As fotos escrita por Fadaravena


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Prometi algo mais contente, espero que seja satisfatório.

Uma palavra: pixiv. Inspirada num comic do pixiv. Fanfic self-indulgent. E porque eu gosto quando o Karamatsu chama o Osomatsu de “aniki”.

Boa leitura!



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Osomatsu estava sozinho em casa morrendo de tédio, não havia nada de interessante passando na televisão, já lera os jornais e as histórias em quadrinhos não chamavam sua atenção naquele momento. Olhara ao redor e não encontrara nada novo. Pensou em aproveitar um tempo com suas namoradas em vídeo, mas nem elas estavam sendo o suficiente, precisava de algo mais divertido, foi então que lembrou da coleção de revistas pornô de seus irmãos, sabia bem a onde se encontrava cada uma delas.

Ele resolveu ir pela ordem, começou por Karamatsu. As revistas ficavam atrás da estante, um aceso fácil. Olhou para todas as direções, abriu a porta corrediça, olhou para o corredor, tudo para se certificar de que não vinha ninguém. Esfregou as duas mãos uma na outra e umedeceu os lábios. Pronto, vamos lá.

Agachou-se perto da estante e passou a mão pelo vão, logo sentiu as revistas e as puxou para fora. As capas eram comuns, nada do que já não tivesse visto, mas, ainda assim, pensou em dar uma olhada. Folheou uma delas, e no que fez isso, vários pedaços de papel caíram e se espalharam pelo chão. Achando curioso, deixou a revista de lado e foi ver o que era. Foi quando teve o choque. Todas eram fotos suas, tiradas de vários ângulos. O que faziam na coleção de Karamatsu, perguntou-se. Só tinha uma resposta para aquilo.

— Então quer dizer que o Karamatsu realmente gosta de mim.

Esfregou o queixo, pensativo. Aquilo, sim, era interessante.

Primeiro pensou em se aproveitar da descoberta, arrancar algum dinheiro do irmão ou quem sabe se divertir as suas custas. Era uma boa oportunidade para passar o tempo de maneira proveitosa, disso ele não duvidava. Depois pensou melhor sobre o caso, talvez desse para conseguir algo de outra forma, usando do charme. Era só esperar ele voltar e já poderia agir.

O tempo se passou e Osomatsu começou a ficar impaciente, já havia guardado a revista, já havia arquitetado todo um plano, já estava em postos. Contudo, durante esse período sua mente começou a divagar, imaginava vários cenários, diversas ocasiões em que poderia usufruir do dinheiro, e uma pergunta que martelava em sua cabeça. Desde quando? Ele queria saber. E se Karamatsu se declarasse como ele reagiria? Questionava-se. Por um acaso ele sentia o mesmo? A dúvida batia forte.

Visualizou Karamatsu diante de si, ajoelhado com um buquê de rosas, ou curvando-se. As palavras lhe escapando da boca, naquele tom grave e determinado. O olhar sério dirigido a si cheio de ternura. Olhava para ele como se fosse o único. Seu coração batia por ele. Karamatsu o amava.

De repente, Osomatsu sentiu suas faces aquecerem. Tapou o rosto com ambas as mãos, e respirou fundo.

A porta corrediça deslizou, revelando um dos Matsuno.

— Eu voltei, brothers. – O segundo filho disse.

Osomatsu amaldiçoou o momento em que foi vasculhar os pertences alheios. Ele se levantou e foi até Karamatsu.

— Kara-chan! Adivinha quem vai ganhar hoje no pachinko? – Abriu bem os braços e deu um pulo em cima do irmão.

Karamatsu sobressaltou-se surpreso, e podia-se jurar que seu rosto estava corado.

— A-Aniki, o que houve?

Osomatsu virou o rosto de lado.

— Não posso cumprimentar meu irmãozinho?

— Não é disso que estou falando. – Limpou a garganta. – Meu caro Osomatsu, sabemos o quanto isto é inusitado, sei que minha presença é um sol que clareia o dia de todos, mas este sol pode ser muitas vezes.

Osomatsu o interrompeu.

— Sim, sim, mas não faria um favor para seu irmão mais velho? – Uniu os punhos embaixo da cabeça, deu seu melhor olhar de coitado e pestanejou bem devagar.

Teve certeza de ter escutado o coração de Karamatsu saltar do peito. Jackpot.

— Tudo para o meu aniki.

— Me empresta dois mil ienes?

Dessa vez os olhos de Karamatsu saltaram, não tinha o dinheiro consigo, e a quantia ia para muito além da mesada que ganhavam.

— Seu irmãozinho aqui te dá um beijo de agradecimento. – Provocou.

— Um be-beijo... – Engoliu em seco.

— Na boca. – Diminuiu o tom de voz ainda mais provocativo.

Os dedos de Karamatsu tremiam ao ajeitar os óculos de sol no rosto.

— Seria muito bom seu eu tivesse aqui comigo, mas não tenho.

A expressão de Osomatsu caiu, ele tinha certeza que não era o caso, que ele devia ter guardado algumas economias, ora por um acaso ele não queria ganhar um beijo do irmão mais velho, por acaso não era ele que gostava de Osomatsu? Era tudo mentira? Sentiu-se enganado e ludibriado, uma dor assomou-lhe o peito. E então ele parou, assim como se tivesse tido uma epifania. Não era sobre o dinheiro, nunca tinha sido sobre o dinheiro.

Ele se aproximou devagar de Karamatsu e pousou uma mão sobre sua face, sentiu que o outro se arrepiava ao toque. Deslizou uma mecha para trás de sua orelha e tocou de leve seus lábios com a ponta do dedo, sentindo o macio da pele contra o toque. Depois foi aproximando seus rostos até encostar suas bocas num beijo inocente.

A respiração de ambos estava suspensa. Lembraram de respirar assim que Osomatsu delicadamente se afastou. Os dois olharam demorado um para o outro, era como se o tempo tivesse deixado de existir.

— Quando... – Foi tudo o que Karamatsu conseguiu dizer.

— Agora há pouco, eu peguei a sua revista para dar uma olhada. Eu só queria dizer que eu sinto o mesmo Karamatsu.

Ele o fitou profundo como se tivesse diante de si um despenhadeiro e estava pronto para se atirar. As palavras mágicas vieram em seguida.

— Eu gosto de você, Karamatsu.

E o chão sucumbiu sob seus pés, a terra foi se desfazendo em pedaços finos de areia, ela deslizava por uma ampulheta congelada, e seus olhos viraram duas correntes de água que deslizaram por suas faces. Era tudo que sonhou em ouvir.

Abençoado seja o dia em que colecionou fotos de seu irmão mais velho em poses sensuais.


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