No Ritmo escrita por Mel


Capítulo 36
Jantar


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura



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Abriu os olhos quando sentiu o sol incomodá-los,murmurou algum comentário malcriado e arrastou-se para fora da cama com preguiça,esfregou as pálpebras ainda sonolenta,vagando por usa mente os últimos acontecimentos,descobriu o por que de estar no quarto,na casa dos pais,ainda com a roupa do dia anterior.

Deslocou-se para o banheiro no próprio quarto,afim de tomar um banho e trocar de roupa.Devidamente despida de suas roupas,soltou o cabelo e permitiu-se afunda na banheira cheia de água quente,não soube quantos minutos ficou ali,pensando na vida,só saiu quando viu os dedos enrugados e sentiu a água fria arrepiando sua pele.Vestida adequadamente com uma legue preta e uma blusa de mangas compridas,os cabelos molhados na altura dos ombros eram amparados por uma toalha.

Olhando as horas,espantou-se,eram quase 10:00 horas da manha,com o estomago pedindo por alimento,decidiu ir a cozinha preparar o café da manha.Passou pelo corredor olhando cada foto pendurada nas paredes,com a família,amigos e parentes queridos,parou a frente de uma fotografia,onde sorria junto ao pai no meio do parque a anos atrás,segurou as lagrimas e continuou o caminho.Parou no batente da porta observando a figura feminina de estatura menor que si própria,os cabelos com a mesma tonalidade,sendo um pouco mais curtos,usava roupas casuais e cozinhava algo que cheirava bem.

 -Mãe.

Exclamou,a mulher desligou o fogão virando-se.                                   

—Que bom que acordou.
—A senhora sabia que eu estava em casa?

Tratou de abraçar a mãe com carinho.

—Claro que sabia,cheguei cedo do hospital,você deixou a porta da frente encostada,achei que fosse um ladrão.-Riu.-Quer café da manha?

—Adoraria,mãe.

Sabine sorriu,Marinette ajudou a arrumar a mesa enquanto a mais velha terminava os ovos mexidos.Sentadas em seus lugares,conversaram sobre assuntos aleatórios,deixando de lado o estado de seu pai.Queriam aproveitar o tempo para matar a saudades que sentiram uma da outra.Sorriam contendo a tristeza em seus corações,sem o pai junto a elas,tudo era incompleto.

Ajeitaram a casa juntas,como não faziam a tempos.Com tudo pronto,Sabine chamou a filha para uma conversa.
—Sabe do estado de seu pai,como notou a situação esta cada vez pior.-Assumiu um semblante sério.-As despesas do hospital estão se acumulando e seu pai precisa da cirurgia imediatamente...
—Já entendi mamãe.-Interrompeu.-Esse foi o trato,caso algo ocorre-se errado por aqui ou em Paris,eu me casaria para o bem da família.
—Marinette,entenda,isso não me agrada nem um pouco.
—Não precisa se explicar,concordei com tudo isso,não tenho raiva da senhora e nem do papai.
—Queria que tivesse outra maneira.
—Mas não tem,como uma única filha,é minha responsabilidade fazer isso.
—Mesmo sendo coisa do século passado?
—Mesmo.-Riu.-Quando vou conhece-lo?
—Bom,farei um jantar para a família dele e nós duas,mesmo sem seu pai presente.
—Tudo bem.
—Mais uma coisa.
—O que?
—Tente ser gentil com o rapaz,ele me parece ser uma boa pessoa assim como seus pais,fale com ele e sorria minha filha,ira ser difícil,e garanto,também é para mim.O rapaz não lhe proibira de dançar,pelo contrário,pelo que eu soube,ele acabou de voltar de outro país,estava em uma academia de dança como você.
—Algo em comum pelo menos.Não se preocupe,me arrumarei para a ocasião e tentarei fazer tudo certo.
—Ótimo.Vamos mudar de assunto,como foi em Paris?

Marinette contou quase tudo,omitiu as partes relacionadas a Adrian,afinal,nada podia impedir o futuro casamento.Contou das amigas,como era Paris e as pessoas.A competição de havia ganhado com a ajuda do parceiro e professores.

Prepararam o almoço para logo irem ao hospital,precisava ver o pai o mais rápido possível.

—Pai!

A voz chorosa ao passar pela porta do quarto era comovente.Andou em passos apressados ao pai,que estendia a mão com um sorriso acolhedor.

—Minha pequena.

Marinette abraçou de forma protetora,com medo de machuca-lo.Sabine que via a cena encostada a porta,decidiu dar privacidade aos dois,saindo para a lanchonete do hospital.
—Como a minha filha esta?
—Eu que devia perguntar isso ao senhor.-Riu fraco.-Ah pai,me desculpe por não estar aqui desde o começo,por abandonar você e a mamãe em um momento tão critico.
—Você apenas seguiu seu sonho.
—Agora eu estou aqui,tudo vai ficar bem,pai.

Puxou uma cadeira para perto do leito,sentou-se ao lado do pai em silêncio.
—Desculpe por esse casamento inesperado.
—Mamãe falou a mesma coisa,esta tudo bem pai.
—Tem certeza?
—Claro.-Mentiu.-Irei conhece-lo essa noite.
—Comporte-se.
—Sim senhor.

