Be Mine - Terminada escrita por Miss Malfoy


Capítulo 23
A Kiss In Your Heart.


Notas iniciais do capítulo

último capítulo... Que coisa mais triste. ='( Nunca me senti tão triste assim...
Bom, mas algum dia tinha que acabar Mas lembrem-se que as vezes final, não significa final, e sim um novo começo, um novo estilo de vida.









Neste capítulo Justin vai ter que passar por uma prova de fogo, algo que vai testar todas as suas defesas, todos os seus sentimentos e tudo o que ele acredita vai provavelmente mudar depois desse dia. Justin Bieber não é imortal, mas vai enfrentar a morte, o medo e perda. E acima de tudo, ele vai enfrentar a superioridade, e vai tomar o controle de sua vida de uma vez por todas.


Boa Leitura (pela última vez...)



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"Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
E ter paciência para que a vida faça o resto..."

William Shakespeare.

 

 

 

O barquinho de madeira deslizava calmamente pelas águas acintentadas. O silêncio era tudo o que se ouvia. E o silêncio era tudo o que se sentia. Eu não sei porque, mas estava me sentindo preocupado e ao mesmo tempo cheio de adrenalina. Eu estava praticamente foragido, e aquilo não era nada legal. Mas meu lado rebelde falava mais forte, e me dizia que eu tinha que estar ali com ela, e que eles tinham de sofrer por terem me feito sofrer primeiro.

-Porque será que é tão difícil? As pessoas entenderem que a gente só precisa ficar junto?

Ela respirou fundo, abriu os olhos e me disse numa voz calma e terna:

-Porque a maioria das pessoas não se importa com isso. A maioria das pessoas se importa com coisas que julgam melhores, no caso do Usher a fama.

Parei para pensar sobre aquilo. O que ela estava dizendo era pura verdade. Tudo o que Usher me falava era sobre como ficar diante das câmeras, o que fazer em shows e apresentações, como agir com os fãs... Eu nunca tinha visto Usher como um 'amigo' , porque ele nunca tinha me demonstrado esse lado dele.

-Isso é verdade. Mas o que é que a gente vai fazer agora? Quer dizer, pra lidar com eles?

-Não sei mais...

Jacque parou de falar e olhou para sua mão. Ali, tinha caído um pingo d'água. Ela olhou para cima, e uma sonora trovoada ecoôu pelo ar. Como eu tinha previsto antes, ia chover. Os pingos começaram a cair devagar, pipocando aqui e ali, no barco, em nós mesmo e na água. Parecia que o mundo estava desabando aos poucos, caindo e avisando às pessoas para fugirem enquanto tinham tempo.

-Precisamos voltar! Se o barco encher...

-Ok.

Jacque mexeu no motor do barco, que foi virando lentamente para a margem desejada, e a chuva aumentava a cada minuto que demoravamos para virar o barco. E ele virava, e a chuva caia mais forte... Até que com um barulho alto, começaram a sair faíscas do motor, Jacque foi jogada para trás por causa da pequena explosão, e ele simplesmente pifou.

Ela estava jogada em cima de mim, descabelada, com os cabelos, o corpo e as roupas completamente molhados. Eu estava igualmente encharcado e começando a sentir um frio que me dezimaria se eu não saisse dali.

-Justin... Justin, o motor pifou, o barco não vai sair do lugar! E está começando a encher...

Era verdade, a chuva tinha ficado tão violente de um minuto para outro, que o barco estava começando a encher d'água. Sem o motor e sem remos a vista, não tinha como fazer o barco andar para voltarmos a margem, que aliás estava longe, tinhamos ido longe sem nem mesmo perceber... Como sair dali agora?

-Justin, preciso te contar uma coisa... Eu não sei nadar.

Meu coração foi tomado pelo desespero. Nós iamos morrer. Tinhamos que sair dali senão iamos morrer afogados. Ela não sabia nadar. A correnteza tinha ficado forte, e eu não tinha idéia de como sair nadando por ali, carregando o meu peso e sustentando o dela também. Era algo suicida. Não tinha como sair dali vivo. Não tinha saída. Ela estava chorando, eu pude perceber que as lágrimas que caím por seus olhos não eram da chuva.

-Não tenha medo.. Nós... Vamos conseguir sair daqui...

-Nem você mesmo acredita nisso! - ela falou, trêmula. - A gente... A gente, vai morrer...

O choro dela se tornou mais violênto, e meu desespero aumento crescentemente, o pânico se alastrando por todos os músculos de meu corpo que se enrijeceram. Era a única coisa que se tinha a fazer. Nadar. Mas como eu ia conseguir carregá-la? Como? Mas se eu corria o risco de morrer, ia tentar pelo menos salvar a vida da mulher que eu amo.

