The Maze Runner: Secret File escrita por Glads


Capítulo 11
Epílogo




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Eu vi cada pessoa atravessar...

Crianças, mulheres, homens... Mas Minho e Gally não pareciam chegar nunca...

Caçarola e o tal Jorge, bem como outros clareanos, já haviam passado e me martirizei por não ter ficado ali ajudando meus amigos.

Todos estavam tensos olhando o lugar verde e repleto de vida.

Eu já ouvia algumas pessoas dizendo que estavam no Paraíso.

O lugar alto, uma espécie de colina, possuía grama e flores silvestres. As cercas de duzentas pessoas resgatadas andavam pelo local eufóricas vendo um vale de árvores altíssimas que se estendiam por quilômetros acabando em uma montanha rochosa que contrastava com o céu azul sem nuvens.

Porém, eu não conseguia me acalmar.

Eles ainda não tinham aparecido.

Percebi que Caçarola também estava como eu, olhando para o galpão onde estava o transportal.

Então, finalmente Gally apareceu.

Depois Minho.

Em seguida Thomas e Brenda.

Olhei para trás esperando Teresa, mas ela não apareceu e logo entendi que ela devia ter morrido.

Quando me dei conta estava sendo envolvida no abraço de alguém.

— Lisa... – Gally murmurou – Eu fiquei tão... Me perdoa... Eu não queria...

— Tudo bem. – disse batendo em sua costa.

É, realmente aquilo foi algo que eu nunca tinha imaginado.

Mesmo com tudo que aconteceu, aquele garoto se tornou alguém importante para mim.

Quando nos afastamos, vi Minho e Thomas nos olharem curiosos...

— Gally, me ajude. – gritou o asiático – Precisamos vê onde vamos viver.

E foi o que todos fizeram durante horas.

Minho ocupou o posto de líder organizando grupos para procurar comida, um comitê de construção, entre outras coisas.

Eu tinha ficado com a parte da comida. Não que eu tenha achado ruim, mas era incômodo o fato de Minho ter olhado diretamente para mim dizendo “Ei, você, fica com a comida!” e não ter me reconhecido.

O CRUEL tinha acabado com minha vida!

Não era hora de lamentar tudo... A dor, eu sabia, sempre estaria comigo, mas eu precisava viver dessa vez e não sobreviver, por todos os mortos e por meu filho.

Explorando o local vi Thomas e Brenda conversando ao longe, então resolvi ir para outro lugar.

Sentada em uma pedra, com a visão de um riacho maravilhoso, comecei a acariciar minha barriga finalmente me dando conta de que estava sim no Paraíso e poderia criar meu bebê longe de todo aquele terror.

Ainda assim, não sentia a segurança.

— Oi. – uma voz masculina disse.

Virei.

— Minho. – soltei.

Seu rosto estava mais duro que antes, suas roupas estavam sujas, mas seus músculos estavam relaxados pela primeira vez na vida.

— Você... Você se chama Lisa. Certo?

Assenti triste vendo ele, com as mãos no bolso se sentar ao meu lado.

Ficamos em silêncio por um tempo.

— De quantos meses você tá?

Percebi que ele encarava minha barriga.

— Ah. Acho que três ou quatro. – murmurei com o coração acelerado demais.

— Eu sei que... Ahn... Vai parecer estranho, mas... Nós nos beijamos?

Olhei assustada para ele e percebi confusão em seu rosto.

— Você se lembra?

— Então é verdade? – ele não pareceu tão surpreso.

— Sim. – sussurrei olhando para frente.

Vi o garoto assentir e suspirei quando voltamos ao silêncio.

— Esse filho... Ele é meu?

Fechei os olhos

— Não sei...

— Então nós... Ahn... Nós dormimos juntos? – ele sorriu malicioso.

— Sim, mas...

— Cara. Isso significa que todas as vezes que lutei para não morrer virgem foram em vão...

— Nós não... Não dormimos desse jeito... – tratei de explicar sem conter uma risada.

— Então... – ele pareceu decepcionado.

— Você... Eu não sei por onde começar. – tentei dizer.

— Ei. Você é a mértila de um agente do CRUEL. Não é? – sua feição mudou para um ódio profundo.

— O quê? Não! Você é bipolar?

Ele me segurou pelo pulso e me fez ficar de pé.

— Diga. Eles ainda estão nos Experimentos. Não é? Vocês nunca vão parar! – ele apertou meu pulso.

— Está doendo. – disse tentando puxar meu braço – Não sei de onde tirou isso, mas eu não sou plong nenhum do CRUEL.

