Ventos que me Levam escrita por Lady Allen


Capítulo 6
Capítulo 5: Amanhã é sempre um novo dia.


Notas iniciais do capítulo

Oi, sei que sumi, porém, vim com um capítulo diferente dos outros. Acontece quando temos uma vida, desculpa a demora, sei que é chato ler e o escritor(a) dar um de esperto e desaparece. Queria terminar ela com um clima de realização, e estou andando em passos de tartaruga, em algum momento eu termino todas. 'w'



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Por muito tempo achei que a ausência é falta. 
E lastimava, ignorante, a falta. 
Hoje não a lastimo. 
Não há falta na ausência. 
A ausência é um estar em mim. 
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, 
que rio e danço e invento exclamações alegres, 
porque a ausência, essa ausência assimilada, 
ninguém a rouba mais de mim. 

Carlos Drummond de Andrade 

 

Impacientemente, conforme foi pedido, o garotinho de cinco balançava os pés enquanto escutava a voz de Halt da sala ao lado. Estavam no castelo do rei Duncan. Haviam feito à viajem para lá diante um convite inesperado para o arqueiro zangado — que imediatamente recusou, sabendo que não podia deixar Will, seu filho, sozinho — Todavia, era uma questão que teria que ser feita, assim, como o aprendiz Gilan. Seria a primeira vez que estaria longe do pai. Halt não podia virar as costas, era o seu trabalho. Ao sair do gabinete encontrou à criança de cabeça baixa mordendo os dedos de ansiedade. Will não era mais um bebezinho e ele já entendia certas conversas; coisa útil para qualquer arqueiro. Conforme se abaixou, sentiu um forte aperto em seu coração, sua saliva pareceu estar secando diante os olhos bonitos de Will.  

" Halt vai numa missão, porém, o tio Duncan vai cuidar de você, logo eu estarei aqui." Se sentia um traidor.  

"Eu não posso ir junto?" Perguntou levantando as sobrancelhas em animação.  

"Não, só se fosse um arqueiro grande" Sorriu, tentando buscar a sua calma de antes. E frieza.  

"Mas eu já sou grande, irei fazer seis anos daqui a pouco. " Comentou tristonho.  

O beijo na testa pareceu ser uma despedida estranha. Halt apertou um dos poucos cachos que estava sumindo, olhou novamente para o rosto, se perguntando: se demorariaSe aquele guri iria esquecê-lo? Tentou bagunçar às emoções turbulentas, não olhou para trás, nem quando sentiu que algumas lágrimas queriam teimosamente sair. Iria contar os dias para rever a criança que cuidou com um carinho muito antes esquecido.  

—-- 

 Com à refeição já posta diante os seus olhos, Will lembrou dos ensinamentos sobre boas maneiras. Ele olhou para a menina que lhe sorria timidamente, depois, para os criados, todos muito bem arrumados e silenciosos, assim, tentou ficar tranquilo. Não queria passar vergonha bem em frente à princesa. Ela era graciosa; usava um vestido azul, com fitas nos cabelos na moda. O seu pai, o rei, não estava presente no momento. Não teve chance de conversar com Cassandra, as meninas eram quase um mistério para si.  

Aquela noite, foi assim.  

Que foi levando a outros. 

 Pouco há pouco foi esquecendo do desconforto de não ver mais o chalé, Abelard, e Halt (seu pai, assim como Gilan). Até o gosto da comida era um emaranhado de sensações quase como um fantasma, nebuloso e distante.  

O cheiro de pino na lareira.  

O som dos passos pelo assoalho.  

Agora, com 10 anos, Will conversava com Cassandra, lembrando do dia que se conheceram.  

"Pensei que ele viria me buscar, mas ele não voltou". Comentou deitado enquanto à moça mexia numa sacola de frutas doces. 

"Ele é uma Arqueiro" queria falar que provavelmente ele havia morrido numa vala, mas seria uma suspeita falsa, então ela suspirou, deitando também como Will, olhando para as nuvens muito brancas de Araluen. Ela tentava imaginar outras possibilidades "Talvez ele tenha batido à cabeça e se esquecido". Propôs sua teoria, completamente inocente, no entanto plausível.  

Will fechou os olhos com a conversa que levava a lhe dar dores de barriga. Diferente de Duncan— o pai de Cassandra — sempre voltava, entretanto Halt havia saído e não retornado. 

Em cinco anos ele teria que escolher o seu ofício. Coisa que não seria fácil. Não era bom em quase nada. Ainda tinha seu arco de quando era pequenino, custou alguns dias para trancá-lo no armário e vestir uma máscara de impassibilidade todas às vezes que abria às portas.  

"Os outros também não possuem pai e nem mãe." Ela lembrou de Horace, Alyss, Janny e o George. Todos órfãos que eram cuidados pelo Barão Arald. O menino desviou da atenção do céu voltando para ela, seu rosto muito próximo do seu. Cassandra também havia perdido a mãe, então, no fundo, ela entendia o que era sentir dor.  

"Quando se encontrarem novamente, se esquecerá dos dias que ficou sozinho." A menina lhe sorriu com os seus dentes brancos " Até porque, Will, estamos aqui, e eu sei que se tornará um Arqueiro como me disse que queria ser, como Halt" 

Como Halt.  

Concordou com as palavras, mastigando lentamente a situação, depois riu como uma criança que ainda era, se preocupar com tantas questões fazia-o se esquecer que portava ainda a sua liberdade. Halt era ainda seu pai, e nada faria mudar. Nem mesmo à distância de trinta mil milhas, seja lá qual fosse o propósito, Will iria permanecer obediente às ordens do homem carrancudo.  

Ambos brincaram à tarde toda, instigados a permanecerem jovens contentes por suas Eras infinitas, o Rei olhava pela janela com um novo sorriso em seu rosto. Depois, para as cartas enviadas em seu gabinete. Não queria ferir a alma dócil que tinha em mãos, deixaria que Will crescesse mais alguns anos, ele teria que se fortalecer, e pouco se acostumar com a ausência do Arqueiro um pouco mais de tempo.  

Lá em seu quarto o garoto, já de noite, de banho tomado e cansado das brincadeiras. Ele teve coragem de segurar novamente na madeira entalhada à mão, tão bonita, que guardava com todo carinho. Will se sentou na beirada da cama olhando com atenção no espelho do lado esquerdo do quarto, levantou com passos calmo, descalço com pijamas ele ficou em pose de arqueiro; cotovelos arqueados, omoplatas juntas, peito o mais reto que conseguiu, pés separados. "Mantenha a força do braço sempre constantediria Halt ao seu lado, com feições sérias, quase como uma estátua de mármore, "Preste atenção, o alvo não esperará para ser atingido menino". Parecia que o ouvia falar, concordou com um manear de cabeça, soltando a flecha imaginaria do arco, sentindo a brisa entrar pela janela.  

Amanhã seria um novo dia na vida de Will.  

Conte que uma nova força o dominou, deixou o arco do lado da cama, em cima da estantezinha de livros, bem à mostra para quem entrasse em seu quarto. Treinaria sozinho para conquistar o seu sonho adormecido. E o sorriso dos olhos do pai que tanto admirava. 

Adormeceria em juras, olhando para fora, imaginando onde estaria, e o que estaria fazendo o seu maior Arqueiro. 

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido, sei que é uma mudança de idade, porém, Halt é um arqueiro, missões são feitas. Fiquei depressiva escrevendo, e acho que ficarei até o resto da semana.

Bjssss



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