-Jacque, a gente precisa tentar chegar ao outro lado! - gritei, tentando ser mais audível que a chuva e os raios, que eram novidade. - Precisamos nadar!

-O que? NÃO! EU NÃO SEI NADAR!

-Eu vou te carregar!!!

-Você não vai conseguir me aguentar!

Jacque deu um suspiro de derrota entre os soluços e deitou sua cabeça em meu ombro, falou baixo em meu ouvido:

-Eu te amo.

Foi aí que eu soube que não podia desistir. Olhei em volta e me equilibrei no barco, peguei Jacque a envolvendo pela cintura, e sem pensar nas consequências, pulei na água. Senti cada célula de meu corpo congelar violentamente. Eu estava totalmente submerso na água, e a correnteza me chacoalhava de jeito brutal, mas eu segurava Jacque com força. Alguma coisa dentro de mim foi despertada, de repente eu pensei em toda a minha vida, nas pessoas que amava, das quais eu precisava, e das pessoas que precisavam de mim, ' Não pode acabar assim', pensei, 'Não vai acabar assim.'.

Com um esforço descomunal, minhas pernas se moveram, usando toda a força que eu tinha em meu corpo, usando força como eu nunca tinha usado antes, e eu comecei a nadar para a superfície. O ar encheu meus pulmões de alívio, mas a tempestade continuava lá em cima, ouvi ela respirar fundo também, e tentei nadar para mais perto da margem, que aliás estava mais perto, a água devia ter nos levado até lá, porém a força do rio me puxou para baixo de volta, eu engoli água, e fui levado para lá de novo, lutei para subir, Jacque se debatia também.

Subi mais uma vez, eu não iria parar de lutar, eu ia conseguir, eu vi que estava perto da margem, vi alguma coisa lá, parada... Parecia uma pessoa... Mas eu fui puxado para baixo de novo. Precisava de ar, não aguentava mais engolir água, e cada musculo que à segundos lutava, estava agora exausto e precisava parar, eu tinha que desistir, não valia a pena continuar lutando... Pensei na minha mãe, e em como tinha sido um filho ruim para ela... Em como eu sentiria falta dela... Em Usher, e em como não tive chances de agradecer a ele por tudo o que me fez, e a Scooter também... Porém o que mais fazia meu coração se apertar de dor, era saber que eu estava tirando a vida de outra pessoa além da minha... Então olhei para o lado, e lá estava ela.

Seus cabelos flutuavam embaixo da água seus lindos cachos morenos, seus lindos olhos claros que me fitavam com dor, sua boca que estava roxa por estar quase sem ar, e por fim, todo seu corpo, aquele com o qual eu tinha consumado o ato de amor mais prazeroso e apaixonado de todos, e aquele que eu desejava sentir novamente a qualquer custo. E tudo isso ia embora por minha causa. Queria dizer adeus, queria poder dizer adeus, a mão dela se moveu até agarrar a minha e então eu fechei os olhos deixando que toda a dor e o cançaso que eu sentia me levassem.

 

 

-Ah meu deus, ah meu deus, ah meu deus... O que é que nós vamos fazer?

Todo o meu corpo doeu absurdamente. Eu respirei fundo, tentando fazer a ardência em meu pulmão passar. Só fez doer mais. Gemi baixinho porque minha garganta também ardia. Onde eu estava? Será que eu tinha realmente morrido? E porque será que doia tanto? Tentei abrir os olhos, aquilo me custou um esforço imenso mas eu enfim consegui destinguir que olhava para um teto branco, e aquela luz fluorescente estava focalizada em meus olhos, aquilo doia também. Levei a mão aos olhos instintivamente.

-Justin!

Senti alguém me abraçar, alguém quente... Aquilo definitivamente não era o céu, e eu não tinha morrido.

-Você está bem querido? O que está sentindo?

A mulher passava a mão pela minha testa, parecia desesperada, mas eu estava mole demais para tentar fazer algum movimento.

-Justin? - Espera um pouco... Conheço essa voz.

-Mãe?- Falei, com a voz fraca.

-Sim! Ah Justin!

Ela me abraçou novamente e virei a cabeça o suficiente para ver minha mãe ali. Pattie Mallete olhava para mim com a cara mais preocupada que já tinha visto. O sentimento de culpa me dominou. Eu me lembrava de tudo o que tinha acontecido agora, eu e Jacque quase tinhamos nos afogado... Jacque.

-Jacque... Onde ela está?

Me levantei... Rápido demais. Tudo doeu de novo. Eu gemi e me recostei na maca do hospital.

-Ela está na sala do lado querido... Ela vai ficar bem.

