Segredo de um sagrado 28 escrita por DraDream


Capítulo 1
Segredo de um sagrado 28




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A Escola

O Conde de Hampshire sempre desejou muitos herdeiros. Nessa busca por um filho, a família cresceu de número de forma estrondosa. A condessa deu à luz a seis meninas antes do tão esperado herdeiro. O conde estava extremamente satisfeito com seu filho, porém havia a preocupação de educar e casar suas seis filhas. Para o seu alívio, Elona, sua quinta filha, foi convidada a estudar em um internato. O pai aceitou prontamente, pois era raro jovens moças serem aceitas em escolas internas, principalmente uma bem requisitada e no fim do século 18. Durante os anos de formação de sua quinta filha, o conde casou as três mais velhas e se dava por satisfeito. Por vezes ele ficava preocupado com o futuro da filha, a final a idade de ser apresentada a sociedade estava chegando e a condessa precisava de mais tempo com a filha. Pensava, contudo, “O diretor Everardo garantiu que tudo ficaria bem”. Os anos passaram e a jovem Elona retornou à vida cotidiana. Seus pais ficaram ainda mais preocupados com sua volta que com sua ausência. Elona não queria ir aos bailes, não queria um marido comum. O que seria um marido comum? Eles se perguntavam. Ela apenas se divertia quando se perdia nos jardins em busca de ervas e flores.

Certa vez, ela colocou a todos em absoluto pânico. Foi pega cozinhando, como se fosse uma criada. O conde não poderia deixar que Elona prejudicasse o casamento de suas outras irmãs, então a enviou para uma de suas propriedades mais reclusas, para a alegria da jovem. Mais alguns anos se passaram, agora com 23 anos e ainda mais bela, com cabelos castanhos mais longos e seus olhos verdes mais brilhantes, o conde e a condessa decidiram leva-la novamente para uma temporada em Londres. Haviam boatos de que a família escondia uma de suas filhas por esta possuir problemas de saúde, ou pior, de conduta. Essas fofocas estavam prejudicando a vida social de Febe e um possível casamento. Assim, em 1798, Elona foi arrastada de volta a Londres com a promessa de que, se ela se comportasse até sua irmã casar, poderia passar o resto da vida exilada.

A Mesma Escola

O austero Conde de Wiltshire, Septimus, esperava nada menos que seu filho o sucedesse, como a muito, todos os Malfoys o faziam. Era óbvio que o menino iria para Hogwarts. Era certo que iria para Slytherin. Era claro que se casaria com uma puro sangue. Ele era o único Malfoy a sucedê-lo. Sua esposa havia morrido junto ao seu segundo filho durante o parto. O jovem Rigel Malfoy era sua única esperança. Ele deveria ser exemplar. Com apenas três anos de idade, seu pai começou a prepara-lo para ser “perfeito”. O tempo passou, certo dia chegou o tão esperado convite para Hogwarts. Rigel estava orgulhoso por cumprir as expectativas do pai. Hogwarts, Slytherin, melhor da turma. Tudo estava perfeito para Septimus Malfoy, porém se sentia só. Decidiu, então, que se casaria novamente. A nova esposa não gostava de Rigel, pois sabia que jamais seria amada como a mãe dele. Sem falar no fato de que Rigel seria o herdeiro e seu filho, se viesse a gerar um, seria apenas o outro Malfoy. Com a intenção de afastar pai e filho, a nova condessa passou a interceptar as correspondências. Se passava de Rigel para o pai e de Septimus para o filho. Construiu uma muralha entre os dois. Rigel sentia-se nauseado à mensão do nome do pai. Tudo acabou, porém, de forma trágica. Quando a condessa deu à luz a uma menina, Meissa. Septimus inebriado por sua tristeza e por muitas doses de whisky saiu para voar, caiu e faleceu. Aos 12 anos de idade, Rigel se tornou Conde de Wiltshire. Para ele pouca coisa havia mudado. Seu tutor tomaria conta dos negócios e de sua madrasta, enquanto ele continuava sua formação. Ao concluir seus estudos, Rigel retornou para Wiltshire. Conhecido como um jovem muito belo, muito rico e muito pecaminoso tinha uma relação, que ele chamava de engraçada, com as famílias da região. Todos o queriam para seu genro, entretanto ninguém o queria perto de suas filhas. Rigel não pretendia se casar tão cedo, então se divertia ao analisar os jogos que as famílias trouxas faziam para tentar conquistá-lo sem que ele conquistasse suas filhas. Fato que Rigel alegava, a si mesmo, que não fazia porque não queria uma esposa trouxa, e, se alguém descobrisse alguma ousadia dele para com alguma jovem, certamente seria obrigado a casar. Então, Rigel dedicou mais de uma década a levar alegria as viúvas e casadas abandonadas. Entretanto, em 1798, Rigel foi obrigado a retornar a sociedade de Londres. Meissa estava com 17 anos, precisava ir debutar em sua primeira temporada. Para buscar um marido, no entanto, necessitava que o irmão fosse junto, uma vez que sua mãe estava seriamente doente com varíola do dragão.

