“ Senhor, mas ele ?”

“ Sim Beckett, como ele era o responsável pela ONG, ninguém desconfiou dele.”

“ Nunca gostei do Matthew. Mas o que fazemos agora? As fotos mostram ele próximo do prédio na hora da invasão e como ele trabalha lá poderia ser uma coincidência. Só temos provas circunstanciais. “

“ Por isso eu quis falar diretamente com você. Ninguém fora nós e o comando  do exército saberá, esse é nosso trunfo, vamos investigar sem que ele desconfie. “

“ Até porquê senhor, ele não pode estar agindo sozinho, não é?!”

“ Exato! E ainda tem o tal do Foyet , existem informações desconexas sobre ele, nada concreto, nem mesmo uma fotografia. Seus registros estão limpos, o último documento emitido foi o diploma da escola de medicina e mesmo assim é como se ele não existisse.”

“ Porque eu tenho a impressão de que isso é muito maior do que parece? “

“ Porque provavelmente é! Agora falando como capitão, Beckett você está oficialmente de férias. “

“ Não! Eu acabei de ficar duas semanas em casa senhor.”

“ Sim, das férias vencidas do ano retrasado, Kate eu sei o quanto isso está te afetando , posso ver. E ainda tem a bebê, confesso que estou adorando ver você na maternidade.” – Ele sorriu pela primeira vez desde que chegou .

“ Não sei o que ela viu em mim. Mas preferia encontrar a mãe dela.”

“ Você sabe que o estado não devolveria a criança à ela, não é?”

“ E por que não? Ela estava sobre pressão, provavelmente desesperada sem saber o que fazer.”

“ Mesmo assim, é abandono Beckett. Olha, não vou dizer que talvez não a chame um dia ou outro, mas agora é importante que você cuide da menina e se possível mantenha contato com a família do Castle. Seu superior me disse hoje que ele anda bem apreensivo e chateado.”

“ Posso imaginar o porque.”

“ Você volta amanhã ou depois para assinar os papéis das férias pode ser ?”

“ Tenho outra escolha?”

“ Não! “

“ Ok” – Ela disse empurrada. “ O senhor promete me manter informada? Sobre o caso?”

“ Claro, se por acaso Matthew entrar em contato me avise, e , em hipótese alguma baixe a guarda perto dele Kate, se for confirmado as suspeitas, ele é suspeito e pode reconhecer Elizabeth “

Kate não havia pensado nisso, afinal Rose havia sido testemunha e logo em seguida fugiu, claro que o foco deveria ser na mulher, mas nada impedia de usarem Liz contra ela.

“ Claro, vou redobrar a atenção. Obrigado capitão, mesmo não querendo, sei que é  o melhor a fazer e também sei que vou desfalcar a equipe em uma caso grande, e isso não vai ser fácil. ”

“ Não se preocupe, vou colocar esses dois para trabalhar." - Ele sorriu. " E toda a operação será coordenada junto ao comando exército e sei bem o quanto você adorar isso .”

“ O senhor não imagina o quanto! “

Ela já estava na porta quando Montgomery a surpreendeu falando; “ Sabe Kate, um conselho de amigo?! Ligue para ele.”

“ Oi? “

“ Beckett, há quanto tempo eu conheço você? Fazia tempo que não a via tão iluminada. E sei que nem tudo isso é mérito da garotinha.”

Kate já estava levemente corada, não imaginava que Montgomery a conhecia tão bem e pior, reparava tanto. “ Mesmo que quisesse senhor, seria impossível. “

“ Ouvi dizer que ele está em Londres e que eu saiba o sinal de telefone é bom lá.“ – Ele fez cara de desentendido, começou a guardar as fotos novamente no envelope. “Te vejo amanhã detetive?”

“ Claro ! “ – Beckett saiu completamente chocada da sala, era muita informação, primeiro o fato de um conhecido ser o principal suspeito das barbáries todas até agora, depois sobre Liz poder estar em perigo ou pior, Rosa. E ainda tinha o Comandante, não negaria que ela havia passado um bom tempo pensando nele, só não entendia a insistência do capitão, ele nunca foi um tipo de pessoa que dava palpites em áreas particulares.

“ Pela sua cara imagino que as notícias não são boas.” – Lanie disse. Ela estava sentada na cadeira da detetive segurando a menininha no colo adormecida.

“ Não! Montgomery me colocou em férias.”

“ E isso é ruim?”

“ No meio do caso ? É sim!”

“ Te dará tempo com a pequena aqui.”

“ Eu sei, ainda sim me sinto estranha.”

