Sin Dolor escrita por Miss Addams


Capítulo 9
Un minuto entre los dos


Notas iniciais do capítulo

Wow

Eu demorei para voltar, mas estou aqui.

Agora vamos saber o que vai acontecer na reta final dessa história



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A música estava muito alta e olhei ao meu redor com o olhar vago, não conseguia mais focar em nada porque tudo parecia sem sentido. Eu não sentia mais.

Passei a mão na minha cabeça como um sinal de reflexo como se arrumar o meu cabelo desgrenhado fosse arrumar também os meus pensamentos. Sabe o que é mais foda de perder alguém em que amamos? A sensação de estar perdida. E tudo o que eu fiz para ignorar isso foi em vão, porque nada adiantava.

Olhei para minha mão cheia de hematomas e sangue seco, talvez eu devesse dar ouvidos as pessoas que falam que eu tenho acessos de fúria. Olhei para a garrafa de cerveja com o vidro verde, na verdade, dentro o líquido era bem mais forte. Uísque neste momento, mas já foi vodca e tequila anteriormente. Deixei a garrafa de lado e olhei para onde estavam os desconhecidos com quem eu cheguei naquele bar, eu não conseguia me lembrar da onde eu os conheci e nem quais eram seus nomes. Nada além do óbvio que era um casal.

Olhei para a transa péssima que não conseguiu me levar para uma zona de conforto, prazer momentâneo e razoável. Olhei para pessoas tão vazias que me davam até pena. Só não eram mais vazias do que eu naquele momento.

Desde que vó Dolores morreu não chorei a sua perda, não consegui chorar. Algo me bloqueava. Nem se eu forçasse acho que conseguiria, será que tinha algo errado comigo? Provavelmente. Na realidade, a resposta correta seria ‘sempre’. Se eu tivesse humor agora soltaria alguma piada sobre como essa história começou totalmente diferente. Falaria quente. Vocês me conheceram de forma diferente. Eu não sou a protagonista das novelas ou dos filmes em que vocês veem, né?

Eu sou isso. Estou oca de uma maneira que não imaginei estar antes.

Acho que se vocês me conhecessem algo como uma vizinha ou conhecida fariam uma careta por não entender o que eu sou. Como eu posso explicar para vocês, se nem eu entendo!

Comparando o começo desta história eu sou uma guitarra sem cordas e destruída no palco. A leitura de vocês deve estar um porre. Lamento, lhes informar que o luto é um porre. Eu sou um porre e para fazer um brinde a essa conclusão bebi mais uísque ao fazer isso percebi ao lado do bar do outro lado da onde eu estava. Robert me encarava.

Quem é Robert?

Um homem nascido em Chihuahua eu o conheço de muitos anos, ele trabalhou como segurança para a minha antiga banda. O fato mais irônico de Robert é ele ser uma pessoa que reflete calma apesar do seu aspecto bruto, já que ele tinha muitos músculos por malhar muito. E calma era só uma falsa impressão sobre ele, por que o seu verdadeiro ofício é traficar drogas. Ser segurança era como um hobbie. Não é irônico? O homem que deveria preservar a estabilidade física é o mesmo homem que arranca a estabilidade emocional dos outros.

Isso não é uma crítica, afinal, ele apesar trafica drogas para quem quer usar. Simples. Justo? Tal vez não. Robert vendia pessoalmente as drogas para Steve e foi assim em que nos tornamos amigos. Já que ele passou a vender também para mim. Perdi o contato com ele desde que tinha cortado da minha vida tocar guitarra, mas isso mudou desde o dia do festival do milho. Eu fui ao seu encontro e foi com ele que comprei tudo o que eu usei aquela noite, ele me forneceria o que eu precisava então por que não retornar esse contato?

Quando eu cheguei hoje nesse bar ele me deu os seus pêsames, sim, Robert também é religioso e me disse que se precisasse de qualquer coisa ele me daria.

Disse que depois o procuraria, não pretendia fazer isso naquela noite a lembrança da minha vó estava muito presente e por essa ser a razão da qual eu não quis nada antes, agora se tornou a razão para eu querer.

