Assim que avistaram a casa de Winry, viram Pinako sentada na escada da frente, afagando a cabeça de Den. Ela viu eles chegando e abriu um largo sorriso, que logo se transformou em uma cara interrogativa, pois não entendia porque estavam tão molhados num dia desses de Sol. Com certeza aquilo não era suor.

— Voltamos, vovó. — Disse Winry, sorrindo sem graça. Pensava em como iria explicar à avó o fato de estarem tão molhados.

— Onde foram?

— Nós só demos uma passadinha no lago. — Disse Winry, sorrindo ainda sem graça.

— Passadinha? Dá pra notar — Riu Pinako, ao vê-los molhados. — Entrem logo e venham se secar. Al, eu preparei um polimento bem legal pra você! — Ela disse sorrindo e Al ficou feliz.

— Obrigado, vovó! — Al disse, feliz, por ver que Pinako se preocupava com ele.

Alphonse foi com Pinako, enquanto Winry foi com Edward até o seu quarto, e do guarda-roupa tirou duas toalhas, e deu uma delas para Edward, que começou a enxugar o cabelo. Ela também começou a enxugar o cabelo e o rosto, e deixou escapar um suspiro.

— Acho melhor eu tomar um banho antes de ir... — Disse Edward, dando um longo suspiro. — Quer tomar banho primeiro?

— Tudo bem, eu tomo — Ela disse, se dirigindo até o banheiro. — Eu te chamo quando terminar.

Ele saiu do quarto e desceu as escadas. Colocou a toalha sobre o sofá e se sentou sobre ela, para não correr o risco de molhá-lo. Começou a assistir Pinako passando o polimento em Alphonse, já que não tinha nada o que fazer. Alphonse parecia estar feliz, e Edward sorriu. Ainda não sabia como o irmão ficava tão feliz, mesmo estando no estado que estava.

Winry tirou a roupa e se dirigiu até o chuveiro, ligando a água morna e sentindo-a escorrer por seu corpo. Molhou o cabelo e começou a massagear seu couro cabeludo, se ensaboando e enxaguando logo em seguida. Para deixar aquilo muito mais relaxante, ela pegou um óleo de amêndoas e começou a passar por seu corpo. Aquele óleo exalava um cheirinho gostoso e deixava a pele macia como a de um bebê. Depois de passar o óleo, lavou o cabelo, massageando bem seu couro cabeludo suavemente. Começou a pensar em Edward, na sua partida, por tudo o que ele passou e nos anos que sofreu para adaptar-se ao auto-mail. Também pensou nas vezes que fora grossa com ele, que bateu nele por causa do auto-mail sem nem ser culpa dele o auto-mail ter quebrado, e acima de tudo, por sempre preocupá-lo, por ser fraca demais e só poder esperar. Lágrimas agora escorriam dos olhos dela e se mesclavam à água quente que descia do chuveiro. Então ela subitamente parou e socou a parede do banheiro.

— Não. Não vou chorar! Nunca mais quero preocupá-lo! Tenho que ser forte! Me esforçar para construir o melhor auto-mail possível para ele! Nunca mais vou chorar na frente dele. — Ela disse a si mesma entre soluços, com lágrimas mescladas com água morna ainda escorrendo por seu rosto.

Ela terminou seu banho e se enrolou na sua toalha, dando outro profundo suspiro. Olhou para o espelho e viu que a água morna tinha-o feito embaçar. Ela foi até ele e escreveu uma pequena coisinha no espelho com o dedo. Sorriu ao ler depois.

"Ed x Winry 4 ever"

Ela desenhou uns corações ao redor, e depois olhou novamente no espelho. Seu sorriso foi trocado por uma cara triste. Aos poucos, a mensagem foi ficando mais e mais fraca, até que desapareceu, só deixando poucos vestígios quase imperceptíveis. Ela saiu do banheiro e vestiu um lindo vestido cor-de-rosa com estampa floral, e sandálias de couro simples. Pegou a escova e começou a pentear seus cabelos loiros brilhantes, e chamou por Edward.

Edward, que estava na sala, ouviu Winry o chamar e subiu as escadas, levando a sua toalha consigo. Quando ele entrou no quarto, viu Winry sentada na cama penteando os cabelos, com o vestido rosa lindo. Ele sorriu.