“ Não seria a Kate que conheço se não estivesse. Por que você não fica uns dias em Hamptons com a Meddie? Te fez bem da última vez.“

“ Não sei se seria uma boa idéia. “

“ Claro que seria, não é longe e tiraria Liz do clima tenso .” 

“ Liz é? “ – Ela disse sorrindo. “ Nem sei se me autorizariam a levar ela para fora da cidade.”

“ Não custa tentar não é? Eu preciso voltar para o trabalho, mas me ligue todos os dias viu. “ – Colocando a pequena no colo da detetive com cuidado. “ Se não soubesse da história toda, diria que é sua filha. Sabe o melhor? Ela me lembra certo Comandante.” -Ela arqueou as sobrancelhas. 

“ Ah Claro! “ – Kate sorriu.

“ Vou sentir sua falta! Sempre que der passo no seu ape.”

“ Ok! Lanie? Você promete me manter informada?”

“ desde quando não faço isso? Aproveite as férias garota!” .

Kate terminou de ajeitar sua mesa, organizou alguns papéis para que os meninos não tivessem dificuldades em achar. Passou rapidamente na sala de descaso se despedindo dos dois e em menos de duas horas já estava em seu apartamento.
Estava na cozinha quando ouviu o seu telefone tocar.

"Beckett"- ela respondeu sem reconhecer o número.

" Detetive, aqui é a Martha, mãe do Castle. Alexis está com febre e não estou conseguindo passar por esses dois grandalhões para levá-la ao médico. Será que você podia me dar uma força?"

" Claro Martha, passa o telefone para um deles por favor."

E assim ela o fez. " Steve!" - uma voz masculina respondeu o telefone.

" Oi Steve, é a detetive Beckett, o que está acontecendo aí? Martha disse que não está conseguindo ir ao médico."

" Não é bem assim detetive. Ela não está  querendo que a gente acompanhe elas, tenho ordens expressas para que elas não saiam desacompanhadas. É mais teimosa do que pensávamos."

" Entendi, faz assim, deixe-as ir e as acompanhe de longe. No caminho me ligue e me informe para qual o hospital elas estão indo, então encontro elas lá."

" Ok detetive."

Kate terminou uma mamadeira que estava fazendo e alimentou a pequena. Pegou uma bolsa menor colocou algumas fraldas algumas roupas e um brinquedo que a garotinha parecia gostar bastante. Colocou Liz bebê conforto, preparou outra mamadeira, seguiu em direção a garagem. Quando estava prendendo o cinto de segurança ligação do Steve informando o endereço do hospital em que elas haviam ido. Esse não era bem os planos da Beckett, mas entendia o quão chato era andar para cima e para baixo guarda Costas. E talvez a presença dela fosse um pouco menos incômoda.

Chegando no hospital Kate estacionou o carro, pegou Liz e seguiu para o andar da pediatria. Parecia que a pequena entendia o quanto o dia estava exaustivo e estava colaborando, com o balanço do carro havia dormido novamente.

Assim que a viu, Alexis que estava no colo da avó levantou a cabecinha e sorriu. "Kate!" - Martha disse ao avista-lá. " Sabia que tinha sido fácil demais" - ela disse, mas não parecia brava.

" Oi , achei que iam preferir a minha companhia ao invés dos grandões."

Alexis estava tão concentrada na criança dormindo no bebê conforto que nem respondeu.

" não sabia que você tinha filhos" - a senhora ruiva disse.

" ha sim!! Quer dizer não!  Me desculpem, essa é a Liz, estou cuidando dela até que sua mãe volte. "

" Ela é tão bonita se parece com a minha boneca." - Alexis disse.

Kate se sentou ao lado delas, colocou o bebê conforto em uma cadeira ao seu lado e perguntou para pequena. " Você está dodói?"

" a vovó diz que sim." - a menina estava com as bochechas vermelhas, provavelmente devido a febre, e tinha pequenas bolsas escurecidas abaixo dos olhos. Bem diferente rostinho saudável que conheceu em Hamptons.

" Ela está febril desde ontem, mas acho não é bem uma doença. Já que desde então só chama pelo pai. " - Martha disse triste.

" Oh minha linda, você está com saudade do papai?"

" Sim.." - a garotinha disse triste. "Kate? Será que o papai não vai mais voltar igual minha mãe?" - A pergunta da menininha pegou as duas mulheres de surpresa.

" Claro que não Alexis, seu pai ama você! Quando você estava viajando com a vovó ele me disse como era o tamanho da saudade que sentia de você. Se eu te contar um segredo você Promete não contar a ninguém?"- Ela disse mais baixo, tentando animar a garotinha.

