Os Vinte Magos escrita por Vi


Capítulo 1
I. A apostadora




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— Eu aposto seu mapa que vou ganhar essa de novo. — Seyna sorriu matreira.

— Ora, sua...! — O homem socou a mesa em fúria. — Você não é sortuda a esse ponto, pare de soar tão irritantemente confiante.

O homem a ofereceu os dados com o cenho franzido, amaldiçoando-a mentalmente. Tomou os cubos nas mãos e sacudiu duas vezes para jogar na mesa, exibindo o sorrido de vitória antes mesmo de ver os resultados. Os dados tamborilaram na superfície de madeira quase como se ditassem o ritmo da música que tocava na taverna. Quando pararam, todos se silenciaram.

— Outro doze! — Seyna levantou-se da mesa, gargalhando e exaltando sua vitória. — Acho que nós temos uma campeã, sim? — E piscou para seu adversário, enraivecido por três derrotas consecutivas. Pegou o caneco de uma mesa ao lado e bebeu seu conteúdo em uma golada. O dono do caneco estava tão bêbado que nada fez além de xingá-la.

— Isso é impossível! Ninguém nas Vinte Cidades tem uma sorte dessa. — Impressionou-se um dos que assistia as apostas, mastigando uma erva azulada. — E olha que já assisti muitas apostas de Doze por Doze.

O taverneiro, um homem robusto e grisalho, parou próximo da mesa cercada de espectadores e riu em bom tom, abrindo espaço para passar um pano na mesa, mantendo tudo cheiroso e em ordem. Por ser uma das poucas tavernas da cidade, zelava-se muito a aparência do local.

— Vocês são tolos por apostarem com Seyna. — Começou a dizer enquanto colocava o pano no ombro. — Essa garota pode ser somente uma jovem, mas tem o vigor de um búfalo e a fama de uma prostituta.

— Que rude, Deono. — Repreendeu Seyna, passando os dados entre os dedos e guardando os espólios da aposta na parte de trás da calça. O taverneiro gargalhou e foi passar um pano na próxima mesa. — E então, outra aposta?

Seu adversário, um estrangeiro na cidade e grande frequentador de tavernas, rosnou. Assoviou alto, chamando a atenção de praticamente todo o estabelecimento, e fincou uma adaga ameaçadoramente na mesa. A performance sempre fez parte de uma boa aposta.

— Tentemos com os meus dados dessa vez. — E tirou dois cubos cinzas do bolso. Seyna observou-os atentamente, então deu de ombros. Não ganhava por ser sortuda, afinal, mas por burlar os resultados.

— Que seja. — Deixou os próprios dados em um canto da mesa, e aumentou o tom de voz. — Basil, toque uma música diferente, sim?

O menestrel, um flautista de quase cinquenta anos, ao notar o pedido de Seyna fez um gesto afirmativo e começou a tocar uma melodia mais lenta, fazendo com que a música se adequasse ao clima de apostas acirradas. O estrangeiro balançou seus dados na mão esquerda.

— Preparada para perder, Seyna, a apostadora? — Provocou.

— Me pergunto qual será sua expressão quando não tiver mais nada para apostar. — Retrucou, e o homem fechou a cara.

— Veremos.

Com grande determinação, o estrangeiro lançou os dados. Todos estavam ansiosos pelo resultado, entretanto, assim que os dados pararam em um sete, a porta da taverna foi escancarada por um homem de armadura completa, desviando a atenção de todos para si. Seon adentrou o local aos passos pesados, parecendo completamente insatisfeito, com ambos os punhos cerrados e o rosto torcido pronto para fulminar alguém. Caminhou até a mesa de Seyna, onde as pessoas lhe deram espaço por medo de serem atropelados, e a puxou pelo braço, obrigando-a a se levantar. A cadeira caiu.

— O que pensa que está fazendo? — Perguntou, com a voz grave.

— Vencendo uma aposta. — Respondeu Seyna, fazendo uma careta de dor. Cutucou a mão pesada de Seon, que não a soltou. — Qual é, você me disse para comprar uma maçã, e eu consegui.

— Não estou vendo maçã nenhuma! — Brigou, e o estrangeiro aproveitou-se do momento para mudar os dados para um doze. — E você poderia ao menos ter avisado que veio para cá. Sabe há quanto tempo estou a sua procura? Pensei que alguém poderia ter te matado.

— É mais provável que Seyna mate a todos nós. — Caçoou um dos que ali estavam, e os outros o acompanharam em risadas sutis.

— Mas veja, com o dinheiro das apostas eu posso comprar várias maçãs. — Justificou Seyna, e com o braço livre sacudiu uma bolsa de couro cheia de moedas, fazendo as mesmas tilintarem como pequenos sinos. — Poderia me soltar, por obséquio?