             *************************************************

Saíram do hospital quando o céu começou a escurecer.Deixar o pai sozinho no quarto,fora um momento complicado para a menor.De táxi,chegaram a residência.Não sabiam o que falar.Sabine mandou-se para cozinha sem antes,claro,mandar Marinette direto para o banho.De cabeça cheia,cumpriu as ordens.Abriu a mala jogando tudo para fora,não tinha arrumado e estava sem tempo para tudo aquilo.Puxou um vestido-não gostava,presava pelo conforto das calças de moletom e shorts lago.Só vestia-se assim para apresentações e ocasiões especiais como aquela.

O vestido era na cor vermelha,as mangas eram rendadas até os cotovelos,a parte superior colada ao corpo contendo um pequeno decote,sua saia rodada dava um ar angelical.Pegou as roupas intimas junto a toalha correndo para o banheiro depois que notou estar atrasada.Em meia hora abriu a porta enchendo o quarto de vapor.Olhou-se no espelho,os cabelos pingavam.Secou as mexas deixando-as soltas,uma correntinha com o pingente de uma flor repousava em seu pescoço,optou ficar sem maquiagem.Partiu então para os sapatos,tentadora era a sensação que tinha,louca para por seus tênis,por fim a sapatilha causava seus pés de modo desconfortável.

—Marinette os convidados chegaram!

Gritou da sala.

—Estou indo!

Deixou uma última mensagem para Felix onde dizia"Deseje-me sorte"e saiu fechando a porta.Caminhou em passos lentos,afinal,seu destino estava a sua espera.Parou assim que chegou a porta.Primeiro viu um homem alto de cabelos escuros conversar com sua mãe,uma mulher de cabelos ruivos sorriu em sua direção assim que a viu.

—Que bom que veio Marinette.

O rapaz ao lado do moreno virou-se em sua direção.Os cabelos eram vermelhos como o da mãe e a altura do pai,os olhos eram de um verde-água.O sorriso de canto pretensioso surgiu quando teve o vislumbre da mulher. Marinette não conteve o espanto,sua boca abriu em um pequeno "O",enquanto o rapaz ainda sorria.
—Filha,deixe-me apresentar seu noivo,o nome dele é Nathanael.
—Na-Nathan...

As palavras saiam sem sentido de sua boca.

—Senhora Chang,Marinette e eu já nos conhecemos.

Marinette deu um pulo quando sentiu o halito do rapaz perto do seu rosto,se perguntava como não notará tão aproximação.
—Se conhecem de onde filho?-A ruiva pareceu interessada.
—Frequentamos a mesma academia de dança um tempo.
—Será tudo mais fácil de que pesávamos então.-O pai comentou.
—Filha fale algo.-Sabine a repreendeu.
—Desculpem meus atos,apenas fiquei surpresa em saber que é Nathanael.
—Compreendemos querida.Bom,vamos jantar?
—Claro mãe.-Nathan respondeu.

A azulada voltou ao normal quando sentiu um braço passar por sua cintura,o ruivo sorria para os pais de ambos. Marinette assumiu uma expressão gentil mascarada de raiva.O jantar ocorreu estável,todos sorriam e compartilhavam planos para o futuro dos jovens. Nathananel sentou-se a frente da garota para admirar suas expressões. Disfarçou toda a frustração perante os familiares,o que realmente queria era,sair para o mais longe possível do ruivo.
—Filha por quê não mostra a casa a Nathanael,conversem um pouco.
—Eu iria adorar,vamos Marinette?
—Claro mãe.-Não,não e não!-Vamos.

Nathanael ofereceu o braço como um perfeito cavalheiro,entrelaçaram os braços e andaram em direção ao corredor.O caminho era silencioso,as respirações eram pesadas por parte da azulada,com medo de ficaram sozinhos,resolveu leva-lo a varanda,onde tinha a visão de sua mãe e de pessoas na estrada.Cessou o contato dos corpos e afastou-se o tanto para não ser suspeito aos olhos de terceiros.

Nada disseram,ambos queriam ver quem iria começar primeiro.Os minutos se passaram apenas com troca de olhares.
—Qual é a intenção de tudo isso?

Não aguentando,Marinette cortou qualquer clima.
—Não entendi a pergunta.
—Não se faça do idiota que você não é!Por que esta aqui Natahanel?
—Isso...bom,sou realmente apaixonado por você,Marinette.
—Como sabe quem são meus pais,ou onde eu moro?
—Não se lembra de mim Mari?-Fingiu tristeza.-Assim eu fico magoado.
—Lembrar o que,nos conhecemos faz pouco tempo.
—Errado!-Abanou o dedo indicador em sinal de negativo.-Tente se lembrar do seu primeiro ano na escolinha de dança,lembre-se dos meninos malvados.
—Não pode ser...


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Notas finais do capítulo

Esperavam que o noivo misterioso seria Nathanael?Comentem o que acharam.
Até a próxima!
BEIJOS

—Mel



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