Bella Swan

Aquele homem não passava de um grosso. Corri dali o mais rápido possível e cheguei ao ponto de ônibus, não via a hora de estar novamente em casa. Como pude ser tão idiota e ouvir aquele fantasma egoísta?

— Não desista tão fácil assim. – A maldita falou aparecendo em minha frente, fazendo-me pular com o susto, o que atraiu olhares em minha direção.

— Saia daqui. – Pedi sentindo-me mal com a situação e tentei andar para o lado oposto, sendo novamente barrada por ela. – Me deixe em paz! – Gritei, quando ela somente olhava-me com a mesma cara de sempre. – Por causa de gente como você as pessoas me acham louca. – Falei chorando enquanto escutava os comentários em minhas costas. Entrei no ônibus e a ignorei como pude até chegar em casa.

Assim que subia as escadas do prédio, um homem moreno e alto descia correndo e acabou esbarrando em mim, e se o mesmo não me segurasse pela cintura como fez, eu teria rolado andar abaixo.

— Me perdoe, você está bem? – Perguntou aparentando visível preocupação. Já ia me preparar para lhe dar um sermão, que tipo de adulto era tão irresponsável assim? Eu poderia estar em uma ambulância agora...

— Se estou bem? – Perguntei e assim que olhei para o seu rosto, vi quão bonito ele era, ainda mais quando abriu aquele sorriso cheio de dentes perfeitos. – Sim, estou ótima! – Falei sorrindo também enquanto ele soltava-me aos poucos, constrangido.

— Sou Jacob, Jacob Black. Acabei de me mudar para cá, estou na cidade a serviço. – Falou apresentando-se.

— Bella. – Falei sorrindo e ele olhou-me em confusão. – Isabella Swan, mas pode me chamar de Bella! – Corrigi sentindo minhas bochechas quentes. Ele assentiu e ajeitou a mochila nas costas.

— Foi um prazer conhece-la, Bella, mas o dever me chama. – Falou passando por mim e descendo as escadas, mas parando subitamente antes de sair de minha vista. – Ah, e já que sem esse incidente não a veria tão cedo, não irei me desculpar. – Falou dando de ombros e então voltou a correr pelas escadas. Ri sozinha enquanto retornava para meu apartamento.

Quando cheguei em casa estava exausta,  mas mesmo assim precisava permanecer acordada, pois quando haviam outros seres perto de mim, era muito perigoso. Tomei um banho rápido e frio, para tentar tirar aquele sono imenso do corpo, mas não funcionou. Assim que voltei ao meu quarto, lá estava ela. Sentei-me na cama e respirei fundo enquanto penteava os cabelos.

— Não vou prejudica-la. – Falou em pé ao meu lado. Meus olhos começaram a pesar cada vez mais. – Sinto muito. – Ouvi seu sussurro e então a inconsciência me pegou.

Edward

Eu passei o dia inteiro com aquela mulher na cabeça.

Quem diabos estava mandando ela até mim? Em minhas pesquisas eu só havia descoberto seu nome completo, escola onde frequentou durante o ensino médio, e trabalhos de curto período nos quais esteve e fora demitida por justa causa, em todos eles.  Resolvi pegar uma cerveja na cozinha para relaxar um pouco, e assim que tomei o primeiro gole, consegui ver, pela janela, alguém parado em frente a minha casa. Não, não era possível que... Aquela mulher, de novo?

Engasguei-me com o líquido e coloquei a garrafa em cima da pia, seguindo em passos rápidos até a entrada.

— Era com você mesmo que eu queria falar. – Murmurei assim que abri a porta, olhando-a com raiva. – Por que está aqui há essa hora? E pra quem você trabalha? Eu juro que chamarei a policia se não me disser! – Falei aproximando-me dela, mas me senti incomodado com a maneira que a mesma me olhava, e assustado quando ela sorriu de modo gracioso. Ela estava bonita sorrindo, mas que inferno. – Pare de sorrir. – Ralhei e fui imediatamente ignorado. – Eu irei chamar a policia. – Falei já me virando, pronto para realmente fazer isso.

— Você irá se virar sempre que eu te chamar, não é? – Sussurrou fazendo-me sentir um arrepio assustador. – Pequeno Mass, você viveu sem mim. – Falou em tom sarcástico. Olhei-a sem acreditar.

— Tanya? – Perguntei me certificando, eu não consegui mais negar. Era ela.

Não sei por quanto tempo ficamos parados somente nos olhando, mas o sorriso em seu rosto morreu.

— Não se culpe... – Pediu-me e tentei me aproximar, mas ela recuou.

— Eu vou pegar quem fez isso com você, eu prometo. – Falei sentindo as lágrimas caírem sem minha permissão. Eu já não me importava com nada, eu só precisava saber a verdade, precisava de Tanya comigo, mesmo que ela houvesse mentido pra mim.

— Não, Edward. – Repreendeu-me e só então se aproximou, tocando levemente meu rosto. – Eu sempre te amei. – Sussurrou e então caiu em meus braços.

“Não vá” Eu queria gritar, mas sabia que já era tarde. Agora, somente Isabella estava ali.