The Maze Runner: Secret File escrita por Glads


Capítulo 5
Threat




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Quatro dias se passaram.

Apenas quatro dias.

Durante o dia era ir e vir carregando litros de água.

Fiquei bem longe do Amansadouro sabendo que aquele garoto estava lá. A todo o momento eu só pensava no que aconteceria com ele, até então não sabia que faltava apenas algumas horas para eu ir embora dali para sempre.

Minho e eu nos ignorávamos na frente dos Clareanos, ninguém a não ser Newt desconfiava que dormíamos na mesma rede toda a noite.

Todo dia tomava um banho com Nick ou Alby na frente do banheiro. No início foi difícil, eu não queria entrar naquele lugar, mas depois que entrei, não queria sair para ficar o mais limpa possível.

Pelo menos eu tinha entendido que a culpa não era minha e sim daquele garoto.

E esse acontecimento me fez esquecer a coisa mais importante: Meu filho ou filha.

Era como se algo não me deixasse pensar na minha gravidez.

Mas naquele dia, pouco antes de Minho chegar do Labirinto, quando estava encostada na árvore, eu pensei.

Por que deixar uma garota grávida na Clareira?

Por que colocar uma garota na Clareira?

Por que colocar qualquer pessoa na Clareira?

Muitas perguntas, poucas respostas.

O asiático chegou, me encarou e foi direto para aquele resto do que era para ter sido um edifício junto com os outros Corredores.

Os Muros se fecharam e eu me levantei suspirando.

— Sabe. – Newt surgiu de trás da árvore – Você anda estranha.

Olhei para ele e corei.

Ah. Se você soubesse que estou esperando um filho que pode ser seu...

Sentia que podia confiar nele, mas não queria envolve-lo em problemas, principalmente com os Criadores.

— Não é nada. – garanti dando alguns passos para trás enquanto ele se aproximava.

— Então por que está se afastando? – seus olhos me encararam de um jeito estranho.

Porque estou esperando um filho que pode ser seu!

— Olha, eu não sou como o Ben. – ele coçou a nuca.

A simples menção daquele nome me arrepiou e deu um belo pulo para trás.

— Co-como soube? – murmurei.

— Liguei os pontos. Minho estava te carregando quando disse que tinha um ferido no banheiro. Nick disse que ele agiu legítima defesa. Mas não fazia sentindo, já que ele estava te carregando. A história se esclareceu quando vimos Alby e Nick na porta do banheiro quando você toma banho.

Fechei os olhos. Eu já tinha que ter abrido o jogo para Alby, ainda teria que ir ao Conclave particular – pela primeira vez apenas com Minho, Alby, Nick, Ben e eu. Não queria que ninguém mais soubesse.

— Você disse que viram. Quem viu? – perguntei.

— Todos. Por que você acha que o Gally te deixou em paz? Até ele achou um absurdo.

— E-e-eu...

— Não precisa ficar com medo. Todos estão assustados com as ameaças do Minho e eu sou seu amigo, não vou te machucar. – seu sotaque carregado disse e ele estendeu o braço, mas hesitou em me tocar.

— Ameaças? – perguntei.

— Oh! Você não sabe. – ele constatou em uma voz quase robótica.

Segurei sua mão.

— Me conta, por favor.

Ele nem hesitou.

— Você tem o direito de saber. – respirou fundo – Quando todos entenderam o que tinha acontecido e perguntaram para o Nick, o Minho viu e ameaçou todos. Disse que se tocarem em você, ele mata e não está nem aí se vai ou não receber uma punição.

— Ele fez isso? – perguntei incrédula.

— Sim, mas fez para o seu bem. Ele gosta de você. – falou como se tivesse gravado o que dizia.

— Todos sabem que...

— Sim. – ele mordeu o lábio.

A vergonha voltou a me consumir.

Todos sabiam... Todos. E Minho só confirmou tudo ameaçando.

— Desculpa. Eu não... – só então Newt se tocou, ele parecia está em um transe – Não deveria ter dito isso. Por que eu disse mesmo?

Ele parecia confuso e eu estava com raiva.

— Tudo bem. – abri um sorriso e só então notei uma lágrima escorrendo pelo meu rosto.

— Eu... Lisa... Desculpa. Eu devia ter ficado calado. – ele falou com um rosto confuso.

— Eu precisava saber. – murmurei.

— Não. Foi como se... Se eu fosse obrigado... – ele balançou a cabeça de um lado para o outro – Esqueça. É loucura.

Tão atônita quanto ele saí dali sem me despedi dele.

Jantamos e assim que acabei, fui direto para o quarto.

Deitei na rede sentindo um calor fora do comum.

Rolei para um lado, rolei para outro.

Comecei a suar e resolvi tirar a camisa por um breve momento.

Justo o breve momento que Minho entrou engolindo em seco.

— Oi. – disse.

— Oi. – grudei a camisa na frente do meu corpo.

— Não tem problema. Pode ti-tirar a camisa. – ele fechou a porta – Está muito quente hoje.

Ele tirou sua própria camisa e estendeu a mão para pegar a minha. Entreguei com as mãos tremendo e com a respiração desregulada. Minho jogou nossas camisas para o canto do quarto e se aproximou de mim colocando seus braços ao meu redor, sem triscar em meu corpo.

— Eu estive pensando... – ele começou olhando para mim.

— Não. Você não pensou, você ameaçou. – o interrompi.

— O quê? – ele franziu o cenho, mas em seguida pareceu entender – Quem te contou?