O Baile

Rigel não conseguia entender porque Meissa fazia tanta questão de ir em um baile trouxa. Entendia menos ainda o porquê dos Longbottoms fazerem um baile convidando trouxas. “Uma noite para não usar magia”. Estava escrito no convite. Mas porque alguém não iria querer usar magia? Porque alguém iria querer se misturar com os trouxas e... sem magia?  Ele já havia estado em jantares e bailes enfadonhos de trouxas, apenas para manter as aparências, afirmava a si mesmo. Contudo, um baile feito por bruxos para trouxas ele nunca havia visto. Iria levar Meissa, provavelmente, não eram a única família bruxa no baile, talvez ela encontrasse alguém respeitável. No entanto, expor sua irmãzinha aos trouxas o causava reviravoltas estomacais. Esperava sinceramente não precisar sacar sua varinha para afastar algum trouxa. Sabia que sua irmã iria encontrar um bom pretendente em algum bom baile bruxo com apenas convidados bruxos. Ir a esse evento lhe parecia desperdício de suas preciosas horas.

O baile estava lotado. Febe estava empolgada com tantos convidados diferentes. Os Longbottoms era uma família muito respeitável e nenhuma outra família se dignava a faltar algum de seus eventos, quando convidada. O que não ocorria com frequência. Elona estava só em um canto próximo a janela, olhava para os lados e reconhecia alguns rostos. Muito mais rostos que esperava reconhecer em um evento de Londres, em um evento que toda sua família fosse convidada. Ao longe viu a, então, Sra. Gamp, se aproximar e falar com um sorriso malicioso:

— Srta. Hitchens, não esperava vê-la num evento como esse. – Sra. Gamp colocou-se ao seu lado. Elona retribuiu com um meio sorriso e antes de tomar um gole de sua limonada, fez uma pergunta.

— Em um evento social, ou – baixou o tom de voz e se aproximou da amiga- um evento em que bruxos fossem convidados. – Clarence Gamp riu a gargalhadas e quando finalmente recuperou o folego respondeu.

— Ah minha amiga, certamente estava falando de um evento social. – Então também baixou a voz- Imaginei que não pretendesse se casar.

— Oh! Não pretendo! – Respondeu, balançando a cabeça em negativa – estou aqui obrigada. Por mim estaria em casa. Não vejo sentido em sair para ficar em pé em um salão quente, e ainda – suspirou- conversar com pessoas que não interessam.

— Oh! Meu coração, nunca mais irá se recuperara desse duro golpe- Elona a olhou com carinho e um pequeno sorriso. Clarence continuou -Talvez você encontrasse alguém que lhe interessasse, se você sorrisse mais e fosse para o centro do salão. – Clarence sorriu e pôs os indicadores nos cantos da boca como se forçasse um sorriso. Elona sorriu de volta

—Você continua a mesma palhaça, Clarence. Pensei que depois que se casasse iria melhorar. Além do mais estou muito confortável longe das indigestas perguntas sobre por onde andei.

—Ah! Isso eu também adoraria saber! E para o seu governo, eu melhorei bastante! Agora eu sei de coisas que você não sabe, coisas que com certeza me deixam de melhor humor. – olhou a amigo com um olhar maroto.

— Ai Meu Deus, Clarence! Você não muda mesmo. – Tomou o resto de sua limonada.

— Já você... está cada vez mais ranzinza, talvez você realmente precise de um marido. – Elona a olhou estreitando as  pálpebras. Clarence sorriu e continuou a conversa. - Como exatamente te obrigaram a vir a essa festa?

— Estão usando minha irmã contra mim. Aquela velha história...- então falaram as duas com as vozes finas em forma de deboche- Oh! Elona você está acabando com a vida da sua irmã. – Ambas riram, pois se entendiam. Elona não queria estar ali, fazia isso por amor. Clarence tinha orgulho da amiga. Sabia que ela estava presa entre dois mundos. Era uma bruxa, não se encaixava na sociedade londrina convencional, mas ao mesmo tempo era uma sangue ruim, não se encaixava na sociedade bruxa.

Trocaram olhares cumplices, ternos e se afastaram.

O Jardim

Elona não era uma bruxa muito conhecida. Estudara em Hogwarts, era da Ravenclaw. Passava desapercebida pela maioria dos colegas e agradecia por isso. Ser um sangue ruim não era uma boa posição, era melhor ser invisível. Clarence era sua melhor amiga e a protegia de outros bruxos. Não que Elona não pudesse se defender, no entanto, era mais confortável. Ninguém se metia com a amiga da filha do diretor, pois isso poderia causar sérios problemas.

Elona estava entediada. Sua irmã Febe dançava com um jovem bruxo com quem jamais poderia se casar. Sentia por sua irmã, porque seus olhos brilhavam pelo jovem rapaz e ambos dançavam lindamente. Suspirou. Decidiu ir ao jardim para não assistir sua irmã se iludindo.

O salão estava cheio de casais dançando. Rigel observava cada pretendente a par de sua irmã. Mentiu para três. Disse que ela não possuía mais nenhuma dança livre. Ele estava certo de que dançaria com ela a noite inteira, mas não deixaria que dançasse com um trouxa. Obviamente ele não conseguiu evitar que ela dançasse com alguns, no entanto, “quanto menos melhor”, pensava. Em um momento de distração, Rigel perdeu sua irmã de vista. Estava envolto em seus pensamentos e não a viu sair para o jardim. Pôs-se a procura-la.

