ela não aparecia nos churrascos do mês, ela ainda não havia visto meu novo corte de cabelo. Eu havia aderido ao long bob e dado uma clareada nas pontas do meu cabelo castanho

― Parece que vocês tiveram uma viagem um pouco estressante. Eu só vim avisar que o jantar vai ser servido às oito e vai ser meio que um festa em comemoração a amanhã.

― Tudo bem. ― Falei.

― Vocês devem estar com fome. Vou pedir para trazerem algo para comerem. ― Ela falou e nos deixou sozinho.

          ― Ainda bem que ela ofereceu comida. ― Ele falou e eu balancei a cabeça concordando.

           O quarto era espaçoso, tinha varanda e uma banheira no banheiro. Ou seja estava de bom tamanho para duas noites.

           ― Eu durmo do lado direito da cama. ― Nathan falou.

          ― Jura? Vou fingir que não sabia disso Nat.

          ― Odeio que me chame assim. ― Ele falou e eu sorri.

          ― Eu sei.

         Alguém bateu na porta.

          ― Olha só eu preciso de um banho, você atende a porta. ― Ele falou e correu para o banheiro, sem me dar chance de responder.

         A pessoa bateu na porta de novo. Gente impaciente.

         Assim que abri a porta, pensei que estava tendo alucinações. Era Alecxander, ele estava carregando as duas malas, meu vestido e também um carrinho que tinha comida em cima. Foi aí que me dei conta, eu estava com fome, muita fome.

     ― Hilary pediu para trazer comida. ― Ele comentou quando viu meu olhar pousar sobre o carrinho.

     ― E você não iria achar alguém para trazer as malas?

      Antes que ele respondesse tirei meu vestido de suas mãos.

     ― Mas não achei. ― Falou entrando no quarto sem nem pedir.  ― Vou deixar as malas em cima da cama. ― Ele saiu do quarto e voltando com o carrinho. ― E isso aqui. ― Ele colocou o carrinho em frente à cama.

     Encarei tudo aquilo, ele não podia ter trago tudo sozinho.

     ― Como você subiu até aqui com isso tudo? ― Perguntei curiosa.

     ― Minha sogra me ajudou, ela estava vindo para o quarto dela, que é ao lado do seu.

   ― Nosso.  ― Nathan falou abrindo a porta do banheiro e colocando a cabeça para fora. ― Eu preciso da minha toalha.

   ― Eu vou deixar vocês dois sozinhos.

   ― Volte sempre. ― Nathan gritou antes dele fechar a porta.

   Encarei ele é balancei a cabeça negativamente.

   ― Eu preciso da minha toalha. Sem chance que vou usar essas toalhas aqui.  

  ― Você é fresco às vezes.  ― Comentei enquanto abria a mala e pegava a toalha.

   ― Fresco? ― Ele comentou.  ― Minha cara Alyssa você já pensou por onde essas toalhas andaram? ― A minha cara deve ter sido muito boa, porque Nathan caiu na gargalhada e a única coisa que eu pensei foi:

A partir desse momento eu nunca mais vou consegui usar nenhuma toalha de hotel.

   (...)

    Eram sete horas. Estávamos deitado na cama, cada um no celular, a única diferença é que eu estava passando mal. Aquele sanduíche não me fez nada bem.

      Percebi que Nathan havia parado de fazer o que estava fazendo para me olhar.

      ― Eu posso ver se tem alguma farmácia ou algo aqui perto. ― Ele comentou, pela milésima vez.

      ― Eu já disse, já vai passar. Eu devo estar com algum problema de  estômago, não é a primeira vez que isso acontece.

   Ele pensou.

     ― Então deveríamos começar a pensar em trocar de roupa, para esse jantar de comemoração.

     ― É uma boa ideia.

     ― Eu já volto. ― Ele falou e saiu do quarto.

     Eu remexi na mala. Não havia trago roupa para isso, mas dava para improvisar algo. Peguei um vestido regata que ia até seis dedos em cima do joelho e um kimono estampado. Nos pés coloquei uma rasteirinha. Como meu cabelo é curto não tinha muito o que fazer. Por fim fiz uma maquiagem leve.

       Quando sai do quarto Nathan ainda não havia voltado.

(...)

 

    ― Então parece que sua viagem foi divertida.― Lilian comentou.  ― Quando eu cheguei e você não tinha chegado, eu já pensei que minha amiga havia mentido para mim.

   Olhei um em volta, não era um jantar. Era uma festa. Havia música, as pessoas estavam em pé conversando, tinha uma mesa de comida no canto e garçons passando com bebidas para todo lado.

