The Crete Princess escrita por Essy


Capítulo 4
Visita


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, semana de provas!!
Tirei a nota máxima na prova de Inglês e na de Redação!
Iuuupi!!



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Capítulo 4 – Visita

-É sério, você vai ver. Vai ser um micãão, um king kong. - eu disse para Oberon enquanto voltávamos para meu quarto.

-Ah, então eu deveria estar com medo? - Oberon revirou os olhos.- Que tipo de mico se paga no mundo inferior? Não dá. Você não vai conseguir me humilhar.

-Pode crer que eu vou. - eu sorri.

-Ahm-ham. Ok. - ele disse. - Você só ganhou por sorte, sabe? Sorte de iniciante.

-Se eu sou iniciante você é o papai noel. - falei. - Fala sério, eu sou demais. Eu venci o filho de Hades!

-Até parece! Eu já disse, foi sorte de novata! Eu tenho séc... décadas de experiência a mais que você. Na verdade, eu deixei você ganhar, para você não ficar triste.

-AH, FALA SÉRIO! - repeti e comecei a rir descontroladamente. Oberon se contentou em revirar os olhos. - D-desculpe p-por rir. - eu disse em meio as gargalhadas. Respirei fundo e segurei o resto do riso. - Desculpe por rir. - repeti.

-Tudo bem. - Oberon disse. - Não precisa se desculpar.

-Sério, quer dizer eu devo ser a maior chata. Só não entendo porque ninguém ou me mata logo ou me deixa voltar! É muito injusto. Eu preferia já estar morta. - eu murmurei.

Oberon parou e me olhou.

-Lina, você não sabe mesmo a resposta para suas dúvidas? É tão simples Selina! Meu pai não te matou ainda porque eu não deixei! Eu levei o maior tempo convencendo ele a não te matar e é assim que você me agradece? Quer dizer, para de reclamar garota! Nunca mais diga isso, sério. Se você prefere ser morta, eu posso fazer com que isso aconteça rapidinho, é só eu falar com papai, pois sou eu que estou impedindo você de morrer! Eu não acredito que você disse isso... - ele balançou a cabeça e começou a andar para longe.

-Ei, ei, ei, calma! - eu gritei enquanto Oberon se afastava, mas ele já havia ido e entrado na escuridão. -Droga – murmurei. -O que foi que eu disse de errado?

Mas ninguém me respondeu. Bufei e voltei andando para meu quarto, depois de abrir várias portas erradas e trancadas. Até que tive uma ideia quase genial.

Eu vou fugir!” pensei. Fui até meu quarto rapidamente para pegar meu relógio Arogarn e a carta de meu pai.

Peguei-os e comecei a ir em direção a porta. Puxei a maçaneta... mas ela estava trancada! Droga, por que eu era tão imbecil? “A porta é enfeitiçada, você só pode sair por ela quando não estiver com a intensão de fugir.” Foi o que Oberon disse. E eu havia me esquecido! Aaaai, como eu sou burra!

-Realmente você devia ter pensado antes de entrar aqui. Pelo menos devia ter deixado a porta aberta. - disse uma voz melodiosa e que eu parecia conhecer de algum lugar. Me virei.

-Hermes? - perguntei, incrédula. Na minha frente estava um homem loiro, de uns vinte cinco anos, vestido com um moletom de corrida da Adidas e usando um para de all star com asas. Em sua mão estava um BIP cinza, bem moderno, com visor, teclas metálicas e tudo mais.

-Olá, olá, olá! - ele disse em um tom de apresentador de programa de televisão. - Selina van der Halt. Quanto tempo.

-Hermes? - perguntei novamente, me sentindo um pouco estranha.

-Nossa como você gosta de dizer nomes! Que outro deus anda com all star's tão estilosos como os meus? - Hermes perguntou e revirou os olhos.

-Não sei. Talvez o deus da Converse. - eu disse ironicamente.

-É esse seu senso de humor tão complexo que a deixou com má fama entre os olimpianos. - Hermes disse, eu revirei os olhos.

-Na verdade, além disso, tem o fato de que eu não aceito o jeito folgado de vocês e me rebelo contra isso. E o fato de que meu pai é Cronos. E o fato de que eu não vou ajudar vocês na batalha de Creta, nem em batalha nenhuma. - eu disse. - Ah, e é esse senso de mau-humor que os deuses têm que os deixaram com má fama mo mundo mortal.

Hermes bocejou e fez cara de entediado.

-Eu vim aqui para falar exatamente disso. - Hermes disse -A batalha de Creta pode estar um pouco longe, considerando o fato de que Cronos ainda está juntando aliados. Mas Zeus não está, e sabe por que? Porque com a sua ajuda venceremos esta batalha. Sabe por que Cronos escolheu Creta?