Meissa estava acompanhada de um cavalheiro, não tão cavalheiro. Assim que chegaram na escadaria do jardim e acreditaram estar sozinhos, o Sr. Carter tentou beijá-la. Rigel, que estava saindo da mansão em direção ao jardim, sacou sua varinha e imediatamente atingiu o Sr. Carter que revidou.

Enquanto os dois se enfrentavam, Elona subiu as escadas correndo. Aquilo precisava acabar. Imediatamente. Foi então que Rigel foi lançado contra ela. Ambos caíram pela lateral da escada. Rigel, para evitar que ambos se machucassem mais, aparatou e para seu pesar, foram parar caídos sob uma mesa com seu rosto sobre o ventre dela. Um escândalo certamente. Seria impossível obliviar 400 pessoas para evitar um casamento. A linhagem dos Malfoy seria arruinada pela honra ou pela desonra.

Se Rigel fosse honrado e se cassasse iria colocar uma trouxa no centro da família Malfoy. Se fosse desonrado e se negasse a se casar, arruinaria os negócios da família, pois ninguém quer se envolver com alguém que não tem palavra.

A Conversa

Depois de se levantarem, ambos foram levados para a parte privada da casa. Enquanto as irmãs conversavam em um sofá afastado e os pais de Elona acalmavam a situação no salão, os mais novos noivos puderam trocar algumas palavras.

— O que foi que aconteceu? – perguntou Elona, querendo saber o porquê do duelo no jardim. Rigel, pensou que ela queria saber sobre como eles foram para no chão do salão. Ele não sabia que ela era bruxa. Ela havia feito bem o seu papel de invisível até aquela noite.

— Um dia eu te explico. – ele respondeu, pensando que nos termos atuais era melhor se casar com a trouxa e manter as provisão de sua família. Se ele contasse o que realmente havia acontecido, ela poderia se negar a casar com ele, o que certamente atingiria em cheio sua reputação e seu ego.

—Como? – Replicou indignada. Ele apenas a olhou. Não era acostumado a ser questionado. Porém a forma firme com que seus olhos verdes o olhavam o fez sorrir. Então repetiu.

— Um dia eu te conto. – Elona abriu a boca para questionar, quando entrou na sala seu pai e o Lorde. Flint, o antigo tutor de Rigel.

Elona, Meissa , Febe e seu pai foram para a sala ao lado. Rigel ficou sozinho para conversar com Lorde Flint.

— Lorde Malfoy, o senhor sabe das consequências, não é? – falou Lorde Flint. Sentando-se em uma poltrona, e apontando para outra, como convite para que sentasse. Rigel sentou e entrelaçou os dedos das mãos.

— Sei sim. E estou disposto a arcar com meus erros, prefiro me sacrificar a sacrificar minha irmã. – Respondeu olhando para as mãos.

— Podemos dar um jeito. Pelo que andei averiguando, ela é uma moça descente. Uma família trouxa tradicional e frequentou...- Rigel o interrompeu. Não queria saber as referências dela. Não agora. Estava irritado, com ele mesmo. Não queria ser lembrado de que iria se casar com uma trouxa.

— Eu não quero saber. - Falou enfaticamente, se levantou da poltrona e foi até a janela. Justamente ao lado da janela em que Elona olhava para o jardim buscando uma forma de não precisar encarar sua mãe histérica.

— Mas você precisa saber de algumas coisas, que vão facilitar o seu convívio. -  Rigel suspirou e olhou para o Sr. Flint. Então respondeu apoiando-se na janela.

— Não... agora não... nesse erro só o que me consola é que ao menos ela tem uma aparência tolerável. – Tolerável, aquela palavra atravessou seu coração como uma faca. Ela jamais havia sido chamada de tolerável. Uma dor podia ser tolerável. Uma comida ruim podia ser tolerável, ou uma pessoa chata. Sua aparência? Ela era bonita.  Havia sido pedida em casamento duas vezes no ano passado, sem ir à bailes. Como aquele homem podia dizer que era tolerável? Como aquele homem seria seu marido?

A Tarde

 Ambas famílias retornaram aos seus lares. No dia seguinte a mansão dos Hitchens estava cheia de flores. Todas para Febe. Ninguém se atreveria a demonstrar interesse a noiva de outro homem. E o noivo, não estava interessado em ser conquistador.

À tarde, depois de ser importunado durante toda a manhã, o Conde de Wiltshire foi visitar a noiva. Meissa, o torturara afirmando que ele não ficaria feliz se alguém a tratasse como ele pretendia tratar a Srta. Hitchens.  Ele estava mais calmo e certamente mais acostumado com a ideia de um casamento inadequado e a possível saída pensada pelo antigo tutor.

Elona estava consternada por ter que se casar com Rigel Malfoy. Não apenas por ser ele. Não apenas por ser um casamento. Mas seus pais estavam empolgados com o escândalo, isso era horrível. Eles apenas a queriam casada, mesmo que ela não desejasse casar. Quando foi falar com sua mãe sobre a necessidade do casamento, ela tentou acalmar a filha, alegando que certamente ela fazia uma ideia errada do que seria.

— Certamente você será muito feliz. O jovem Conde é belo, rico e honrado. Você será muito feliz. Dê uma chance a ele. Dê essa chance a você.