Eu acenei com a cabeça e ele entendeu como um sinal para se aproximar. Aquela noite poderia terminar de uma forma bem diferente, as possibilidades estão aí, basta pensar nelas. Aquela noite não acabou como vocês estão pensando agora, antes de Robert chegar perto de mim. Eu fui tomada pela surpresa quando alguém surgiu na minha frente e tirou a minha atenção de Robert. Quando foquei meu olhar para reconhecer Toni, ele não me deu mais tempo para reagir.

Ele veio ao meu encontro e me abraçou fortemente, parecia querer me prender a ele. Confusa só lhe disse para me soltar, Toni se negou e permaneceu me abraçando. Eu não o via fazia uma semana, hoje deveria ser a missa de sétimo dia da minha vó, eu fiz o que faço de melhor paguei as despesas do enterro e sumi. Não atendia as ligações do meu irmão, dos seus amigos, da minha família, do meu pai, até mesmo de Poncho, não queria que ninguém me achasse.

Desde que soube da notícia da morte da vó Dolores por Toni eu fui o suporte dele, não dei espaço para que minha dor viesse a tona, eu estava cuidando completamente de Toni até que lhe disse que sairia para dar andar e não voltei.

:- Me solta Toni! – Eu repeti querendo desesperadamente fazer ele se afastar.

Meu irmão caçula apenas me olhou nos olhos e me prendeu mais em seus braços como se quisesse prender como um pássaro numa gaiola, me encarou nos olhos e depois de alguns segundos.

:- Eu não vou perder você também! – Me disse firme, com autoridade e dureza.

Aquilo me desconcertou plenamente que fez com que eu soltasse a garrafa no chão e escutar ela se espatifar e partir em milhares de pedaços. Como um reflexo meu naquele instante, eu estava quebrada por dentro, eu senti falta dele nos dias em que fiquei fora e me repreendi porque eu não deveria sentir nada! Vó Dolores se foi e eu estava aqui, sentindo. Eu desejei tanto que ela tivesse aqui.

Percebi que meu irmão chorava silenciosamente e então foi como se eu agora apertasse o botão que ligasse as minhas emoções. Eu dei um soco falho no peito dele ainda tentando o afastar, mas o efeito foi negativo. Então soltei um grito que estava entalado a minha garganta desde muito tempo. Um grito sofrido que foi a minha primeira reação depois eu comecei a chorar desesperadamente e com um nó que se formava na minha garganta e Toni só puxou minha cabeça para deitar no seu ombro e me dar a liberdade para sentir, chorei até meus joelhos ceder e eu cair, com o meu irmão agarrado a mim.

Eu ainda me sentia perdida, mas agora meu irmão estava ali comigo.

Deitei minha cabeça pressionando minha testa contra o vidro da janela que estava frio por aquele horário a temperatura por ali abaixava e até a minha vista se moldava a essa sensação.

Fechei os olhos para mais uma vez me lembrar de como eu vim parar neste lugar. O dia em que Toni me encontrou naquele bar numa cidade vizinha a Lagoa Azul.

Até hoje eu sinto o nó que ser formou naquele dia, ele é tão palpável que sinto que posso tocá-lo. Foquei meu olhar nas ondas distantes que se desmanchavam na areia. Quando Steve morreu, ele levou uma parte minha que eu nunca mais consegui recuperar. Quando vó Dolores morreu parece que ela me levou por inteira e eu não sei mais quem eu sou.

Escutei as batidas na porta, entretanto eu nem me importei em me virar para saber quem era, preferia ficar olhando a praia. O céu nublado que fazia jus ao meu humor.

:- Sei que não quer me ver, mas eu precisava vê-la.

Escutei a voz atrás de mim. E me virei para encarar a Poncho ali, bem ali, na minha frente.

Bem, deixa eu fazer um resumo para que vocês entendam o que aconteceu. Toni me tirou daquele bar e me levou diretamente para uma clínica de reabilitação que ficava no litoral, eu concordei com sua decisão desde que ele fosse o único a me visitar. Sinceramente eu não sei por quanto tempo eu estou aqui. Poncho era a última pessoa que eu queria ver, ele era mais um dos que eu não podia ter, para que eu o quero na minha vida?

