Miraculous Ladybug - Especial de Natal escrita por Blue Blur


Capítulo 1
Capítulo único - Magnata


Notas iniciais do capítulo

Espero que apreciem meu trabalho



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/717668/chapter/1

Era época de fim de ano na França e toda a cidade de Paris já fervilhava preparando-se para a grande festa de natal. Dentre as diversas famílias envolvidas na preparação para o grande evento, estava a família Dupain-Cheng, dona de uma das padarias mais conhecidas de Paris. Eles haviam sido encarregados de ajudar na preparação para o buffet da festa que seria patrocinada pelo prefeito Bourgeois. Tom e sua esposa Sabine estavam bastante empenhados na confecção dos bolos, salgados e outros pratos, afinal, a noite teria que ser impecável.

(Tom Dupain): Marinette. Filha, venha cá.

Uma garota de mais ou menos 15 anos, de cabelos azuis separados em uma maria-chiquinha desceu de seu quarto. Ela estava vestindo uma camisa branca com um casaco cinza por cima, gorro azulado e calça rosa. Ela também usava brincos, dos quais ninguém desconfiava qual seria a verdadeira função deles.

(Marinette): Tudo bem, pai? Do que você precisa?

(Tom Dupain): Filha, terminamos alguns pratos que precisam ser entregues para o museu do Louvre, que é onde ocorrerá a festa. Nós preparamos uma bicicleta para você fazer as entregas.

(Marinette): Deixe comigo pai.

Os pacotes eram bem grandes, pudera: a garota teria que transportar nada menos que um bolo de três andares e algumas caixas contendo croissants de frango e outros salgados. Iria ser um trabalho complicado, teria que fazer várias viagens, mas ela sabia que seus pais estavam bastante ocupados, então iria ser desse jeito. Marinette resolveu carregar primeiro o bolo, mas teve que pedalar com bastante cuidado para que nenhum tranco estragasse aquela obra de arte, sem falar que a neve nas ruas parisienses deixava tudo mais escorregadio. O bolo era branco com várias listras vermelhas subindo em espiral. No topo estava uma miniatura da Torre Eiffel com um trenó de Papai Noel sobrevoando o monumento. No corpo do bolo lia-se a frase “Joyeux noël” (“Feliz natal”, em francês).

Após chegar no local marcado, Marinette viu que havia uma equipe preparando tudo para a grande festa de natal. Uma policial, de mais ou menos 35-40 anos, recebeu a garota. A policial, vestida de sua farda azul marinho modelo de inverno, era loira, com cabelos ondulados. Possuía olhos azuis penetrantes, que podiam oscilar tanto entre um olhar doce e amigável quanto um autoritário e hostil.

(Policial): Bom dia, você é a Marinette, não? Soube que você viria. Deixe-me carregar este pacote para você.

(Marinette): Obrigada, capitã Olivier.

Charlotte Olivier era uma das policiais mais respeitadas da cidade. Conhecida por sua integridade incorruptível e dedicação férrea, era tida como uma lenda entre a população, a força policial e o submundo do crime. As histórias sobre elas eram muitas e beiravam o inacreditável, sobre quando ela protegeu uma garota de cinco abusadores usando apenas um guarda-chuva, ou sobre quando ela esteve à paisana num assalto a banco e conseguiu derrubar o atirador golpeando-o com um sapato de salto alto. Apesar disso, Charlotte tinha um grave defeito...

(Charlotte): Marinette, seus pais fizeram um bolo belíssimo!

(Marinette): Obrigada, muito trabalho duro e mão na massa.

(Charlotte, num tom brincalhão): Eu quero mais dessas obras de arte. Vá busca-las para a agente da lei aqui.

(Marinette, num tom brincalhão também): Sim, capitã.

Mas ao dar meia volta, Marinette acabou esbarrando em uma figura conhecida: um garoto loiro, de olhos verdes, vestindo uma camisa preta com um casaco branco por cima, luvas pretas, gorro branco e calça jeans.

(Marinette, nervosa): A-A-Adrien, o que você lou aqui no Fazvre? Quer dizer, o que loucê vaz aqui no... Não, digo, o que você faz aqui no Louvre?

(Adrien): Meu pai está patrocinando essa festa junto com o prefeito.

(Marinette): Não sabia que seu pai gostava de comemorar o natal. Ele sempre me pareceu tão...