Chance? Quando ela ia retrucar o mordomo bateu a porta. Uma visita inesperada e, ao ver de Elona, inoportuna. Conde de Wiltshire solicitava uma audiência com a Srta. Hitchens.

Ela olhou implorando para a mãe, para que não os deixassem a sós. A condessa, entretanto, se limitou a dizer “uma chance” sem que o som saísse por seus lábios, e saiu.  Rigel entrou. Elona lhe indicou o sofá. Ele sentou. Permaneceram em silêncio. Constrangedor vácuo. Elona  começava a ficar inquieta, e batia os dedos sobe sua saia. Até que finalmente rompeu o silêncio.

— Deseja um xicara de chá? – Perguntou ao Conde, apontando para o bule. Ele apenas assentiu com a cabeça. Ela se levantou e foi servi-lo. – E como prefere?

—Com leite, sem açúcar. – Elona repetiu automaticamente em voz baixa. Não entendeu o porquê fizera isso. Estava tentando decorar o gosto do futuro marido? Não sabia dizer. Apenas uma coisa se passava em sua cabeça: a beleza do Sr. Malfoy. Seguramente era atraente e com belos traços. Suas vestes estavam impecáveis, porém não escondiam adequadamente o porte atlético do Conde. Ele parecia pensativo enquanto ela lhe entregava a xicara. Seus olhos castanhos estavam perdidos em um ponto distante do outro lado da sala. Seus cabelos loiros, típico dos Malfoys, estavam perfeitamente alinhados. E... Então Elona freou os próprios pensamentos. Que ele era um belo rapaz isso não se poderia negar, pois era um fato, porém ela não podia desviar do que realmente interessava. Ele havia chamado sua aparência de tolerável e isso era imperdoável.

Rigel olhava para um ponto distante do outro lado da sala, tentava organizar seus pensamentos. Meissa o convencera de que a Srta. Hitchens não deveria ser alvo de sua ira e que merecia saber com quem se casaria. Contudo, como ele iria contar a ela que era um bruxo? Ela o chamaria de louco.  Talvez fosse melhor, assim ela desistiria do casamento. No entanto, se ela cancelasse o casamento alegando insanidade, um futuro casamento da irmã e os negócios da família estariam em cheque, a final ambos seriam conduzidos por um conde louco e seu ego ferido. Finalmente, ele retornou de seus pensamentos, ela o entregava a xícara. Rigel olhou em seus olhos, pensou: como são verdes. E em seguida atirou as palavras:

—Precisamos conversar.

A Outra Conversa 

Elona olhava para Rigel com uma expressão serena. Em sua mente, todavia, grita de curiosidade e apreensão. Rigel falava pausadamente e bebia o chá entre as palavras como se buscando a forma adequada de falar algo.

— Existem ... Ãh.... Existem coisa – bebeu chá – não sei como lhe explicar – suspirou – talvez você já tenha ouvido falar- bebeu chá – seria muito mais fácil para mim se... – parou. Elona gritava internamente, Diga! O que é? Você é infértil? Impotente? Quer falar sobre a noite de núpcias? Você não gosta de mulheres? Só diga! Simplesmente diga! – bem, as vezes – respirou fundo – coisas estranhas acontecem – retomou a confiança – coisas que são magicas, pessoas que são magicas. – Então ela entendeu, ele estava tentando lhe contar que era bruxo e talvez explicar a aparatação, provavelmente com a intenção de que ela desistisse do casamento, mas a felicidade da irmã dependia da sua conduta. Outro pensamento lhe ocorreu: Como ninguém havia lhe contado ainda? Ela, entretanto, não iria facilitar para ele. Percebeu que isso o torturava. Ela iria se vingar pelo tolerável. Não iria ajuda-lo a falar e se pudesse impedi-lo o faria.

— Mi lorde. Eu lhe entendo – interrompeu – obviamente nossa relação não será magica como toda garota sonha. – Ela começou a desviar do assunto, fingindo que não entendia o que ele desejava dizer. - Mas também acredito que possamos fazer essa relação funcionar ao nosso contento. – Nosso contento? Pensou ele. Quando virei nós? Que inferno está acontecendo? Então arqueou uma sobrancelha – Imagino que o Sr. esteja ciente de que eu não sou a noiva mais fácil de administrar, mas também não encontrará os problemas que espera de uma jovem sonhadora – continuou- pois irá perceber que não sou comum. – Aquela frase o fez gelar. Uma noiva  trouxa e não domesticada, Meisse lhe devia muito por esse casamento, por fim decidiu não concluir o que desejava falar. Uma noiva imprevisível e uma informação volátil não deveriam coexistir. Certamente iria lhe contar. Na lua de mel. Quando ela não pudesse mais terminar de arruinar sua família, sem se prejudicar também.

— Que bom – respondeu. Como que bom? Pensou Elona. O que ele estava planejando? Não era possível que ela estivesse enganada. Como que bom? Pensou Rigel. Aquilo era terrível. Sua futura esposa acabara de dizer que não é fácil de lidar e ele diz, que bom? Resolveu, então completar a frase-  acredito que você irá se adequar as necessidades dos Malfoys.

