The Rains of Castamere escrita por Nolollygagin


Capítulo 1
Capítulo 1




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—Não, não, não... ainda não tá bom isso. Tá sujo, ali, tá vendo? – a velha com voz de gralha apontou um dedo torto para perto da porta – Vamos, limpa isso com vontade! Na sua idade eu fazia tudo sozinha, ô se fazia!

Ah,  então deve ter sido antes de Aegon vir da Valíria, minha língua coçou, mas não disse nada. As prostitutas têm aspecto macio, porém mãos bem pesadas e uma extrema obediência àquela velha, que adorava me ver levar uns tapas de vez em quando. Preferi não arriscar hoje. Terminei de limpar o último quarto, finalmente, e fui para o meu, abaixo das escadas e ao lado dos ratos do armazém.

Meu nome é Rose. Bom, pelo menos para as pessoas daqui. Não sei quantos anos tenho, para ser sincera, pois faz muito tempo desde que comemorei o dia de meu nome. Foi naquela noite horrível... Mas vamos deixar as memórias obscuras para uma outra hora. Não sei minha idade ao certo, mas julgo ter  cerca de vinte, ou menos. Meus cabelos são negros e cacheados, mas muito negros, e tenho medo de eles descobrirem a verdade, então passo um pigmento que os deixa com um aspecto mais claro, como um castanho comum.

Entrei no meu quarto e fiquei muito feliz quando encontrei a banheira cheia com água quente. Jenna, minha única amiga nesse lugar de ratos e libidinosos, havia enchido. Sim, ela é uma prostituta. Não, eu não sou. Só estou aqui temporariamente, mais pela oportunidade e proximidade do que pelo dinheiro, isso é verdade. Mas não nego que alguns trocados me fazem bem. Tomei um banho relaxante e fiquei pensando em como faria para entrar na Fortaleza Vermelha. Preciso chegar até a biblioteca. Só não sei como fazer isso sem ninguém me ver lá.

Na verdade, já entrei lá uma vez. Fui com Jenna servir o Rei Beberrão, Senhor da bebida e dos sete pratos principais. Ele pedira por muitas mulheres, e eu fui no meio delas, sem a velha perceber. Elas ficaram fazendo o serviço e eu me esgueirei por aquelas paredes e colunas todas. Fui até a biblioteca sem que ninguém me impedisse a passagem, mesmo que vez ou outra me interrogassem sobre onde eu ia. Inventava alguma desculpa e eles me deixavam passar. Nobres não se importavam com os afazeres da criadagem, não prestavam atenção em pessoas que julgavam inferiores. Esse é o mal de se ter títulos e vestidos de arminho.

Enfim, na biblioteca não haviam muitas pessoas. Fiquei receosa de encontrar Meistre Pycelle, mas foi como eu havia calculado. Uma hora daquelas ele estava reunido com o Pequeno Conselho, e eu teria que ser rápida. Pegar o livro e sair dali. Procurei por várias estantes, olhei diversas capas, mas não era nenhuma daquelas. Não encontrei. Mas eu sabia que estava ali. Eu estava tão entretida por entre os livros que só percebi a presença dele quando disse:

—Nossa, isso é novo. Uma prostituta que lê? Certamente deve ser mais cara que as outras.  – comentou Tyrion Lannister, o irmão da rainha, irmão de Cersei e de Jaime. Filho mais novo de Tywin Lannister.

—Não sou prostituta, e não tenho um preço. – no susto, deixei escapar.

Soltei o livro que estava olhando e fui embora.

Agora preciso voltar lá e pegar esse livro. Era aquele que eu estava em mãos, aquele que tive que soltar por causa do anão. Não poderia levar, uma vez que ele me vira ali. Isso sem mencionar o risco que corri. Se eles descobrirem, estou morta. Literalmente.

Batidas na porta me acordaram do devaneio. Coloquei uma vestimenta e abri. Era Jenna.

—A velha te chama. Quer que sirva o Senhor.

—Quem? Que Senhor? Já disse pra ela que não sou prostituta, e ela não me paga pra isso, aliás. – eu só sirvo a bebida, comida às vezes e limpo toda a sujeira. Ah, e eu sei cantar.

—Sim, mas... por favor Rose! Não me faça fazer isso! Com ele não! – Estranho. Isso não era comportamento típico de Jenna.

—Mas... eu não... – sou virgem.

—Por favor!

—Jenna! – a velha gritava de lá do salão comum – Terei que ir até aí?

Ela me olhou profundamente, suplicando e movendo os lábios silenciosamente::

—Por favor!

—Não! – gritei em resposta à velha – Estou indo.

Sim, eu estava em pânico. O que eu faria? Certamente não me entregaria para ele, e pela reação de Jenna... Não. Vou embebedá-lo, satisfaço – o com as mãos mesmo (Jenna ensinara), e ele estará tão bêbado que não se lembrará. É isso.

Cheguei no salão comum tremendo, mas tentando parecer firme. Estagnei quando o vi.

—Ah, Meu Senhor, vai adorar Rose. É agradável e doce como o nome sugere – foi cômico ver a velha e o anão rindo. Não sabia se ria, chorava ou se saía correndo.

Sorri.

—Meu Senhor. – me curvei. Ele me olhava intrigado.

—Vou deixá-los a sós. – a velha fez sinal e saiu com Jenna.


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