(Adrien, meio triste): Ele não comemora. Só faz isso porque acha que vai ser uma ótima publicidade...

(Marinette): Ah... Mas não fica assim não. Tenho certeza de que nós vamos nos divertir muito nessa festa.

(Adrien): “Nós”?

(Marinette, nervosa de novo): Q-Q-Quer dizer, nós no sentido de “a cidade toda”, não “nós” eu e você. Não que eu não goste da sua companhia, pelo contrário, eu...

Adrien segurou a mão de Marinette. Ele achava adorável ver sua amiga gaguejar e ficar nervosa toda vez que falava com ele.

Adrien Agreste era filho do empresário de moda Gabriel Agreste, um homem bastante reservado e recluso. Gabriel criava seu filho com bastantes restrições, cedendo um pouco apenas graças à influência de sua leal assistente Natalie, que se importa bastante com o garoto e acha que ele deveria ter a chance de viver uma infância como qualquer criança normal.

(Adrien): (olha para trás e vê uma limusine). Eu tenho que ir, meu pai me deixou vir apenas para dar uma olhada. Nos vemos de noite então, Marinette.

A garota ficou ali, com aquele típico olhar de menina apaixonada, só saindo do transe ao ouvir uma voz feminina bastante familiar.

— Olha só, pelo visto minha melhor amiga deu muita sorte hoje.

Era Alya Césaire, a melhor amiga de Marinette. A morena era administradora do LadyBlog, um site dedicado exclusivamente à uma super-heroína parisiense conhecida como Ladybug.

(Marinette): Alya? Você viu tudo?

(Alya): Pode apostar que sim, amiga! Pelo visto você tem um encontro com o Adrien hoje à noite! E aí, como está se sentindo?

(Marinette): Eu estou muito nervosa!

(Alya, irônica): Você? Nervosa? Nããããooo, sério? Nem dá para perceber.

(Marinette): Isso é sério Alya! O Adrien me convidou para sair e eu não faço ideia de como reagir! Eu posso acabar estragando tudo!

(Alya): Amiga, relaxa. Vai dar tudo certo. Vamos nos preocupar com uma coisa de cada vez. Olha só, você não tem algumas encomendas para ajudar a organizar?

(Marinette): Ai, é mesmo! Obrigada por me lembrar, eu tenho que ir.

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

Várias viagens foram feitas, e Marinette já estava bem cansada. Quando já estava quase ao meio dia, Marinette já estava bem suada por conta das pedaladas, mesmo que a sensação térmica de Paris fosse fria nessa época do ano. Ela voltou para casa, tomou banho, almoçou e se jogou na cama, vencida pelo cansaço.

— Puxa Marinette, Paris fica realmente muito bonita nessa época do ano.

Uma pequena criaturinha vermelha, com pintinhas pretas e grandes olhos azuis, estava sobrevoando bem em frente ao rosto de Marinette.

(Marinette): Pois é Tikki, Paris está uma loucura com os preparativos para o natal.

Tikki era a Kwami de Marinette, responsável por transformá-la na heroína Ladybug. Quando não estava dando superpoderes para sua amiga humana, Tikki agia como conselheira e grande amiga.

(Tikki): Marinette, por que vocês comemoram o natal?

(Marinette): Segundo uma história antiga, havia uma mulher que vivia com seu marido carpinteiro na região do Oriente Médio. Um dia, ela foi visitada por um anjo, que disse que ela teria um bebê, e que esse bebê seria responsável por salvar o mundo da maldade que o permeava e que ainda o permeia.

(Tikki): Puxa, que história linda.

(Marinette): Segundo esta história, este homem fez grandes obras na Terra: ele curou enfermos, levou esperança às pessoas que viviam à margem da sociedade e realizou grandes milagres. Por conta dele, hoje comemoramos o natal como uma festa que objetiva nos unir, independente de nossas diferenças. Uma festa para estreitar nossos laços de humanidades, para fazer o bem aos que mais precisam.

(Tikki): O natal com certeza é uma das datas mais bonitas que já ouvi falar.

(Marinette): Exatamente, e é por isso que estou contribuindo com esta organização. Só que agora estou meio que exausta. *bocejo* Preciso descansar um pouco.

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

De volta ao enorme pátio do museu do Louvre, já era mais ou menos umas 16:00 e os preparativos para a grande noite continuavam. Charlotte, juntamente com o prefeito Bourgeois e Gabriel Agreste, fiscalizava o andamento da organização.

