Tekken no Kimochi escrita por Ina sama, TamashiiKitsune


Capítulo 4
Sabão, água e conversas


Notas iniciais do capítulo

Yo, Minna!

O nyah tem probleminhas. Tentei postar esse cap ontem, mas ele misteriosamente foi mandado pras profundezas de Oblivion, então aqui estamos nós de novo.

Boa leitura



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No momento em que ela pisou fora da mansão, a notícia já havia corrido a vila inteira. O que não faltava pelas ruas era pessoas para cumprimentá-la ou tirar fotos. Haruka havia se esquecido de que era tão famosa em Konoha, principalmente depois de tantos anos fora da vila. Toda aquela atenção tinha uma pitada de sua infância, de quando todos vieram lhe cumprimentar por ter passado na Prova Chuunin. Era estranho e nostálgico.

A ruiva andava pelo distrito residencial quando começou a chover. Ela encarou os céus com uma carranca e pulou para um corredor, sentindo seu nariz entupir. Sua saúde havia andado bem frágil, e tudo o que ela não precisava naquele dia era uma gripe. O sangue Uzumaki lhe dava uma resistência incomum contra doenças, mas do jeito que seu corpo tinha andado, ela decidiu não arriscar. Entediada, ela se sentou em um banco de madeira e ficou olhando a chuva passar. Precisava de um lugar pra ficar. Não tinha pensado nisso de antemão, já que a primeira coisa que fez ao chegar na vila foi ter com Sarutobi. Pelo menos o bastardo não estava lá enquanto conversavam. Se ela o visse no gabinete do Hokage, provavelmente perderia toda a compostura e lhe acertaria um murro muito bem dado naquela cara de uva passa.

 

Não... Um soco seria muito pouco.

 

Aquela situação toda a deixara com os nervos à flor da pele. O esforço da viagem e o estresse que teve ao lidar com Shindou, convencer o daimyo e voltar àquele lugar a deixaram tensa e dolorida. A temperatura que caía só piorava o quadro. Ela ainda tinha que ver como ia se aproximar de Naruto e lhe contar a verdade...

 

—Haruka-san? – A moça estacou ao ouvir aquela voz esganiçada, que não sabia se continuava fina ou engrossava devido à puberdade. Sua cabeça se virou lentamente em direção à voz, notando um par de butucas muito azuis a encarando com curiosidade. O coração da moça deu um salto e seu corpo o seguiu, pulando para longe do loirinho, que estava igualmente ensopado.

—Na-Naruto! O que você está fazendo aqui? – A Uzumaki mais velha gaguejou, seu rosto se tornando rubro. Ele apontou para uma porta, que tinha um papel com o redemoinho dos Uzumakis colado na parede.

—Eu moro aqui. Não esperava te ver de novo, dattebayo! Isso é muito legal! Eu tinha acabado de comentar com o Iruka-sensei sobre você, e você aparece! É como mágica! – E o rapaz sorriu, falando animado naquele tom de voz que ele não conseguia controlar. Aquele sorriso largo trazia dor ao peito da ruiva. Os traços faciais eram idênticos aos da mãe. Mas os olhos, o cabelo, o sorriso... Eles lembravam tanto o seu pai que era incômodo. Ela se pegou pensando no quanto eles gostariam de estar ali naquele momento. – Ou será que não? Você tá me seguindo? – Ele estreitou os olhos, arrancando a moça de suas lembranças. Ela deu uma risada alta, sacudindo a mão como quem espantava uma mosca. Mas sua sorte era estranha às vezes. Seriam os céus dizendo para ela acabar logo com aquilo?

—Não, não. Eu estava fugindo da chuva enquanto pensava em um lugar pra ficar. Acabei de chegar à aldeia e ainda não me planejei direito. – Embora estivesse nervosa, as palavras soavam naturalmente. Isso era estranho. Ela sentia que pisava em ovos perto do menino por causa do passado dele, mas, ao mesmo tempo, ele era fácil de conversar.

—Você pode ficar aqui se quiser até a chuva passar, -ttebayo. Eu acabei de voltar do mercado e seria bom ter companhia. É meio chato comer sozinho. – Ele fez um beicinho, meio sem graça por oferecer. O fato era que aquela era a primeira vez que convidava alguém pra sua casa. Por uma estranha razão, ele sentia que podia confiar nela. E aquela ideia de ela odiá-lo por causa da Kyuubi não saía de sua mente. Assim que fez o convite, ele viu que aquilo era esquisito demais e tentou retirá-lo. Ela era uma ninja importante, e provavelmente tinha algo melhor pra fazer do que passar a tarde com um pirralho. Ele deu de ombros. – Quer saber, deixa...

 

A resposta dela foi rápida, o pegando totalmente desprevenido.

