Snow olhava para Melina e Tay pela sua janela. As folhas das arvores balançavam levemente. Snow estava com a mão na janela e suspirou, se afastando da janela. Ele caminhou até sua cama e se sentou. Ramona estava parada na porta do quarto dele e entrou.

— Snow? O que foi?

— Não é nada não. - Snow olhava para cama

— Humm... Não pense que eu não vi você olhando para a loirinha. Você quer conversar? - Ramona se sentou na cama de frente para ele

— Não, Ramona. Eu não quero conversar. - Ele colocou as mãos no rosto e suspirou

— Vamos, me de um credito. Eu quase morri hoje.

— É, eu sei..

— Olha, tudo bem ficar triste as vezes... Eu sei que é difícil pra você, principalmente pelo o que ela representa. Eu sei que você não gosta de lembrar, mas eu não entendo. Por que você fica em um local onde ela é uma lembrança constante do seu passado?

Snow olhava para o lado. Ele olhou para ela.

— Eu não sei.

— Veja pelo o lado bom. Você é um herói agora. Nem sempre os heróis beijam a garota no final. - Ramona sorriu

— Ser herói é uma droga. - Snow riu

Nevasca estava do lado de fora da suíte, olhando a janela de Snow. O vento balançou seus cabelos. Ela olhou para o lado pensativa.

"Anos atrás, uma mulher de cabelos longos cor gelo de jaqueta azul escura, blusa azul e calça olhava um garoto sentado brincando no parquinho. Alguns garotos implicaram com ele. O garoto estava de cabeça baixa. A mulher se aproximou dele e se agachou.

— O que aconteceu? Por que aqueles garotos estavam mexendo com você?

— É que eu odeio vir no parquinho! Aqui é quente! Eu gosto do frio!

— Esse é o meu garoto.. - Nevasca sorriu

— Não sei porque eles não gostam de mim.. - Snow olhou para baixo

— Qual seu nome?

— Snow!

— Não deixe que ninguém te diga o que fazer, ou como se sentir. Seja você mesmo.

Nevasca sorriu para o garoto que sorriu para ela"

Nevasca olhou para baixo, com seu cabelo ainda ventando. Detetive West estava caminhando por perto e se aproximou dela.

— Você é a moça do bar. O que faz aqui? Está perdida?

— Estava pensando.. Em um passado distante.

— Eu queria me desculpar com você se eu pareci rude.

Nevasca olhou para ele.

— Tudo bem. Temos que cuidar das nossas crianças.

— Se você quiser, podemos tomar um café um dia desses.

— Eu vou adorar. - Nevasca sorriu

Detetive West se afastou e Nevasca olhava para ele.

Enquanto isso, na floresta, Savannah estava deitada. Hera Venenosa olhava para ela. Savannah acordou e olhou para ela.

— O que aconteceu?

— Você se descontrolou, plantinha. Foi o que aconteceu.

— Me desculpe, mãe..

— Você não tem que se desculpar. Mas o que te levou a se descontrolar? Foi aquela garota loira? Nós podemos dar um jeito nela juntas. Mas espere eu terminar meus planos.

— Não, mãe. Tudo bem. Eu cuido disso sozinha. Se você não se importa, eu gostaria de caminhar.

Savannah se levantou e começou a caminhar. Hera Venenosa a chamou:

— Savannah.

— O que, mãe?

— Você é forte, minha plantinha. Olhe o que o seu poder é capaz de fazer. Mas não fique triste por nenhum homem, você é melhor que isso. Nem que o homem seja o meu filho.

Savannah olhou para ela surpresa. Hera Venenosa sorriu para ela. Savannah sorriu e se virou para caminhar. Hera Venenosa olhou preocupada para ela.

Enquanto isso, na suíte, Tay estava inquieto. Ele sabia que do jeito que a cidade estava podia ocasionar muitos problemas. Mas não havia nenhuma forma dele trazer a luz de volta na cidade, a única pessoa que podia fazer isso era Savannah. Ele apertou os punhos. Melina já tinha subido para o quarto. Tay olhou para a escada e gritou:

— Eu vou sair. Tenho que resolver umas coisas!