Só que não era nada convincênte. Ela não estava bem, eu pude sentir isso pelo tom de voz que minha mãe usou, podia sentir isso pela cara que ela fez depois...

-Mãe... Mãe eu quero ver ela...

-Não senhor, você ja se machucou demais por causa dessa garota.

Era Usher, notei que ele não era o único a nos observar. Scooter e meus dançarinos estavam lá também. Porém o rosto dele... Machucava mais do que todas aquelas agulhas injetadas em mim. Era de desapontamento. Eu tinha desapontado Usher pela primeira vez, e uma coisa que era para ser realmente boa, tinha virado um pesadelo.

-Eu... Eu... Me desculpem. - falei baixinho.

As lágrimas alcançaram-me mais rápido, e eu chorava de vergonha e humilhação. Agora parecia que tudo não tinha passado de birra de um garotinho mimado. Mas eu sabia que não tinha sido, não, tinha sido por amor! Amor... Jacque. Eu precisava vê-la, precisava muito vê-la.

-Ela não esta bem, não é? - falei, no mesmo tom de voz de antes. Baixo e controlado. -O que eu fiz com ela?

Silêncio. Alguém ia falar.

-Ela estava quase sem ar quando pegamos vocês... Está precisando usar oxigênio...

Alguma coisa em meu coração se apertou. Eu quase matei ela. Ia viver com isso para sempre. Com a culpa de quase ter matado a garota que eu amo. Comecei a chorar mais forte, e fiquei desesperado novamente.

-Eu quero ver ela. Por favor. - supliquei.

-Não Justin. Antes de ver a garota, precisamos ter uma conversa. - Usher disse.

-Podemos conversar depois. - falei, começando a sentir raiva. - Eu preciso ver ela.

-Vamos, conversar agora. - ele falou entre dentes.

-Ta legal, mas eu já sei o que você vai falar! Que eu fui irresponsável, que eu fiz as coisas sem pensar... Só que você não entende! Você não sabe o que eu sinto por ela!

-Como foi que vocês dois foram parar num rio, no meio de uma tempestade? Se matar fazia parte do plano de vocês também?

-Não. Ela me levou pra passear de barco... A tempestade começou quando a gente ja estava lá no meio e o barco começou a encher. Eu tinha que fazer alguma coisa. Foi você que...

-Tirou vocês da água? Sim, fomos nós. Você teria morrido Justin.

Mais um silêncio se passou.

-Eu não quero mais você com essa garota. - ele deu a sentença final.

-O que? Sem chances! Você não entende, não é? Eu amo ela! Porque acha que eu viajei sem vocês saberem? Porque eu tinha que ver ela! Eu não vou ficar sem Jacqueline Mason de novo.

Agora nos olhavamos. Tinha algo assassino nos olhos dele. Tinha algo desafiador nos meus. Eu não ia ceder, só que...

-Ele está certo Justin. E se você acha que ele não tem autoridade, eu tenho. Você esta proibido de ver ela.

-Mãe! Não, por favor!

-Não tem mais nada a se dizer, você pode se despedir dela depois, mas esta decidido.

Eu não podia acreditar. Será que eles não tinham neurônios? Será que eles não conseguiam entender o porque de tudo aquilo ter acontecido? Era para eles terem entendido que eu amava ela e não conseguia viver sem ela, mas tudo o que eles me dizem é que eu nunca mais vou poder vê-la de novo? Acho que preferem me ver depressivo. Preferem que eu fique quieto e apenas trabalhe sem nenhuma interferencia feminina!

Eu tentei discutir, mas ninguém estava do meu lado dessa vez, e o garoto que consegue tudo tinha perdido sua primeira batalha, eles tinham ganhado... Porque me tiraram da água? Teria sido mais fácil me deixar morrer, porque eu ia estar sofrendo uma morte lenta daqui pra frente... Sem ela...

Eu fiquei três dias sem poder sair daquele maldito quarto, evitando cada visita de Usher e de minha mãe, o resto não tornou a aparecer porque sabiam que eu não os ia receber. Quando me liberaram, eu estava bem, só teria que ficar de cama por alguns dias, mas a primeira coisa que fiz, foi ir ao quarto onde Jacque estava. Era o quarto 322. Andei pelos corredores vazios e nada acolhedores, cada porta que se passava era mais medo e apreensão do que eu poderia ver quando chegasse a hora de abrir a verdadeira... Quarto 322. A porta olhava para mim, me desafiando, perguntando se eu me atrevia a abri-la. Ergui minha mão trêmula e girei a maçaneta.