-Você acha que eu tomo chá da tarde com Cronos todo dia? Ou que eu leio a revista “Fofoca Olimpiana”? É claro que eu não sei, oras! - eu disse e percebi que estava usando sarcasmo demais naquele dia.

-Ele escolheu Creta pois foi lá que Réia escondeu Zeus quando ele nasceu e ela deu uma pedra para Cronos comer, no lugar dele. Pois as pessoas dizem que foi em Creta que o “bem” nasceu. E Cronos escolheu aquela ilha pois é lá que o bem irá terminar se ele vencer os olimpianos, o que é praticamente impossível, mas de qualquer forma... Nós queremos você do nosso lado.

Eu o olhei seriamente.

-Nós... quem? - perguntei.

-Nós os deuses olimpianos. - Hermes revirou os olhos. - Olhe, eu sei que você e Zeus têm uma certa... rivalidade. Mas, pense bem, Afrodite, Ares, Ártemis e um monte de outros deuses que ficaram de seu lado também estão lutando contra Cronos. Fique do lado deles.

-Ah, claro. E você veio até o mundo inferior só para me dizer isso? - perguntei, indignada.

-Não, eu não sou tão idiota. Zeus me mandou buscá-la e ele pediu que ajudasse-nos na batalha.

-Quem te mandou? - perguntei, sem acreditar.

-Zeus.

-Repita isso.

-Zeus. Capiche? - Hermes me perguntou sério. Eu revirei os olhos.

-E como você espera me tirar daqui, senhor deus-dos-viajantes? - perguntei.

-Não me questione, só me obedeça. - ele disse.

-Quer saber? Eu não vou com você não. Fala para Zeus que se ele quiser que eu talvez, assim, talvez de um mínimo de atenção para o pedido dele, ele que tem que falar comigo pessoalmente. - eu disse.

-O que? - Hermes perguntou, abismado.

-Você ouviu. - eu disse e fiz um biquinho. - Acho que até podia olhar para a cara dele se ele fizesse isso... mas não sei não, seria pedir de mais.

-Você não está falando sério, está? - Hermes perguntou.

-Seríssimo, meu caro amigo caminhoneiro. - eu disse.

-Mas... mas... - Hermes começou a pensar em algo para dizer. Ele pensou por quarenta segundos, até que deu um sorriso triunfante e disse: - Você vai seguir seu orgulho e ficar aqui esperando por Zeus, enquanto Perceu Jackson sofre lá em cima? Ele realmente está sofrendo, Selina. Ele está com saudades. E está tendo que ser monitorado diariamente por Quíron, Annabeth e Argaios pois ele queria vir para o mundo inferior atrás de você. É realmente muito egoísmo de sua parte, nem se importar com ele. Você nem deve sentir sua falta.

Eu congelei. Aquilo tinha sido golpe baixo, realmente um golpe baixo. Será que... que eu estava mesmo sendo egoísta? Senti a garganta começar a arder. Mas eu não podia chorar naquele momento, nananinanão! Eu não podia demonstrar fraqueza, certo?

-C-como... como se atreve a dizer que eu não me importo?! - gritei. - Eu o amo, ok? Muito. Muito mesmo.

-Se o ama, por que não volta para ele? Quer ver como ele está? - Hermes perguntou e pegou seu BIP e estendeu, para que eu pudesse ver a tela. Depois ele apertou um botão e algumas imagens começaram a se projetar. Então eu entendi o que, ou melhor, quem eram as figuras na tela e não pude conter o choro. Lágrimas salgadas desciam por meu rosto e pareciam queimar minha pele. Minha garganta doía. Eu soluçava descontroladamente. E qual era a razão de meu desespero? Percy Jackson. As imagens que apareceram no BIP de Hermes, eram mais um vídeo mostrando o estado de Percy. Ele estava trancado dentro do chalé número 3, encolhido debaixo de alguns cobertores e encostado em um travesseiro. Ele não derramava lágrimas, mas seu rosto estava inchado e seus olhos vermelhos, como alguém que passou muito tempo chorando. Seus cabelos tão lindo estavam ensebados e bagunçados e ele estava de pijama. Ao seu lado estava um prato de comida cheio, como se ele não tivesse tocado nele. Percy tremia.

-Imp-possível. - comecei a falar enquanto chorava compulsivamente. - P-percy n-não p-pod-de t-ter fic-cado t-tão mal, não faz nem um d-dia que eu vim p-parar aq-qui.