— Porque sorriu? — Winry perguntou à ele, e ele não soube o que responder.

— Er... bem... eu não sei. — Ele respondeu sem saber o que dizer.

— Esse sorriso foi pra mim? — Ela perguntou, sorrindo, e ele corou ligeiramente.

— Bem, eu acho... que sim. — Ele riu levemente, sem saber ainda o motivo de ter sorrido.

— Já desocupei o banheiro. Pode ir tomar banho — Ela disse, pegando o cabelo e colocando-o para trás, pegando uma presilha que estava sobre o criado-mudo.

— Beleza, já vou — Ele disse, e ela segurou o cabelo atrás, para fazer um rabo de cavalo. — Não! Não prenda — Ele disse, silenciando logo depois, percebendo que sua voz tinha saído muito alta.

Winry parou por um momento e ele corou.

— Eu... gosto do seu cabelo assim — Ele disse sem jeito, e ela sorriu, corando um pouco. Deixou o cabelo solto, a pedido de Edward.

Ele entrou no banheiro, despiu-se e ligou a água morna, que desceu por seu corpo suavemente. Como aquilo era relaxante. Ou melhor, como estar ali era relaxante. Resembool trazia à ele uma calma e paz que nenhum outro lugar proporcionava igual. Ele lavou o cabelo, se ensaboou e começou a pensar em coisas variadas. Tendo lembranças alegres, e tristes também. Deixou a água morna levar seus pensamentos ruins até o ralo, mas parece que não adiantou muito. Suspirou fundo e tentou afastar pensamentos ruins, desligando a água e pegando uma toalha para se enxugar. Olhou para o espelho, após enxugar o rosto, e viu ali o que Winry tinha escrito. O vapor do banho dele tinha ressaltado as palavras que Winry tinha escrito. Ele sorriu levemente, e olhou para o teto. “Essa Winry...” Ele disse a si mesmo, voltando a olhar para o espelho. Ele teve uma ideia. Ed foi até o espelho e apagou o “x” Que estava entre o nome dele e de Winry e deu uma baforada para embaçar novamente, e em seu lugar colocou:

“Ed amará Winry 4 ever”

O “amará” não coube inteiro no espacinho do “x”, por isso ele fez a linha passando por cima da palavra Winry. Ele olhou o que tinha feito e suspirou.

“Cara... O que está acontecendo comigo? Nunca fui fã dessas coisas melosas nem dessas declarações românticas e tal... Devo estar louco ¬¬ Não tenho dúvidas disso. Ela está fazendo a minha cabeça girar... Será que esse é o verdadeiro poder das garotas? Que medo O.o Mas mesmo assim eu acho que gosto disso. Me sinto tão bem perto dela que não me importo de parecer um bobão apaixonado... Bem, só um pouco. Eu penso no jeito que era antes e fico meio arrependido... Era pior do que um bobão apaixonado, era um bobão agreste e insensível. Ela me mudou tanto... Sou grato por isso. Mas porque será que é tão difícil apenas agradecer a ela por ter me deixado assim tão... Diferente? Nisso eu não tomo jeito mesmo ¬¬ Mas eu vou criar coragem, nem que tenha que pular de um penhasco! Nossa, espero não ter que fazer isso O.o Bom, se não pode vencê-la, junte-se à ela.” Ele pensou e sorriu, saindo do banheiro com a toalha amarrada na cintura.

 Winry estava esperando para usar o banheiro e assim que ele saiu virou o rosto, um pouco envergonhada por vê-lo de toalha. Notando o incômodo dela, ele ficou um pouco sem graça também.

— Me desculpe... Vou vestir uma roupa — Ele disse, saindo do quarto dela e se dirigindo ao seu.

Assim que ele chegou ao seu quarto, vestiu sua roupa costumeira, e depois encarou o frasco de colônia que trazia escondido em sua mala, ainda desconhecido por Alphonse. Ele pegou o frasco e despejou um pouco de seu conteúdo em sua mão, logo passando pelo pescoço e nos braços. “Se esse vai ser um até logo, pelo menos quero estar com aquela colônia que ela disse que gostava” [N/A: Leiam o capítulo 7 – Necessidades de um ser humano para entender do que se trata] Ele pensou, e depois suspirou. Estava na hora de partirem.