— Dentro do possível. – Ele a olhou subitamente, se controlando para não expressar sua surpresa. Ora dentro do possível? Ele pensou. Como ela ousava lhe retrucar a todo momento? Se conheciam a menos de 1 dia e ela já o enfrentava. - Irei cumprir com minhas obrigações, mas da forma que eu acreditar ser adequado. – Ele sorriu. Porque ele havia sorrido? Ele não sabia. Ela não sabia. Ele simplesmente sentiu vontade de sorrir para ela. E ela sentiu vontade de retribuir.

Silêncio.

Os Pensamentos

Rigel, não sabia o porquê aquele silencio a incomodava tanto. Ela estava claramente ansiosa. Estava se controlando para não bater o pé no chão na mesma frequência em que batia os dedos da mão direita sobre a esquerda. Então, Rigel resolveu se compadecer e romper o silêncio. Ele não sabia, contudo, que ela não estava agitada pela ausência de diálogo, estava preocupada com sua presença, ou melhor com uma possível aproximação sua. Afinal, estavam noivos. Ele tinha permissão para beijá-la. Seu casamento seria em duas semanas. Ele poderia fazer o que desejasse com ela. E para o seu desespero, isso a deixava ansiosa. Elona se assustou com o próprio pensamento, ela desejava que ele se aproximasse, ela ansiava por isso. Não. Interrompeu o pensamento. Seu orgulho estava ferido. Ninguém havia se lembrado que ela era bruxa. Ninguém havia percebido isso. E como trouxa, ela era tolerável? Isso estava corroendo seu ego. Como ninguém percebeu? Sua vida era tão insignificante? Ou apenas tolerável?

— Acredito. – Ela o olhou subitamente, como se tivesse esquecido de sua presença por alguns instantes. Seus olhos se encontraram. Ela lhe olhava como se não tivesse entendido, e estava levemente corada por sua falta de atenção. Ele ponderou por alguns instantes se deveria deixar que ela se torturasse mais um pouco ou se deveria resgatá-la. Sentiu-se estranho. Não havia necessidade de jogar com ela. Porque ele estava fazendo isso? Até que ele completou - A conheço a pouco tempo, porém já percebi que a senhorita não terá problemas para sobreviver ao nosso casamento. – Brincou ele. Sentindo-se aliviado por vê-la sorrir discretamente e um pouco confuso por sua súbita bondade.

— O senhor sem dúvida não precisa se preocupar quanto a isso. – Respondeu, se perguntando se ele estava desconfiado de que era uma bruxa. O sacrifício seria casar-se, entretanto, ao contrário do que ela mesmo pensava, e custava a admitir para si, estava aliviada por ser um bruxo.

— Rigel, por favor. – Aquilo a surpreendeu completamente. Não estava preparada para ouvi-lo dizer seu nome. Elona era intimo demais na visão dela. Isso a faria encarar que a proximidade entre eles era iminente e ela precisava controlar seus pensamentos, caso contrário ela seria controlada por eles. Enquanto ela pensava, ele continuou falando, todavia, estava claro que ela não estava mais prestando atenção nele. - Não faz sentido a Srta. me chamar pelo sobrenome. Uma vez que será a condes...- então mudou se assunto para ter certeza de que ela não prestava atenção nele - e poderá viajar para Hogsmeade. – Ela lhe olhou confusa.

— Hogsmeade? – ela apenas repetiu. Simplesmente porque não sabia o que ele estava falando, e em que Hogsmeade teria a ver com seu nome. Ele pensou que ela não sabia o que era Hogmeade, e sentiu um desespero interno por ter que ensina-la tudo e por ter que apresenta=lá aos amigos.

— Nunca foi? – Elona não sabia o que responder, poderia dizer que sim e aliviar parte da aflição de Rigel, poderia dizer não e apenas assistir sua reação. Apenas mudou de assunto, sem responde-lo.

— Fica próximo à sua casa? – Seria a melhor saída, ela pensou. Quando ele finalmente descobrisse que ela era uma bruxa, ela poderia alegar que apenas desejava saber onde ele residia. Ele se culpou pela pergunta. Porque a fizera? Era claro que ela jamais ouvira falar da Hogsmeade.

— Não exatamente – ele respondeu com pesar. Ele olhava para sua xícara; contudo, Elona podia imaginar a expressão de seus olhos e isso a fez sentir culpa. Estava lhe torturando por orgulho bobo. Então decidiu lhe contar.

— Preciso esclarecer algo com o Senhor. – Rigel a olhou como se dissesse, me chame de Rigel. E ela o fez. – Rigel, - e ele adorou ouvir o seu nome dito por ela a ponto de sorrir sutilmente – acredito que esteja com um pensamento errado sobre mim. – Ele a olhou com dúvida. Ela sorriu para ele. Febe e a condessa entraram na sala com uma bandeja de biscoitos. Elona parou de falar. Depois de alguns minutos conversando com as recém-chegadas, Rigel percebia que Elona desejava falar alguma coisa, entretanto, não podia falar com as outras ali. Ele cogitou convidá-la para caminhar, no entanto estava chovendo. Então decidiu apenas partir.

A Noite

Após o jantar, Meissa ainda pedia detalhes sobre a tarde do irmão. Ele havia lhe contado tudo pelo menos três vezes. Estava cansado de repetir e preocupado, pois cada vez que pensava para responder à pergunta de Meissa, ele primeiro pensava na reação de Elona, em seu movimento, em seu sorriso, depois em sua resposta.

