Abovetale escrita por Glatteis


Capítulo 1
Irmãos


Notas iniciais do capítulo

Essa é minha primeira Fanfiction de Undertale, eu escrevi pouco depois de terminar o jogo pela segunda vez e ler/ouvir várias teorias sobre, e acabei por desenvolver o meu próprio Final. O fato é que Undertale é um incrível jogo que faz com que o final, após o final feliz seja feito por você. Você escolhe o que acontece depois de você já ter todas as informações que o jogo te dá. O resto, cabe a você decidir o que acontece.
Esse é o meu ponto de vista, e espero que curtam aqui.



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                Pode ter sido o pior início de todos para um retorno, mas com o tempo, os humanos aceitaram as diferenças entre monstros e eles. Claro, ainda existiam os humanos de coração fraco que ainda tinham esse preconceito de que os monstros apenas queriam dominar o mundo acima. Mas acima disso, acabou que o trabalho de embaixador caiu muito bem em Frisk. Após 10 anos desde a batalha com Asriel, o Mundo Acima é um lugar pacífico onde se veem vivendo juntos tanto monstros quanto humanos. E apesar de a ideia principal do Mundo Abaixo ser abandonado, essa ideia foi também deixada de lado. Humanos são mais vistos no Mundo Abaixo do que monstros, ele os fascinava. Vivíamos a vida de todo dia, mas um tanto quanto ocupados após nos acostumarmos com a vida do Mundo Acima.

— Frisk! – Um alto esqueleto abriu a porta da sala onde um humano sentava-se atrás de uma mesa. – Ah, você está aí! Vamos logo, vai ficar escuro e temos que nos encontrar com o pessoal!

— Ei irmão, você CALCIOU seus sapatos? – Disse um pequeno esqueleto entrando pela porta.

— Sans, você fica cada vez pior. – Disse Papyrus ao irmão.

— É, mas criar piadas do nada é OSSO.

                O humano segurou o riso.

— Viu? O Frisk gostou e você está sorrindo.

— VOCÊ SABE QUE NÃO É MINHA INTENÇÃO! – Bradou Papyrus esbravecido. – CAHAM! Vamos humano, para o carro!

                Os três foram até o carro no estacionamento e encontraram o Triciclo de Sans jogado no banco de trás do conversível vermelho. Sans se jogou do lado de seu veículo e chamou seu irmão para dirigir. Após entrarem no carro, Papyrus dirigia pela estrada para chegarem a um grande bar para se encontrarem.

— E então Pivete, está ganhando bem pra pagar pra todo mundo? – Disse Sans em seu tom debochado.

— Ei, eu nunca concordei com isso! – Disse Frisk.

— Sans, já faz 10 anos e eu ainda não te vi trabalhar nenhuma vez. – Disse Papyrus. – Como você vive?

— Ei, eu trabalho sim! Eu saio pra vender todas as minhas guloseimas durante os programas do Mettaton. Seria maldade deixar aquele monte de humanos e monstros com fome. – Então... Pivete? Como está a Toriel? – Disse Sans tentando disfarçar interesse.

— Ué, você não tem visto ela? – Disse Frisk. – Bem, na verdade é compreensível, ela tem passado tanto tempo na escola esses dias. Mas é um sonho dela, ela sempre quis ser professora. Eu diria que ela vai muito bem. – O garoto humano fez uma cara séria se lembrando de algo.

                Papyrus o reparou.

— Hm? O que aconteceu, Frisk?

                Ele sorriu.

— Falando na escola, vamos dar uma passada lá, já deve estar pronto a essa altura.

                Sans sorriu.

— Sim, está pronto, e ficou muito bom.

— Do que estão falando? Só eu estou por fora? – Disse Papyrus.

— Lá você descobre, meu irmão.

                Papyrus dirigiu o carro com esse pensamento na mente. O que o poderia estar esperando? Chegando perto, a Escola do bairro era grande, provavelmente a maior da cidade. Na entrada, várias podas em formatos diferentes, principalmente didáticos. Mas um se destacava, ao lado do piso que levava a porta da frente, uma cabeça de esqueleto alta. Papyrus olhou a cabeça de cima a baixo e lágrimas saíram de dentro dos buracos de seus olhos.

