Como assim meu deus, pera que eu não to respirando. Nao, to bem, nao eu to mal de novo. Senhor jesus eu to pirando, eu nao posso, não posso ser um heiress, nao posso ser uma herdeira da Lua, isso é impossível, porque logo eu que sou uma desastrada, eu nao sei quase nada sobre o mundo da magia, so o pouco que meus pais me disseram, eu sou a pior pessoa do mundo que poderia ser a escolhida pra governar um mundo inteiro, milhões de vidas, eu mal sei controlar a minha.

Olho pros meus pais e o senhor Cam incrédula "o que? Olha...é uma honra ser uma herdeira, ainda mais uma que pode ser a rainha do mundo da magia mas nao, isso não é pra mim, eu nao nasci pra isso....quer dizer, tecnicamente eu nasci pra isso mas não, eu não posso" me viro e saio correndo pela floresta. Eu não posso acreditar, nao posso aceitar, isso não é pra mim.

Ainda ouço meus pais gritando de longe, ouço eles correndo atrás de mim mas depois de um tempo eles param, acho que perceberam que eu preciso de um tempo. Depois de um tempo correndo eu chego numa cachoeira que tem aqui perto, me sento perto na grama de frente pra cachoeira e fico pensando.

Como eu posso fazer isso? É uma responsabilidade tão grande pra uma garota de 16 anos, eu mal passei pela puberdade inteira, mal tenho minha vida de adolescente, como posso governar um reino interno, e o pior, ja temos um rei, eu tenho que vence -lo la tomar seu reino. Deixa eu explicar, a cada 100 anos um novo rei é escolhido mas para tomar o lugar do rei atual terá que haver uma batalha e não são todos que conseguiram ganhar. A cerca de mil anos atrás tivemos um herdeiro da Lua, ele governou por muitos anos por ser forte, mas por causa de um amor ele se perdeu e ninguém nunca mais soube sobre ele, então o herdeiro do sol nascido naquele século foi considerado rei.

Diante disso, por mais que eu seja herdeira da lua eu posso não ser forte o bastante pra conseguir vencer a batalha. Eu nem mesmo conheço os poderes que eu tenho, eu nunca nem mesmo sonhei com isso, so sei que to muito lascada. Ouço um barulho e me viro logo me levantando, olho pra todos os lados da floresta ao meu redor, de um dos lados vejo alguém vindo em nossa direção, logo reconheço o bastardo do meu vizinho e seu amigo (porque diacho esses dois tão sempre juntos, que coisa, e dai que são amigos), eles se aproximam de mim e eu os fico observando.

" o que você esta fazendo aqui? Isso é uma floresta não um jardim encantado" o bastardo fala pra mim arrogante, o olho com raiva

"acha que não sei que isso é uma floresta, ando aqui dentro desde que era pequena, conheço essa floresta como ninguém e o que vocês estão fazendo aqui?" Pergunto demonstrando minha irritação, eles me olham indiferente

"não podemos mais andar por aqui? Pelo o que sabemos a floresta é totalmente publica e qualquer um pode vir aqui" o moreno me responde, pelo menos acho que é mais educado, ACHO.

"então pronto, se a floresta é de uso público então eu posso estar aqui tanto quanto vocês"

"correto" o moreno me diz e eu faço cara de tedio

"mas, sem querer ofender...o que faz aqui mesmo? E...parecia que ia chorar sentada ali"

"eu não sou de chorar e eu briguei com meus pais, quer dizer, não foi bem uma briga, eu só tenho que fazer uma coisa que não estou preparada pra fazer, eu só tenho 16 anos e é muita coisa pra fazer, não consigo cuidar da minha própria vida" solto de uma vez e olho pra eles, eles ficam me olhando, se entreolham e voltam a olhar pra mim

" e do que exatamente você tem que cuidar além da sua própria vida?" o moreno me pergunta bem curioso

"e pra que você quer saber?" pergunto desconfiada e ele suspira, estende a mão pra mim e eu fico boiando

"somos vizinhos não é mesmo? Acho que temos que nos dar bem, certo? Certo. Meu nome é Pedro e o do meu amigo é Nathan" pego na mão dele desconfiada que ainda esta estendida pra mim

"eu me chamo Jasmin, é um prazer conhece-los" fico olhando os dois e afasto minha mão da do Pedro, o Nathan estende a mão também e eu pego nela.

Assim que juntamos nossas mãos sinto um arrepio passar pelo meu corpo, minha mente se ilumina e é como se eu finalmente conseguisse entender as minhas coisas, olho pro seus olhos escuros e vejo ele ficar assustado, sinto minhas mãos queimando contra a dele, ele olha pra mim e pra mão ate puxar ela com força, ele olha pra ele e foca de boca aberta assim como o Pedro.

"o que você fez com minha mão sua bruxa?" ele me pergunta e eu olho pra sua mão, vejo ela com queimaduras, olho pra mim mão e percebo que sai pequenas faíscas por ela

Me assusto e começo a caminhar pra trás, olho pra eles e pra minha mão, olho pra agua da cachoeira e sem pensar duas vezes eu pulo pra agua. Em alguns segundos sinto a agua me molhar por inteira, começo a nadar, não sei como fico um bom tempo debaixo d'água, subo a superfície e quando olho pro seu tudo esta escuro.

"ue, como que ficou tudo escuro assim? Que louco" falo pra mim mesma e nado ate a borda, saio da agua e escalo ate chegar no topo do penhasco, assim que já estou em cima começo a andar em direção a minha casa, esta escuro mas consigo ver tudo ao meu redor.

Chego em casa ainda ensopada, Isso vai me dar um belo resfriado. Entro e meus pais já vem me enchendo de perguntas e preocupações, explico tudo a eles tirando a parte que queimei a mão do Nathan, subo pro meu quarto e tiro minha roupa indo tomar um banho quente, lavo meu cabelo e tiro minha lente. Visto uma roupa quentinha e me sento na cama, meu pai me trás uma xicara com chá e me da um beijo na testa, bebo inteiro e deixo a xicara no meu criado-mudo, me deito na cama e em poucos minutos eu já estou adormecida.