Edward saiu do quarto levando a toalha no ombro, indo até o banheiro para pendurá-la, e encontrou Winry, olhando para o espelho e chorando. Mas não chorando de tristeza, chorando de emoção, de alegria. Com certeza deveria ter lido a sua mensagem no espelho. Ela olhou para ele e foi abraçá-lo. Sentiria muita falta dele. Ele, ainda com a toalha em seu ombro, ficou surpreso com o quão repentino aquilo tinha sido, e apenas retribuiu ao abraço. Agora era a hora. Ele não poderia mais adiar isso. Sentia que estava na hora de se despedir dela de um jeito que ela nunca se esquecesse daquele momento. Ele segurou os braços dela e deu-lhe um beijo do qual ela nunca se esqueceria.

[N/A: Eu desenhei a imagem e cobri com nanquim, por isso peço que se quiserem usar nas fics de vocês primeiro peção permissão e dêem crédito à autora. Obrigada.]

Ela ficou surpresa e paralisada com o beijo, que fez um arrepio lhe percorrer o corpo. Seu coração parecia que iria pular para fora de seu peito, de tão forte que estava batendo. Até que ela cedeu a ele e fechou os olhos, passando os braços por trás da cabeça dele. Ele passou as mãos pela cintura dela, e estava corado e suando. O beijo durou um tempo, até que eles pararam para respirar. Olharam-se e sorriram. Ed a abraçou.

— Obrigado por me mudar — Ele disse, e Winry, agora em contato com ele, conseguia sentir as batidas do seu coração acelerado, e as do dele também. — Você me amou mesmo quando eu era um insensível, estúpido e grosso. Me compreendeu e me deu apoio nas horas que mais precisei, e acima de tudo, pegou meu coração que há muito tempo esteve congelado e o aqueceu. Obrigado. Por tudo.

Ele a apertou em seus braços, e ela retribuiu o abraço.

— Sempre soube que tinha algo a mais em você. — Ela admitiu. — Você tinha motivos para ser do jeito que era. Passou por muitos maus momentos e a vida te deixou daquele jeito. Mas eu sempre soube que seria capaz de te mudar. Ou melhor, sempre acreditei, porque nunca tive certeza absoluta. Todos podemos mudar se acreditarmos e quisermos, não é mesmo? Eu não posso levar todo o crédito.

— Você fez quase tudo. Eu achava que era feliz do jeito que era, mas estava errado.

— Agora você está errado. Eu só te dei o motivo para mudar, e você tomou a atitude. Fiz apenas uma parte do processo.

Eles agora estavam discutindo sobre quem tinha mais crédito pela mudança de Edward. Esses dois não tomam jeito mesmo... Arrumam jeito para discutir até em momentos como esse. Com eles é assim: Entre tapas e beijos. Afinal, que graça teria se só fossem momentos românticos e felizes o tempo todo? É bem melhor assim. Porque açúcar demais enjoa, não é mesmo?

Depois de chegarem à conclusão de que o crédito era de 50 a 50 por cento, Ed se lembrou que Al estava-o esperando no andar de baixo para irem para a estação de trem, pra voltarem para a cidade central. Ele despediu-se definitivamente dela e desceu as escadas, andando para fora. Ele pegou a sua mala e colocou nas costas, e olhou para o andar de cima da casa. Lá, Winry acenava para ele, sorrindo e feliz. Não com a partida dele, óbvio, mas queria que a última coisa que ele visse antes de partir fosse o seu sorriso. Ele também sorriu, decidido. Voltaria assim que recuperassem seus corpos, isso era uma promessa.

{[.:FIM:.]}

Por enquanto

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Uma nota da autora:

Isso não faz parte da história, mas agradeceria se tivessem um tempinho para ler isso. Gostaria de fazer um agradecimento especial para as pessoas que leram essa fic desde o começo, e que me apoiaram, me deixando com vontade de continuar a escrever: Meg, Razi, Baka-chibi, agradeço imensamente a vocês pelo apoio. Mas também não posso me esquecer das pessoas que pegaram essa fic ou no meio ou quase no final: Carol_Elric, HannaHell, twinlightshin e todas as outras pessoas que me deixaram super feliz mandando reviews e apoiando. Sem vocês todos me dando apoio, essa fic não estaria completa. Obrigada.

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