-Uau... - Ele só consegui falar isso.

-É assim, minha vida é bastante complicada. - Ele começou a rir depois disso.

Eu o fuzilei.

-Desculpe, mas muitas meninas queriam esse seu complicamento. - Eu comecei a rir. Tantas querendo e eu fugindo.

-O almoço estava ótimo. - Falei me levantando da mesa.

-Agora eu vou ter de ir, mas daqui a pouco um dos seus noivos chega. - Ele começou a rir e eu bati na cabeça dele.

Caímos na gargalhada, mas agora pela cara do outro.

-Tenho que cuidar daquelas crianças abandonadas lá em cima. - Abracei ele e subi.

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...

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Quando eu cheguei lá em cima estava um choro só. E o premio de mãe mais desnaturada vai para... Lidia!

-Ruby, você já foi amamentada então dou prioridade para o seu irmão. - Peguei Alan no braços.

Ele era menor que Ruby, então era mais leve. Era tão incrível, a Ruby era a copia do pai, mas tinha os traços delicados que eu tinha. O Alan por sua vez, era a minha miniatura, só que com os traços fortes do pai. Eles eram tão fofos!

-Estou atrapalhando alguma coisa? - Ouvi Raul na porta.

Mordi o lábio inferior e me virei para ele.

-Não, Raul. - Ele se aproximou de mim e pegou o Alan.

-São lindos, não? Não poderiam ter puxado mais a mãe. - Eu corei. Garota! O que é isso? Você esta noiva do Adam e tem que terminar esse noivado com o Raul... Mas eu amo o Raul também, amo até mais do que amo o Adam... Será que o convento aceita freiras com filhos?

Eu respirei fundo e afundei na cama.

-Eu-Eu não consigo, não consigo! - Pensei alto.

-O que você não consegue? - Ele colocou o Alan no berço azul e foi se sentar do meu lado.

Ele pegou o meu rosto entre as suas mãos e as lágrimas começaram a escorrer.

-O-O Adam me-me pediu em ca-casamento também... - Minha voz morreu ai.

-Não aceite, nós já somos noivos, mas você ainda não colocou a aliança. - Ele observou isso.

Mas antes que eu conseguisse falar algo ele aproximou o meu rosto do dele e me beijou, um beijo demorado e apaixonado, que eu correspondia de forma ainda mais apaixonada. As mãos dele estavam em baixo da minha blusa... De repente ele saiu de contato comigo.

-O que você esta fazendo? - Perguntou Adam batendo em Raul.

-Para Adam! - Gritei desesperada.

A briga estava feia e Raul começou a revidar também. Eu peguei Alan e Ruby e sai do quarto, esses dois quando brigavam destruíam tudo ao redor, eu não queria meus filhinhos com o mesmo destino que as minha coisas.

Eu coloquei eles no quarto deles, não deles ainda, mas quando tivesse idade suficiente poderiam dormi cada um no quarto. Por sorte esses quartos tinham berços.

Eu corri de volta para o quarto e vi minha coisas no chão. Os meninos tinham ficado mais violentos. Adam estava com o nariz quebrado e com um corte na boca, Raul estava sangrando pelo nariz.

Eu tentei pegar os braços de Adam, mas ele me empurrou e eu cai no chão.

-Lidia! - Raul veio me socorrer.

-Eu to bem. - Falei me levantando.

-Fique longe dele, Lidia! - Adam me puxou para o peito dele.

-Você dois parem! Droga! Da para você ficarem em paz? Quer saber? Eu não vou me casar com nenhum dos dois, vivem brigando, e consequentemente me magoando e me machucando, tanto por fora quanto por dentro. - Os dois abaixaram a cabeça e eu foi embora revoltada com a atitude infantil dos dois, quem já viu? Imbecis.

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...

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Já estava escurecendo e eu decidi voltar para casa. Eu passei a tarde caminhando pelas ruas tentando pensar um pouco sobre a minha vida. Não consegui pensar em nada.

Você deve esta pensando “ Que mãe desnaturada, deixa os filhos sozinho” só que eu com a cabeça perturbada e nada é a mesma coisa.

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...

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No caminho para casa eu esbarrei com alguém.

-Lidia! - Esse alguém tinha voz de Clara.

-Clara. - Desanimadamente saudei Clara, mas depois de dar uma olhada pelas roupas dele percebi que ela esta indo para uma festa - Posso ir com você?

-Claro! - Ela pegou a minha mão, o que me deixou um tanto desconfortável, e me arrastou pelas ruas escuras da cidade.

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...

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Eu já tinha bebido uma caixa de cerveja e já não sabia o que era um nem quem eram Alan e Ruby.

-Eu quero mais! - Falei para a Clara.

-Lidia você já bebeu demais. - Ela tentou tirar a garrafa da minha mão.

-Bebi não. - Falei que nem criança.

-Vamos para casa. - Ela me levantou e começou a me arrastar.

-Você sabe o meu numero, néh? - Perguntei para o gato em que eu estava dando um amasso agora a pouco, eu nem sabia o nome dele.

-Lidia, pare. - Ela bateu o pé e ficou cara-a-cara comigo.

Eu dei um impulso para frente e beijei ela. Foi bem intenso e passamos um bom tempo lá.

Ela me empurrou e ficou seria.

-Lidia, você esta bebada.- Clara falou e foi me arrastando.

-Chata! - Gritei.

Ela deu um tapa na minha cara e eu vomitei em cima dela.

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...

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Eu estava dando um amasso em Clara no banheiro, mas ela sempre vinha com o papo de eu ta beba e era verdade.

-Agora parou! Você vai para casa! - Gritou ela.

-Ta bom... - Falei triste.

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...

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Que dor de cabeça miserável! Gemi internamente.

Que horas são? Que vontade de vomitar, beber nunca mais! Eu olhei para o lado vi Clara dormindo do meu lado. O que eu fiz ontem? Cadê os meus pimpolhos?

Essas coisas só acontecem comigo!