Ele me soltou supreso ao ouvir a gíria.

— QUEM É VOCÊ? – perguntou em um tom de ordem.

— Minho, eu...

— Você disse não saber se o filho é meu, mas também falou que não dormimos juntos! Você de contradisse! QUEM É VOCÊ?

— Eu me chamo Lisa. – falei assustada – Eu só isso que eu me lembro.

— Mentira. Eu te beijei, mértila! Me diga quem é você.

— Minho, calma. – tentei segurar em seu ombro.

— Se for mais um joguinho de vocês, eu juro que mato cada um aí... – ele olhou para o céu achando que falava com o CRUEL.

— Ei... Estamos seguros. – murmurei tentando acreditar naquilo.

— NÃO... – ele me olhou com um ódio profundo – Você está com eles. Não é?

— Eu...

Vi sua respiração acelerar e ele olhar de um lado ao outro com... Medo.

Foi aí que eu percebi.

Minho, ao seu modo, estava tendo um ataque de pânico.

— EU SOU SUA NAMORADA.

Não hesitei em segurar seu rosto, enquanto ele murmurava coisas desconexas, e grudar nossos lábios.

A saudade estava presente ali.

Roçamos nossos lábios muito rapidamente, pois logo invadi sua boca explorando cada canto do qual senti falta. Desci as mãos para seus ombros e os apertei sentindo o hálito de Minho contra mim. Me surpreendi quando senti seus braços circundarem meu corpo de maneira desesperada e ele assumir o controle daquele beijo alucinado.

Nos separamos só quando o não conseguimos mais aguentar o fôlego, mas não nos separamos, de modo que ofegantes, estávamos há três centímetros longes um do outro.

— Por favor, me conte o que eu não lembro.

E eu contei.

***

— Quem diria que logo Minho seria o primeiro a formar uma família? – Thomas, que eu descobrir não ser mais tão chato, disse batendo no ombro do amigo.

— Você está de quantos meses? – Brenda, ao lado do seu namorado, perguntou.

Deitei a cabeça no ombro de Minho.

— Sete ou oito meses. – acariciei meu bebê.

— Pois é, Thomas. Eu resolvi te trocar por está trolha aqui. – o asiático passou os braços ao meu redor e sorri.

Depois de contar tudo à Minho e ele obviamente fugir, não demorou muito para que o próprio se recordasse exatamente de tudo.

Todos riram.

Ao longe vi Sonya gargalhar com uma das Clareanas que vieram com ela.

Meu coração se apertou ao recordar o quanto éramos unidas antes da Clareira e como ela me ignora desde que contei sobre seu irmão.

Toda vez que pensava em Newt, chorava copiosamente e o pior, Thomas não havia contado a ninguém o que tinha feito e de certa forma, o entendia, mas o problema foi inventar que encontrei o corpo do meu amigo no meio da rua e que ele não falou quem o feriu.

No dia que Minho soube, ele não derramou uma lágrima na frente de alguém, mas todos o vimos entrar no meio da floresta e todos sabem o que ele foi fazer: chorar pelo amigo.

Thomas veio falar comigo, obviamente e eu disse que guardaria o seu segredo, o que fez com que nos aproximássemos.

— Como é morar com um idiota, Lisa? – Caçarola, meu novo amigo, perguntou batendo as mãos uma na outra.

Minho e eu passamos a morar juntos há um mês e nossos amigos sempre faziam questão de tirar brincadeiras com isso.

— Ei... Eu nunca reclamei da droga da sua comida, cara! Por que isso? – o asiático retrucou.

Rimos.

— Um pouco estressante, assumo. – respondi a pergunta de Caçarola.

— Estressante? – Minho fingi indignação – Você não reclama quando estamos...

Tampei a boca dela.

Foi quando gargalhamos para valer.

E a tristeza voltou.

Era sempre assim. Bastava rirmos demais, para lembrarmos de nossos amigos e em seguida nos calarmos...

— É tão injusto! – Thomas começou enquanto estávamos em um silêncio mortal – Todos os meus amigos morreram! Todos! Chuck, Teresa... Newt... Eu... Por quê?

Senti a primeira contração.

Até então era normal, devido ao avanço da minha gravidez. Por instinto, peguei em minha barriga enorme e a acariciei. Minho viu e fez o mesmo.

As vezes me sentia mal... Ele estava comigo, grávida e ainda por cima de um filho que pode não ser seu...

Mas então a segunda contração veio e tão rápida quanto ela, um líquido começou a escorrer de dentro de mim.

