Everybody´s Fool pra tocar.

O som invadiu o quarto aos poucos e eu comecei a arrumar o meu quarto.

Depois de arrumar tudo, fui no banheiro.

Meu irmão tinha deixado um olho roxo em mim, mas meus longos cabelos pretos conseguiam tampar o estrago que ele me havia feito.

Eu já estava cansada disso acontecer, mas eu não posso fazer nada pra impedi, pois que vai acreditar numa bastarda como eu? Ninguém, essa é a resposta.

As imagens dele me estuprando ficava passando pela minha cabeça, repetidamente. Então eu soquei o espelho com toda a raiva que eu sentia.

O espelho se partiu em pequenos pedaços, que entraram na minha mão.

-Droga! – Gritei.

-Tudo bem querida? – Perguntou minha mãe.

-Mãe! – Gritei.

Corri pra abraçar a figura loira que eu chamava de mãe.

-Eu estou muito feliz por você ter voltado! – Falei abraçando-a mais forte.

-Eu também estou feliz! – Ela me abraçou de volta.

Ela me afastou e me deu um beijo na testa.

-Filhinha, o que ouve com o seu olho? – Perguntou ela.

-Nada mãe, você sabe que eu sou desastrada! – Mentir pra ela era muito difícil, mas era necessário.

-Ta bem! – Ela faz jus pra quem diz que loira é burra, ela acredita em tudo.

Ele saiu do quarto e foi pro quarto ao lado, o quarto do Raul.

Eu olhei pra minha mão que tinha começado a latejar.

Imbecil! Pensei.

Corri para o meu banheiro e peguei os remédios todos.

Limpei os ferimentos e coloquei um remédio que eu não sei o nome.

Depois fui pegar a minha mochila, eu precisava fazer as atividades da escola.

Meu colégio é o inferno, não tenho amigos e ainda sou abusada e mal tratada pelos amigos do Raul.

Todo mundo é idiota!