(Gabriel): Tenho que admitir, este é um ótimo trabalho.

(Prefeito Bourgeois): Obrigado, monsieur Agreste. Gastamos muito com vários organizadores, mas nossa amada Paris merece uma noite de natal marcante.

(Charlotte, olhando para a calçada): Com licença, a jovem Marinette acabou de chegar, eu vou ajudá-la a descarregar mais preparativos. (Chegando perto de Marinette) Boa tarde Marinette. Que iguarias temos aqui?

(Marinette): Bom, senhorita Olivier, dessa vez eu trouxe uma torta de trufa de morango e três caixas de biscoitos recheados sabor limão (nota do autor: lembra dos biscoitos que ela estava carregando no episódio “Origens”? São os mesmos.)

(Charlotte, carregando a torta): Venha comigo, nós vamos deixar tudo ali, perto do ponche e das estátuas de gelo.

(Marinette): Estátuas de gelo? Caramba, essa festa deve estar sendo bem cara!

(Charlotte): É do prefeito Bourgeois que estamos falando, lembra?

Enquanto as duas admiravam o cenário sendo organizado, uma mão masculina (bem suja) discretamente se esgueirou por baixo da toalha da mesa e começou a usar suas unhas (grandes, por sinal) para rasgar o papelão da caixa e furtar alguns biscoitos. Marinette ouviu o som do rasgo, mas não se virou a tempo de ver o ladrão. Isso até rendeu uma situação cômica: quando Charlotte se virou e viu a caixa de papelão rasgada, os biscoitos remexidos e o sorriso nervoso de Marinette, não teve dúvidas.

(Charlotte, bastante séria): Marinette, eu sei que seus pais cozinham muito bem e que você é uma menina em fase de crescimento, mas esses biscoitos são para a festa! Você não pode filar eles!

 (Marinette): Mas eu não fiz nada, sra. Olivier! Acontece que... (olha ao seu redor). Ei, tem alguém remexendo as comidas que eu trouxe!

Várias caixas estavam com o papelão rasgado, dando indícios de que alguém estava filando as guloseimas antes da hora. Charlotte, sendo uma policial experiente, rapidamente achou o acusado escondido debaixo de uma das mesas. Era um homem, vestindo roupas bastante velhas, sujas e rasgadas, uma cartola furada e um guarda-chuva também cheio de furos.

(Charlotte, bastante séria): Posso saber o que você faz aqui?

 (Mendigo, nervoso): P-Por favor, policial! E-Eu estou com fome, c-com muito frio!

(Charlotte, ainda mantendo sua seriedade): Essas comidas são para a festa de Natal. Você não pode ficar beliscando.

Marinette não gostou muito da postura da policial. Tudo bem que ela era encarregada de vigiar a organização, mas não é possível que ela fosse tão fria assim.

(Marinette, séria): Sra. Olivier, por favor, ele é só um pobre mendigo! Está com fome, com frio, não seja tão dura com ele!

Charlotte amoleceu sua postura. De fato, ela não era tão fria assim, mesmo que o dever às vezes a obrigasse a ser assim.

(Charlotte, “amolecida”): Escute, senhor, você tem que ir agora. Olha, eu vou lhe dar um pouco de dinheiro para você comprar algo para comer. (Começa a mexer na carteira) se alguém acabar lhe vendo aqui...

— O que está acontecendo aqui?

A voz grossa e retumbante fez as duas gelarem. O dono da voz era um homem de semblante bastante sério. Ao se virarem, o reconheceram imediatamente.

(Charlotte, bastante nervosa): S-Senhor Ag-greste, como vai?

(Gabriel): Mal, vou muito mal! Acabo de perceber que alguém está estragando os pratos que eu encomendei!

(Mendigo): Por favor, senhor Agreste, eu estou com muita fome...

(Gabriel, zangado): Senhora Olivier, tire esse meliante imundo daqui agora mesmo!

Charlotte olhou para Gabriel agreste, que estava bem irritado, para Marinette, que estava triste, e para o mendigo, que estava assustado. Esse era um dos pouquíssimos momentos onde a policial detestava sua função. Depois de se desculpar mentalmente, agarrou o mendigo e o arrastou para fora do lugar da festa, deixando-o numa ruela ao lado.

