Gostar de alguém. escrita por Martins


Capítulo 1
Caution when it comes to love, Albus.


Notas iniciais do capítulo

leia ouvindo: https://www.letras.mus.br/james-arthur/impossible/traducao.html



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I remember years ago,

Someone told me I should take

Caution when it comes to love, I did.

Albus tinha seus quinze anos, seus hormônios estavam no auge, deixando-o desconfortável sempre que estava em Hogwarts. A história da viagem no tempo tinha finalmente acabado, sua relacionamento com sua família não poderia estar melhor, até mesmo a escola não parecia tão ruim quanto antes, quando seu pai lhe segurara pelos ombros e explicara tudo o que ele tinha de saber sobre o amor e outras coisas muito estranhas que o deixaram corado e completamente chocado.

Fora empurrado para dentro do trem enquanto Harry ria pela sua careta de desgosto, e, assim que chegou em sua cabine de sempre, encontrou Scorpius sentado lendo um livro grosso que deveria ser do mundo dos trouxas. Ocupou o lugar em sua frente, fazendo o garoto erguer os olhos das letras miúdas e encará-lo com seus grandes olhos cinzentos.

And you were strong and I was not,

My ilusion, my mistake

I was careless, I forgot, I did

— Ei, Albus, como foram suas férias? — seu melhor amigo sorrira abertamente. Seu rosto estava mais quadrado, mais pálido e talvez até mais bonito, seus cabelos louros estavam bagunçados e parecia muito feliz, o que fez o peito de Albus se encolher fortemente.

— Foram normais. — deu de ombros, interessado em saber o motivo da alegria dele. — Viajamos para a França.

— As minhas foram sensacionais! — ele exclamou batendo o livro com força, o rosto se transformando em uma expressão ainda mais animada. — Papai e eu fomos acampar! Fora muito divertido! Fomos perseguidos por um urso! — soltaram risadas baixas e a visão de Scorpius de olhos fechados rindo fez Albus corar ao se lembrar das palavras de seu pai que descrevera como era a sensação de gostar de alguém. — Ele saiu correndo desesperado e me puxou da barraca...!

Scorpius fora perdendo o ar aos poucos, fazendo sua voz ficar mais aguda, mas, não parara sua história em nenhum minuto. Ele continuou contando sobre como ele e Draco correram desesperados, perdidos na floresta, gritando como bebês e seu pai chorara completamente amedrontado, alegando que iria morrer, o sorriso sem nunca sair de sua boca.

O peito de Albus dava voltinhas e mais voltinhas, as mãos completamente suadas enquanto o expresso seguia até Hogwarts sem nunca parar, as paisagens parecendo apenas borrões pela janela. Scorpius jogara a cabeça para trás, finalizando sua história, quase chorando de rir, enquanto Albus continuava sentado de forma desleixado observando-o com a boca entreaberta.

— Tem alguma coisa no meu rosto? — perguntou o loiro passando a mão nervosamente por sua pele, finalmente percebendo o olhar abobalhado no rosto de seu melhor amigo.

— N-não! — Albus sorriu nervoso, segurando a mão de Scorpius por impulso. — Você está ótimo!

— Ah, obrigado. — Malfoy exclamou, puxando seu livro para seu colo de novo. — Não tem nenhuma história para me contar?

— Não... — Albus corou. — Nenhuma.

— Tudo bem. — ele deu de ombros. — Esse livro é ótimo. — balançou o romance, mas Albus não estava nem um pouco interessado. — Já está no fim... Uma pena...

O Potter ficou encolhido no banco pelo resto da viagem, fingindo mexer em seu smartfone, mas com o rabo do olho preso em todo o movimento simples que o garoto ao seu lado fazia. Albus pensara que nunca gostaria de alguém, que não gostava de ninguém, mas, ele ainda não sabia muito bem o que estava acontecendo dentro dele, então... Ele perguntaria. Pediria por ajuda.

Disse a Scorpius que voltaria logo e saiu da cabine, procurando por seu irmão James. O encontrou sentado com seus amigos, e, os interrompeu em uma conversa muito estúpida sobre peitos e quando seus olhos se encontraram com os de James, o mesmo sussurrou:

— Ah não... Você não. — e fez uma expressão de dor. — O que foi?

— Como é... Gostar de alguém? — Albus perguntou completamente envergonhado pelas risadas malignas que os amiguinhos babacas de James deram.

Seu irmão suspirou, passou a mão pelo rosto, antes de comentar, com as bochechas bem vermelhas e uma expressão de raiva, como se quisesse pulverizar o mais novo com apenas os olhos:

— Gostar de alguém é... Querer estar com ela, mas, não esquecer as outras oportunidades — ele pareceu pensar. — Por exemplo: a garota que eu gosto detesta Quadribol, mas, nem por isso eu vou parar de jogar. Entende? É admirar as qualidades, mas saber que a pessoa também tem defeitos... é como... — ele calou a boca, tímido pela primeira vez em sua vida.