Ele a libertou, desviando o olhar e massageando as têmporas. Seon trajava uma armadura desgastada, de placas esmaltadas em branco. Uma capa preta prendia-se em seus ombros por um botão de bronze. Tinha não mais de quarenta anos.

— Vamos embora, continuar aqui é perda de tempo. — Disse, inquestionável, e deu as costas.

Syna suspirou profundamente e virou-se uma última vez para sua mesa de apostas.

— Eu vi que você mudou os resultados, estrangeiro. — E acenou, seguindo o mais velho para fora do estabelecimento. O estrangeiro enrubesceu de raiva.

Do lado de fora da taverna, Seyna não pode deixar de reparar, além do sol intenso que fazia com que o dia ficasse incontrolavelmente quente, na movimentação incomum que acontecia em sentido ao canal que cortava toda a cidade. As pessoas locomoviam-se apressadas, umas aos prantos e outras aos risos, quase como se fossem encontrar o maior sonho e o maior pesadelo de suas vidas no mesmo lugar. Não se lembrava de ter escutado de ninguém algo interessante a respeito do dia em questão e tampouco do canal, o que lhe pareceu estranho, pois sempre fora uma boa ouvinte e boa trocadora de segredos. Olhou para Seon esperando respostas.

— Agora entende por quê eu precisava encontrá-la depressa? — E cruzou os braços.

— As pessoas encontraram um grande demônio marinho em um dos portos do canal e agora iremos salvá-las de seu fim eminente? — Gesticulou, tornando sua fala ainda mais lírica.

— Você tem mais uma chance. — O próprio acabou deixando de lado sua recente preocupação para rir da criatividade de Seyna. — Tente algo mais realista.

— Vamos roubar um grande navio que está atracando no porto agora? — Ergueu uma sobrancelha. — Ou um barco pesqueiro? Talvez você tenha esposa e filhos que estão em algum navio e você vai revê-los e irá me apresentar para eles.

— Sou um mercenário, não um ladrão. — Revirou os olhos. Onde tinha errado na educação de Seyna? — Minha esposa está morta, e você é a única filha que terei o desprazer de criar.

— Sou tão ruim assim, Seon? — Fez bico. — Sabe que estava apenas brincando.

— Às vezes. — Disse, enquanto começava a seguir a movimentação de pessoas em uma marcha lenta. Seyna o seguiu logo atrás. — Eu preferia quando você tinha somente um metro e meio. Costumava me chamar de papai, sabia? E nunca me desobedecia. Nunca.

— Desobedecia, porém fazia questão de que você não descobrisse. — Sorriu do jeito ácido que a vida havia lhe ensinado, e Seon a presenteou com um olhar desagradado. O mercenário sempre tentara lhe dar provações de honra e ética, mas tudo, de alguma forma, sempre se transformava em um jogo onde Seyna tentava sair em vantagem.

— Então você é uma trapaceira desde os tempos mais remotos. — Concluiu, por fim.

E silenciaram-se. Seus assuntos nunca duravam mais que o necessário, e estavam acostumados com isto. Continuaram a seguir a onda de pessoas até que finalmente chegaram ao cais do canal, onde uma multidão se aglomerava e se juntava como em um formigueiro. As águas do canal corriam velozes em tons azulados, refletindo o céu desanuviado e por algumas vezes recebiam bicadas de gaivotas que, hora sim hora não, ali buscavam seus peixes. Parecia ventar, e por um único instante Seyna agradeceu por estar no fim da multidão, evitando sentir o cheiro de peixe que vinha dos barcos pesqueiros. Apesar de haver meia dúzia de embarcações atracadas, uma destacava-se: Um grande navio de madeira avermelhada, com proa em forma de uma mulher, e bandeiras que carregavam um brasão desconhecido para as memórias de Seyna, que tinha grande conhecimento em heráldica. Seon apontou para as velas.

— O chamam de Santa Rubra. Precedentes duvidosos.

— A agitação me faz pensar o contrário.

— É o que eles querem que você pense. Mantém a cidade funcionando com contrabando. — Explicou, enquanto cruzava os braços.

Seyna ficou observando a grandeza do navio, com capacidades que dificilmente saberia enumerar somente de observar naquela distância. Curiosa, fez menção de se aproximar, mas foi impedida por Seon, que postou-se em sua frente.

— Ainda não. — Orientou. — Espere-os descarregar.

— Isso vai demorar horas! — Franziu a testa. — E é nele que vamos embarcar?

— Sim, é nele. — Respondeu, coçando a barba castanha. — Apesar de evitar viagens por água, demoraríamos muito tempo para chegarmos em Véu da Noiva por terra.