— Asgore... AQUELE SOU EU! SOU EU! ELE PODOU MESMO UMA PLANTA COM MEU ROSTO!

— Nossa, meu irmão, com essa gigantesca revelação eu vou começar a te chamar de Sherlock BONES.

— Invejoso! NYEH HEH HEH HEH!

                Os três continuaram a jogar conversa fora – e piadas –. Chegando ao local de encontro, os três desceram do conversível de Papyrus e entraram no bar. O local era bem climatizado com iluminação baixa. Papyrus com sua altura bateu sem querer em uma das tampas de lâmpadas penduradas, o que chamou a atenção de quatro pessoas em especial. Uma mulher azul e escamosa acenou para eles.

— Estamos aqui, Papyrus! Sans!

                Papyrus abriu um sorriso ao ver sua amiga e antiga mentora.

— Undyne! Alphys! – Papyrus sentou-se.

— Oi, mãe. – Frisk abraçou Toriel carinhosamente.

— Como foi hoje, meu pequeno?

— Eu diria que no momento eu e Papyrus trabalhamos menos que você. – Riu ele.

                Undyne riu cética. Papyrus a olhou torto.

— E eu ainda nem trabalhei. – Sans sentou-se no último assento.

— Ah Majestade, aquela poda ficou perfeita! – Disse Papyrus. – A Perfeição agora necessita de cuidados!

                Asgore sorriu.

— Bem Papyrus, eu não sou mais rei, sou apenas um simples zelador de escola. – Disse Asgore.

— Você tem muito talento pra isso, podia começar a vender seus trabalhos pra poda. – Disse Alphys.

— É só que eu fiquei muito tempo fazendo isso no Subsolo. Mesmo com todas as lembranças, fazer isso a luz do Sol é uma sensação indescritível.

                Toriel desviou o olhar por um instante. Undyne inclinou a cabeça para perto da cabeça de Papyrus.

— Ainda bem que vocês chegaram, o clima estava muito tenso com só eu e a Alphys interagindo e eles ficando quietos um com o outro. – Cochichou ela.

— Ei, Papyrus. – Chamou Sans. – Eles não fazem espaguete aqui...

— COMO?! Mas isso é um tremendo absurdo! – Bradou ele fazendo todos os olharem.

                Mesmo depois do triste desfecho do jantar de Papyrus, todos comeram e se divertiram depois de uma reunião calorosa, mesmo que não entre todos. Apesar disso, todos aproveitaram a noite e prometeram a si mesmos se verem com mais frequência. Até que, na TV, começou o noticiário, o volume parecia ter sido aumentado propositadamente.

— Os esforços da polícia têm tentado descobrir o que acontece perto da entrada do Monte Ebott, onde há relatos tanto de humanos, quanto de monstros que estão desaparecendo misteriosamente nas redondezas.

                A tensão caiu sobre os ombros de Frisk enquanto a tela era cortada para um comercial dos doces de Muffet e suas aranhas. Ele sabia a causa mais provável do sumiço de tantas almas inocentes, mas mesmo assim, ele não podia poluir a memória que todos tinham daquela criança. A criança que dava aos monstros tanta esperança. Ele levantou-se.

— Eu preciso ir ao banheiro.

— Hum? Tá, certo... – Disse Toriel notando certa diferença no garoto.

                Sans apenas observava de cabeça baixa. Após o garoto entrar no banheiro. Ele saiu sem que ninguém notasse, da maneira como ele sempre fazia. Já dentro do Sanitário Masculino, Frisk se encontrava lavando o rosto tentando se refrescar após seu rosto ter ficado vermelho de quente pela sensação de tensão. "Eu vou ter que fazer isso sozinho", murmurou ele. Em seguida, se escuta o som de descarga e um suspiro aliviado. Frisk olha pra trás e vê a porta da cabine se abrindo, revelando Sans. Frisk soltou um grito assustado.

— Mas que droga... Sans, para com essa mania de estar atrás e de repente aparecer na frente! Isso dá medo!

