Red Dancing escrita por Lola Carvalho


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

~ O último capítulo do ano (porque não podia deixar de fazer essa piada besta. Obrigada, de nada, kkkkk)



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Teresa era uma menina determinada. Nunca havia desistido fácil de nada, e sempre conseguia o que queria por seu esforço.

Seu pai costumava dizer que Teresa seria uma excelente investigadora, pois não se satisfazia com meios resultados. Se estava engajada em alguma coisa, ia até o fim.

Por isso achou que seria fácil convencer Craig a devolver o dinheiro que ele havia tomado de Grace.

— Esqueça, Teresa - dizia Craig - Não vou devolver nada. O dinheiro era nosso e eu usei para fins necessários

— Então peça para seus pais, não sei! Não pode agir como se isso fosse normal - argumentou Teresa

— Apenas esqueça, Teresa. Mulheres que não entendem que as necessidades de um homem vem primeiro, não merecem nada - ele passou a mão levemente sobre a cabeça da menina - Quando crescer vai entender...

Irritada, a menina pegou uma jarra de água que estava sobre a mesa e despejou em cima do rapaz.

— Se você se aproximar da Kim, eu faço com que você seja demitido - ameaçou ela, e saiu andando.

Como ela ajudaria Grace agora?

Ela havia se comovido pela história da ruiva e queria muito poder ajudar. Estava certa de que se conversasse com Craig ele voltaria atrás e devolveria pelo menos a quantia necessária para a cirurgia.

Parece que, no final das contas, Patrick tinha razão: A ideia dela de querer ajudar tudo e todos era inútil!

Ah, como ela queria poder resolver essa questão. O que aconteceria se a sobrinha de Grace não fizesse a cirurgia? Naquele momento, diversas imagens de uma garotinha em uma cama de hospital lhe vieram à cabeça.

Não podia deixar isso acontecer! Não podia deixar que uma criança fosse levada deste mundo de uma forma tão cruel, do mesmo jeito que acontecera com sua mãe, e, principalmente, Patrick não podia estar certo, o mundo tinha que ter alguém bom.

E foi neste instante que Teresa teve uma ideia: iria pedir ajuda ao seu pai!

Peter sempre incentivou a filha a pensar que todos mereciam ajuda e justiça, então com toda certeza não se negaria em ajudar.

Saiu correndo até onde seu pai estava, não queria esperar nem mais um minuto para lhe fazer o pedido.

— Pai! - chamou ela

— Teresa! Por onde andou? Achei que você queria jogar golf conosco.

— Estava só dando uma volta antes de ir para a cabine me preparar para o jantar - ela puxou o braço de seu pai um pouco, para poder fazer o pedido de forma privada - Pai, tenho um pedido para te fazer.

— Diga filha.

— Poderia me dar 250 dólares?

— Para que precisa de tanto dinheiro?

— Não posso te contar. Preciso que confie em mim.

Ele a olhou por alguns segundos, considerando os prós e contras em sua mente.

— Está bem - ele disse - Confio em você. Te darei o dinheiro antes do jantar, está bem?

— Obrigada, pai - ela o abraçou

Por um milagre, Walter não foi falar com ela pelo jantar, apesar de estar no salão principal. Talvez tenha achado melhor dar um espaço para a morena, deixar que ela o procurasse, e ela achou isso muito legal da parte dele, afinal ninguém gosta de se sentir pressionado.

Logo que o jantar acabou Teresa correu até o alojamento dos funcionários, onde ocorria, novamente, uma festa particular para eles.

— Aqui. Para a cirurgia da sua sobrinha - disse Teresa entregando o envelope, após encontrar Grace, Rigsby, Cho e Patrick

— Craig deu isto a você? - perguntou Grace esperançosa

— Não, vocês estavam certos a respeito dele. Ele não presta. - disse a menina

A alegria de Teresa era tanta em poder ajudar, que VanPelt quase se convenceu em aceitar seu dinheiro. Mas, quando pensou na situação novamente, julgou ser melhor recusar.

— Não posso aceitar seu dinheiro, Teresa - ela estendeu o envelope de volta

— O quê? - perguntou Patrick - Como assim? Aceite o dinheiro!

— Não posso, seria errado!

— Não foi você que pediu a ela - disse Cho

— Olha, mesmo que eu aceitasse, não tem como isso funcionar - ela começou a explicar - O único dia disponível para cirurgia seria daqui duas semanas, minha irmã e cunhado não podem faltar no trabalho, e justo neste dia temos uma apresentação importante em outro hotel e eu preciso do dinheiro que me pagarão lá.

— Não dá para remarcar? - perguntou Teresa

— Mas em que mundo você vive, garota? - irritou-se Patrick

— Patrick! Não fale assim com ela, ela não tem culpa dos seus problemas!

— Ah, então você acha que isso tem a ver comigo, agora?