:- Tem razão. Não quero ver você. – Eu concordei, mas me afastei da janela para dar dois passos na direção dele. O olhei atentamente com curiosidade por que fazia tempo em que eu não o via, apesar de ser o mesmo tinha algo diferente nele. Não sabia dizer exatamente o que.

:- Nós precisamos conversar. – Ele insistiu deixando uma pasta no chão, ele passou a mão no cabelo que havia acabado de cortar para manter o corte mediano e sua pele estava lisa sem barba. A diferença dele não era só física.

:- Veio me dizer que sente muito pela perda da minha vó? – O perguntei.

:- Eu já fiz isso. Eu queria ver se você esta bem. – Ele me pareceu até envergonhado com a minha pergunta.

:- A decisão de vir para cá talvez tenha sido a melhor solução que eu tive. – Dei os ombros para comentar. Eu não poderia expulsar ele do meu quarto o mandando embora da minha vida, eu tinha que fazer isso com outras palavras.

:- Toni está preocupado com você. – Ele me falou e eu fiquei surpresa, Toni não demonstra isso em nenhuma de suas visitas. – Você precisa se reinventar novamente. – Ele estava me aconselhado e eu achei isso engraçado, era tão fácil falar. Eu não o respondi em voz alta apenas fiquei calada o encarando e isso pareceu desconcertá-lo. Ele caminhou até onde eu estava e pegou uma das minhas mãos e eu senti como se uma corrente elétrica me atravessa o corpo todo. – Eu vim te dizer que lamento sim que tenha perdido a sua avó, eu sei como você a amava, é uma pena a morte fazer parte da vida. Mas, é assim que acontece e assim também é contrário, a vida faz parte da morte. O plano de Deus pode parecer obscuro agora, porém em algum momento ele vai fazer sentido e vai iluminar sua vida. – Ele acariciava com o polegar a palma da minha mão e então ao ver o seu olhar carinhoso comigo só posso notar o quanto eu estou fodida de péssima maneira.

:- Você é um idiota! – Soltei a minha mão da dele.

:- O quê? – Ele perguntou confuso.

:- Você não consegue enxergar o que está na sua frente? – Eu esperei mesmo que ele visse nos meus olhos o quanto eu estava apaixonada por ele. – Eu sei que no fundo aí dentro você sabe. Que no fundo você ignora. – Eu neguei com a minha cabeça por pensar o que ele queria realmente de mim. Eu esperava mais dele. – Você sabe agora quem eu sou. Como eu sou até mesmo no meu luto e sobre tanto o que você poderia falar, vem falar comigo sobre Deus? Justamente dele que me lembra o quanto eu não posso ficar com você? Poncho por que não percebe que eu sou uma ameaça a sua vida religiosa?

:- Por que você não é. – Ele me respondeu.

:- Eu sou! – Eu neguei o que ele disse. – Eu sou a partir do momento em que vejo como mudaram de comportamento ao te tratar, como passaram a fazer fofocas para denegrir sua imagem, eu sou o olhar malicioso quando nos viam juntos. Sou o julgamento que fazem, eu te prejudiquei, todos eles estavam certos por que eu sempre te desejei desde o primeiro instante. Eu cheguei para bagunçar a sua vida e precisa admitir isso, para de me proteger, eu não quero isso. Eu não quero ser só sua amiga. E se isso não vai para frente e eu sei que num futuro próximo você vai me machucar, prefiro que eu o faça. Prefiro que eu o tire da minha vida antes que você o faça. Ele ficou quieto parecendo pensar.

:- Eu vim te dizer que vou fazer uma viagem preciso voltar ao Vaticano, pensei em te pedir para me acompanhar na viagem talvez fosse bom para você. Tenho algo importante para fazer...

:- Eu não quero ver você no seu local de trabalho. – Eu o interrompi e podia ser menos grossa, mas naquela ocasião é impossível já que eu estava frustrada por saber que ele justamente me afastaria de sua vida. – Igreja não é um local adequado para mim. Eu me sinto desconfortável. – Dei os ombros recusando a proposta.