— Rigel! Por que você não me conta o que achou dela em vez de me dizer o que você perguntou e o que ela respondeu? – Ela falava com as mãos nos quadris como se não fosse parar o interrogatório até ele dizer alguma coisa. Ele suspirou.

— Queria que você tirasse suas próprias conclusões. – Ela lhe olhou como que dizendo que iria fingir que acreditava. Então ela resolveu guia-lo sobre as coisas que desejava saber do irmão.

— Muito bem. Não quero tirar minhas próprias conclusões. Me conte, ela é inteligente? Por que bela, ela realmente é. – Rigel sorriu, mais por perceber que ela realmente era bela do que para a irmã. Ela possuía um belo corpo, pensou. Um lindo sorriso. Uma enorme personalidade. Entretanto, ele não saberia dizer se era inteligente ou astuta. O único adjetivo que lhe vinha à mente era, encantadora.

— Não sei lhe dizer, Meissa. Como já lhe contei, passamos muito tempo em silêncio. Contudo, acredito que ela seja muito inteligente, entendeu perfeitamente nossa situação delicada.

— Pensei que você não tivesse conseguido lhe contar a nossa situação... Oh! Espere – ela lhe olhou com um brilho estranho nos olhos- você a beijou?

—Não! – Respondeu mais por susto de ter ouvido isso de sua irmã do que pela ideia geral. – Eu não a beijei – falou baixo, se sentido um pouco arrependido –. Você não deveria fazer essas perguntas as pessoas – disse enfaticamente.

— Bem, foi você quem disse que não falaram muito, eu apenas pensei que... – ele a olhou como quem afirmava: não ouse terminar a frase-. Mas – falou receosa depois de alguns instantes em silêncio. Recuperou a coragem e disse – você queria, não queria?

— Ah! Meissa! – Rigel se levantou subitamente – Eu vou dormir! – E se retirou. Apavorado, por perceber que realmente queria.

Elona estava deitada em sua cama. Não conseguia dormir. Sempre que fechava os olhos lembrava de Rigel e se sentia culpada por deixa-lo sofrendo. Desejava ter lhe contado tudo. Tê-lo abraçado. Ah Meu Deus! Tê-lo beijado. Estava insegura. Não tinha certeza de que ele preferia uma esposa sangue ruim a uma trouxa. Ele era um Malfoy. Sua família era pura. Ela seria uma mancha de qualquer forma.

Deitado na cama. Rigel sonhava. Com seus lábios perfeitamente desenhados e possivelmente macios. Imaginava como ela realmente seria. Sem tantos tecidos. Sem tantos problemas. Apenas sendo sua. Somente sua.

No outro dia viajou para Wiltshire e retornou apenas para o casamento.

O Outro Baile

Rigel estava ansioso em ver Elona. Apenas não poderia demonstrar. Permaneceu conversando com seu único conhecido bruxo naquele baile tedioso. Estava lá apenas para vê-la. Não levara a irmã. Sabia, todavia, que a noiva iria, e precisava ver Elona novamente antes do casamento. Seria no dia seguinte. Ele planejava ter voltado antes para vê-la, porém, os trâmites que eram necessário para fingir a todos que ela era, ao menos legalmente, uma bruxa puro sangue, lhe haviam tomado mais tempo do que imaginava. Chegou tarde demais para visita-la, então precisaria ir onde ela fosse.

Ela estava com seus cabelos presos em um penteado. Seu vestido era um tom rosa, meio laranja. Sua irmã certamente saberia definir que tom era. Ele diria que era rosa. Ela o viu, no entanto, não gostaria de persegui-lo. Apenas desviou o olhar.

— Febe, me faz um favor? -  a irmã fez que sim com a cabeça – vamos nos aproximar da mesa de petiscos?- a ideia de Elona, era se aproximar o bastante para que ele desejasse falar com ela, sem que ela fosse falar com ele. Ela, contudo, não sabia se ele gostaria de falar com ela. Precisava tentar.

Funcionou. Ela estava analisando a irmã degustar um sanduiche quando olhou para o lado. Viu Rigel se aproximar olhando para ela. Não deveria ter olhado, pensou ela. Que bom que ela me viu, pensou ele.

—Febe, procure algum conhecido e vá conversar.

— O quê? – Disse ela enquanto escolhia mais um aperitivo.

—Só saia daqui o mais rap...-  parou. Ele estava próximo demais, poderia ouvir. Apenas respirou fundo. Percebeu que sua irmã o vira e entendera o que pediu. Sorriram como cumplices.

— Conde de Wiltshire. Não imaginava vê-lo antes de amanhã. – Disse Febe tentando ser gentil. Ele assentiu com a cabeça e lhe ofereceu um sorriso educado. A dança acabou e Febe teve uma ideia. Mentiria. – Ah! Acabou essa dança. Susan me prometeu que conversaríamos depois de sua dança com Lorde Kilnon. Se me dão licença. – então, se afastou.

— Você está muito bela. – Aquelas palavras saíram sem que Rigel percebesse. Ela sorriu. Nunca ficara tão feliz por um elogio tão simples. Ela corou. Ele percebeu que precisava continuar a falar – que cor é? Lhe cai muito bem.

