Perfeita Princesa escrita por Luna Potter


Capítulo 1
Capítulo 1




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A garota perfeita andava pelos corredores de Hogwarts acompanhada de suas duas melhores amigas, Roxanne e Alice. Ela ia no meio com os cabelos de fogo correndo atrás de sua cabeças, o queixo apontado para cima transbordando confiança, os quadris de um lado para o outro em uma dança de santinha, o sorriso inocente e o olhar afiado de uma rainha. Lilian Luna Potter foi criada para ter sangue azul e ela sabia disso.

As três garotas em seus uniformes bem alinhados, saias nos joelhos, blusas fechadas até o último botão, maquiagem delicada e cabelos em perfeito penteado, passaram por um pequeno grupo de jogadores de quadribol da Sonserina. Lilian sorriu tímida para um deles e viu o garoto quase tropeçar. As amigas riram do pobre menino e os demais sonserinos tiraram sarro e outros incentivaram: Vai atrás dela. No fim ele não foi e para Lilian isso não fazia a menor diferença, pois se o quisesse de verdade bastava estralar os dedos e o teria.

Elas seguiram para um dos pátios abertos da escola, onde havia uma grande árvore florida e sob ela um banquinho. Tal banco pertencia às três garotas e todos na escola sabiam disso, ninguém ousava sentar naquele local. Se acomodaram, com Lilian sempre no meio, e Alice destampou a falar apaixonada de um James Potter que já não estudava mais na escola. A Princesa Potter mal ouvia a amiga, pouco queria saber sobre Alice sentir falta de chupar o seu irmão. Em pouco tempo uma sombra masculina as cobriu do sol e esta se chamava: ... Bem, não faz diferença. O garoto do sétimo ano parado diante delas mirava a garota dos cabelos flamejantes fixamente.

— Hey, Potter! Está afim de dar uma volta comigo? — Perguntou tentando parecer sedutor o que fez as garotas das laterais rir audivelmente e ele corou.

— Dar voltas? — Lilian sorriu meiga através do sarcasmo.

— Er... Não exatamente. Eu só... Eu — Ele passou as mãos pelos cabelos nervoso.

Aquele era um daqueles garotos bonitos, que por onde passa arranca suspiros, que recebe cartinhas e mais cartinhas de bobas apaixonadas, que sempre estava correndo atrás da ruiva mais linda da escola e que também pode ter quem quiser... Mas vale lembrar que Lilian estava acima de todos e no fim ela quem decidia. Isso colocava, até mesmo, os maiores pegadores de Hogwarts de quatro no chão diante dela. Geralmente ela dizia não. Porém as vezes estava de bom humor e também queria se divertir. Então nesse caso, somente nesse caso, Lilian sorria para a cara de otário na sua frente e dizia:

— Está bem — Se levantou ajeitando a roupa que tampava quase oitenta e cinco por cento de sua pele.

Sorriu para Roxy e Alice dizendo que as encontrava na biblioteca mais tarde, onde fariam o trabalho de poções. Ou melhor: onde achariam um nerd babão para lhes fazer o trabalho de poções. Lilian andou ao lado do nervoso garoto mais velho, sem se lembrar ou se importar com o nome dele. Foi guiada até a porta de um armário de vassouras.

— Não — Ela disse no mesmo instante que percebeu as intenções dele — Eu não vou entrar ai.

— Bom, eu pensei que...

— Então pense direito — Sorriu se aproximando e passando os braços pelo pescoço dele — Eu mereço um lugar melhor, não acha? Olhe pra mim.

Lilian ordenou, se arrastou para trás e ele foi obrigado a observa-la de cima a baixo. Ela afastou um pouco a capa do uniforme e desabotoou o primeiro botão da camisa, aquele que fica quase na altura da garganta. Ele babou. Sempre babavam esses infelizes que quanto menos vê, mais quer.

— Ainda acha que sou garota para um armário de vassoura? — Continuou e ergueu uma sobrancelha alaranjada.

— N-não.

O veterano deu alguns passos desconfortáveis tentando pensar em algum lugar melhor para leva-la. Um minuto, dois, três. Lilian suspirou alto e deu as costas para o garoto sem nome indo em direção a biblioteca. Ele correu atrás dela e perguntou:

— Espera, a onde vai?

Não respondeu e continuou andando com o nariz para cima até que o garoto desistiu de segui-la. Ela pode ouvi-lo se praguejando e não pode evitar um sorrisinho divertido nos lábios malvados e ingênuos. Assim que chegou na biblioteca, como imaginava, não avistou suas leais amigas que ainda deviam estar embaixo da árvore e em cima do banco conversando. Mesmo assim, não se incomodou em dar uma volta pelas prateleiras altas e abarrotas de livros. Entretanto, Lilian Potter não procurava um livro e sim algum garotinho babão e inteligente para fazer seu trabalho. Ela rodou os olhos pelo cômodo onde ficavam as mesinhas para os alunos foi então que avistou uma pessoa de cabeleira ruiva e olhos de céu tampados por um óculos. Sem pensar duas vezes se aproximou daquela mesa onde estava o garoto ruivo com quem ela não conversa a... bem, muito tempo e nem sabia quanto.