" Prometo" - a pequena disse, ainda não muito convencida.

" Quanto estava com seu pai tenho certeza de que ele chorou e adivinha Por que?"

" por que ficou com saudade?"

" Sim! É normal a gente fica com saudade de quem a gente gosta. Mas não precisa ter medo de que o papai não vai voltar."

" você também chorou Kate?"

" Se eu chorei?" - Kate não havia entendido exatamente a pergunta da criança.

" É, eu chorei e a vovó também, você disse que é normal a gente chorar de saudade você ficou com saudade do papai também?"

A detetive deu graças a Deus quando um médico chamou pelo nome de Alexis. Ela não sabia o que responder, afinal não tinha tido tempo para chorar, mas sentiu falta dele e não poderia mentir.

A consulta foi bem rápida, o médico também chegou à conclusão e a febre que a garotinha sentia era emocional, pediu apenas que ela fosse hidratada e que a mantivessem  distraída. E se a temperatura subisse muito deveriam voltar ao hospital. Liz havia acordado e estava no colo de Martha, já que Alexis não largava sua mão. já estavam no elevador quando ele parou um andar antes do que desceriam e ela ficou surpresa ao ver Josh e Matthew conversando. O médico que estava de frente ao elevador, parou de falar e a encarou até que a porta se fechasse.

" Kate querida, tudo bem? parece ter visto um fantasma."

" Tudo sim Martha, vamos voltar ao Loft." - não havia motivos para preocupa-la,  podia não ser nada, mas a detetive fez uma nota mental de ligar para o capitão e avisar o que havia visto.

Assim como prometido Beckett foi com elas até o Loft e não conseguiu sair de lá tão cedo. Marta fez um belo almoço e com muita insistência, as duas haviam feito Alexis comendo um pouco. Kate aproveitou que as meninas estavam sendo distraídas pela mãe de Castle, pedindo licença foi até o banheiro para pôr em prática uma ideia que havia tido.
O capitão havia dito que Castle estava em Londres, então discou os números e torceu para que obtivesse sinal. Seria bom para Alexis falar com pai e no fundo ela também queria ouvir a voz dele.
Ao Soar do terceiro toque ele respondeu.

" Castle!"

" Castle, sou eu a Beckett. " - De repente tudo parecia tão formal, que começou a cogitar se realmente havia sido uma boa ideia.

" Kate? Como é bom ouvir sua voz. Você está bem? Está tudo bem?" - E lá haviam ido as formalidades. 

" Está, é bom ouvir-lo também. E você, está bem?"

"Estou, um pouco cansado. E com saudades de casa. Tem notícias da minha mãe e da Alexis? Sinto tanta falta delas. Tentei ligar hoje mas deu caixa postal. E da Liz você tem visto ela? Acredita que não tiro a pequena da cabeça?"- Parecia uma criança empolgada, fazendovuma pergunta atrás da outra. 

" na verdade, eu estou no Loft. "

Antes que ela pudesse terminar de falar , Castle a cortou. " Está tudo bem aí Kate? Se você está aí é por que Aconteceu algo, o celular da minha mãe  só deu caixa postal." - ela podia sentir preocupação  no tom da sua voz.

" Calma comandante, está tudo bem sim. É que Alexis está com saudades e como o Capitão me havia dito que você estaria em Londres pensei em ligar e se conseguisse, ia passar o telefone para ela falar com você."

" Ah" - ele parecia meio desapontado.

" O que foi? "

" Nada!"

" Castle?!"

" Achei que você também tinha sentido minha falta."

" E, eu não disse não, disse? Ah, também tem outra novidade, Liz está no colo da sua mãe. "

" Posso ver"

" Oi? pode ver?"

“ Sim, ela fica linda de rosa!”

“ Castle você está...” Antes que ela pudesse terminar a pergunta ouviu a voz de Alexis. “ Papaaaaaaai” . Droga, de repente parecia uma adolescente, seu coração estava acelerando, suas mãos suando e ficou pensando em mil e uma forma de como ia cumprimenta-lo, afinal eles não eram namorados apesar de terem se beijado algumas (várias) vezes, mas também não eram desconhecidos para tratar com formalidades. Um beijo? Aperto de mão? Um abraço? Bom, por hora um “ Oi “ devia bastar, Castle estava de volta, e por algum motivo isso trazia uma certa paz ao coração da detetive. Afinal, ele estava aqui, sã e a salvo.