— Onde você vai? - Perguntou Snow, do quarto

— Eu já disse que tenho algo a resolver! Não posso ficar aqui e deixar aqueles bandidos dominarem a cidade!

Tay saiu da suíte e Ramona olhou para Snow.

— Vou para o meu quarto.

Ramona saiu do quarto e Snow ficou pensativo.

Um tempo depois, em um acampamento na floresta, Savannah caminhava pensativa, perto de um lago. Tay correu na direção dela ofegante. Savannah o olhou.

— O que faz aqui?

— Eu me lembrei.. Que você disse que quando quer ficar sozinha você vem para a floresta, e o lago deve te fazer pensar..

— Você não deveria ter vindo. Mas se quer repetir a dose..

Savannah fez duas bolas de escuridão nas mãos e sorriu para ele. Tay estava serio. Eles ouviram gritos de crianças no meio do lago. Eles olharam para o lago. Crianças estavam presas em um bote no lago. Tay olhou aquilo chocado. Ele tirou a camisa rapidamente. Savannah olhou para ele, mas desviou o olhar. Tay pulou no lago e nadou até as crianças.  Savannah se aproximou do lago e o olhou.

Tay se aproximou do bote. Ele soltou o bote que estava preso nas pedras e com sua força ele empurrou o bote até a margem. As crianças saíram da agua e o escoteiro que estava com eles no bote agradeceu a ajuda e levou os meninos até o acampamento. Savannah sorriu para ele.

— Até que você não é tão inútil assim sem a armadura.

— Eu não precisaria fazer nada disso, sua maluca! A escuridão que você fez atrapalhou aquele bote de achar o caminho de volta! E se eles tivessem se machucado?! Você já pensou nisso?!

— Ora, ora..

Tay e Savannah olharam para trás e Lotus estava sorrindo insanamente para eles. Ele estava com a muda de plantas na mão.

— Ted?

— Eu não sou o Ted! O que estão fazendo aqui? Estao fazendo muito barulho perto do meu pântano! Vão embora!

— O que é isso na sua mão? - Perguntou Tay

— Não é nada! Isso não é problema seu!

— Eu sei o que são essas plantas.. Elas liberam um cheiro alucinógeno em uma pessoa.. É quase uma hipnose..

— Vocês não vão interferir nos planos do lodo! Vocês merecem ficar presos nele!

Lotus esticou a mão e fez uma barreira de lodo prender os dois no acampamento. Lotus riu insanamente e saltou indo para o centro da cidade. Savannah e Tay olharam para barreira, depois se olharam.

Enquanto isso, na suíte, Snow caminhou até o quarto de Melina e parou na porta. Melina estava deitada na cama, e acordada. Ela olhou para ele.

— Snow.

— E ai, como você está depois de apanhar da gótica louca?

— Eu estou bem melhor. Vem cá.

Snow se sentou ao lado dela na cama e Melina colocou a cabeça no ombro dele.

— Que bom..

— Snow. Obrigada. Por tudo que você fez e faz por mim. Você é um cara incrível.

— Eu não sou incrível. Talvez só um pouquinho.

Snow riu e Melina riu também.

— Você é. Eu queria te recompensar por tudo, mas nada parece suficiente.. Ninguém nunca.. Fez isso por mim..

— Você merece.

Melina e Snow olharam nos olhos um do outro. Melina sorriu para ele e se deitou no seu ombro. Snow ficou abraçado com ela. Melina dormiu em seus braços. Snow lentamente se afastou e a cobriu com a coberta. Snow beijou a testa dela. Ele se aproximou da porta do quarto, e olhou para ela e sorriu, saindo do quarto.

Enquanto isso, na floresta, Tay andava de um lado para o outro, enquanto Savannah estava sentada. Tay olhou para ela.

— O que está esperando? Tire a gente daqui.