—Coral claro, mas acredito que irá chama-la de rosa. – Sorriu para ele sabendo que nenhum homem saberia tons de rosa, a menos que gostasse de usá-los. Ele se inclinou para averiguar os petiscos.

— Elona, você me conhece muito bem. – Elona, ele disse Elona? Ela não lembrava de ter permitido, no entanto, havia amado a forma espontânea como dissera. Ele voltou a olha-la como se nada na mesa tivesse lhe interessado– Pensei que voltaria antes para lhe ver em sua casa. Mas tive problemas.

— Espero que nada grave! – Respondeu preocupada. Pensou que também gostaria de terem se visto antes. Ela ainda precisava lhe contar que era bruxa. O que pelo seu jeito, ele ainda não desconfiava.

— Não se preocupe. Está tudo resolvido. – Rigel havia inventado uma outra origem para sua noiva. Tudo que fossem procurar iria afirmar que ela fora adotada quando muito jovem, pois era órfã de uma família respeitável. Planejara um outro casamento, em que não haveria trouxas. Apenas precisariam viver escondido dos demais para que não percebessem que ela não era bruxa. Isso não seria um sacrifício para ele, ficar confinado com Lady Elona Malfoy deveria ser agradável.

A Briga

Elona e Rigel não haviam se separado. Dançaram três músicas. Se divertiam.

Elona notou que estava sendo observada. Era Sr. Taylor, segundo filho do Barão de Renfrew. Ele havia lhe pedido em casamento por quatro vezes. Ela apenas rezou para que Rigel não tivesse percebido. Em vão.

Sr. Taylor ao notar que Rigel havia lhe visto saiu para a área reservada na qual ele sabia que havia um escritório. Elona deu graças quando ele saiu. Rigel a conduziu até a lateral do salão e a entregou aos pais, que conversavam alegremente.

Em um descuido de Elona, Rigel sumiu. E ela sabia onde ele estava.

Ele foi até o escritório e encontrou Sr. Taylor lhe aguardando.

— Sr. Taylor – falou firmemente – gostaria de saber porque esteve observando minha noiva a noite toda. - Sr. Taylor riu como um louco e colocou a mão no bolso.

— Lorde Malfoy...

— Conde de Wiltshire para você! – interrompeu, Rigel. Elona ouvira as vozes exaltadas e se dirigiu rumo ao escritório.

— Conde de Wiltshire, como prefere, não se pode negar um último pedido a um homem. – Rigel não havia entendido, até que ele prosseguiu. – Se ela não se casar comigo, irá morrer só! – Então Sr. Taylor sacou uma arma e apontou para o conde. Rigel precisava de sua varinha. Odiava armas. Pensou se seria rápido o suficiente para alcançar sua varinha antes que ele atirasse.

— Expelliarmus! – Sr. Taylor estava desarmado e apavorado. – Rigel, você está bem? Ele te machucou?- Rigel olhava para Elona incrédulo. Não tanto quanto Sr. Taylor, entretanto. Depois de inspecionar seu noivo e perceber que ele estava bem ela pegou a arma no chão e apontou sua varinha para o Sr. Taylor. – Obliviate! Sai daqui agora! – gritou. E ele saiu correndo sem entender como chegou ali.

— Vo-você? O que você fez? – Rigel a olhava ainda sem entender. Como ela não havia lhe dito nada? Como ninguém havia lhe dito nada?

— Bem. Eu acho que salvei sua vida. – Falou constrangida. Sabia sobre o que ele se referia. Só não queria dizer nada que piorasse a situação.

—Sua família sabe? Que é bruxa? – ele estava alterado, era perceptível pra Elona. Ela só não conseguia definir quais eram as emoções. Rigel conseguia, era um misto de raiva por ter se enganado, atordoamento por ter descoberto nessas circunstancias e alivio. Sim, alívio. Agora seria mais fácil. Tudo estava feito. Mesmo que ela fosse uma sangue ruim, ninguém jamais saberia, apenas ele e Lorde Flint.

— Bem – hesitou- Não. Eles acham que cresci em um internato para moças. E desde então, tenho vivido afastad – Rigel a beijou. Não importava como ela havia escondido isso da família. Agora ele sabia. Ela realmente era perfeita. Elona não sabia definir o que estava sentido. Pôs suas mãos nos ombros de Rigel buscando apoio, pois seu mundo estava girando e suas pernas não eram mais confiáveis para lhe sustentar. Os lábios delas eram macios como ele esperava, e também eram bons, muito bons. Ele a puxou para si, podendo sentir todas as suas curvas, lhe beijou o pescoço e suas mãos começaram a explorar suas costas e descendo. Ela sentia os corpos de ambos se tocando e não sentia vontade de se desenvincilhar, desejava mais. O que mais, ela não sabia, mas queria.

—Rigel. – Ela disse bem baixinho, apenas por que sentia que precisava dizer algo. Ele sentia o calor de sua pele e a desejava por inteiro ali mesmo. Contudo se conteve. Só mais um dia, pensou.  Respirou fundo. Encostou sua testa na dela e riu. Ela não entendia o porquê, então perguntou envergonhada. – Está rindo de mim?

