Shut Up And Dance escrita por Klara Valdez


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Hello unicórnios das trevas e da luz ^^
Bem... Não tem muito o que falar não... Espero que gostem. Tive essa ideia ouvindo a música do título, geralmente eu tenho esse tipo de ideia, mas é bem raro eu escrever elas. Boa leitura.



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— Só pra lembrar... — me viro para meu primo Nico — Por que eu vim mesmo?
Ele ri da minha cara e se apóia no meu ombro.
— Porque você é um tonto que se deixa levar por qualquer coisa que esse fantasminha diz — Thalia, minha prima, surgi do meu lado rindo de mim e do seu namorado.
Ignoro ela e olho novamente pra frente. A boate tinha a música no último volume e havia muitas luzes de cores diferentes, além de uma fumacinha muito loka que ficava nos pés das pessoas. Primeiro eu pensei besteira dessa fumaça (se é que vocês me entendem), mas depois Nico me explicou que era apenas gelo seco que usavam por causa dos lasers... Ahh, eu não disse que tinha lasers? Do lado de fora só dava pra ver um ou dois, mas do lado de dentro com certeza tem muitos.
—...enfim — voltei a prestar atenção no que Thalia dizia, me destraio fácil como vocês pode ver... — uma amiga minha já está lá dentro e ela deve estar tão perdida quanto Percy na sessão feminina de uma loja.
—Ei, eu só me perdi uma vez!
Ela me olha com meio sorriso e eu coço a nuca
— Tá. Talvez mais de uma...
— Relaxa cara — Nico sorri pra mim e, como eu sou um poço de inocência, achei que ele fosse me defender — Nós sabemos que você curte mais coisas de mulher do que a própria mulher — ele me dá uns tapinhas nas costa.
Arregaço a manga esquerda da minha jaqueta e Nico me olha assustado.
— Meninos, por que não entramos? — ela se põe entre nós dois e nos puxa pelos braços.
O segurança parecia uma versão mais malvada do Will Smith. Assim que viu Thalia, nos deixou entrar. Eu até ia perguntar, mas deixei pra lá. O pai dela era tão conhecido e já teve tantos empregados que eu não duvido que esse cara já não tenha sido um dos seus seguranças.
O lugar era muito mais loko dentro. Músicas conhecidas tocavam nas alturas, luzes piscavam no teto, a fumaça nos pés das pessoas subia enquanto elas dançavam fazendo os lasers ficarem mais visíveis. Nunca estive num lugar tão psicodélico na minha vida.
— Fecha a boca peixe, essa fumaça pode ser tóxica — Nico diz. Fecho a boca, que nem percebi estar aberta, com medo — Eu estava só brincando.
— Venham, preciso achar a loira— Thalia nos puxa até o bar, sempre girando a cabeça a procura da garota.
Ela pede ao moço umas bebidas e nós nos servimos.
Confesso que não sou de beber, mas aquele lugar tava praticamente implorando para que eu bebesse e eu também não ia conseguir ficar ali por muito tempo estando sóbrio.
Depois de um tempo no bar, Thalia disse que iria no banheiro ver se sua amiga estava lá escondida.
Quando ela se foi eu e Nico até tentamos conversar, mas a música estava alta demais pra isso, então apenas continuamos a beber e dançar sentados.
Fiquei por um longo período de tempo hipnotizado pelas luzes piscantes no teto, que quando eu olhei pro lado Nico estava em pé dançando The Pussycat Dolls.
— Sabe o que eu acho Percy? — ele vem para perto de mim e fala alto — Você deveria dar uma olhada por aí. Se solta. Tem um monte de garotas bonitas aqui... Não diz pra Thalia que eu disse isso — ele ri. Dava para ouvir claramente seu tom embriagado — Desde que terminou com a Rachel, um tempão atrás, você não ficou com mais nenhuma garota. Da uma chance para elas de provarem um pouco da delícia que você é!
Franzi o cenho com o que ele disse. Já ouvi meus amigos falando que o Nico se solta mais quando bebe, mas... ele acabou de me chamar de delícia! PORRA, meu primo me chamou de delícia... delícia!
— Tudo bem Nico. Vou deixar elas provarem um pouquinho — ele pareceu não entender, mas depois ele riu e me lançou um olhar malicioso.
Será que a Thalia sabia desse lado do Nico? Apenas balancei a cabeça e deixei pra lá.
Me afastei do bar e encarei o desafio de entrar na multidão dançante. Sem querer parecer "o galã", mas percebia os olhares de várias garotas em cima de mim. Desvio meu olhar delas para as luzes no teto, elas tinham um tipo de ordem. Era roxo, verde, azul, vermelho... não, era roxo, laranja, azul...