-Mas... é a verdade. -Hermes disse.- Eu juro por minha vida e a de todos os viajantes do mundo que essas imagens são reais. Já faz mais de um dia que você partiu. São três da madrugada, você deve saber. E, fique calma, ele não esteve sempre assim. Ele estava energético, queria ir atrás de você a todo custo. Tentou fugir e trancaram ele em seu próprio chalé, foi assim que ele ficou deste jeito.

-Sai d-d-d-daqui. - eu disse soluçando.

-Ah, então você vai mesmo deixá-lo continuar daquela maneira... tsc, tsc, tsc... - Hermes disse.

-P-para! - gritei e tapei meus ouvidos com as mãos enquanto chorava. Eu estava fazendo um baita escândalo, mas cada palavra que Hermes dizia só fazia eu me lembrar mais de Percy encolhido naquela cama azul-marinho.

-Que decepção. Eu realmente achei que você se importasse com as pessoas, mas parece que não. - Hermes continuou a falar, mas sua voz saiu abafada, porque eu tinha coberto meu rosto com um travesseiro. Tudo o que eu queria era parar por uns instantes, entende? Só queria que Hermes calasse a boca e queria ficar sozinha com Percy, parada por alguns segundos. Só isso... A falação de Hermes começou a me dar raiva. Coloquei a mão dentro de meu bolso e apertei a primeira coisa que consegui tocar. Percebi que era o relógio, mas não me preocupei. Apertei cada vez mais forte, até minha mão começar a doer. Comecei a arranhar o relógio também, com a ponta da unha. Eu queria era estar apertando a cara de Hermes, por isso eu estava apertando o relógio. Mas, de repente, percebi que tudo havia ficado silencioso demais. Será que Hermes tinha ido embora? Eu comecei a me sentir estranha. Tirei o travesseiro de meu rosto, bem devagar. E fiquei chocada com o que vi. Tão chocada que soltei o relógio e o deixei cair em meu bolso. Hermes estava lá. Mas ele estava congelado. Sério mesmo. Não congelado tipo cheio de gelo, mas parado, com a boca aberta e os braços no alto. Era como se eu tivesse assistindo um DVD e desse stop. Seria até meio cômico, se eu não estivesse tão chocada. Aquela sensação ruim que eu estava sentindo aumentou.

-Oh meus deuses. - eu disse. Me levantei e toquei o braço de Hermes. Estava duro, não era nenhuma brincadeira. Hermes estava realmente congelado no tempo. Na verdade, agora eu podia perceber que tudo estava meio congelado. Não havia vento, nem barulho algum. Eu tentei sentir que horas eram. Três horas da madrugada, sete minutos e quarenta segundos. A sensação ruim em mim foi como uma explosão, eu tive que me apoiar na cama para não cair. Foi como uma tontura, uma vertigem. Tentei sentir que horas eram novamente, mas não consegui, exigia de mais de mim. Me sentei na cama e fiz um esforço. Três da madrugada, sete minutos e... quarenta segundos. Deveriam ter se passado pelo menos uns dois segundos, aquilo não estava certo.

-Hermes? - chamei. Ele continuou paralisado. - Ah meu deus. Oberon! - gritei muito alto. - OBERON VOCÊ ESTÁ ME OUVINDO?!! - gritei novamente e esperei alguns segundos. Nenhuma resposta. Que horas eram agora? Três da madrugada, sete minutos e quarenta segundos. Eu deveria estar com algum problema. Peguei Arogarn no bolso para ver que horas eram. O abri e... -Impossível... - sussurrei quando, olhando no relógio, pude constatar que eram 3:07:40 A.M. Olhei bem para o relógio e o revirei em minhas mãos, começando a ficar desesperada. Eu estava parada no tempo! Não, eu havia parado o tempo! Por isso eu estava me sentindo meio mal, porque o tempo não estava certo! Mas como eu havia feito aquilo? Olhei mais uma vez para o relógio, para ter certeza de que não havia ficado louca. Foi quando percebi que o botãozinho que se usava para ajustar horas estava levantado. E por isso os ponteiros do relógio estavam parados naquele horário, pois havia sido o horário em que eu arranhara o relógio, provavelmente levantando o botãozinho que mais era um pininho. Dei um suspiro aliviado, mas aquilo não explicava o porque de tudo ao redor de mim ter congelado no tempo. Apertei o pininho e o relógio voltou a funcionar, ao mesmo tempo que o vento voltou a bater e Hermes voltou a falar.

-E isso é errado, porque... como você chegou até até aí? - ele perguntou, confuso. Eu o olhei bem. Depois olhei o relógio. Depois olhei minha mão e o quarto e voltei a olhar o relógio.

