Let Yourself Die escrita por deadlovers


Capítulo 1
Love & Death


Notas iniciais do capítulo

É a minha primeira Fanfic, e... espero que gostem.



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Silêncio, mas ela ainda ouvia os gritos. Ainda sentia tua pele arder e a escuridão predominava ao olhar as janelas de vidro escuro, contemplando as ruas solitárias cobertas pela neve. Frio. Mas lá dentro o calor a dominava. Seus olhos claros, agora em chamas, fixos em folhas secas lá fora. Ouviu-se um ruído e passos firmes descendo as escadas. A pequena de olhos flamejantes estava pronta pra ir. Ela virou o rosto com dificuldade para trás e levantou o corpinho magro e ossudo da grande poltrona em frente a janela. Caminhou lentamente até a jovem mulher que se encontrava parada, recostando seu corpo esguio, mas este de aparência saudável, na parede. Os lábios vermelhos, e os longos cabelos negros que contrastavam com tua pele branca. Os mesmos presos em um alto rabo-de-cavalo. Olhos escuros e fundos. Fez um sinal com a cabeça para a pequena. Esta, se segurou no corrimão repleto de depressões, e começou a subir degrau por degrau, com dificuldade pelo peso de seu vestido volumoso. A outra, subia como se estivesse flutuando, mas o barulho firme de seus coturnos a denunciavam. Ao chegar ao topo, a menor se virou e passou a contemplar os olhos da morena que passou-lhe a mão no rosto frio. A pequena, sem pensar, abraçou a maior, deixando escapar algumas lágrimas; ofegou e se soltou da outra, e caminhando até a rústica porta de madeira, bateu na mesma levemente, duas vezes. Se ouviu uma voz suave, e a menina entrou. A grande sala era bastante elegante, a mobília escura e os revestimentos em couro combinavam perfeitamente com as vestimentas da menina que apresentava um ar de ''princesa abandonada''. Seu vestido de renda em rosa nude e preto, sujo na barra, por ser naturalmente um pouco maior que a própria. Segurando o vestido nas mãos, respirou fundo, inalando o cheiro tranquilizante de café e cigarros. A mesma voz suave se pronunciou:
- Sente-se. -
A garota se sentou na poltrona de couro e olhando fixamente a silhueta de cabelos arrepiados que se encontrava de costas, sentado em tua grande poltrona e bebericando café em tua luxuosa caneca, suspirou. Enquanto a mesma abaixava os olhos pela impaciência, o rapaz sentado em tua frente pousa a caneca na mesa de vidro que se encontra ao lado esquerdo, e, num movimento
rápido, vira a cadeira giratória em direção à pequena.
- Connie Howe, 16 anos. - Murmurou o jovem rapaz, vestido com um elegante terno preto. Os cabelos pretos arrepiados que, por vez, caíam-lhe nos nos olhos escuros cobertos pela maquiagem, também preta. O rapaz ficou ali, contemplando a pequena garota, enquanto mordia o lábio inferior.
- É - Respondeu a menina, agora olhando fixamente nos olhos escuros do outro.
Este, por sua vez, soltou um suspiro.
- E por que tão cedo, pequena? - Falou docemente, levantando-se para pegar o recipiente cheio de líquido escuro na mesa de vidro ao lado - Café? -
- Não, obrigada. Digo, por que tão cedo? - A menina respirou fundo - A vida cansa ás vezes. Não vale a pena, correr atrás de coisas, ou pessoas que não ligam para o que você faz ou deixa de fazer por elas. Eu estou cansada de tudo. -
O moreno se serviu do líquido negro e sentou-se novamente em tua grande poltrona de couro, este soltou um gemido quase inaudível, e com uma expressão de espanto, respondeu:
- Pessoas? Provavelmente UMA pessoa. - Murmurou enquanto olhava fixamente para a menina - Quer desistir de todos, de tudo o que tu tens... por uma pessoa? -
- Não é só uma pessoa. É alguém, tal qual eu dei tudo de mim, mas não recebi nada em troca. É alguém especial. -
- Você só tem 16 anos. Tem uma vida pela frente, desafios. Outra pessoa lhe dará a chance. A chance de se entregar completamente, e esta, irá retribuir. - Ouviu-se um suspiro, e mais silêncio.
Impaciente, a pequena de olhos grandes, sussurrou:
- O que você sabe sobre a vida? É certo que, nem tens idade pra ter vivido o que lhe foi destinado, e...
- Morri aos 22 anos de idade. Desde então, observo a vida, e sozinho mesmo, aproveito o que não pude fazer enquanto estava vivo. Agora, sou a morte, e por isso, você me procurou, sim?! - Disse, interrompendo-a.
- Parcialmente... está certo. Lhe procurei o quanto antes. Não quero desperdiçar mais tempo algum. Mas não entendo como podes aproveitar a vida, mesmo sem ter uma. - Dito isso, Connie ajeitou-se na cadeira desconfortável pelo volume de tuas vestes.
A morte não deixou de conter uma leve risada da situação da menor, e então...
- Não é nenhum desperdício. Você precisa mesmo perder tua vida, para lhe dar valor. E bem, eu disse que a aproveito sozinho. Hm, sou o puro fruto da tua imaginação, digo, você tem tanta vontade de mim, que podes me ver. Só aqueles que tem a mais forte vontade de morrer, pode me ver e me tocar. Caso contrário, não. Então, sou invisível para a maioria, e aproveito a vida normalmente... sozinho. - Sorriu de canto, o rapaz, digo, a morte.
- E os que já partiram? Eles também podem ser vistos por aqueles que desejam profundamente a morte? - Retribuindo o sorriso, Connie mordisca teu lábio inferior.
- Sim, mas os que já foram não costumam sair. Eles são entediantes... - Ambos soltam uma gargalhada.
- Então, me leve. Eu prometo não ser algo entediante. E nós poderemos aproveitar o que a vida não nos lhe proporcionou - Connie deu uma leve piscadela para a morte, e sorriu largo.
Sem conter a risadinha, o maior falou em um tom divertido:
- Isso foi uma cantada? - Riu.
- Depende do modo que você interpreta. - Disse Connie.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acham do primeiro capítulo?