(Gabriel): Agora, se me dão licença, preciso cuidar de outros assuntos importantes. Espero que dessa vez não ocorra mais nenhum imprevisto.

Um silêncio constrangedor se formou entre Marinette e Charlotte. A policial não tinha coragem de encarar a menina depois do que havia feito. Marinette estava muito aborrecida, mas sabia que não era certo culpar a policial, ela só estava seguindo ordens.

Mas quem ficou mal mesmo foi o mendigo. Sua dor havia se transformado em raiva e indignação.

(Mendigo, com muita raiva): Maldito Gabriel Agreste, como alguém pode ser tão egoísta e sem compaixão! Como eu queria... Como eu queria ser rico e mostrar para esses magnatas imbecis como é estar na miséria!

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

A indignação e fúria do mendigo chegou até os ouvidos de um homem mascarado usando terno roxo. Este homem era o vilão Hawkmoth, responsável por transformar diversos parisienses em supervilões sedentos por vingança contra aqueles que os humilharam ou os maltrataram. Neste momento, a janela de seu esconderijo se abriu, e várias borboletas brancas começaram a voar ao redor do mascarado.

(Hawkmoth): Dizem que o natal é a época perfeita para demonstrar amor e empatia pelos outros. Mas sempre há aqueles cujo sofrimento permanece invisível enquanto outros trocam presentes e desfrutam das festividades. Mas os meus akumas podem dar aos ignorados a chance de serem vistos.

Uma pequena borboleta pousou na mão de Hawkmoth. Ele a cobriu com a outra mão, irradiando-a com energia sombria, deixando a borboleta com uma coloração escura e brilhante.

(Hawkmoth): Voe, meu pequeno akuma do mal, dê a este pobre homem a prosperidade que ele tanto busca!

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

O akuma voou até chegar à sua presa, pousando no guarda-chuva velho e furado do mendigo. Uma máscara quase invisível, em formato de borboleta, se formou no rosto dele. Hawkmoth começou a fazer sua negociação.

(Hawkmoth): Magnata, eu sou Hawkmoth. Estou dando a você o poder de usurpar a riqueza daqueles que por tanto tempo o maltrataram. Em troca, tudo o que te peço é que me traga os Miraculous de Ladybug e Cat Noir.

(Mendigo): Acho que algumas contas bancárias ficarão com muitos cifrões a menos.

Uma névoa escura cobriu o mendigo e ao se dissipar, o transformou em um estereótipo de rico: terno, cartola (dessa vez, novinha em folha), charuto, uma caneta mont-blanc no bolso do terno, monóculo no olho esquerdo, bigode longo e fino e um guarda-chuva com empunhadura de ouro.

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

A policial e a menina continuavam ali, uma sem coragem de encarar a outra. Marinette resolveu tomar a iniciativa e quebrar o clima tenso.

(Marinette): Olha, senhorita Olivier, eu não estou chateada com a senhora, eu...

Pena que o momento foi interrompido por um grito feminino bastante estridente. Marinette se virou e viu uma mulher vestida com roupas de mendiga.

(Magnata): KENKENKENKENKEN!!! E então, o que acham de serem parte da “ralé” agora?

Magnata atirou mais raios de seu guarda-chuva, transformando mais pessoas em mendigos.

(Charlotte): Marinette, proteja-se! Eu cuido desse maníaco!

Marinette correu para se esconder, mas não pelo motivo pensado pela policial.

(Marinette, escondida): Tikki, transformar! YEAH!!!

Um brilho vermelho envolveu a jovem, transformando-a na super-heroína Ladybug.

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

Enquanto isso, Adrien estava em mais uma sessão de fotos (novidade...), dessa vez, com temática natalina. Durante um curto intervalo, um kwami, parecido com um gato preto, saiu de seu bolso.

— Eu não aguento mais isso. Quando a gente vai aproveitar essa época de natal para valer?

(Adrien): Paciência Plagg, estamos juntos nessa.

(Plagg): Mas eu não queria estar nessa. O modelo é você, não eu!

A conversa foi interrompida por uma notícia importante na televisão. Ela mostrava uma policial lutando contra um magnata de aparência bem caricata. A agente da lei sacou uma pistola para atirar, mas o magnata abriu seu guarda-chuva, criando um escudo e em seguida uma onda de choque que arremessou a policial. Definitivamente, não era um magnata qualquer.