Volto a realidade quando sinto algo se chocar contra meu peito. Olho pra baixo e vejo cabelos loiros, ou será que eram roxos? As luzes me confundiam. A pessoa olha pra cima e sorri pra mim como um pedido de desculpas. Ela era linda e tinha olhos incrivelmente penetrantes, não sabia dizer exatamente a cor deles, mas o olhar dela em mim me deixou arrepiado. Algo nela mexeu comigo.
Percebi que eu que devia desculpas a ela por estar distraído.
— Você está bem? — pergunto alto para que ela pudesse me ouvir
— Sim, obrigada. Me desculpe, estava distraída olhando por chão. Não costumo vir a lugares assim.
Mesmo com todo aquele barulho conseguia apreciar sua voz, era doce e gentil. Seu olhar não deixava o meu, o que me deixava cada vez mais preso ao dela.
— Me desculpe também, estava distraído olhando pra cima.
Ela ri, mas mal consegui ouvir e o pouco que ouvi me fez esboçar um sorriso. Ela me achou engraçado...
Sorrindo ela era mais linda ainda.
— Se você não vem a lugares assim, o que te trouxe aqui?
— Ás vezes você conhece pessoas com um incrível talento de persuasão — ela ri — eu até tinha me arrependido de ter vindo aqui, mas acho que valeu a pena — ela da um meio sorriso e olha pra mim de um jeito sugestivo.
Não podia acreditar! Eu, Percy Jackson, um cara antissocial e meio otário, estava conversando com uma garota incrivelmente linda e ela tinha acabado de flertar comigo. Isso me deixou arrepiado e corado, espero que as luzes também a deixe confusa.
Mas óbvio que eu também falei algo para mostrar que tinha gostado de a ter "conhecido" tipo...
— Eeeerr... Hmm — ela ri da minha confusão. Eu deveria estar parecendo um idiota! — Então... Você veio aqui por causa de uma pessoa — volto para o assunto anterior, mas com medo da sua resposta.
— Ah! Sim — ela sorri, mas seu sorriso vai diminuindo e ela parece se dar conta de algo — Claro, uma amiga minha me chamou, mas até agora eu não a vi. Nem quero mais vê-la.
VOCÊS VIRAM ISSO? Ela flertou comigo de novo. Acho que deve ter algum tipo de droga nessa fumacinha, porque isso não pode ser verdade. Não vejo a hora de contar pra minha mãe... quer dizer, esfregar na cara dos meus amigos. Foi isso que eu quis dizer.
— Nem eu — falo e ela junta as sobrancelhas sem entender e depois ri.
Pera. Eu acabei de falar que não queria ver a amiga dela? O que eu tô falando? Essa garota tá embaralhando minha cabeça e deixando ela mais confusa do que já é.
Nós ficamos nos olhando por um tempo, seus olhos eram claros, mas ainda não sabia que cor eram. Eles me prendiam de um jeito que eu não consigo explicar.
Então Side To Side começa a tocar e ela começa a dançar colada a mim, percebi que minhas mãos estavam em sua cintura faz um tempo, mas ela não parecia incomodada. Eu apenas fiquei parado como um poste.
Ela pegou minhas mãos de sua cintura e as entrelaçou com as dela, começou a balançar meus braços me incentivando a dançar. Mas eu não queria dançar, queria levar ela pro bar, pagar uma bebida e conversar com ela, queria saber o que tinha por trás dessa carinha linda.
— Quer beber alguma coisa? — pergunto mais alto que a musica.
— Você quer? — ela responde com uma pergunta.
Na verdade não queria, já bebi bastante para uma noite. Apenas dei os ombros e comecei a dançar meio tímido.
Sabe quando você é pequeno e fica se balançando de um lado pro outro, batendo o pé um no outro? Então, eu estava pior que isso. Dançar nunca foi meu forte e nunca vai ser.
Ela sorriu solidária e colocou as minhas mãos de volta na sua cintura e seus braços no meu pescoço dançando junto a mim.
Ficamos assim por mais algumas musicas, até que comecei a pensar em inúmeras perguntas para fazer a ela.
— Meu nome é Percy e o seu?
Nesse momento começou a tocar Shut Up And Dance, ela olhou pra mim, chegou perto do meu ouvido e falou:
— Tô tentando esquecer algumas coisas que aconteceram recentemente comigo, mas você não ajuda falando o tempo todo, então... Cala a boca e dança comigo!
Como eu disse antes, eu não sabia dançar... exatamente "sabia" no passado mesmo. Porque quando o refrão da música chegou, nós dois começamos a dançar e eu não tava tão ruim. Nós dançávamos olhando um pro outro, as vezes eu a envolvia nos meus braços e a girava, ela agarrava meu pescoço e dançava. Foi aí que eu entendi a expressão "sentir a música", mas acho que não era só a música que eu estava sentindo.
Eu podia dizer que havíamos entrado no ritmo um do outro, e a cada movimento que ela fazia eu só podia pensar o quanto ela era linda. Eu me sentia num High School Musical com apenas duas pessoas. E também tirando a parte que ela pisou no meu pé duas vezes...