— Oi, Hugo — Sorriu gentil e puxou uma cadeira para se sentar de frente para o primo e de uma sonserina que estava com ele.

Ele conversava animadamente com a garota ao seu lado e parou no mesmo instante que a ruiva se fez presente. O que Lilian nunca esperou na vida foi ser olhada como Hugo a olhou. Nojo. Era isso que brilhava em seus olhos por trás das lentes quadradas. Ele hesitou um pouco e por fim disse frio:

— Oi, Lilian.

— Estão fazendo o trabalho de poções? — Com as costas da mão jogou uma mecha de cabelo para trás e deu seu sorriso tímido diretamente para o primo.

A sonserina revirou os olhos, o que não passou despercebido por Lilian, mas ela não se importava porque praticamente todas as garotas de Hogwarts queriam ser como ela por isso a invejava e olhava com desprezo. Diferente dos meninos que ficavam atônitos com sua simples existência... mas tinha algo errado daquela vez. Hugo ainda mantinha aquele olhar de repulsa diante dela.

— Estamos — Respondeu simples e em seguida umedeceu os lábios cheios de pintinhas. Um movimento involuntário, mas que deu um prazer interno em Lilian que teve como consequência um sorriso mais ousado.

Todavia, tal gesto foi completamente ignorado por Hugo que voltou sua atenção para a companheira do lado e para os pergaminhos sobre a mesa. O sorriso de Lilian morreu na mesma hora e ela não pode deixar de reparar em tudo na sonserina. Os cabelos estavam cheios de fris, o rosto manchado de espinhas, o nariz torto como de um trasgo, os olhos da cor de lama nojenta e as orelhas anormalmente grandes. Por que ele está dando atenção a essa elfa doméstica e não a mim?! A indignidade transpassou dos pensamentos para o semblante perfeito de Lilian.

— Algum problema? — A soncerina sorriu presunçosa ao notar a expressão desgostosa da grifinória.

— Nenhum, só estava me perguntando qual o seu nome. Nunca te vi antes — Ela precisava, precisa com todo seu desejo, saber o nome da ogra pela qual Hugo a trocava.

Se bem que... Por Merlin! Porque ela estava se importando com Hugo? Um nerd da Corvinal que vivia espirrando por causa dos ácaros e da poeira dos livros, um ninguém na família, um esquecido por todos. Lilian Potter não se importava mais com Hugo Weasley. A época que foram grandes amigos morreu por volta do segundo ano, o porquê ela nunca entendeu e também não lhe doia a consciência. Afinal foi ele quem se afastou dela.

— Luany Milton — A apresentação da garota tirou Lilian de seus devaneios.

— Ah! Prazer — Ela sorriu rápido para a garota logo voltou a atenção para Hugo.

De ombros curvos, ele se inclinava para ler uma anotação no livro. Leu algo, cerrou as sobrancelhas para as palavras, passou uma mão pelos cabelos os deixando bagunçado, conversou algo com Luany, voltou-se para as anotações, escreveu com sua letra impecável, ajeitou os óculos, coçou a nuca, curvou-se sobre um livro, molhou a pena no tinteiro... Ele fazia um monte de coisas, menos olhar para Lilian! A ruiva bufou e nem assim atraiu a atenção dele. Irritada levantou da mesa e saiu em direção a saída da biblioteca. Deu uma última olhada para trás. Luany a observava. A sonserina deu um sorriso malvado, em seguida puxou o rosto de Hugo e o beijou. Lilian fez uma careta de nojo quando percebeu que o primo estava retribuindo o beijo. Por fim deu as costas à biblioteca pisando duro.

— Lily, aonde vai? — Alice perguntou quando a ruiva passou pelas duas amigas que seguiam para a biblioteca.

— Dormitório — Respondeu sem diminuir o passo.

— Mas e o trabalho? — Roxanne perguntou quase gritando para a amiga a metros de distância.

— Foda-se! — Lilian sentiu um sangue ferver por alguns instantes.

Assim que chegou no dormitório feminino se jogou na própria cama. Como aquilo podia acontecer? Nenhum garoto em toda sua vida a recusou, nem mesmo seus primos Fred e Louis. Como Hugo, seu amiguinho de infância que vivia dizendo que se cassaria com ela quando crescessem, podia ter tratado-a com tanto descaso?... Ok! Eles não se falavam direito a quase três anos. Mas ele era homem e hetero, já que beijou aquele trasgo. E homem nenhum nessas condições a recusava, nenhum!

Lilian cerrou os lindos e perfeitos olhos jurando para si mesmo que aquela situação não ficaria assim.

 


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Notas finais do capítulo

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