(Adrien, animado): Nunca pensei que fosse dizer isso, mas estou feliz por ter aparecido um akuma hoje.

(Plagg): Será que não rola um camembert antes da grande luta?

(Adrien): Está brincando? Vou ficar fedendo na hora da sessão de fotos! Plagg, MOSTRAR AS GARRAS!!!

Assim como Marinette, Adrien já havia se transformado no segundo defensor de Paris, Chat Noir.

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

No lugar da luta, Charlotte tentava dessa vez uma abordagem mais sutil para atacar, mas o elemento surpresa foi por água abaixo quando uma super-heroína vestida de joaninha apareceu.

(Ladybug): Olha só, eu tenho certeza de que existem jeitos melhores do que esse para construir sua riqueza.

(Charlotte, cochichando): O que essa maldita faz aqui?

(Magnata): Ora ora ora, então a famigerada Ladybug resolveu aparecer! Ótimo, sempre imaginei como você ficaria vestida de mendiga!

Magnata atirou um raio da ponta de seu guarda-chuva, mas Ladybug conseguiu ricochetear para o lado. Infelizmente, bem na direção da policial Charlotte.

(Ladybug, percebendo a mancada que deu): Ops, desculpe aí, policial!

(Charlotte, transformada em uma mendiga): Você me paga, Ladybug!

Magnata resolve disparar mais algumas vezes, mas Ladybug continua usando a mesma estratégia defensiva.

(Magnata): Parece que precisarei de ajuda para esmagar esta pequena joaninha.

Dizendo isso, Magnata pegou algumas canetas mont-blanc de seu bolso e atirou em alguns convidados. Uma névoa negra cobriu os atingidos, transformando-os em choferes.

(Magnata): Peguem a garota, AGORA!!!

Cinco ou seis choferes akumatizados avançaram contra Ladybug. Eles foram facilmente derrubados pela heroína, mas a distraíram por tempo suficiente para um ataque do Magnata. Quando se virou, Ladybug só teve tempo de sentir o doloroso contato entre a empunhadura banhada a ouro de um guarda-chuva e seu queixo. Ladybug foi arremessada e caiu no chão zonza.

(Ladybug): Ai, isso doeu!

(Magnata): Mas isso vai doer mais ainda!

Enquanto a heroína se levantava, ainda zonza, Magnata apontou seu guarda-chuva, pronto para atirar, mas um bastão metálico bateu em sua mão, forçando-o a largar o guarda-chuva, depois voltou como um bumerangue para a mão de seu dono, Cat Noir. O herói de roupa negra pousou próximo à sua parceira.

(Cat Noir, ajudando Ladybug a se levantar): Você está bem, My lady?

(Ladybug): Estou. Cat Noir, acho que o akuma está no guarda-chuva dele. Distraia-o para que eu o pegue.

(Chat Noir): Beleza.

Enquanto Cat Noir partia para a ofensiva, Ladybug jogou seu ioiô para cima e gritou “TALISMÃ!!!”. O ioiô entregou para a heroína um par de... suspensórios em formato de “X”.

(Ladybug): Mas o que raios eu vou fazer com isso?

Enquanto isso, Chat noir já estava com vários “choferes” em cima dele.

(Chat Noir, derrubando os “choferes”): Ladybug, será que dá para acelerar as coisas?

Usando sua visão especial, Ladybug acabou focando na tigela de ponche, em uma das mesas, nas calças do Magnata, nos suspensórios e num poste não muito afastado.

(Ladybug): Cat Noir, vem aqui.

Com a recuada momentânea de Cat Noir, Hawk Moth, que já estava impaciente, cutucou ainda mais seu capanga.

(Hawk Moth, impaciente): Vamos logo, Magnata, pegue os Miraculous!

(Ladybug): Cat Noir, transforme a mesa aqui atrás da gente em uma rampa.

(Chat Noir): Deixe comigo, My Lady. CATACLISMO!!!

O toque corrosivo de Chat Noir destruiu dois dos quatro pés da mesa, deixando-a inclinada. Enquanto isso, Magnata já havia perdido a paciência e avançou com tudo. Ladybug pegou a vasilha de ponche e derramou tudo no chão. Como a vasilha era térmica, o ponche permanecia líquido, mas no gélido chão de uma Paris no meio do inverno de fim de ano, ele ficou sólido quase instantaneamente. O resultado foi uma fina e muito lisa película, que fez Magnata perder o equilíbrio, cair no chão e continuar deslizando. Ladybug ainda teve tempo para prender os suspensórios nele antes que a mesa/rampa o arremessasse para cima em direção a um poste. Depois de ficar preso no poste pelos suspensórios, de ponta cabeça, a poucos centímetros do chão, Magnata deixou seu guarda-chuva cair. Ladybug pegou o guarda-chuva, quebrou ele e viu a borboleta negra sair voando.