Arregalei os olhos e não me atrevi a mover um músculo como se o simples ato de ficar parada fosse fazer diferença.

— Ahn... – Brenda notou e me olhou assustada – Tá nascendo?

Não vi como nem quando os rapazes me encararam, porque à dor da terceira contração gritei bem alto:

— NÃO ESTOU PRONTA PARA SER MÃE!

***

— Para quem não estava pronta, você fez um ótimo trabalho! – Minho disse se sentando atrás de mime me colocando entre suas pernas.

Nick, como escolhi chamar meu filho, estava pela primeira vez brincando na praia.

Como uma mãe cuidadosa, só permiti que ele, agora, com seus sete anos brincasse sozinho, claro, com a minha supervisão.

— Ele cresceu tão rápido. – deitei a cabeça no meu marido.

— Muito. – concordou.

Brinquei com a areia da praia sentindo uma angústia no peito.

— E se tivéssemos um filho? – resolvi perguntar por fim sem virar para vê a reação de Minho.

— Você...

— Papai! – Nick gritou ao vê que seu pai tinha chegado e veio correndo em nossa direção – Papai, vem vê meu castelo!

Cabelos loiros na altura do ombro, corpo levemente musculoso, costa larga e boca fina.

Nick era a cópia perfeita de Newt.

De início, não conseguíamos dizer quem poderia ser o pai do meu bebê, todos achavam semelhanças dos possíveis pais com o meu filho. E o pior, cada um deles brigou para ser pai, inclusive Minho e Gally brigaram feio porque o segundo não queria que o primeiro cuidasse do bebê por puro ciúme (Gally tinha certeza que o filho era dele).

(SPOILER: O CÓDIGO DA FEBRE)

Mas quando meu filho completou um ano, Sonya, ou Lizzy como passou a ser chamada, finalmente voltou a falar comigo e a primeira coisa que perguntou foi “Posso carregar meu sobrinho?”.

(SPOILER: O CÓDIGO DA FEBRE)

— O dever me chama. – Minho se levantou e pegou o nosso bebê (que não é mais tão bebê assim) e o carregou jogando pra cima.

No fim, todos ficaram felizes ao perceber quem era o pai de Nick, até mesmo Gally que só chorou uma vez decepcionado. Quem diria que ele queria ser pai...

Quanto ao nome da criança, me veio a cabeça porque minha intuição dizia que ele não era filho do nosso amigo Nick e eu queria homenageá-lo de alguma forma.

— Ai papai! Não balança muito! – Nick, o nosso filho, pediu – Não balança!

Minho parou rindo e colocou o “moleque”, como ele chama carinhosamente, no chão.

— Vai lá garotão, vai brincar na água.

E o menino foi correndo animado.

— Você está chorando? – o asiático notou primeiro que eu.

Peguei no meu rosto e me assustei percebendo que era verdade.

— Ok. – Minho se ajoelhou a minha frente – Abra o jogo. O que está acontecendo?

Antes que tivesse tempo de pensar, despejei:

— Estou grávida.

Meu marido abriu a boca e fechou diversas vezes passando o olhar da minha barriga para meu rosto.

Quando estava a ponto de entrar em desespero, ele me puxou para si e me beijou desesperado, ou pelo menos tentou, porque eu comecei a lagrimar intensamente.

— Ei... O que foi? Qual o problema? – os braços de Minho soltaram minha cintura e foram parar em meu rosto – Você não quer?

— Eu quero! – tratei de dizer – Muito mesmo!

— Então?

Ouvimos um grito e juntos olhamos em direção à Nick que sorria animado enquanto berrava para ouvir o próprio eco.

— Você vai deixar o Nick? – virei o rosto para o asiático.

— O quê? – ele me olhou confuso.

— Você vai abandoná-lo?

— Como assim? – ele estava em estado de alerta.

— Agora, terei um filho que é seu de verdade... Tenho medo de você deixar o Nick de lado. Olha, ele te ama e...

— Não acredito que estou ouvindo isso. – ele me soltou passou a mão na minha cabeça e continuou – O Nick é meu filho! Eu cuido dele! Eu amo ele! Não poderia simplesmente...

— Eu sei. – puxei seu rosto para perto – Mas... Agora a situação é outra...

— Escute... Eu estou assustado e feliz com tudo isso... – ele olhou e colocou a mão na frente da minha barriga – Muito. E quero que saiba que nada vai mudar com o Nick, ele é e vai continuar sendo meu filho.

Suspirei aliviada e o abracei.

