Era o Raul.

-Raul! - Dei um pulo.

-Eu vim me desculpar por ontem a noite. Eu me deixei levar. - Ele ficou tentando se desculpar, mas pelo o que? Será que não foi um sonho?

-Então aquilo tudo aconteceu? - Perguntei esperançosa dele me querer.

-Sim, e me arrependo muito. - Meu mundo caiu.

-Então, por favor, sai daqui. - Apontei para a porta e ele se retirou.

Ele deu meia volta e falou:

-Tem alguém querendo falar com você. - Ele estava triste, mas eu queria que ele sofresse.

Ele saiu e eu fui desligar o som.

Eu desci as escadas correndo e quando eu cheguei lá em baixo vi a pessoa que eu mais adorava nesse mundo:

-Adam! - Gritei.

Corri e pulei nele.

-Iai priminha, faz dois anos que nós não nos vemos. Você ta muito mais bonita. - Falou ele me colocando no chão.

Eu olhei ele de cima á baixo e vi que ele estava mais bronzeado, mais musculoso e muito mais bonito. Ele estava me comendo com os seus olhos verdes.

-Você também esta muito mais bonito. - Falei comendo ele com os olhos também.

Ele pegou a minha cintura e me aproximou dele.

-Vamos dar uma caminhada? - Sussurrou ele no meu ouvido.

Eu só consegui emiti um “Hum-Hum”, eu estava muito atordoada por conta da nossa proximidade.

Ele pegou a minha mão e me arrastou para fora de casa. A mão dele era forte e fazia a minha mão branca (eu não to brincado eu sou muito branquela, quase translúcida) ficar de uma aparência doentia.

-Adam, por que você não me avisou que viria? - Fiquei um tanto curiosa pelo motivo dessa visita repentina depois de dois anos sem nem entrar em contato.

-O Raul me contou que você estava com problemas, mas ele não me falou quais os problemas. Não são drogas, são? - Ele fez uma cara de falso desapontamento.

-Eu to grávida. - Ele soltou a minha mão e ficou sem expressão.

-Quem é o pai? - Perguntou ele. Jesus, fiz besteira.

-Não quero contar. - Olhei para baixo.

Ele pegou o meu queixo e prendeu o meu rosto de uma forma que eu só pudesse olhar para ele.

-Lidia, eu quero que você saiba que eu sempre vou estar do seu lado e que vou te ajudar a cuidar dessa criança, eu e o Raul, é claro. - Adam é tão fofo.

Ele soltou o meu rosto e continuamos a andar de mãos dadas.

...

Nós ficamos conversando o caminho todo, ele me contou tudo o que fez nesses dois anos e que agora ficaria na cidade por um bom tempo.

-Mas aonde você vai ficar? - Perguntei.

-Na sua casa. - Ele falou maliciosamente.

-Na minha casa? Que massa!  - Eu estava muito feliz por isso.

-Poderemos sair em noitadas e fazer a festa! - Ele, como sempre, fez uma das suas caretas engraçadas.

-É isso que eu mais adoro em você. - Pensei alto.

-Eu queria que você me amasse, mas isso basta para mim. - Sussurrou ele, mas eu acho que não era para eu ouvir.

...

Quando eu cheguei em casa logo corri para o meu quarto, fazia duas semanas que não olhava o meu e-mail.

Assim que abri a caixa de entrada vi três poemas lindos que alguém sempre mandava para mim.

O primeiro era “Sem fôlego”