— Eu não posso. O único jeito de quebrar seria com calor excessivo. Pena que você não tem sua armadura. - Savannah sorriu irônica

— Você acha isso engraçado?! A culpa disso é sua! Você transformou Ted em um monstro! Você apagou a cidade! Tudo é culpa sua!

— Vamos lá, Tay! Diga o monstro que eu sou! Me desculpe eu não ser a garota perfeitinha como aquela loira ensebada! - Savannah se levantou e Tay suspirou

— Ficarmos brigando não vai adiantar nada..

— Também acho.

— Entao aqui será a zona neutra. Sem rótulos. Não há heróis ou vilões.

— Tudo bem.

Savannah se sentou e Tay se sentou ao lado dela.

— Posso te perguntar uma coisa?

— O que?

— Você se descontrola.. Mas esse poder.. Talvez esteja relacionado a seus pais biológicos. Já pensou em procura-los?

— Eles não me interessam.

— Você pode descobrir mais sobre você, Savannah. Você ajudou achar minha mãe, eu farei o mesmo por você.

Savannah olhou para ele, enquanto Tay olhava para ela.

Enquanto isso, Nevasca caminhava na rua sedutoramente. Nuclear estava na frente dela.

— Até que enfim eu achei você. Vamos acabar com isso, Nevasca.

Nuclear fez chamas nas mãos e Nevasca fez camadas de gelo nas mãos.

— Eu sabia que você estava aqui, mas não tem problema. Isso vai ser divertido. Ainda mais quanto eu contar a eles.

— Contar a eles o que? - Nuclear olhou para ela

— Você não sabia? Snow é seu filho.

Nuclear apagou as chamas na mão, olhando ela com os olhos arregalados. Nevasca sorriu.

Enquanto isso, no acampamento, Savannah olhava para Tay. Ela sorriu.

— Não se incomode. Você queria saber quem eram seus pais. Eu não me importo.

— Acho que pode ser bom pra você.

— E desde quando você se importa comigo?

Savannah se levantou, Tay se levantou também.

— Eu já disse. É uma retribuição. Eu não te entendo. Por que você fica tão incomodada com Melina? Estamos na zona neutra. Pode falar, Savannah. Eu sei que não é só por ela tentar te matar. Sua mãe é uma vilã, você já deve estar acostumada.

Savannah suspirou e olhou para ele.

— Porque ela é o que eu não posso ser. Ela é uma heroína, e eu não sou.. Quando você achava que eu era aquela Dark Aqua, eu por um momento queria ser.. Mas não era quem eu sou de verdade, não é a vida que eu estou acostumada, como você mesmo disse.

— As pessoas podem mudar, Savannah.

— Você não entende? Eu fui criada assim, Tay. E mesmo que eu mude, por mais que eu ajude, vocês sempre me veem como a malvada. Eu não quero mais tentar.

— Por que você não para de fazer essas coisas? Precisava apagar a cidade? Quer saber? Eu já estou muito irritado!

— Eu também estou irritada!

Os dois se olharam.

— Quando eu olho para você.. Eu vejo uma escuridão,  eu vejo alguém que faz tudo errado. E mesmo dentro dessa escuridão, eu vejo uma luz em você. E você, mesmo de todos os jeitos errados, me atrai.

— Quando eu olho pra você, eu me lembro daquele cara irritante, que só fazia perguntas idiotas. E quando eu olho para você, tudo o que eu vejo é algo que eu não posso ser, e não serei. Eu vejo uma luz em tanta escuridão.

— Eu não consigo controlar..

— Estamos em uma zona neutra.

Tay se aproximou dela e beijou. Savannah retribuiu. Tay a prensou na arvore, ainda a beijando e a suspendeu. Uma camada de escuridão os cobriu.

Enquanto isso, no centro da cidade, Hera Venenosa estava caminhando. Stark a parou.

— Eu sabia que estava aqui. Você ajudou nosso filho, que bom.

— Não precisa agradecer, Stark.

— O que está fazendo?

— Não é da sua conta. Vá procurar mulheres para encher, seu bêbado.

— Bom.. Já que está tudo escuro..

Stark a puxou e beijou. Hera Venenosa retribuiu.