A notícia trouxe excitação para a apostadora, que não escondeu um sorriso. Como o fizera poucas vezes ao longo de seus dezesseis anos, gostava de viajar pelo mar, de sentir o movimento das ondas, de desenhar o horizonte, caminhar pela proa e deixar com que seus cabelos esvoacem contra o vento. Até mesmo o sal lhe trazia uma boa sensação. Seon não compartilhava do mesmo sentimento, e ao notar a alegria da mais jovem, chamou sua atenção.

— Você não deve exibir-se muito, ou enturmar com quem quer que esteja naquele navio. Deixe que eu realizo qualquer negociação que seja precisa, e em hipótese alguma use suas trapaças. Isso nos trará problemas, está me entendendo?

O sorriso de Seyna morreu.

— Sem apostas, entendi.

— E sem música, sem piadas infames e sem beber. Deixe isto para a próxima cidade.

Gostaria de permitir-se rebeldia e contrariá-lo, mas Seyna tinha conhecimento da profundidade do problema que desencadearia se alguém acabasse por descobrir que era uma proibida, como costumavam os nortenhos chamarem todos os usuários de magia. Havia, alguns anos antes, causado problemas que poderiam ter sido evitados se tivesse tomado o mínimo de cuidado e escutado Seon. Afastou o pensamento com um sacudir de cabeça e manteve-se concentrada no ambiente para que não pensasse mais a respeito. Era sempre difícil admitir que Seon tinha razão.

Naquele mesmo dia, horas mais tarde, Seon conseguiu encontrar-se com o capitão de Santa Rubra, um homem sem dois dedos na mão esquerda e barriga que mal cabia nas próprias vestimentas, e o convenceu a levá-los até o próximo destino em troca de um preço alto de moedas, que o sem dedo insistiu em chamar de justo. Quando embarcaram, foi extremamente difícil para Seyna esconder sua admiração e curiosidade, parecendo atraída por tudo o que havia no navio, em especial, suas grandes velas amarelas. Com uma complacência forçada, a jovem ficou por vários minutos caminhando por todo o convés, conhecendo o ambiente, sentindo a textura das cordas, observando o material do qual foi produzido a proa, verificando a direção do vento. Seon estivera em seu encalço, afastando com um olhar feroz todo aquele que ousasse se aproximar de Seyna.

Diversas vezes em sua vida lidara com contrabandistas, primeiramente os prendendo, posteriormente unindo-se a eles. Haviam duas certezas em senso comum sobre a personalidade de contrabandistas, que Seon percebera serem reais com o passar dos anos: Dinheiro nunca é de mais e confusão nunca é de menos. Por tal, descobriu que era extremamente útil carregar duas espadas.

— Chegaremos em quantas horas? — Perguntou-lhe Seyna.

— Cerca de nove. Eu lhe acordarei quando chegarmos. — Cruzou os braços, como costume. A capa preta que lhe escondia a face e a armadura o faziam parecer mais robusto e amedrontador.

— Não pretendo dormir. — Avisou a garota, apoiando-se na borda do navio e olhando para as águas turvas. Imaginou se seriam atacados por sereias ou por hipocampos.

— Você irá. — Ordenou. — Não quero vê-la reclamando de sono quando estivermos pegando uma carroça em terra.

— Mas eu quero aproveitar a viagem... — Reclamou, apoiando a cabeça em uma das mãos.

— Aproveite os minutos restantes antes do anoitecer. — Sugeriu, olhando para o céu. O crepúsculo sempre lhe causava arrepios profundos por trazerem à tona as cores que mais pintaram sua vida; O vermelho do sangue e o alaranjado do fogo. — Mas evite conversas. — E colocou-se a caminhar para os cômodos de dormir.

Seyna assentiu com a cabeça, acompanhando o movimento ondulatório da capa de Seon enquanto ele caminhava para longe. Quando este sumiu de sua vista, direcionou o rosto para o céu. Se comparado à alvorada, o crepúsculo era apenas um laranja que jamais conseguiria tornar-se vermelho, por mais que se espalhasse pelo horizonte ameaçando comê-lo e abusasse dos tons mais profundos e distintos de rosa. As nuvens corriam leves pelo céu, empurradas pelo vento rápido e úmido, sem prometer chuva. Não haviam pássaros nos céus, e suspeitava também não haverem peixes nas águas. E se houvessem, habitavam uma profundidade inalcançável para indivíduos comuns. Comuns.

Repetindo o gesto costumeiro de Seon, cruzou os braços e voltou o olhar para os passageiros, observando-os em suas atividades ao longo do convés. De maioria humana, os contrabandistas distinguiam-se dos outros ali presentes por suas características físicas, comuns aos nativos de Deságua, uma cidade-ilha à leste do mapa, sendo altos e troncudos, com uma pele clara, por vezes queimada nas bochechas ou nos ombros, e de cabelos loiros ou acastanhados. Os poucos contrabandistas não humanos evitavam conversar e saiam do padrão de roupas surradas e frescas, usando trapos longos que escondiam suas feições. Orcs e elfos, suspeitou. Aqueles que, assim como Seyna e Seon, estavam apenas de travessia, pareciam completamente deslocados, com exceção da meia dúzia que viera diretamente de Canalazul, a cidade anterior, onde seus nativos possuem as mais diferenciadas aparências e sempre se vestem em cores neutras, podendo se camuflar em qualquer lugar nas Vinte Cidades.

