Chuva de Novembro escrita por Lyttaly


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo


Ola pessoas o/
Escrevi essa fic para o 14º desafio do Café com Letra. Eu tinha participado de um desafio desse há muito tempo, não sei se vocês lembram e agora voltei a participar.
É uma song fic de uma das minhas músicas preferidas DA VIDA e.e
Sugiro que escutem a musica antes de ler.

https://www.youtube.com/watch?v=657WTaW_Se4

Boa leitura o/



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Acordei, mais uma vez, por causa do balanço do ônibus. Estava muito cansado por ter passado a última noite em claro.

Minha namorada decidiu mudar de cidade para estudar, mas eu não concordava com ela. Brigamos pelo telefone ontem. Falei muitas coisas da boca pra fora. Disse que não a queria mais. No fim ela me disse que um menino que nem pode sustentar um lar, nunca seria bom o suficiente para ela casar. Que eu devia mostrá-la que podia ser o seu homem.

Há alguns meses decidi pedi-la em casamento, mas não tinha dinheiro para comprar uma aliança. Eu não tenho emprego fixo. Vivo fazendo bicos que me pagam pouco.

Talvez ela tenha razão... Eu não sou um bom cara para se casar.

Mas agora já estou aqui, dentro do busão, com uma rosa na mão esquerda e na outra um cartão com um desenho. A chuva que cai lá fora é forte e molhou o cartão. Tenho que pedi-la desculpas por isso.

Pego no meu bolço a caixinha barata de papelão, que já está amassada, abro e vejo as alianças ali dentro. Juntei moeda por moeda para comprá-las e para pagar essa viagem.

Vejo as montanhas pela janela do ônibus lembrando que quanto mais ela me perde mais vezes ela me ganha. Ficar um dia sem ela é triste, uma semana é maldade, um mês eu não consigo. Ela me indicou um filme e eu baixei, mas sem ela nada é bom.

A chuva que cai lá fora parece um reflexo do estado do meu corpo. Será que isso é possível?

Sou sonhador demais...

Mas me dói não tê-la aqui do meu lado. A dor que eu sinto é pior do que saudade.

Decido ligá-la, dizendo que eu estou indo vê-la e pedindo para ela ir na rodoviária me esperar. Mas ela, que nunca disse que me ama, mais uma vez desliga sem dizer, falando que já esta tarde e que vai dormir.

"Tudo bem, dorme bem amor, te amo!” – Penso. – “Quando acordar passa perfume que o seu homem tá chegando."

A cada segundo que passa a chuva lá fora aumenta. Acordo de quarenta em quarenta minutos vendo que a janela está embaçada tampando minha visão. Sonho com ela e praticamente sinto sua respiração. Essa distância me incomoda, me impede de vê-la e de provar para ela que eu a mereço, que o dinheiro está pouco, mas que a alegria não tem preço.

Aproveito o tempo para treinar o pedido de casamento. Acordei cedo para comprar alianças e estou ansioso pelo momento de pedi-la a mão...

De repente escuto um barulho estranho. Não percebo logo o que está acontecendo. As alianças caem do meu bolso, o ônibus está balançando. Alguém grita, não sei quem.

O ônibus começa a girar.

Minha boca não abre nem para chamar o nome dela.

Barulho de chuva, pneu, escuridão.

Lembro do rosto dela como última opção. A rosa está do meu lado, na lama, e eu agarro-a forte.

"Você me deixou partir sem dizer que me ama."

Eu não pensei que esta viagem fosse tão longe.

Escuto meu celular chamar. Ele está longe de mim, mas vejo a foto dela no visor. Tento pegá-lo, mas minhas pernas estão presas, não posso alcançar.

Sei que ela me escreveu, mas fecho os olhos sem saber o quê...


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Notas finais do capítulo

Se você leu até aqui #obrigada^^