(Ladybug): Chega de maldades para você, akuma. É HORA DE ANIQUILAR A MALDADE!!!

Ladybug então arremessa seu ioiô e captura a borboleta negra.

(Ladybug): Te peguei. (Abre o ioiô, liberando a borboleta branca novamente) Tchau tchau, borboletinha.

E para consertar a bagunça, ela pegou os suspensórios, jogou eles para cima e gritou as palavras mágicas.

— MIRACULOUS LADYBUG!!!

Tudo o que foi destruído na luta voltou ao normal: as mesas, as cadeiras, o ponche... os convidados recuperaram sua aparência e o mendigo voltou ao normal.

(Ladybug e Chat Noir, se cumprimentando) Zerou!

(Mendigo): Urgh, o que aconteceu?

(Cat Noir): O senhor foi akumatizado, mas nós salvamos você.

(Mendigo): Obrigado, muito obrigado, meus jovens.

(Charlotte): LADYBUG E CHAT NOIR, PONHAM AS MÃOS NA CABEÇA AGORA MESMO!!!

Lembra do defeito grave de Charlotte Olivier, que eu mencionei antes? Pois é, ela odeia justiceiros. Não suporta ver adolescentes fantasiados fazendo o trabalho de uma policial bem treinada. Bastava ver os rostos de Ladybug e Chat Noir para que a policial exemplar perdesse a linha e erguesse sua Taurus em riste.

(Ladybug): Calma, minha senhora, nada de decisões precipitadas. Está tudo bem aqui.

(Charlotte): Não tem nada bem aqui! Vocês quase estragaram a festa do prefeito! Vocês agem à margem da lei, fazendo o trabalho da polícia de forma clandestina!

(Ladybug, nervosa dando alguns passos para trás): Olha moça, não vamos nos estressar acabou tudo bem.

(Charlotte): Rendam-se agora ou vou atirar!

Um silêncio momentâneo se formou entre as duas. Ao ouvir os bipes dos brincos de Ladybug e de seu anel, Chat Noir sabia que o tempo estava acabando.

(Chat Noir): Me parece uma boa ideia, mas fica para outro dia. (Agarra Ladybug) Vamos My Lady!

Com seu bastão se esticando, Chat Noir e Ladybug foram embora rapidamente, deixando uma policial bastante furiosa. Charlotte não teve coragem de atirar, já bastava o que tinha acontecido ainda pouco.

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

(Hawk Moth): Aproveite sua festa esta noite, Ladybug, pois em breve eu a derrotarei, colocarei minhas mãos em seu Miraculous, e então eu irei comemorar!

000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000

Apesar de todos os eventos anormais da tarde, de noite a história era bem diferente: Praticamente toda Paris estava presente para a grande festa de natal. Marinette estava lá, usando um belo vestido vermelho de inverno. Como a garota não estava com sua bolsinha, Tikki teve que se disfarçar como um enfeite de cabelo, se encolhendo na cabeça de sua amiga. Logo que chegou na festa, Marinette saiu de perto dos pais e se encontrou com sua melhor amiga.

(Alya): Amiga, como você está linda!

(Marinette): Natal só ocorre uma vez no ano, eu tinha que estar bem vestida.

(Alya): Sabe quem mais veio bem vestido para a festa? (Aponta para o Adrien). Olha lá!

Quando viu Adrien vestido com um elegante terno, a garota de cabelos azuis quase teve um treco. Já ficava sem jeito quando ele estava vestido de forma casual, agora aquilo... Alya percebeu o nervosismo da amiga e tratou de meter lenha na fogueira!

(Alya, empurrando Marinette): Vai lá, vai falar com ele!

(Marinette, nervosa): N-Não, Alya, para com isso! Eu não vou!

(Alya): Qual é amiga, não fica assim, aproveita.

Mas o nervosismo de Marinette falou mais alto e ela tratou de se esconder, fazendo Alya suspirar em desânimo. Ela só queria que a amiga tomasse a iniciativa.