— É claro que tem, você está sendo um estúpido…

E a briga continuou por mais alguns instantes, até que a voz de Rigsby os interrompeu:

— E se… - todos pararam para ouvi-lo falar - E se Teresa dançasse no lugar de Grace?

— O quê? Ficou maluco, Wayne? Não sei dançar como a Grace! - respondeu Teresa

— Não é uma má ideia… - disse Grace

— Como assim? Você acabou de ouvir o que ela disse, ela não sabe dançar!

— Mas ela teria o melhor professor do resort - argumentou

— Quer que eu a ensine a dançar? - Grace confirmou com a cabeça - Isso é loucura!

— Está com medo de não conseguir? - perguntou Cho

E todos olharam para Patrick, esperando uma reação.

Patrick fixou os olhos em Cho e depois em Teresa, que ruborizou logo em seguida.

— Em duas semanas você saberá dançar como a Grace.

 

As aulas de dança com o Patrick começaram no dia seguinte. Eles se reuniam onde os funcionários ensaiavam as danças permaneciam ali por horas.

Quanto mais tempo passavam juntos, mais Teresa percebia que por trás da máscara de grosseria, Patrick era gentil e sensível, e cada dia que passava eles conversavam mais.

Em contraste com os calorosos ensaios com Patrick, todos os dias a menina se encontrava com Walter para passearem pelo resort e, eventualmente, jantarem juntos.

E, quanto mais Teresa o conhecia, mais ela percebia que por trás dos costumes “de rico”, o rapaz era generoso e divertido.

Alice percebeu que Teresa estava muito ocupada com suas “tarefas” diárias e resolveu conversar com a garota, no sétimo dia de ensaios, após ela voltar do salão principal com Walter.

— Walter, obrigada por trazer Teresa até aqui!

— Não tem o que agradecer - respondeu o rapaz

— Verdade, obrigada Walter! - concordou Teresa - Nos vemos amanhã?

— Sem dúvida! - respondeu Walter e inclinou-se para beijar a bochecha da menina - Até amanhã - sussurrou - Tchau senhora Lisbon!

— Tchau Walter!

Teresa correu para o quarto, mas antes que pudesse abrir a porta, Alice a chamou de volta.

— Diga, Alice?

— Sente-se aqui, querida.

— É uma conversa longa? - perguntou Teresa, recusando-se a sentar - Porque eu estou bem cansada, então se pudéssemos deixar para amanhã…

— É uma conversa necessária. Venha, sente-se! - e Teresa o fez - Um passarinho me contou que está tendo aulas de dança, é verdade?

— É sim, estou aproveitando o tempo livre.

— E isso não teria nada a ver com um certo dançarino loiro de olhos azuis, teria?

— O quê? Não, claro que não! - respondeu Teresa envergonhada, evitando olhar Alice nos olhos

— Certo… E, por falar em “aproveitar o tempo livre”, vi que existe mais uma pessoa preenchendo esse espaço, não é?

— É… - respondeu Teresa sem entender onde Alice queria chegar - Walter é uma boa companhia.

— Teresa, querida - Alice disse inclinando-se para frente, e segurou as mãos da menina, para fazê-la prestar mais atenção às suas palavras - Lembra que te disse que você precisava ter mais aventuras? - ela assentiu - Aventuras são bem divertidas, e, obviamente, não há nada de errado com isso. Mas lembre-se de que nunca é agradável aventurar-se com os sentimentos dos outros, está bem?

— Está bem… - Teresa respondeu incerta

— E sempre que precisar de ajuda para qualquer coisa, sabe que eu e seu pai estaremos aqui, não sabe?

— Sei sim. Obrigada, Alice - Teresa bocejou

— Pronto, minha conversa chata acabou - brincou ela - Pode ir se deitar.

— Boa noite

E ela se foi, perguntando para si mesma “Do que Alice está falando?”

 

— O que acha do Patrick e da Teresa? - Perguntou Rigsby

— Eles são legais - respondeu Cho sem tirar os olhos do livro que estava lendo - Por que a pergunta?

— Ah, não sei. Acho que eles têm alguma coisa, sabe?

— Alguma coisa? Do que está falando?

— Ah, cara, você sabe! “Alguma coisa” - ele fez as aspas com as mãos - Igual nos seus livros de romance…

Cho alçou seu olhar, e fitou Rigsby por alguns segundos.

Sem falar nada, apenas lançando um olhar incrédulo para seu amigo, Cho levantou-se e foi para seu quarto.

— Ah, qual é cara! - gritou Rigsby enquanto seu amigo andava

— Vá dormir Rigsby. Seu problema é sono.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo...
Após a cirurgia de sua sobrinha, Grace é surpreendida com um problema inimaginável.
E para resolver, Teresa terá de pedir ajuda para seu pai. De novo.



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