Ventos que me Levam escrita por Lady Allen


Capítulo 9
Capítulo 8: Quer ser um arqueiro?


Notas iniciais do capítulo

Olá minha gente, demorei só um pouquinho kkk pois é, aqui está um capítulo, e boas festa de final de ano!!!! Já que o natal já passou. Né?



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Parecia que estava voltando no tempo. Mas agora não conseguia segurar a dor que aparecia em seu coração tão jovem. Will mordeu os lábios sentindo um milhão de borboletas voando em seu estômago. Congelado, e com os membros tremidos, ele enxugou o rosto dolorido com cautela. Havia uma marca um tanto dolorida; manchando o seu lado direito da face. Se sentia culpado, na verdade, não devia ter feito o que fez. — O desrespeitou. No calor do momento, não pensou na sua ação, o empurrou, batendo em seu peito raivosamente, aos berros, como resultado daquela explosão: um sonoro tapa do arqueiro, estupefato. Todos ficaram abismados com a reação rápida daquela cena. Duncan os separou encolhendo o choroso Will para longe de Halt. Ele, nervoso, respirava com força pela agressão dada, Abelard, seu cavalo, andava para os lados, como se falasse "O que vez?".  

Agora. O mundo pesava nos ombros do Arqueiro. Que sentado e mais calmo, portava a insatisfação do que fez. O garoto que foi levado longe de si o atormentava; os olhos grandes e inocentes machucados com a dor do que houve. Duncan ficou horas o repreendendo; um discurso enfadonho e cheios de farpas. Aceitou. A sua cabeça latejava pela enxaqueca, eles estavam no gabinete. Halt olhando para baixo apenas ouvindo, o rei, em pé, do lado da sua janela — falando sem parar — e Gilan. Também em pé, porém mais afastado de ambos, encostado na parede quase querendo se fundir a mobília. Quando soube o que acontecera, não teve nem tempo de falar, e o que falaria? Estava também sem as palavras certas. Will era como um irmão menor, e saber que o que houve o deixava nervoso. Não queria olhar para seu ex-mestre. O clima daquela sala era tenso, assim, Gilan se afastou, e sem dizer nada, saiu à procura do menino Will.  

Que continuava em um dos quartos. O seu, agora deitado como um embrulho em sua cama. Ainda estava assustado, e com um receio de encontrar Halt. Alguns empregados bateram em sua porta, entretanto, o garoto pedia distância, até Cassandra — sua amiga confidente, a mandou para longe. Suspirou tentando parar com o choro. Até ouvir alguém pigarrear. Will olhou para a janela quase gritando de susto. Era um arqueiro pelas vestes, pensou que fosse Halt, mas era alguém mais jovem; cabelos claros, sorridente, sentado no peitoril como se não quisesse nada demais. A postura tranquila, os ombros para baixo, as pernas cruzadas e relaxada. Atrás de si usava o arco longo.  

Um sorriso bonito e alegre.  

Era Gilan.  

Gil. Como falava, como o chamava em suas brincadeiras. Mas velho, mais experiente, e adulto.  

Will correu como um relâmpago, enrolando os braços pela cintura. E como sempre, o ruivo riu musicalmente e alto. Também rodeando-o saindo da janela tropeçando para que não caísse de lá de cima. Não era um bom escalador, porém, teve que fazer essa loucura. Passou a mão pelos cabelos do rapaz que grudou como uma lagartixa em si, Will estava tão grande!  

"Por favor, lembra de mim?" Disse olhando para cima.  

"Lembro sim, Will tratante! Como esquecer, lembra do cavalinho que quebramos? Como esquecer daquele dia!" Gilan comentou vendo-o rir ainda mais. Mesmo já grandinho aquele menino ainda tinha o ar infantil.  

"Sim, Hal..." Ele parou de falar, o rosto sorridente sumindo aos poucos.  

"Não fique assim, ele é ainda o Halt que conhecemos" Gilan acariciou os parcos cachos, gostava dos antigos, eram indomáveis.  

Will gemeu, não querendo concordar.  

"Olha, eu estou aqui, espera ele melhorar, Halt passou por alguns problemas, eu sei que estende né?" Gilan buscou explicar, levando o garoto até a sua cama, sentando ambos lados a lado.  

"Ele me bateu" disse fungando, lembrando da dor de sentir aquela mão de ferro em sua bochecha. "Ele nunca me bateu" Completou chateado.  

"Tenha paciência, sabe? Comigo também foi assim, mas com o tempo ele se lembrou. Halt quase morreu, uma queda, coisas do oficio." 

"Morreu...por isso que me deixaram?"  

