Adeus Nova Iorque escrita por Gabi


Capítulo 5
Enfim, uma decisão


Notas iniciais do capítulo

- Eai galeris
— Acabei enfim mais um capítulo e esse como todos os outros foi escrito com muito amor
— Espero que gostem
— Boa leitura



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Me sentei em um dos bancos da sala do jornal da escola e coloquei meu notebook na extensa escrivaninha na minha frente.

A sala era pequena, mas quase toda tarde estava cheia de colegas da redação, em frente à janela tinha uma escrivaninha com cinco bancos, no meio da sala alguns bufes com uma pequena mesa de centro onde alguns colegas se sentiam mais à vontade para escrever, ao lado da porta tinha uma escrivaninha menor com uma cadeira, onde o diretor do jornal, como gostávamos de chamar se sentava, no caso, o Lou. As paredes eram repletas por colagens e tinha duas portas, uma que ia para um armário e outra que dava para o corredor da escola.

Olhei através da janela a minha frente, ela não tinha cortina e lá fora cai uma chuva grossa, eu tinha esquecido meu guarda-chuva naquele dia e estava com uma blusa de mangas curtas rosa claro, senti um arrepio e voltei minha atenção para a página em branco aberta no notebook a minha frente.

Não demorou muito para ouvir batidas na porta, me virei e vi a porta se abrir, o Louis entrou com um sorriso de canto nos lábios segurando seu guarda-chuva xadrez azul na mão esquerda, ele estava com o capuz do moletom levantado e a mochila nas costas, caminhou até mim deixando rastros de água vindos do guarda-chuva.

— O que está fazendo aqui? Pensava que tinha ido embora! - Perguntei assim que ele se sentou ao meu lado colocando o guarda-chuva molhado em cima da mesa.

— Eu fui, levei a Elena em casa e então estava indo para minha quando me lembrei que a senhorita esquecida não tinha trazido guarda-chuva e então vim te pegar para te levar até o ponto do ônibus.

— Sério?

— Na verdade me esqueci do meu caderno e tenho prova de química avançada amanhã, mas já vou aproveitar para te dar carona.

Revirei os olhos, ele ajeitou os colos e riu.

— Too brincando bobona, claro que é sério- em seguida deu um soquinho no meu ombro e eu claro, revidei.

Ele pulou do banquinho e pegou o guarda-chuva.

— Vamos então.

Guardei meu notebook na minha mochila, ajeitei minha mochila nas costas e olhei para ele.

— Estou pronta!

Ele abriu o guarda-chuva, puxei da mão dele e fechei rapidamente.

— Eii- ele reclamou.

— Sabia que abrir guarda-chuva em lugar fechado não traz boa sorte.

— Supersticiosa.

— Não sou.

— Teimosa. – Ele tomou o guarda-chuva da minha mão.

Saímos da sala do jornal e coloquei minha mochila nas costas, atravessamos o corredor de descemos os três andares de escada até chegar no térreo passando pelos poucos alunos e professores que ainda restavam naquela tarde na escola. Assim que saímos na porta da escola me arrepiei e me arrependi de não ter pego nenhum casaco antes de sair de casa.

— Ai ai ai esquecida, mais isso?

— O quê?

Ele me alcançou o guarda-chuva e tirou a mochila das costas e em seguida tirou o moletom cinza ficando só de camiseta de mangas cumpridas e me alcançou o moletom.

— Veste mana.

— E tu?

— Querida, eu moro a duas ruas daqui e tu ainda vai ter que caminhar até chegar o teu prédio e a última coisa que quero é tu doente, então veste.

Alcancei o guarda-chuva pra ele e minha mochila, vesti o moletom dele e coloquei minha mochila nas costas novamente e então começamos a caminhar em direção a parada e desviando de algumas poças.

— Tá melhor?- ele perguntou.

— Obrigada Lou.

Ele sorriu.

— Ei você não me falou nada sobre o que decidiu do Brasil.

— Por que eu ainda estou pensando- falei passando por cima de uma poça enorme d’agua tentando não sujar a bainha da minha calça jeans claro – Nem te contei né- falei mudando de assunto- O menino do ônibus falou comigo ontem, foi bem do nada, falamos sobre algumas coisas, ele é fã de Dirty Heads, e nossa, pensa bem que nem eu.

— Perai, é isso mesmo? Tu está me trocando e ainda diz isso na cara? Nossa, não esperava isso de ti.

Eu comecei a rir.

— Palhaço, vamos falar de trocas agora?

Ele olhou para mim.

— Acho que já falamos demais disso.

Eu ri e ele também.

— Tu sabe que eu nunca te trocaria né coisinha?

— Agora virei coisinha só porque estamos chegando no ponto de ônibus.

Nós voltamos a rir.

— Mas falando sério agora, ele é tudo que tu sempre achou?

— Até um pouco mais.

— Meu Deus.

— Mas provavelmente a gente nunca mais se fale.

— Por que?

— Porque ontem foi a única vez em anos que sentamos juntos, porque eu estava ouvindo Dirty Heads e só porque ele quem puxou assunto.

— E qual o nome dele?

— Isso eu me esqueci de perguntar mas sei que a voz dele é maravilhosa.

Caminhamos mais um pouquinho e então chegamos no ponto.

— E é muito possível que eu não veja ele hoje porque sai muito tarde da escola.

