O Além. escrita por Mah e Deh


Capítulo 1
Perda de Memória.


Notas iniciais do capítulo

Oi, gnt primeiro cap.
Sei que ele está um pouco confuso e vocês não vao entender muita coisa, mas ao decorrer da história as coisas vão ficar mais claras. (Ou não) Mas enfim. Obrigada se você for ler, e se comentar, sério você merece um milk shake. (eu amo milk shake)
P.s: Mari, vc está ai? Não consigo mais entrar em contato com você)
Enfim, aproveitem ♥



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A primeira coisa que vejo é a Kayleigh sentada olhando distraída para alguma coisa. As pernas estavam cruzadas, as mãos mexendo em seu pingente de sereia. Kayleigh estava vestindo um vestido simples, mas bonito. A cor creme quase branco até os joelhos; O cabelo castanho preso em um rabo de cavalo mal feito com alguns fios escapando e caindo na testa. Estava adorável. A segunda coisa que eu reparo é o lugar aonde estamos. Parece um campo repleto de flores coloridas que dançam suavemente por conta do vento. As árvores tinham flores brancas lindas, e que algumas caiam parecendo voar até o chão. Por sua vez, a grama era um verde maravilhoso e eu tive vontade de rolar nele como uma criança.  

 Eu estava sentada encostada em uma árvore de frente para Kayleigh. Minhas pernas estavam esticadas e a grama fazia cosquinha. Minhas mãos, por sua vez estavam entrelaçadas. Kayleigh de repente olha para mim, seus lábios se curvaram levemente.

— Seu vestido é lindo, Mary Jane – ela disse.

Eu concordei com a cabeça. Olhei para ele; Ele era como de Kayleigh, mas a cor era azul bebê. Passei meus dedos finos pelo tecido macio. Sorri de volta para ela. Curiosamente, eu nunca gostei de usar vestidos. Muito menos Kayleigh.

Então eu ouvi um barulho baixo de algo que eu não consegui identificar o que era. Em seguida, eu vejo uma borboleta enorme – talvez a maior que eu já vira – batendo as asas e voando de um lado para o outro. Para minha surpresa a borboleta chega bem pertinho de mim, às vezes bem próximo do meu rosto, mas voltando em seguida.

— Que bonita – ouço Kayleigh dizer, mas não olho para ela.

Eu estico o braço em direção à ela e, pela minha surpresa ela pousa em minha mão. Eu sorrio. Eu fico encarando por uns instantes e de repente me ocorre o pensamento que eu nunca teria feito isso. Eu, Mary Jane, morro de medo de qualquer bicho que voe. Mas nesse lugar tudo é tão lindo, e tão cheio de paz que tenho a impressão de que nunca mais sentirei medo; ou dor.

A borboleta então sai voando e some de minha vista. Eu então abro meus braços como se fosse voar também e me jogo na grama macia. O sol não queima minha vista, graça às centenas de folhas e galhos que o tapam. Eu suspiro.

— Kayleigh... – eu sussurro. – Aonde estamos?

Eu balanço meus braços para frente e para trás, sentindo a grama fazer cosquinha em meus braços. Isso me faz rir.

— Não faço ideia – Kayleigh responde, rindo também.

No fundo, eu sabia que tinha algo... Como encontrar a palavra? Diferente? Estranho? Não sei. Só sei que estou tão tranquila e em paz que acho que poderia dormir deitada aqui mesmo. É, acho que um cochilo me faria bem...

— Quem são vocês? – uma voz alta e autoritária me faz tomar um susto.

Eu levanto a cabeça e vislumbro um cara de aproximadamente dezoito anos olhando para nós – ou melhor, para mim – parecendo chocado. Suas sobrancelhas loiras como os cabelos estavam franzidas, transmitindo curiosidade. Os olhos eram incomuns, cinzas. Ok, esse cara era o maior gato. Ele tinha um abdomen definido como de um atleta e suas pernas... Ei! Suas pernas! Eu arregalo os olhos. O cara super gato tinham pernas de bode ao invés de humanas. Eu olho para Kayleigh, em busca de alguma explicação. Mas ela está o encarando, parecendo maravilhada com sua beleza, como se tivesse em uma espécie de transe.

— Quem são vocês? – ele repete, agora mais desconfiado do que antes.

Eu então me sento, para enxergar melhor. Ok, não estava vendo errado. Ele realmente tinha perna de bode.

— Por que você não tem pernas humanas? – eu pergunto, apontando para elas.