—Não. – pôs uma mecha de cacho dela para atrás – Estou rindo de mim. Passei duas semanas articulando uma forma de fingir que você era uma bruxa e tudo que precisava fazer era lhe perguntar. - Ela lhe deu um meio sorriso.

—Eu não sou pura, Rigel. – disse com tristeza. Ele riu, sabia que ela estava falando da magia.

—Em que sentido está falando? – ele a provocou.

—Magia é claro, Rigel! – Ela se afastou um pouco dele. Ele riu e a puxou novamente para perto dele. Não tanto como antes, mas o suficiente para beija-la.

—Eu sei. Não tem problema. – A beijou tentando se controlar para não tocar em seus seios – Eu resolvi isso. – Ela lhe olhou aliviada e confusa.

—Como?- ele se afastou dela, arrumou o cabelo. E com uma força sobre-humana ele foi em direção a porta.

— Amanhã, à noite, na nossa casa- ele respirou fundo e sorriu- Eu te conto.

—Então ainda vamos nos casar? – Olhou para ele sorrindo.

—É claro! Eu não iria cancelar nosso casamento. - Ele parou e a olhou - Eu te amo, Elona. – Voltou a andar. Ela estremeceu por dentro. Queria chorar. Queria gritar. Tudo que conseguiu fazer foi dizer:

—Rigel! – Ele parou sob a porta e olhou para ela. Ela reuniu coragem e disse – Eu te amo, mais. – sorriu e ele riu.

—Não sabia que estávamos competindo. E acredito que eu vá ganhar essa disputa. – Respondeu em tom jocoso.

—Oh! – disse fingindo seriedade - Eu sempre estou competindo. – ambos sorriram.

— Você será uma ótima Lady Malfoy.

Epílogo

Estava tarde, Rigel ainda estava no escritório de sua madrasta. Lady Louise Malfoy havia falecido. Elona deveria estar dormindo. Meissa estava arrasada. Rigel estava aliviado. Mandaria esvaziar aquele local e daria tudo que fosse dela para a caridade. Detestava a madrasta. Sentou-se na cadeira e abriu uma gaveta. Achou cinco livros em coro.  Quatro terminados e um quase no fim. Diários, pensou.

— Na caixa verde atrás do quadro de gatos. – Disse o retrato de sua avó. Ele se levantou e foi até o quadro na parede. – Diga: Miau Miau, Amasso bonzinho. – Ele repetiu se sentindo um idiota. A curiosidade, todavia, era maior. Pegou a caixa verde que estava escondida.

— O que é isso? - Perguntou Elona. Rigel levou um susto. – Desculpe, não queria assustá-lo. A porta estava aberta. – Ele soltou a caixa em cima da mesa e foi em direção a esposa.

—Você não deveria estar de pé. – Ele a guiou até a cadeira e a fez sentar- Está tarde e é muito perigoso você ficar andando por aí sozinha.

—Para o seu governo Lorde Malfoy – retrucou brincando- estou muito bem e segura em minha própria casa.

— Querida, me escute. Você está grávida, do nosso bebê.– Rigel sentia muito medo de que sua esposa viesse a falecer. Rezava para que estivesse grávida de um menino. Planejava ter apenas um filho para que herdasse tudo e para não expor sua esposa à riscos desnecessários. Não que planejasse reduzir sua atividade noturna com ela. Até porque ela era a única com quem ele pensava em se deitar. Contudo, a ideia de perde-la como sua mãe, o atormentava.

— Ainda bem que é o nosso bebê e não de uma outra família.- Brincou. Então tocou a mão do marido e falou com seriedade – Vai ficar tudo bem, meu amor. – Então voltou a sorri – É claro que para isso você precisa me contar o que há na caixa. – Ele lembrou da existência da caixa e foi até ela.

— Eu não sei. A vovó que mandou pegar. - A senhora no quadro acenou para Elona que sorriu cordialmente e acenou de volta. Enquanto isso Rigel abriu a caixa e descobriu todas as cartas que enviou e muitas outras destinadas a ele. As quais nunca recebera.

Outro Epílogo 

Rigel lera todas as cartas e os diários. Mandara exumar a madrasta e jogá-la para as Acromântulas. Agora estava em paz com seu pai, onde quer que ele estivesse.

Meissa casou-se com Lorde Nathan Flint, filho mais velho do tutor de Rigel, o Visconde de Wellesley.

A gravidez de Elona transcorrera bem, embora durante o parto ela tenha dado o braço a torcer para o marido. Ela poderia tolerar mais uma gestação, mas não poderia tolerar outro parto. E quando as dores finalmente pararam e a parteira anunciou que era uma menina, ela pensou em quantos partos precisaria para conseguir um herdeiro. Rigel sentiu o desespero de ter que ver sua esposa sobreviver por outra gestação. Então, as dores começaram novamente. A parteira gritou que eram gêmeos e enfim Deneb nasceu. Elona se adaptou muito bem à sua nova rotina. Agora tendo que cuidar do marido e dos jovens Sir Deneb Malfoy e Lady Delphini de apenas quatro meses, ambos.

Casados há dois anos, com dois bebês, o Conde e a Condessa de Wiltshire eram muito felizes. E tinham certeza que seria assim até o fim de seus dias. Ninguém jamais mencionou o fato de Elona ser Sangue Ruim, pois ela era um legitima Malfoy.

FIM


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