Os amigos de James começaram a fazer piadinhas de mal gosto sobre ele e a tal garota, e, vendo a vergonha do irmão que chegava a dar pena, Albus assentiu envergonhado e saiu da cabine, pensando no que ele havia acabado de ouvir. Então gostar era assim... Pensou em Scorpius e seu coração deu um salto.

Pensou no que faria se Scorpius quisesse comer pizza, mas Albus quisesse macarrão. E, vergonhosamente, ele descobriu que comeria a pizza que seu melhor amigo quisesse apenas para vê-lo feliz e zombando dele. Então ele não gostava de Scorpius... Era algo a mais. Corou violentamente e achou a cabine de Lily que estava com suas amigas populares, tagarelando sobre a música nova de um cantor bruxo.

— É... Lily, ei! — chamou por ela, fazendo com que a ruiva virasse seu rosto muito atraente para encará-lo. Ela era seu duvida a que mais puxara a ótima aparência de Ginny. — Me ajuda, por favor?

Sua irmã semicerrou os olhos castanhos esverdeados, ergueu uma sobrancelha, muito desconfiada e disse, com uma pitada de arrogância em seu tom:

— Ajuda com o que?

— Pode me descrever a sensação de estar apaixonado por alguém? — mudou a pergunta vendo que os olhos curiosos das amigas de Lily o analisaram de cima a baixo.

Ela o encarou como se tivesse com mais três cabeças saindo do pescoço.

— Como é que é?

Abaixou a cabeça, tímido.

— Você me ouviu.

Lily soltou uma risada maldosa.

— Tudo bem, tudo bem... — balançou a mão. — Estar apaixonado por alguém é... — ele a encarou esperançoso. — Como enlouquecer. É um sinônimo para ser otário. — ela revirou os olhos, parecendo odiar a ideia. — É se entregar, fazer tudo o que for preciso, lutar contra monstros, parar o tempo apenas para mostrar o melhor que você é. — suas amigas assentiram feito tolas. — É seu coração girar apenas com a risada da pessoa... — Lily suspirou. — Tudo se torna bom para você, os erros e os defeitos. Você não consegue parar de pensar naquela pessoa... É quase como uma doença que toda todo o seu corpo.

Sua cabeça tentou assimilar toda a informação que sua irmã mais nova dera, e, assentiu, apontando para fora, antes de agradecer e se retirar, voltando a sua cabine, então parou para pensar nos defeitos de Scorpius: ele era um medroso e tagarela, mas, esses atributos eram tão engraçados que não incomodavam o Potter de jeito nenhum. Era muito inteligente e absurdamente fixado com livros, o que Albus achava estranhamente adorável. Scorpius não tinah defeitos!

Voltou para sua cabine e encontrou Scorpius abraçado ao seu livro, com uma dramática expressão dolorosa. Ele encarou Albus com seus olhos cheios de lágrimas.

— Acabou... — sussurrou fazendo um biquinho.

— Scorpius... — Albus suspirou e sentou-se novamente. — Como é amar alguém?

Malfoy o encarou com curiosidade.

— Uh... Por que?

— Estou curioso. — admitiu.

— Amar alguém é... Estender a mão, ficar ao lado daquela pessoa, apoiar, discutir, rir, chorar, mas nunca deixá-la. Pode ser sua pior dor, a ferida que nunca vai cicatrizar ou sair de você, mas, também pode ser sua vitória, sua alegria, algo que te tira do sofrimento. Você pode até tentar, mas nunca irá se esquecer daquela pessoa. — Scorpius sorriu, ficando tão vermelho quanto o cachecol da grifinória. — "É uma decisão do teu coração, e não uma opção indicada pelo teu dedo. Amar alguém não é responsabilidade do cupido, é a sentença que precisa ser cumprida. É precisar desistir, é perder, porém, continuar a insistir". Entendeu?

Albus assentiu como um tolo, o coração palpitando ainda mais forte.

— E agora eu te pergunto de novo: por que você estava curioso? — Scorpius franziu o cenho.

— Porque eu acho que estou amando alguém. — Albus soltou uma risada bem alta e aguda, vendo os olhos de Scorpius se arregalarem.

— Quem?

— Você, seu idiota.


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Notas finais do capítulo

porque scorbus é amor, scorbus é vida sz
se gostou, deixa um comentário. as frases de scorpius são de um texto que eu li faz um tempinho, mas que eu amo muito.



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