Mais uma vez, eu penso: Eu nunca agiria normalmente desse jeito se visse um cara com pernas de animal, por mais que ele fosse gatinho. Eu não devia estar totalmente sã. Alguma coisa alarma na minha cabeça.

Algo não está se encaixando, eu penso.

O garoto ergue as sombrancelhas, inclicando o corpo para frente.

— Responda a minha pergunta primeiro – ele diz.

Eu olho para Kayleigh.

Quem somos nós? De repente me dá um branco. Quem somos nós? Kayleigh está com a mesma cara de dúvida. De repente, como se eu percebesse que tem algo errado eu olho para um lado e para o outro confusa, e me levanto. Me esforço para pensar. O rapaz espera minha resposta pacientemente.

— Ela é Kayleigh – eu aponto para minha irmã, que arregala os olhos como se lembrasse.

Eu coloco minhas mãos sob meu tórax. Tem algo errado. Muito errado. Eu encaro o rapaz. Ele parece tão confuso quanto eu.

— Mary Jane – ela de repente diz. – Seu nome é Mary Jane.

Sim, é óbvio que esse é meu nome. Por que foi tão difícil lembrar? O rapaz então muda completamente a expressão. Como se tivesse se esquecido de algo muito importante. Ele olha para os lados.

— Vocês não se lembraram de quem são? – ele se aproximou mais.

Involuntariamente, eu recuei. Ele percebeu, erguendo uma mão para cima.

— Não se preocupe – ele demonstrava calma e sergurança. – Não represento perigo.

Eu assenti com a cabeça. Não sei porque, mas eu acredito nele. Kayleigh também percebendo algo de errado, se aproximou de mim, os olhos arregalados olhando de um lado para o outro.

— Por favor, não tenham medo – ele diz. – Se ficarem com medo, as coisas ficarão pior.

E não é que ele tinha razão? De repente aquela borboleta adorável que pousou em minha mão apareceu de novo mas estava diferente. Ela não voava lentamente para um lado e para o outro, e sim rapidamente em zig e zag. E algo ainda mais curioso: Ela tinha dentes. Daqueles afiados que nem das piranhas. Dentes enormes e afiados. Estava vindo em minha direção.

 Meu coração congelou. Eu sabia que ela tinha intenção de me machucar. Tentei recuar, mas acabei batendo de costas na árvore. Ela se aproximava cada vez mais, e mais, e mais... Até que eu ouvi um barulho. A borboleta caiu no chão, repleta de sangue. Morta.

 Eu olho para o rapaz. Ele estava com uma expressão séria e concentrada, nas mãos um arco e flecha, ainda na mira. Eu nem reparei que ele estava com aquilo. Vendo que a borboleta já estava morta ele abaixou a arma e olhou para mim e em seguida para Kayleigh, que tremia dos pés à cabeça.

— Venham comigo – ele se virou de costas e começou a andar. – Vou explicar à vocês o que está acontecendo.  

Como não tínhamos escolha, começamos a segui-lo. Mas eu ainda estava receosa. Tudo naquele lugar agora parecia suspeito. Os pássaros; as árvores, e até a grama estavam me dando medo. Sem demorar muito, chegamos em frente à uma casa. Mas na verdade não parecia uma casa. Dela, só dava para enxergar a porta. Todo o resto estava coberto de plantas e folhas. Deixava o lugar mais bonito pelo menos.

O homem bode abriu a porta com um pouco de esforço pois parecia emperrada e deixou com que Kayleigh e eu estrássemos primeiro. Sem questionar, minha irmã entrou, e logo depois eu.

O lugar era pequeno, mas confortável. Era todo feito de madeira e também tinha flores e plantas como o lado de fora, embora tivesse bem menos. Até parecia uma casa normal. Tinha uma espécie de sofá, uma espécie de fogão e até uma cama improvisada no canto do local. Olho para trás, e o centauro está me encarando, como se estivesse me analisando.

— Tá, você pode começar a explicar tudo? – eu cruzei os braços. – Onde estamos? Por quê estamos aqui? E por que você tem essas pernas esquisitas? – eu apontei para elas com um tom de nojo.

Me perguntei se ele ficaria ofendido com a insinuação, mas seu rosto continuou sereno e calmo.

— Não são pernas esquisitas— ele devolveu o olhar de desprezo. – São pernas de bode. E você tem pernas de humanos. É quase a mesma coisa, por que a surpresa?

Eu olhei para Kayleigh, perplexa. Seu queixo estava caído, encarando o cara. Eu cerrei os olhos.

