Eu sempre vou te achar. escrita por Louise Isabelly


Capítulo 9
Cartas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/716627/chapter/9

Naquele momento eu já estava me sentindo mal, não é bom imaginar a mulher que você amou durante anos vivendo uma vida com outro cara que não é você.

Mas apesar de toda a historia eu me apeguei a um detalhe.

 

— Espera um minuto, qual é o endereço daqui?-lhe pergunto.

 

— O exato endereço que eu deixe com você quando fui embora.- Mione diz se ajeitando na cama.

 

— Tem certeza que as cartas chegam aqui em cima?- pergunto em duvida.

 

— Bem, os boletos sempre chegam, então acho que sim.- ela diz com um sorriso envergonhado, provavelmente por ter me culpado por não te escrever.

 

— Então tem algo errado. - digo me levantando.

 

— Como assim?- diz engatinhando para a beirada da cama onde estou sentado.

 

— Porque eu te escrevi durante dois anos.- digo me virando e encarando seus olhos arregalados

Flashback

9 Anos antes

 

 

"Acordei as 7 horas e ao levantar percebi minhas roupas jogadas pelo chão, corri guardando tudo em seus devidos lugares se Hermione entrasse aqui eu estaria ferrado, suspiro aliviado por tudo estar arrumado, quantas vezes ela já brigou comigo pelo meu quarto parecer um chiqueiro?   

Por fim eu me lembro que ela não irá entrar pela porta gritando com seu jeito irritante, pelo menos não tão cedo.” 

 

“- Seis pães e uma dúzia de pães de queijo- digo ao chegar na padaria. 

 

— Um minuto moço- a atendente diz indo pegar as coisas que pedi. 

Paro em frente a vitrine e vejo os diversos doces a mostra, só de olhar meu estomago embrulha, quem em sã consciência consegue comer isso de manhã cedo? Por um momento me lembro de Hermione ao meu lado nessa padaria comendo com gosto em sonho com doce de leite extra, sim ela conseguiria.” 

 

“E assim eu passo o meu dia me lembrando dela não importando o lugar que eu vá, sua essência está em todos os lugares a minha volta.  

Volto para casa ignorando qualquer alma viva, entro em meu quarto e faço uma promessa que não sairei, eu não achava que seria assim, não achei que seria tão dependente, nem que tudo me lembraria ela. Não consigo viver sem ela, pelo menos ainda tem o seu cheiro no meu lençol” 

 

“Depois de duas semanas enfurnado em meu quarto ouço a porta abrir em um estrondo, pulo sobressaltado no colchão e encaro o demônio que me encara com um sorriso enorme que não se abala com a minha cara de ódio. 

 

— Quem te deixou entrar aqui seu imbecil? - digo me afundando mais no cobertor. 

 

— Bora levantar bela adormecida, o dia está passando- ele diz com aquele maldito sorriso no rosto e óculos tortos e puxando meus pés que estavam para fora.

 

— Que bom que os dias estão passando, assim ela volta mais rápido agora me solta seu idiota. - digo me segurando para não ser arrastado. 

 

—Deixa de ser dramático- ele diz me puxando com mais força. 

 

Resultado? Minhas mãos escorregaram e com a força que ele fazia acabei caindo por cima dele. 

 

— Mas que merda, o que você tá fazendo aqui em?- digo me levantando. 

 

— A Gina foi lá em casa e me disse que tem dias que você só sai do quarto para ir no banheiro ou quando está com fome, você vai acabar adoecendo. - ele diz me olhando preocupado. 

 

— Eu não ligo, porque não aproveitou para se agarrar com sua namorada? – digo virando a cara. 

 

— E você acha que a Mione ia gostar disso? De saber que você não está vivendo? Tenho certeza que não. - ele diz me encarando. - Ela ia se sentir culpada, ia se sentir horrível por sua causa, por acaso quer que ela sinta isso? 

 

— Não, eu não quero, mas eu não consigo viver vendo-a em todos os lugares sem ela nem mesmo estar aqui. Eu sinto tanta falta dela, do cheiro, das manias, eu sinto falta de conversar com ela e compartilhar do meu dia. - digo colocando tudo o que me sufoca para fora.  

 

— Então converse com ela ué, dizem que garotas gostam de cartas, acham romântico. - ele diz em tom sugestivo e me olhando de canto de olho. - Sai do seu quarto, viva tudo o que tem para viver, bora chamar a Gina, invadir uma casa e nadar na piscina alheia. 

 

— Menos Harry, bem menos, não quero mandar cartas da cadeia. - digo sorrindo de um jeito que eu não sorria a um tempo.

 

— A ideia é criar conteúdo para as suas cartas, pois sua vida é tão entediante. - ele diz gargalhando. 

 

— Idiota. - eu digo me levando e reprimindo o riso.” 

 

“Daquele dia em diante eu enviava cartas para o endereço que Hermione deixou pelo menos uma vez por semana, porém nunca recebi nenhuma resposta nos dois anos que se passaram. Achei que o endereço estava incorreto então continuei a escrever e guardei as cartas para que quando ela chegasse eu entregasse em mãos. Com o tempo a esperança foi indo embora então depois de três anos eu decidi parar de escrever. 

Só escrevi quatro cartas depois disso, uma quando o seu tio Remus apareceu com uma namorada desfilando pelas ruas. 

 Outra no casamento de Harry e Gina só para contar que o moreno quase infartou pela Gina atrasar cinco minutos.  

A penúltima foi quando pedi um concelho em relação a me envolver ou não com Lilá. 

 E a última foi mais um pedido por perdão, foi no dia em que decidi pedir Lilá em casamento.” 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Eu sempre vou te achar." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.