-Mas é claro. - murmurei, enxugando o rastro molhado que as lágrimas haviam deixado em meu rosto. - Foi o relógio. Era disso que Cronos estava falando... mas será que ele só faz isso?

-Do que você está falando? - Hermes perguntou.

-De nada, Hermes, de nada! Agora, vai embora por favor, que eu tenho mais o que fazer. E se vocês quiserem minha ajuda, Zeus tem que vir me pedir. Somente ele. Beijo e não me liga a cobrar! - falei e me joguei na cama, debaixo dos cobertores. Hermes reclamou por um bom tempo, mas eu não percebi, pois muito brevemente adormeci.

Quando acordei, Hermes não estava mais lá, e eu me sentia totalmente esgotada. Me arrastei até o guarda-roupa e fui ver as roupas que Perséfone havia deixado para mim. Eram sete e meia, o café ali era servido as oito. Pensei em dormir e não tomar café, mas eu não comia fazia muito tempo e eu estava realmente com fome. As roupas que Perséfone havia colocado naquele guarda-roupa não tinham nada a ver comigo. Vestidos verdes e longos, saias cáqui, batas bege e sapatilhas claras. Todas as roupas e calçados eram de cores claras e que me lembravam a natureza e nenhuma daquelas roupas era apropriada para uma luta, por exemplo.

-Fala sério. - murmurei, enquanto pegava um conjunto de blusa e saia marrons. Joguei aquilo na gaveta como se tivesse infectado. - Oberon! - gritei, um pouco alto demais. Mas então me lembrei de que Oberon estava meio “brigado” comigo.

Eu estava ficando louca. Nenhuma roupa ali parecia adequada para mim. Foi quando ouvi três batidas na porta.

-Entra aí. - falei, sem saber quem era.

-Selina? - Oberon entrou e fechou a porta atrás dele. - Me chamou?

-Ah, droga, eu odeio fazer isso. Mas me desculpe, Oberon. - pedi. - Sério, eu não sabia que você ia ficar tão magoado com aquilo que eu disse.

-Hm... tudo bem. - ele disse em uma voz cansada.

-Entãão... - eu comecei, fiz um biquinho e pisquei os olhos repetidamente. - Eu quelia muto uma calça jins, moço. Pôque só tem loupa feia na gaveta! - eu falei com voz de bebê chorão. Oberon revirou os olhos.

-Imaginei que você não iria gostar das mesmas coisas que a minha madrasta gosta. - ele disse. - Mas eu não tenho roupas para você!

-Vai me dizer que não tem nenhum shopping no mundo inferior? - perguntei sarcástica.

-Não, não tem.

-E você não tem senso de humor não?

-Tenho, Lina. Só estou... - Oberon suspirou. - Vou procurar alguma coisa, ok? Já volto.

Eu bufei e fechei a gaveta. Me sentei na cama e Oberon chegou algum tempo depois, de mãos vazias.

-Não achei nada. - ele disse.

-Ok. - eu disse e respirei fundo. - Ahn, me espera aí fora, eu vou colocar alguma coisa natureba.

Oberon saiu e eu voltei a olhar a gaveta. Coloquei uma calça de moletom veludo azul clara e uma jaqueta combinando, por cima de uma blusa de renda pastel. Eu era o catálogo da Juicy Couture em pessoa. Depois coloquei uma das sapatilhas beges no pé, prendi meu cabelo no alto com uma fita e sai. Consegui abrir a porta pois no momento não tinha intensão de fugir. Oberon estava encostado na parede, os olhos fechados e o nariz franzido.

-Tudo bem? - perguntei, me aproximando. Ele abriu os olhos e pulou para trás, assutado.

-Ah, hm, sim, tudo bem. Por que? - ele perguntou.

-Não sei. Você se assustou fácil. - eu disse.

-Eu estou bem, modelo da Juicy. - ele disse. Eu não falei que estava parecendo o catálogo da Juicy?!

-Hahá. - eu ri sem humor. - Como você conhece a Juicy se vive aqui, camarada?

-Eu não vivo sempre aqui. Eu vou em outros lugares, sabia?

-Sério? - eu alarguei os olhos, fingindo estar surpresa.

-Ah, vamos logo que já são oito horas.

-Oito horas, dois minutos e cinco segundos. - eu o corrigi e ele revirou os olhos.

-Tanto faz, Lina, vamos tomar café. - ele disse.

-Vamos. - eu respondi sorrindo. - Eu estou morrendo de fome. Literalmente.

-Não teve graça. - ele disse sério.

-Desculpe.


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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora, semana de provas!!
Tirei a nota máxima na prova de Inglês e na de Redação!
Iuuupi!! Reviews, please!



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