— Tá – eu balancei a cabeça, como se quisesse esquecer daquilo. – Me explique as coisas mais importantes. Onde estamos? – dei ênfase em “onde”. O garoto parecia ser meio lesado.

Ele abriu a boca como se fosse dizer algo. E em seguida fechou, franzindo o cenho. Ele fez isso algumas vezes.

— Pra falar a verdade, eu não faço ideia – ele bateu com as mãos na cintura.

Eu explodi.

— O quê? – eu exclamei. – Você disse que ia explicar tudo!

Ele deu de ombros, embora eu percebesse que ele se sentia um pouco culpado.

— Ah, por que eu deveria confiar em um cara que tem pernas de bode? – eu resmunguei.

— Meu deus, para de ser preconceituosa! – ele parecia estar ofendido. – Suas pernas de humano também são muito estranhas mas eu também não fico falando.

Eu sentei no sofá improvisado, apoiando o rosto nas mãos.

— Ok, Mary Jane, calma... – eu respirei fundo. – Você não está delirando... Nada disso é real, nada disso...

— Ela fala sozinha sempre mesmo? – ele pergunta à Kayleigh.

— Só quando está nervosa – ela explicou. – Ah, e você não disse o seu nome.

Ele franziu as sobrancelhas e sentou no sofá, as pernas pareciam ainda mais esquisitas. Ele estava tentando se lembrar do próprio nome. Como eu e Kayleigh minutos atrás.

— Meu nome.. – ele murmurou. Ele de repente arregalou os olhos. – Castiel. Meu nome é Castiel.

Eu cruzei os braços.

— Uau, você lembrou o seu nome – eu disse sárcastica.

Ele não pareceu ter ficado ofendido. Ele parecia tão perdido quanto eu. Kayleigh sentou ao lado dele, pensativa também, todos os três tentando lembrar de qualquer coisa que explicasse o que estava acontecendo.

— Uma coisa é certa, - ele disse baixinho. – Todos aqui estão com a memória afetada. Nenhum de nós consegue se lembrar de nada.

Eu concordei com a cabeça.

— Você lembrou aonde você mora – eu olhei ao redor da casa.

— Só isso – ele bufou. – e o meu nome.

— Qual foi a última coisa que você lembra, Mary? – Kayleigh se inclinou em minha direção.

Eu respiro fundo. Mordo o lábio com força e me concentro o máximo que eu posso. De repente, um flash de memória passa pelo meu cérebro. Eu solto um grito abafado de susto.

— O que foi? – ele pergunta. – Se lembrou de algo?

Eu me lembrava. De Kayleigh, nos meus braços. Sangrando horrores, minha voz no fundo esganiçada e desesperada, tentando em vão pedir ajuda. E logo em seguida, eu vejo os olhos imóveis de Kayleigh, encarando o nada. Ela estava morta.

Ao lembrar disso, tapei a boca com a mão. Isso realmente tinha acontecido. Fechei os olhos mais uma vez. Dessa vez o flash era mais antigo; Era... Damien! E Violet! Eu lembro deles, são meus amigos. Eles estavam se beijando de um jeito muito eca! Eu lembro de estar rindo nessa hora.

— Kayleigh, eu lembro que estávamos em uma festa – coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha.

 - Uma festa? – seus olhos brilharam. – O que mais você lembra?

Ok, eu sei que o certo seria conta-la que eu lembrei de te-la visto morrer em meus braços. Mas eu não vou contar pelos seguintes motivos:

Minha memória não está lá muito confiável.

Kayleigh é uma medrosa, ela provavelmente ficaria apavorada.

Se ela supostamente morreu, como poderia estar falando comigo agora?

Esse último argumento encheu o meu corpo de medo. E se eu também morri? E se estivéssemos em uma espécie de além?

Esses pensamentos fizeram meu coração acelerar radicalmente. Eu estou no céu?, pensei. Eu morri? Resolvo que não contarei a ela agora. Não até que tudo fique claro em minha cabeça.


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Notas finais do capítulo

Obrigadaaa se você leu até aqui e gostou.
Se não gostou, pode comentar alguma crítica, mas construtiva. Por favor, não xingue meu trabalho, eu realmente vou me magoar com isso e devo até parar de escrever (ou não, sou meio confusa)
No próximo capítulo as coisas ficarão mais claras, prometo! Lembrem que eu não sou uma profissional nisso, provavelmente é uma história cheia de falhas, mas eu me esforcei muuito!
Obrigada, e até logo!



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