— Não importa. – o empurrei – Todos, todos sabem que eu fui... Que eu fui abusada!

Ele estremeceu e fechou os punhos.

— Eu só quis garantir...

— Minha segurança. – completei – Mas olha, você só confirmou para eles o que aconteceu. Toda a vez que eu entregava água para alguém, todos se calavam e me olhavam estranho. Achei que era coisa da minha cabeça, que estava louca. Você disse que ninguém sabia! Você disse!

— Eu... – ele passou a mão no cabelo – Eu quis te proteger, como prometi.

— Mas não protegeu! – afirmei.

— Por favor... – ele se aproximou da rede segurando meu rosto – Não vamos brigar, não hoje.

Suspirei.

— Não esconda nada de mim. – murmurei.

Ele fechou os olhos de repente e praticamente caiu em cima de mim.

Caí de costas na rede e seu rosto parou em cima da minha barriga.

— Minho. Você está bem? – perguntei tentando me sentar.

Ele abriu os olhos e quando nos encaramos, vi uma faísca em seu ohar.

— Liss. – foi tudo o que ele disse antes de me beijar.

Não pude dizer nada porque o garoto simplesmente atacou meus lábios e me apertou contra si.

De início fiquei assustada, mas assim que nossas bocas travaram uma guerra silenciosa, me permiti beijá-lo.

Deitei por completo na rede e ele se acomodou com cada perna ao lado do meu corpo. Suas mãos subiram pelo meu braço e nossos corpos se colaram. Puxei levemente seu cabelo e ele gemeu em aprovação.

Era como se ele tentasse matar a saudade em um único beijo.

Meu corpo parecia está em combustão quando desci as mãos pela sua costa fazendo seus poros se eriçarem.

Quando o ar se fez necessário ele umedeceu os lábios e tão ofegante quanto eu, começou a beijar meu pescoço me arrepiado completamente.

Os beijos foram distribuídos por cada centímetro do meu pescoço, até que ele voltou a colar nossos lábios em um beijo mais lento que o outro.

Assim que nos separamos com a respiração e o coração acelerado, ele tratou de explicar:

— Eu lembrei. Eu lembrei de você. – ele ofegava – Do que fizeram com você.

Ele enterrou o rosto no meu pescoço e me abraçou sem deixar o peso do seu corpo ficar completamente em cima de mim.

— Eu... Eu te amo, Liss. Antes que eles façam alguma coisa. – ele parecia desesperado quando olhou apenas para meus olhos – Eu te amo.

Tive certeza que ele ouvia meu coração batendo.

— Minho... O quê? Eu...

— Shiiii... – ele selou nossos lábios – Escute. Nos conhecemos desde pequenos. Você tem um irmão. Tínhamos 14 anos quando nos beijamos pela primeira vez. Antes de eu vim para o Labirinto, eu tentei esconder de você, mas você, sempre teimosa, descobriu que me mandariam pra cá e disse exatamente “não esconda nada de mim”, foi isso que despertou as minha lembranças.

Segurei seu rosto e senti meu coração se apertar.

— Devemos contar para alguém? – questionei.

— Ainda não.

— Você tem certeza de que tenho um irmão?

Ele assentiu.

— Liss, você protegia ele de tudo. – ele abriu um sorriso e saiu de cima de mim, se deitando ao meu lado e me abraçando – Ele era chamado de Chuck.

— Chuck. – murmurei forçando o meu cérebro, mas nenhuma imagem me veio à mente – Onde será que ele está?

— Um dos nomes para vim ao Labirinto era dele... Você não estava nos planos. Eu roubei os documentos e li, quem deverei ter vindo era ele.

— Eu vim no lugar dele! Eu vim no lugar do meu irmão! – constatei – Você não lembra da minha visão? Era uma criança dizendo que não queria ir a algum lugar e eu prometi que ela não ia. O lugar era aqui e a criança era meu irmão!

Ele assentiu.

Naquela noite, especulamos tudo, tudo mesmo: as lembranças de Minho, as minhas, a gravidez.

— Eles vão dá um jeito em mim. – o asiático disse em um momento.

— O quê?

— Não era para ninguém lembrar. Talvez só você porque é uma experiência diferente da nossa. Eu não devia lembrar. Amanhã, talvez não volte do Labirinto. Eles podem me matar.

Olhei assustada para ele.

Os Criadores são capazes disso.

— Você não pode ir. – afirmei.

— Se eu ficar, eles podem dá um jeito aqui. Não quero que veja isso. – acariciou meu rosto.

— Minho...

— Eu te amo, Liss. Desde antes do Labirinto. – ele acariciou minha barriga – E agora amo vocês dois. Mesmo que não seja meu, eu amo essa criança e por ela você precisa entender que o melhor é ficar.

— Minho não... – segurei seu ombro.

— Eu prometi que vocês vão ficar bem e é o que vou fazer. – afirmou com uma voz grossa.

— Eu vou ficar bem com você aqui. – afirmei.

— Temos que agir normalmente. – ele explicou – Você sabe que esse é o melhor.

Não dissemos mais nada, apenas nos abraçamos e dormimos, ou pelo menos tentamos.

Ambos já sabíamos que aquela era a nossa última noite juntos.

[...]


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Notas finais do capítulo

Hey! Estou reescrevendo minha primeira fanfic, The College C.R.U.E.L.. Segue abaixo o link:
https://fanfiction.com.br/historia/720643/The_College_CRUEL/



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