Vimos o ônibus se aproximando, ele depositou um beijo na minha bochecha.

— Te cuida gatinha.

— Pode deixar mano, tu também.

Entrei no ônibus e tentei achar um lugar, mas acabei ficando de pé mesmo me segurando em uma barra entre uma senhora de cabelos cacheados e uma garota ruiva, puxei meu celular da mochila e deixei minha playlist no aleatório colocando os fones em seguida no ouvido.

Vi o ônibus ir parando de ponto em ponto e ele não subiu na dele, algumas depois desci na minha, como de costume. A chuva ainda não tinha parado muito pelo contrário, agora ganhava mais força, puxei o capuz do moletom e tentei correr até a frente do meu prédio mas era difícil demais correr no meio das pessoas apressadas de Nova Iorque, muitas pessoas que passavam por mim naquele final de tarde estavam usando o jornal do dia de guarda-chuva improvisado, outras nem se importavam muito com os pingos caindo rapidamente porque estavam apressadas tentando correr contra o tempo, com certeza aquela cidade não era pra mim.

Caminhei até o velho prédio e dois minutos depois eu estava colocando a minha chave no buraco da fechadura do meu apartamento. Abri a porta deixando meu calçado ao lado da porta, eu estava encharcada.

— Vó? - Chamei minha vó, mas não tive resposta dela.

Entrei na cozinha onde encontrei um bilhete na geladeira.

“ Querida, hoje tenho chá e cartas na casa da Maggie, deixei seu jantar no forno, volto tarde.

Te amo, beijos

                                                                                                      Vovó”

Larguei o bilhete em cima da mesa e puxei meus fones se desconectando do meu celular. Entrei no meu quarto, joguei minha mochila no canto de sempre e decidi tomar um banho antes de qualquer coisa.

Entrei no box depois de ter tirado aquela roupa molhada e ter jogado ela na máquina de lavar. Fiquei alguns minutos no banho, logo depois vesti uma camiseta do meu time de baseball com um short de dormir, enrolei meus cabelos molhados em uma toalha. Então coloquei meu notebook em cima da mesa e liguei o forno para esquentar meu jantar.

Liguei meu notebook e entrei no Word para acabar de escrever minha coluna, não demorou muito e ouvi o apito do forno, peguei o prato e fiquei ali escrevendo. Estava na hora de decidir se iria ou não ficar em Nova Iorque, lembrei do que o Louis tinha falado para mim ontem e que todos tinham uma chance de recomeçar e que aquela era a minha, comecei a pensar no que deixaria para trás, mas que eu ainda poderia visitar e o que me esperava no Brasil. Fechei o Word e abri o chat procurando o nome do Louis.

Âmbar está online

Louis está online

Âmbar: Louis.

Louis: Oi gatinha, chegou bem?

Âmbar: Sim, já faz tempo. Estou pensando sobre o Brasil, acho que já sei minha decisão.

Louis: Ai, ai.

Âmbar: Eu vou ir, pensei no que você disse, é minha chance de recomeçar.

Louis: Tem certeza disso?

Âmbar:  Sim. Só vou esperar minha vó chegar e já vou ligar para o meu pai, não quero mudar de ideia.

Louis: Pensa em outra coisa, liga a tevê, acaba a tua coluna, lava a louça...

Âmbar: Você acha que estou fazendo a coisa certa?

Louis: Minha gatinha tu sabe que vou sentir muito a tua falta, mas é melhor tentar do que morrer com essa dúvida, tu sabe como é mais ou menos morar no Brasil e o que me contava das férias quando voltava, tu amava.

Âmbar: Tem razão...

Louis: Claro que eu tenho, agora, chega de drama ok?

Âmbar: Não é drama.

Louis: hahahahaha.

Âmbar: Sem graça.

Louis: Gatinha tenho que ir, tenho que acabar de editar as colunas que já me mandaram e acabar meu trabalho de ética.

Âmbar: Ok.

Louis: Boa noite pequena e para de pensar nisso.

Âmbar: Pode deixar Lou, boa noite e bom trabalho chefe.

Louis: Te amo muitão.

Âmbar: Eu também.

Âmbar está online

Louis está off-line

Acabei minha coluna, acabei meu jantar e decidi esperar minha vó vendo televisão, pulei de canal em canal até achar alguma coisa que me interessasse e como sempre, acabei em um canal de música.

Um tempo depois ouvi um barulho de chave na porta.

— Ainda acordada querida? - Ouvi minha vó perguntando assim que entrou no apartamento tirando suas botas de chuva.

— Sim vó, estava esperando a senhora para falar sobre um assunto...

— Está tudo bem? - Ela perguntou se sentando na cadeira de balanço na minha frente.

— Sim, eu só decidi que quero ir para o Brasil.

— Tem certeza disso?

— Sim, absoluta.

Vi uma lagrima discreta escorrer no canto do olho dela. Então ela se levantou, pegou o telefone e me alcançou.

— Seu pai vai ficar feliz em receber essa notícia.

Eu segurei o telefone e disquei o número do meu pai com um enorme aperto no coração.


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Notas finais do capítulo

- COMENTEM isso realmente é importante
— Pra não ficar de fora de nenhum capítulo adicione essa história a sua lista de leituras e receba em primeira mão todas as atualizações
— Se gostou do capítulo favorite
— Até o próximo capítulo
— Beijooos



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