— Heh. Garoto, isso não dá medo... – As luzes do Sanitário piscaram. Sans abaixou a cabeça e levantou-a com os buracos de seus olhos completamente vazios. – ISSO DÁ!

— Na verdade você já fez tanto isso que já me acostumei. – Disse ele.

                No mesmo momento, a luz se apagou, e no olho esquerdo de Sans uma pupila azul brilhante apareceu se tornando a única fonte de iluminação. Frisk engoliu em seco. Foi a primeira vez que ele viu tal forma em Sans. A luz voltou ao normal, e os olhos de Sans voltaram ao normal.

— Nunca diga que eu fico sem truques, pivete. – Disse ele com seu sorriso normal. – Mas você precisa me dizer agora: O que você vai ter de “fazer sozinho”?

                Frisk olhou para o lado por meio segundo e voltou seus olhos para Sans.

— É que, bem... Eu vou ter que... Preencher uns formulários, sozinho essa noite, não quero incomodar o Papyrus com isso... Heh.

                Após a resposta os buracos dos olhos de Sans voltaram a se tornar vazios.

— Não minta para o Juiz.

                Frisk suspirou.

— Certo Sans... Você é provavelmente o único que vai aguentar ouvir isso. – Disse ele. – Mas é melhor irmos pra fora.

                Sans apontou para a cabine que usara.

— Vem comigo, conheço um atalho.

                Os dois conversavam do lado de fora do Bar. Frisk contava o que acontecera no que todos achavam que estava dormindo e tendo um sonho ruim. Sobre Flowey. Sobre Asriel. A verdade por trás das almas de monstros infundidas com Determinação. Flowey estava de volta após Asriel usar as almas humanas para quebrar a barreira. Flowey estava agindo novamente, e dessa vez, no Mundo Acima.

— Pivete, isso é pesado. – Disse Sans.

— Sabe, eu tinha apenas oito anos, eu não sabia direito como agir, eu só fazia o que achava melhor pra todos, mas eu não consegui pensar em uma maneira de salvar o Asriel.

— Estou mais preocupado com a outra metade... – Disse Sans, despertando a atenção de Frisk.

— Metade?

— Como você acha que Asriel ascendeu da primeira vez, podendo passar pela barreira?

— Asriel usou a alma do irmão humano, certo?

— Sim, sua irmã. Eu nunca tive como julgá-la, nem ao menos tive a oportunidade. Mas eu posso te dizer que era o único que sabia. – Os olhos de Sans voltaram a se tornar vazios. – A alma dela era negra.

— Sans? – Disse Frisk com tom preocupado.

— Se Asriel ainda está vivo... Garoto, dessa vez pode ser um tanto mais complicado, e eu vou te seguir. Dessa vez eu vou seguir a promessa que fiz a Toriel a risca.

— Sans, eu te expliquei tudo, mas o que você quer dizer? A irmã do Asriel ainda está viva?

— É uma probabilidade. Pivete, depois dessa noite, vamos atrás do Flowey. E então haverá uma probabilidade de a encontrarmos.

                Frisk bateu o pé no chão várias vezes.

— Mas de quem estamos falando?!

— Garoto, você não viu as Fitas de Vídeo no Laboratório?

                Na mente de Frisk, memórias vagas se passavam de quando ele estava naquela sala mal iluminada assistindo fitas de vídeo que saíam apenas áudio e nenhuma imagem, graças a escuridão e a tampa da câmera. “Ch---, faça sua cara assustadora!”, lembrou-se da voz de Asriel nas fitas. O rosto de Frisk se tornou sério e ele suou frio. As últimas pontas de uma história passada estavam finalmente sendo preenchidas. Pela primeira vez, o garoto viu o sorriso desafiador de Sans.

— Ela vai aparecer mais cedo ou mais tarde. E estaremos prontos pra você, Chara...


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Notas finais do capítulo

Eu espero que todos curtam ler tanto quanto eu gostei de escrever. E olhem, não fiquem chateados se eu demorar a postar um próximo capítulo, eu demoro mesmo pois eu fico abarrotado de coisas muito rápido e sinto muito por isso. Mas essa é uma estória que eu já tenho uma trama completa apenas esperando pra ser escrita.
Abraços! Até um próximo Capítulo!



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