Ninguém ligava pra gente, e eu preferia assim. Toda vez que ela olhava pra mim e sorria eu sentia mais energia tomar contar de mim para continuar dançando.
Assim que a música acaba ela me puxa pela mão e corre para o bar se sentando num banquinho, me sento ao seu lado. Ela pede uma água e eu faço o mesmo, não vi como estava cansado e com sede.
— Eu estava precisando disso... — ela diz passando a mão na testa — Obrigada — ela sorri pra mim.
Eu sorrio de volta e bebo um gole d'água. Ela pega o celular e perece surpresa com o que vê nele.
— Minha amiga me ligou milhares de vezes — ela abaixa a cabeça no balcão e murmura — Thalia vai me matar por ter deixado o celular no silencioso...
— Thalia? — ela levanta a cabeça e olha pra mim.
— Sim... minha amiga, ela odeia...
— Ser ignorada e geralmente te dá tapa no topo da cabeça quando isso acontece — eu a corto e ela me olha surpresa.
— Você conhece ela?
— Foi ela que me trouxe até aqui e...
— SUA VAGABUNDA! — escutamos a voz de Thalia trás de nós — Nunca mais me deixe te procurando assim — ela da o típico tapa na cabeça da loira, que passa a mão no lugar.
— Calma Thalia — tento acalma-la.
— E você nem me avisou que ela estava com você — ela me dá um tapa na cabeça também.
— Como eu ia saber que era ela que você estava procurando?! — digo me levantando.
— Não ia saber, só queria uma desculpa para bater em você mesmo — ela ri e se volta para a amiga — Você vem comigo para a pista de dança pra ver se esquece o que o Luke fez e...
— Já fui. Já esqueci. E eu tô cansada — ela diz rindo e bebe mais água.
— Não acredito que você foi lá sozinha — a punk fala surpresa.
— Quem disse que eu fui sozinha? — ela olha pra mim é sorri, não consigo conter e sorrio junto.
— Acho que um peixinho seguiu meu conselho — me assusto ao ver Nico do meu lado e ele pisca pra mim. Apenas balanço a cabeça negativamente.
— Que conselho? — Thalia olha confusa para nós dois.
— Nada não... — digo sorrindo abertamente.
— Aff... Eu também não ligo! E... — ela olha no celular — temos que ir.
— Porque? — eu pergunto, não queria ir embora, queria ficar com a loirinha.
— Porque Nico me prometeu que iria ver filmes comigo nessa madrugada e eu quero ir embora agora!
—E o que eu tenho haver com isso? — eu pergunto.
— Você é a pessoa mais lerda do mundo! — ela respira e olha pra mim como se fosse explicar pela décima vez algo para uma criança de 7 anos — Você tem carro. Você dirigir carro. Você veio aqui com seu carro. Você nos trouxe nesse carro também. Você nos levar de volta...
— Tá tá tá tá. Eu já entendi! — me levanto e a loira levanta rindo.
Thalia vai para a saída seguida de nós três.
— Ei — olho pra loira — você pode me levar em casa? Um amigo meu me deixou aqui e Thalia disse que eu voltaria com ela — ela sorri envergonhada.
— Tudo bem — sorrio a deixando mais confortável.
*****
Depois de deixar meus primos na casa da Thalia, a garota me explicou onde morava.
— Acho que é aqui — paro o carro e ela tira o cinto.
— É. Obrigada por me trazer e... pela noite — ela me dá um beijo na bochecha, mas para perto do meu rosto e ficamos nos encarando por um tempo. Olho para seus lábios e ela os umedece com a língua, coloco a mão no seu rosto e a puxo para um beijo.
Eu planejava dar apenas um selinho, mas ela colocou a mão na minha nuca e aprofundou o beijo. Nós beijamos duas, três, quatro vezes.
— Agora eu preciso ir — ela sorri olhando pra baixo e põe uma mecha loira atrás da orelha — Obrigada de novo.
Ela sai e bate a porta do carro, antes de entrar ela olha pra trás e acena, aceno de volta e dou partida no carro.
Nunca tinha pensado que essa noite iria ter sido tão boa, talvez... só talvez eu tivesse apaixonado por ela ok? Mas é apenas um talvez. Só nos falamos essa noite e mal conversei com ela, claro, ela é linda e tudo mais, mas eu não sou muito ligado a essa coisa estética.
Eu me senti bem ao lado dessa garota, sentia que eu podia fazer qualquer coisa, o sorriso dela simplesmente podia me resgatar da depressão mais profunda.
Paro o carro na frente de casa ainda pensando nela. Então me dou conta que eu nem sabia o nome dela, não sabia nada sobre ela, mas sentia como se conhecêssemos cada pedaço um do outro.
Com certeza não era um talvez. Eu estava apaixonado. Eu tinha uma paixão sem nome.


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Notas finais do capítulo

Oi de novo ^-^
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