Um homem rico encontrava-se sentado em uma área coberta, vigiado por dois guardas bem armados, cuja armadura forrava por completo seus corpos e o elmo permitia apenas a sombra de seus olhos cansados, enquanto bebia um vinho que, por sua expressão desconfortável, não estava tão agradável quanto gostaria. Em um canto próximo ao leme, de pele escura e aparência tribal, três pessoas conversavam em uma língua estrangeira, despreocupados com o que ocorria ao redor. Por fim, Seyna olhou para mais próximo da proa, onde encontrou o capitão a observando. Sustentou o olhar do barrigudo, como em um desafio, e este a cumprimentou com um meneio de cabeça e desviou-se para outro canto.

— O capitão não é muito amistoso. — Comentou alguém ao seu lado, e Seyna virou-se com devida pressa para ver de quem se tratava. Não havia percebido-a chegar, mas ao bater o olhar soube o motivo: Era um goblin, ágil, verde e sutil.

— Poucas pessoas são. — Completou Seyna, estendendo a mão. — E quem seria você?

— Você não conseguiria pronunciar meu nome, senhorita. — Admitiu, risonho. Apertou a mão de Seyna, que cobriu a sua como se um adulto cumprimentasse uma criança. — Mas me chamam de Leviano ou Levado.

— Quantas bolsas conseguiu bater nessas horas de viagem, Leviano?

— Julga-me pelo olhar ou pelo nome, senhorita? — Perguntou, colocando uma mão sobre o peito como uma dama da corte que dramatiza. — Não são todos os goblins que atendem aos boatos.

— Entretanto, tenho certeza que não te chamam assim por acaso. — Ela riu. — Mas como estamos tratando de coisas que nos chamam, pode me chamar de apostadora.

— Esse é seu nome da noite?

— É a alcunha de todas as horas.

— Então temos duas coisas em comum. — O goblin abriu um sorriso de vários dentes, como se tivesse ganho um prêmio. Passeava uma mão na outra.

— Duas? — Seyna ficou pensativa.

— Sim, ambos preferimos nossos títulos a nossos nomes. — Explicou, gesticulando hiperativo.

A jovem esperou que Leviano concluísse a explicação, mas o goblin parecia ser do tipo que esperava a curiosidade de seu interlocutor para proceder a conversa.

— E qual é a outra? — Indagou, por fim.

— Tanto você como eu estamos sendo observados pelo capitão. — Ele abafou uma risada, balançando os ombros. Cada gesto feito servia para tirar a atenção, possibilitando um furto. Seyna permanecia atenta às suas mãos e aos seus olhos. — Mas ele me observa por ser um goblin, e é o que toda pessoa faz... Mas diante de um homem rico, três ex escravos do mar de areia e um mercenário de armadura branca... Por que ele te observaria?

Seyna deu um passo para trás, percebendo que a conversa estava indo por um caminho sem retorno. Leviano era mais esperto do que sua aparência lhe proporcionava, o que poderia torná-lo um dos indivíduos mais perigosos daquele navio. Diante de seu sorriso pontiagudo, malicioso e orgulhoso, Seyna empurrou sua capa para o lado e pousou a mão no cabo da espada, mudando sua expressão para um tom mais sério. Era uma péssima guerreira, mas ao menos uma ótima atriz. Compreendendo o recado, Leviano levantou as mãos como quem se rende. Não a temia, mas tinha consciência de que sairia em desvantagem em qualquer batalha naquele ambiente.

— Espero que possamos fazer uma boa viagem, Leviano.

— Eu também, senhorita apostadora. — E afastou-se.

Não pode deixar de sentir alívio quando o goblin se retirou. Deixou que a mão deslizasse do cabo da espada e pendesse ao lado do corpo, só então percebendo que deveria tomar ainda mais cuidado. As paredes, o chão e até mesmo o vento tinham ouvidos. E tudo o que não poderia permitir naquele momento era que desvendassem e contassem sobre sua natureza incomum.

A noite chegou tão silenciosa quanto o crepúsculo esvaiu-se. As nuvens acompanharam o vento para longe no horizonte, deixando o céu noturno desanuviado e completamente estrelado. Uma lua minguante prateava os tons azul escuro do oceano, que por sua vez sussurrava através das ondas que Seyna observava, quase como se contassem uma história. Fechou os olhos e deixou que o vento lhe acariciasse a face. Em breve precisaria dormir.


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