Jacque estava deitada na cama, em um sono terno e tranquilo, porém cheia de tubos e agulhas... Aquilo me fazia ter a falsa impressão de que ela estava morta. Andei até o lado da maca e peguei sua mão. O simples toque foi o suficiente para fazê-la acordar. Seus olhos se abriram lentamente e ela virou o rosto para mim. Uma onda de alívio tomou meu corpo. Ela estava ali, e seus olhos me filmavam com tanta calma, que eu era capaz de pensar que nada tinha acontecido. Ela estava bem.

-Meu deus... Cheguei a pensar que tinha te matado... - sussurrei, colando minha testa na dela.

-Não... Você me salvou.

-Ah meu deus, como vou poder viver sem você?

Ela não questionou minha pergunta, apenas grudou seus lábios nos meus, e aquilo foi tão doloroso quanto minha experiência de quase-morte. Eu não queria ter que deixá-la. Seus lábios macios me passavam um doce veneno de vício, me faziam querer doma-la ali mesmo, eu segurei seu rosto pequeno e frágil entre meus dedos e a beijei com mais intensidade. Como ia sentir falta da fragrancia de seus cabelos, como ia sentir falta de seus beijos viciantes, como ia sentir falta de seu perfume, de seus ciumes, de suas brincadeiras, e de quando ela me fazia rir, de como ela me fazia ficar bravo com ela de vez em quando... Eu nunca tinha sentido nada assim por ninguém. De verdade, Aquilo era algo totalmente novo, que eu teria que ignorar...

-Eu te amo Jacque, me desculpe por ter que fazer isso.

-Isso o que?

-Te deixar.

Ela me olhou como se eu fosse louco.

-Você não pode... Não pode me deixar.

-Eu não quero. Mas eles não vão me deixar te ver de novo, me proibiram... De ter ver. Prometo que algum dia vamos nos ver de novo. Mas não quero que seja mais doloroso do que ja esta sendo. Nunca se esqueça de que eu te amo, e como não tem jeito não vou forçar... Me esqueça e siga com a sua vida... Você vai encontrar alguém. Mas lembre-se de que você sempre terá um lugar no meu coração, e que quando tudo isso acabar, talvez possamos ficar juntos novamente. Não vou tentar de matar de novo... Por dentro e por fora. Então siga com sua vida... E não me esqueça.

Eu e ela choravamos, mas ela estava me entendendo. Estava entendendo o que estava acontecendo, estava entendendo que aquilo era o que tinha que acontecer. Dei um longo e demorado beijo em seus lábios, e caminhei em direção a porta. Dei uma ´ltima olhada na única coisa verdadeira da minha vida e sai do quarto.

Eu sabia o que tinha que fazer. Fui em direção ao estacionamento sem nem olhar para as pessoas que passavam e apontavam para mim e meu rosto coberto de lágrimas. Quando cheguei, vi Usher e minha mãe em frente ao carro deles, e meu Range Rover ao lado, com Scooter.

-Usher, tenho que te falar uma coisa.

-Diga. - ela falou surpreso.

-Acabou. - disse com simplicidade.

-O que acabou?

-Essa... Apadrinhagem. Eu não quero mais que você seja o meu padrinho, não quero mais a sua ajuda e acho que posso muito bem me virar sozinho com o que eu tenho. Me desculpe mas é o melhor para mim.

Dito isso, olhei para os reporteres que estavam abobados olhando para nós colados no portão do hospital, sorri indolente, e entrei no meu carro, dando partida, para algum lugar que me fizesse bem, só pra variar a escolha seria minha agora e de mais ninguém.

 

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Trailer para o final:  http://www.youtube.com/watch?v=YLpQ69-zncw

 

Espero que gostem, trabalhei muito nele! ^^


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Notas finais do capítulo

E é aqui que eu me despeço de vocês Beliebers.
Acabou Be Mine.
Mas como vocês vão poder ver se assistirem o trailer, ainda tem muuuuuito mais!!! Então não fiquem tristes, eu vou tentar não ficar, vamos ficar ansiosas e curiosas para as próximas aventuras deles, vamos ver se de uma vez por todas poderemos suspirar aliviadas e dizer, "até que enfim eles ficaram juntos!"
Mas preciso agradecer a vocês por terem lido todos os capítulos e por todos os reviews que me animaram a continuar a escrever com cada vez mais vontade e animação, para vasculhar a minha mente atraz de idéias para fazer a fic ficar perfeita (não que eu tenha conseguido ¬¬').
Obrigada por estarem sempre me apoiando e me elogiando, principalmente a Juup's... Você é melhor que eu e sabe disso!

Mas enfim, se fosse falar o nome de todas vocês, não iam ter caracteres o suficiente #Fail
Então vou dizer um simples: Obrigado a TODAS.


Beijoos doces: Miss Malfoy, nos vemos em breve.