:- Você está errada, eu quero você na minha vida! – Declarou sem mais nem menos. – Mas, você não pensa do mesmo modo, não posso te forçar a nada, nem mesmo a me querer com você. – Foi à vez dele de lamentar e isso me deixou incomodada, ela não percebeu a razão pela qual eu estou fazendo isso. Se eu fosse uma idiota me iludiria com as palavras dele, não vou ser tola. Vou fazer o que é melhor para mim. E ponto.

:- Espero que faça uma boa viagem, Poncho. – Foi o que eu disse e pensei que depois de tanto tempo inerte, frustração e raiva foram os primeiros sentimentos que eu sentia graças a ele.

Antes de voltar a se mover ficou alguns segundos me encarando e eu não tenho ideia do que ele está pensando por eu ter bancado a vilã daquela história. Ele caminhou até onde estava a sua pasta e a abriu tirando uma folha de papel grande de lá, olhou para ela por dois segundos com pensamentos distantes e depois voltou a falar.

:- Eu me perguntei por que você não compareceu ao enterro dela. Tentei entender como funciona a sua cabeça por diversas vezes e esse foi um exercício cansativo, eu confesso. Você não é uma pessoa fácil, Dulce. Mas, é muito profunda e tem uma capacidade maior do que pode imaginar, só não consegue enxergar isso agora. Foi assim que eu convenci a Toni a te sugerir vir para cá. Eu passei dias te procurando pensando que você gostaria de participar da missa de sétimo dia de sua avó, foi difícil, porém eu te encontrei e ao ver o seu estado eu senti medo. Era alguém em que eu não reconhecia, liguei imediatamente para seu irmão e contei onde você estava e pedi para que ele fosse lhe resgatar. – Poncho me revelou e eu fiquei espantada. - E sinto muito que esse seja o nosso ponto final e cada um vai seguir o seu caminho, bem aqui é uma prova do quanto eu me importo e desejo verdadeiramente que você se reencontre e compreenda a sua missão aqui. – Ele deixou a folha na minha mesa e me deu um último olhar antes de pegar a sua pasta fecha-la e ir.

Fiquei ainda olhando para a porta fechada antes de me render a curiosidade e saber o que tinha naquele papel. Era simplesmente o desenho mais lindo que eu tinha visto. Minha vó sorrindo em vários tons de cores em aquarela. Por que Poncho fazia isso comigo? Em vez de ceder à emoção do que ele tinha feito fiquei com raiva.

:- Então me conta como foi a conversa de vocês. – Toni chegou no quarto e me disse da porta. Como sempre chegava com sua mochila repleta das minhas distrações como ele costuma falar. Ele parecia ter só esperado Poncho sair para entrar.

:- Não sei a razão pela qual você deixou ele entrar aqui. – Praticamente revirei os olhos pensando na minha despedida com Poncho.

:- Não pensei que faria mal, ele queria conversar com você. – Toni falou e não me parecia nada arrependido do que havia feito.

:- Poncho é apenas uma transa que eu não consegui fazer dar certo. – Eu comentei irritada com aquela conversa.

:- O que você quer negar para si é que por trás de todo esse tesão que você afirmar ter por ele, na verdade é para esconder que esta gostando para valer dele. – Toni comentou depois ter a pachorra de rir.

:- O que adianta isso? – Talvez pelo meu tom irritado meu irmão parou o que estava fazendo e me encarou. – Ele é um padre, Toni, eu já entrei nesse jogo para perder e eu perdi Poncho para Deus. Eu estou completamente apaixonada por alguém que só vai me machucar porque não pode estar comigo.

Toni ficou calado por que não sabia o que falar, talvez só então parando para analisar a situação.

:- Desculpe eu não deveria rir. Essa situação com ele é realmente complicada, eu sou hinduísta é uma forma de ver a vida distinta da forma cristã. Eu acredito em deuses, em carma, na não-violência, enfim basicamente se é amor por que ele não pode ser vivido? – Ele tirou além de livros e meus discos, tapetes para praticar Yoga da sua mochila.