"Em parte, estávamos com problemas, as coisas ficaram feias para o nosso lado, e depois do acidente, perdemos muito com isso, Will, estamos de volta." Tentou sorrir para alegrá-lo. Depois suspirou com a cara de choro continuo. Gilan bateu o ombro esquerdo, fazendo uma brincadeira deles — uma batidinha, depois, a correria pelos lados, uma onda de prazer apareceu entre eles, Will riu gostoso, Gilan voltou a sua talvez pouca infância, mas foi o resto que cultivou ao lado do pequeno. Logo depois ele já viu o lado escuro de ser um Arqueiro, o peso da escolha e do trabalho sério. Onde erros são eram permitidos. Mas, ali, naquele quarto, eram apenas dois irmãos brincando pelo. Pulando pela cama, fazendo guerra de travesseiro.  

Will parecia esquecer do que houve.  

Agradecendo por ter ao seu lado um jovem adulto tão gentil. Halt suspirou ouvindo as risadas altas pelo corredor. Do lado de fora, encostado queria se lastimar. Não era tarde, também, queria lembrar do garoto da sala ao lado, como Gilan fazia.  

Pouca coisa fazia se sentir enojado.  

Halt pensou em bater na porta, entretanto, o que falaria? Ficou ali, sentindo os ombros ficarem menos rígidos, era uma alegria que contagiava. Não demostrava. Era uma sombra que nascia em seu coração endurecido e fosco.  

Ao se afastar, deu uma última olhada para trás, logo em seguida, sumindo tampando seu rosto com o capuz, desaparecendo pelos corredores. 

—---- 

Duas semanas passaram. E Will se sentia mais aliviado com tudo. Gilan aparecia, e sempre que comentava sobre Halt, o arqueiro falava que estava tudo bem. Era uma féria merecida para o barbudo. Quando comentou se podia vê-lo, Gilan sentia desconfortável, sabia que o jovem se aventurava com o arco, notou os dedos feridos. Will estava fazendo errado. 

"Não deveria usar um arco como aquele". Fingiu dar uma bronca, mas logo parou, não queria fazer lembranças ruins voltarem.  

"O imenso arco da cabana" deu de ombros " Pensei que fosse simples".  

Falou. Ambos estavam embaixo de uma arvore. Estavam no meio da praça, Gilan riu com as costas encostados na madeira, Will havia falado como se usar o arco fosse uma simples tarefa. Ele levantou a sobrancelha com a cara de poucos amigos do garoto. Em pouco tempo, estaria já entrando para a escolha. Estaria, Halt, melhor até lá? Era uma ótima pergunta, Gilan gostaria que Will entrasse para a Ordem. Seu irmão, mestre e ele, no mesmo oficio.  

"Imagino que queira aprender de verdade ser um Arqueiro" Ele fingiu olhar para as unhas.  

"Um dia eu serei tão bom você!"  

"E imagino, que seja daqui a cinco anos, estou certo?" Gilan abiu os dentes.  

"Sim, e será...breve".  

"Um Arqueiro? Um arqueiro mesmo?" Gilan incentivou-o. 

Will se levantou, fazendo à pose de arqueiro, as pessoas olhavam a dupla, outras vendo que se tratava se um arqueiro, se afastavam, um pouco receosas por ter uma criança perto dele, mas sabiam que nada de mal iria acontecer, voltaram aos seus serviços. Will não percebeu, ele imaginava com o capuz, e o seu arco — imaginários.  

"Vamos fazer um acordo?" Gilan dizia contente, deliciando-se em saber que Will ainda tinha o vigor de antes.  

"Mais um? Eu já tenho um, com Cassandra." O menino comentou, desfazendo, subindo na árvore tão rápido quando um macaquinho.  

"Humm, a menina? A filha do Rei?" Gilan tentou olhar para cima, enrugando a testa com a velocidade e agilidade dele de escalar sem medo.  

"Sim, eu prometi, mas agora, não vale muito, já que o rei já sabe". Will colocou a cabeça para fora sorrindo.  

"Mas esse será para sempre, eu sei disso". O arqueiro comentou 

" E o que é?" A voz ecoou de cima, até cair uma fruta no colo do Arqueiro. Gilan sorriu, mordendo a mesma, — suculenta.  

"Se eu te falar, que um certo Arqueiro veio te reconhecer, acreditaria? Assim, vai ser mais simples se tornar um Arqueiro, que tal falar com ele?"  

Will espiou entre os galhos, escutava com atenção o outro.  

"Quer se tornar um arqueiro? Então seja corajoso, e desça".  

Era Halt que falava.  


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Notas finais do capítulo

Beijos pessoas!!!! Até ano que vem, assim espero.



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