— Eca... Você vão se beijar? – a voz de Nick pareceu perto demais.

Rimos e olhamos para ele.

— Filho? O que você acha de uma irmãnzinha? – Minho perguntou olhando pra ele.

— Não sei... Ela vai brincar comigo? – ele perguntou.

— Um pouco. – afirmei sorrindo – Mas pode ser menino também.

— Vai ser menina. – o asiático afirmou colocando a mão dentro da minha blusa – E você Nick e eu vamos proteger ela de todo garoto que se aproximar.

— Como pode ter tanta certeza que é uma garotinha? – arqueei a sobrancelha.

— Eu que fiz. – abriu um sorriso malicioso.

— Você fez minha maninha, pai? Como é que faz? – Nick perguntou.

Arregalei os olhos.

— Ainda não tá na hora dessa lição, moleque. – Minho riu para ele – Mas quando for a hora vou te ensinar cada truque, mas possivelmente você não vai querer saber que a maioria envolve sua mãe.

Corei e bati levemente no ombro do meu marido.

Marido.

Toda vez que falo isso penso em quão improvável foi nossa relação e o quê ela se tornou.

Acho que Nick sequer ouviu o que o pai disse, porque se distraiu com uma borboleta.

— Eu te amo. – Minho disse do nada, subindo um pouco as mãos dentro da minha camiseta.

— Eu também te amo. – sorri – E acho que essa mão está um pouco saidinha demais para quem está acariciando a filha.

Ele riu de canto.

— Você sabe que eu não me contenho.

— É, eu sei muito bem.

Nos aproximamos para começarmos um beijo cheio de segundas intenções, mas Nick, claro, voltou a falar:

— Papai, pode me contar a história do papai Newt de novo?

Minho se abaixou, pegou Nick no colo e sorriu.

— É claro.

Aos poucos estávamos falando de Newt para nosso filho, para que quanto mais ele crescesse, melhor entendesse.

E ah! Quando falo “meu filho” é o simples egoísmo e quando falo “nosso filho”, não me refiro só a mim e Newt ou a mim e Minho, falo de todos nós, de Thomas, Brenda, Nick, Alby, Gally, Sonya , Chuck, Minho, Newt e claro, eu.

Minho e Nick foram na frente conversando e rindo da história – aliviada – do meu melhor amigo.

Tudo o que fiz foi sorrir tranquila.

Afinal, agora podemos viver e não sobreviver.

Aqui não existe CRUEL ou Braço Direito, Cranks ou Fulgor.

Nós finalmente estamos em paz.

Antes que eu me esqueça: Minho acertou, tivemos uma menina, uma linda menina com feições asiáticas.

E claro: Vivemos, na medida do possível, felizes para sempre.

Fim.

[...]


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Notas finais do capítulo

Antes que acabem comigo, saibam: Nem eu sabia que era o fim. Achava que ainda faltam uns cinco capítulos ou mais, porém, quando começo a escrever entro em uma espécie de estado de coma, não sou mais EU escrevendo e sim a Lisa contando sua "história", então foi ELA que decidiu assim.

Gostaria de agradecer a todos os leitores, em especial à Ciele Andrade que foi minha orientadora, me lembrando de detalhes importantes do livro e contribuindo para tudo o que leram. O mérito não é só meu, mas também dela (OBRIGADA DIVA!). Espero de todo o coração que tenham gostado da estória tanto quanto eu amei escrevê-la. Amei cada um dos comentários de vocês e com certeza digo que nos vemos em breve em um dos meus livros que serão publicados (EM NOME DE JESUS!)... Até, amores.

BEIJOS LERUSHE (VC DEVE SER MEU ÚNICO LEITOR AQUI)!

AVISO: Esse "p.s." só vai ficar aqui por alguns dias.
P.s.: Vocês que me acompanham desde o início sabem que sempre fiz um mistério com o meu nome e na verdade, nunca o falei por pura vergonha. Comecei a postar fanfics com 14 anos e eu tinha um problema, só conseguia escrever se a personagem principal tivesse meu nome (ESSA É A HORA QUE COLDENY GRITA)... Então, acho que finalmente chegou a hora de falar:
Eu me chamo Karine, tenho 16 anos e peço (para os que lêem as minhas outras fics) que não divulguem isso em TCC.
E aqui vão minhas redes sociais:
Twitter: @karinescritora
Instagram: @karinextyear
Snap: @karinextyear
Conselho: Sigam-me, avisem que são leitoras e seguirei de volta, porque quando for uma autora famosa não sei se poderei seguir de volta todo mundo.



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