    ― Eu peguei aquilo que você me pediu. ― Eu sorri, agradecendo. ― Deixei agora pouco em baixo do tapete da porta do seu quarto.

   ― Deu muito trabalho?

    ― Não, com aquela autorização que você meu deu. ― Ela olhou para Nick, seu namorado. ― Eu já volto.

    ― Querida. ― Uma senhora colocou a mão em meu ombro. ― Aquele rapaz, ― Ela apontou para Nathan, foi a primeira vez que eu vi ele depois que ele saiu do quarto dizendo “Já volto”. ― acho que seu namorado, meu pediu para te entregar isso.     ― Era uma rosa. Olhei para ele e revirei meus olhos, ele riu.

    ― Obrigada, mas ele não é meu namorado. ― Falei para senhora em minha frente.

   ― Que pena. Vocês têm quantos anos?

   ― 26.

   ― Ainda tem tempo, querida. ― A senhora saiu e eu fiquei sorrindo.

    Estava alguns  minutos olhando para rosa e esperando Lili voltar. Enquanto eu olhava a rosa me toquei de algo, eu não estava nervosa porque Alecxander iria casar, eu estava nervosa porque viria ao casamento com Nathan. Porque iríamos encarar setecentos quilômetros juntos dentro de um carro. Acho que depois da recaída do mês passado eu voltei a nutrir sentimentos por ele. Sou tirada do meus pensamento quando alguém me puxa pelo braço.

Olhei e vi um cabelo ruivo. Nathan.

   ― O que você pensa que está… ― Comecei a falar quando entramos no elevador, mas fui impedida de terminar por um beijo. Ótimo, estávamos tendo outro recaída. Coloquei a mãos em volta do seu pescoço e fiquei na ponta dos pés, para facilitar a vida dele. Estávamos em uma guerra que não tinha vencedor.

    A portas do elevador se abriram bem na hora que paramos o beijo.

    ― Quero que você feche os olhos, está bem? ― Nathan perguntou e eu concordei.

O que aquela criatura estava aprontando?

    Fechei meus olhos e ele colocou as mãos por cima, para garantir e foi me guiando até a porta do quarto. Eu pelo menos esperava que fosse isso.

   ― Abre.

    O que eu vi em seguida foi algo que eu não acreditava. Havia um caminho até cama, feito por vários ursos de pelúcias pequenos e em cima da cama havia um panda de pelúcia enorme. Tentei ignorar meu coração, que parecia que iria saltar pela boca e segui o caminho até o panda enorme, havia uma caixa do lado dele. E eu sabia o que tinha ali dentro. Peguei a caixa, ela era vermelha.

     ― Você fez tudo isso sozinho?

     ― Meu plano inicial era com flores, mas eu tive que mudar assim que você se abriu comigo em baixo da chuva.

      ― E se eu ainda gostasse dele?

      ― Eu iria abortar a missão. Na realidade quando você quase vomitou dentro do meu  carro eu já tinha decidido abortar a missão, mas depois de tudo que você disse mais tarde eu resolvi continuar com ela.

       ― Eu não acredito. ― Falei olhando e ele se aproximou de mim.

      ― Então, ― ele olhou para caixa em minhas mãos. ― Você aceita ser minha namorada?

       Eu sorri.

       ― Sabe, eu acho que eu nunca devia ter deixado de ser. ― Ele sorriu.

      ― Ainda bem que concordamos nisso.  ― Eu sorri e ele me puxou pela cintura. Ele iria me beijar, mas eu recuei. Precisava ver uma coisa antes.

      ― Que foi? Eu pensei em deixar a aliança para depois, mas se você quiser…  ― Olhei para caixinha em minha mão.

     ― Não é isso. ― Ele franziu cenho sem entender.  ― É que talvez você não seja o único com surpresas hoje. ― Falei indo até a porta e levantando o tapete.

     ― Como assim você tem uma surpresa? ― Eu não respondi, apenas abri o envelope e comecei a ler. ― Que surpresa você tem para mim?

      Olhei para ele. Como iria dizer aquilo.

      ― Eu sei que esse não é um belo jeito de começar um namoro. Mas nos conhecemos a tanto tempo não é mesmo. ― ele me encarou sem entender. ― Lembra da recaída do mês passado? Então, parabéns, você vai ser papai.

     

     

 

 

 

 

    

               

 

         

 

 

 

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Beijinhos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lyssa e o Ruivo - ONE SHOT" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.