Enquanto Marinette estava “escondida” (ela só estava trás de uma árvore) ela viu o mesmo mendigo de antes, tentando se abrigar do frio. Ela sabia que ele tinha sido akumatizado por causa da forma como foi desprezado. Pior: Não fazia sentido, numa noite de natal, as pessoas não se importarem com aqueles que eram mais necessitados. Bom, não havia nenhum akuma por perto, mas ela resolveu abrir uma exceção.

O pobre homem simplesmente não pôde descrever sua alegria quando viu a heroína que o salvou, bem ali, na frente dele.

(Ladybug): Oi, lembra de mim, senhor? Eu sou a heroína que o salvou mais cedo do akuma. O senhor não me parece bem, está com fome?

(Mendigo): S-Sim, muita fome!

(Ladybug): Eu volto já, não saia daí, hein?

Sem nenhuma cerimônia, Ladybug simplesmente apareceu entre os convidados, sendo recebida com muitos aplausos pela maioria das pessoas, e quando ela ainda pegou um pouco de toda aquela comida para dividir com alguém mais necessitado, aí o apoio se solidificou mais ainda. Até a capitã Olivier, que não gostava muito de justiceiros, teve que admitir que a atitude da heroína pintada foi muito bonita.

Ainda transformada em Ladybug, Marinette subiu para o alto de um dos prédios e ficou admirando a visão, tanto da festa em si quanto dos céus.

(Chat Noir, aparecendo): Noite linda, Não Mylady?

(Ladybug): Eu já sabia que você ia sair de algum lugar.

(Chat Noir): O que posso dizer, bugboo? Eu sempre gosto de estar por perto.

A heroína riu, já acostumada com a mania que seu parceiro tinha de sempre fazer trocadilhos e gracejos com seu nome.

(Chat Noir): Achei muito bonito o que você fez agora pouco, Mylady.

(Ladybug): Ele é um homem necessitado, e estamos na época de natal. Não faz sentido comemorar o natal se ignorarmos àqueles que estão à nossa volta precisando de nossa ajuda.

O herói envolveu seu braço ao redor do ombro da parceira, ela retribuiu o abraço e ambos ficaram ali, bem juntinhos.

(Chat Noir, cochichando no ouvido de Ladybug): Feliz natal, mylady.

O garoto foi fechando os olhos e lentamente aproximando os lábios do rosto da parceira, aquele era o momento perfeito para isso.

(Ladybug, percebendo tudo e ficando meio constrangida): Chat?

Pena que não deu certo. Acabou se formando um clima meio constrangedor entre os dois.

(Ladybug, ainda meio constrangida): Acho melhor voltarmos para a festa, nossos pais podem estar procurando por nós.

O pai de Chat Noir não estava, mas ele resolveu fingir, então ambos desceram e voltaram para a festa, já sem suas transformações.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Agora que vocês já leram minha história, deixem seu comentário caso tenham gostado. A opinião de meus leitores importa muito para mim. Caso vocês realmente aprovem, prometo criar uma fanfic inteira baseada nessa one-shot. Vou dar apenas um teaser de como planejo fazê-la:

NOVOS PERSONAGENS: Hawk Moth andará bem mais ocupado que o normal. Vou colocar na história minhas próprias ideias de vilões akumatizados, e também de personagens que terão grande importância em meu enredo. Além disso, pretendo trazer dois novos Miraculous que irão se juntar a Ladybug e Chat Noir.

NINGUÉM É UNANIMIDADE: Ao contrário do que acontece no desenho, na minha história nem todos são fãs da Ladybug. Representando a lei e o sistema penal, está Charlotte Olivier, uma policial durona que não descansará até tirar a máscara da heroína pintada. Creio que nenhum policial gosta de agir com justiceiros por perto, e Charlotte não será exceção.

VILÕES DO MUNDO REAL: Verdade seja dita: uma coisa é enfrentar uma pessoa que está num dia ruim e está sendo manipulada, outra é enfrentar uma pessoa realmente ruim agindo por conta própria. A joaninha terá que defender Paris de ameaças do mundo real, como assaltantes, terroristas, ladrões, etc. Mais detalhes, só na história em si.

Não posso falar mais do que isso, vocês só vão descobrir quando eu postar a história. Mas para isso, conto com o apoio de vocês.