:- Por que a religião também é uma forma de reprimir certos impulsos dos seres humanos e ir contra isso pode acabar com toda a doutrina do cristianismo. – Comentei voltando a olhar o desenho da minha vó.

:- Você é muito radical às vezes precisa trabalhar o seu meio-termo. De qualquer maneira acho que independente de qualquer coisa, acima de qualquer religião, Poncho sempre quis o seu bem e vai se afastar se é o que deseja. - Ele afastou o cabelo loiro do seu rosto e andou até onde eu estava. Vendo por fim o que eu segurava. – Nossa. Ela está linda aqui. – Ele falou fascinado e eu entendi por que Poncho era talentoso e a retratou de forma bonita. – Podíamos fazer um quadro desse desenho.

A forma como ele falou me fez lembrar o que Poncho me disse.

:- Você anda preocupado comigo? – Eu perguntei diretamente vendo ele abaixar a mão que segurava o desenho que Poncho fez e desviar o olha do meu antes de responder como se ponderasse para falar a verdade ou não.

:- Fisicamente você está bem, esta sendo alimentada, cumpre seus horários, se mantém longe das drogas aqui. E isso é algo muito bom, mas eu não sei como te ajudar com seu lado emocional. – Meu irmão me revelou a verdade e então reparei no olhar cansado. – Pensei em te visitar mais vezes, sei que venho pouco aqui, mas eu preciso organizar e cuidar de tudo.

Ele é tão novo. Eu pensei o encarando, e estava segurando uma barra e tanto. Não posso ser esse peso para ele, tinha que o ajudar. Eu sinto a perda da vó Dolores, mas Toni precisava de mim. E eu o amava.

:- Não precisa se preocupar comigo.

:- Eu preciso sim. – Ele negou quase como quando era pequeno e batia o pé para teimar comigo. – Eu quero cuidar de você assim como quanto você fez quando eu precisei. – Me afirmou e então passou a fazer sentido o que Poncho quis me dizer, eu tinha que sair dessa.

:- Me disseram que tem atividades paralelas aos métodos do tratamento que ajudaram muitos pacientes. Minha psicóloga tenta me levar para algumas dessas atividades, talvez fosse um bom momento para que eu comece.

Toni deu um sorriso de alívio ao escutar o que eu disse e se afastou para colocar o desenho na minha mesa e voltar para cama onde tirava tudo o que tinha na sua mochila. Ele tirou uma das minhas câmeras fotográficas e eu ensaiei um sorriso, eu precisaria de mais para melhorar e tinha que aproveitar esse momento no qual eu estava sensata, depois eu poderia desistir.

:- Podia voltar a tirar fotos? Eu vi uma exposição de algumas fotografias dos pacientes daqui, esta muito bonita.

:- Seria bom. Mas, eu pensei em outra coisa.

:- O quê, por exemplo?

:- Poderia voltar a tocar guitarra. – O que eu sugeri fez Toni me olhar assustado, fazia anos em que eu não tocava. – Eu devo estar enferrujada, mas com algumas aulas posso ser o que era antes. – Saboreei a ideia de voltar a tocar. Toni sabia que eu estava apostando alto, mas como ele mesmo disse eu era radical. E eu já estava decidida.

:- Engraçado que ontem Mart me ligou ficou sabendo o que aconteceu e queria falar com você, ele queria marcar algo, você poderia pedir para que ele te ajude com isso.

Mart foi o meu empresário, era um músico excepcional, não era uma má ideia tal vez a música me salvasse assim como a fotografia o fez.

:- Eu quero conversar com ele, podia propor a ele que faça isso por mim. O que acha?

:- Claro. – Fingi não notar o sorriso esperançoso do meu irmão. Andei pelo quarto e sentei na minha mesa, Toni começou a falar como estavam todos e eu passei a olhar o desenho com mais atenção, pensei nela com amor. Querendo que esse amor chegasse aonde ela estivesse.

Eu poderia não estar bem agora, mas eu ficaria.

 

 

Com um mundo ainda a descobrir

Mas sem forças pra seguir

Em busca do que a faz feliz

Estava tudo bem ali e você diz

Mesmo em silêncio o que você quer

 

Nunca Apague a Luz - Scalene 

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