 

—Eu adoraria, Naruto. Obrigada pelo convite. – E sorriu. Ele sentiu mais uma vez aquele calor no peito ao ver aquele sorriso. Era algo estranho... Mas ele sentia que a conhecia há muito tempo. Girando a chave na fechadura, ele abriu a porta e entrou, mas freou ao ver a bagunça em que estava a sala. Ele tentou voltar e fazê-la recuar, mas o estrago já estava feito quando ele ouviu... – Uau. Esse lugar é...

—Eh, hehe, eu sei que tá uma zona, mas, não é todo dia assim não, viu? – Ele corou abruptamente, tentando sem sucesso recolher as inúmeras cuecas, camisas e objetos diversos espalhados pelo chão. Parecia o antro da bagunça e sujeira. Haruka suspirou, levando as mãos à cintura.

—Olha, eu sei que deve ser difícil morar sozinho e que é um pouquinho demais, mas que tal enquanto eu estiver aqui, a gente fazer uma faxina? Assim sua casa fica limpinha. Você vai ver, fica muito melhor de viver num lugar arrumado. Higiene é muito importante. – Ela ergueu um dedo, falando em um tom de professora.

—Faxina? – Ele fez uma careta, a voz afinando um oitavo. – Mas faxinas são chatas, -ttebayo!

—Só se você fizer sozinho. Vamos, que mal há? – Ela o cutucou com o cotovelo, exibindo um sorriso colgate que Naruto podia jurar de pés juntos que se parecia muito com o dele.

—Tá, tá. Eu vou pegar o balde e as vassouras, -ttebayo.

 

 

Três horas depois, a dupla caiu exausta no chão da sala. A casa estava finalmente um brinco, e Naruto deu uma risadinha. Os dois estavam meio molhados por causa de uma mini guerrinha de água que fizeram enquanto lavavam o banheiro.

—Nunca pensei que faxina pudesse ser legal. Até que não foi tão ruim. – Haruka deu uma risadinha.

—Viu? Eu te disse.

—É... – O loirinho fechou os olhos, tentando descansar. Mas algo passou por sua mente. – Ei, Haruka-san...

—Hm? – Perguntou a ruiva, olhando para ele.

—Yondaime era o seu pai, né?

—Sim. – Ela fechou o olho, suspirando. Naruto olhou para o teto, levando a mão à barriga, onde o selo estava. Algumas vezes ele aparecia, como uma tatuagem. Quando era pequeno, ele achava aquilo muito curioso. Mas devido ao incidente com Mizuki e uma conversa que teve com Sandaime ao devolver o pergaminho, ele finalmente descobrira o que era aquilo. O que todos haviam escondido dele durante anos.

—E você sabe que eu... Que a Kyuubi... – O sorriso de Haruka desapareceu.

—Sim, eu sei. – Ela estava confusa. O que ele queria? Naruto estava quieto, tentando sorver seus sentimentos.

—É só que eu... Eu só queria saber... Tipo... Ehm... – Ele se virou para encará-la, fitando a moça profundamente com aqueles orbes azuis. – Você me odeia? – O olho dela se arregalou. A moça sentou-se em um sobressalto, negando veementemente com a cabeça.

—Não, claro que não, Naruto! Que razão no mundo eu teria pra te odiar? Eu não te odiaria nem se eu quisesse. Você é um bom garoto, e nada daquilo foi culpa sua. Você não é a Kyuubi. Você é tão vítima dela quanto os outros. – Ela notou uma certa tristeza nos olhos dele quando ele se sentou ao lado dela. O olhar do menino ficou perdido em seus próprios pensamentos.

—As pessoas não parecem ter a mesma opinião. Elas ficam me olhando com ódio, como se eu fosse um monstro. A minha vida toda foi assim. Eu só queria saber o porquê de tudo aquilo. Por quê o seu pai fez aquilo comigo? – Haruka não pensou. A reação dela tinha sido imediata ao notar um pingo de tristeza no garoto, jogando seus braços ao redor dele e puxando-o para si em um abraço apertado. Seus pais sempre lhe disseram que ela era muito gentil. Toda vez que via alguém triste, seu primeiro instinto era confortar-lhe. Mas principalmente ele, que lhe era tão importante. Tão precioso. A mão direita repousou em seus cabelos enquanto o menino estava em choque, assustado pelo gesto repentino. Haruka teve vontade de socar o pai naquela hora.

—As pessoas temem o que elas não entendem, Naruto. Elas são ignorantes e tendem a agir com violência quando vêm algo que não compreendem. A culpa não é sua. Você não tem culpa de nada. – Ela lhe deu um singelo apertão. – Quanto ao meu pai... Eu acho que ele fez aquilo porque ele confiava em você. A Kyuubi tem um poder muito grande, Naruto, e você pode não saber, mas ela é extremamente importante para a vila. Mantê-la sob controle mantêm os inimigos fora. Ele não confiaria uma tarefa tão importante a você se não soubesse que você podia controlá-la. – Naruto se afastou, encarando-a confuso.

—Então o Yondaime selou a Kyuubi em mim... Porque ele confiava em mim? Mas como? Por quê? – As dúvidas começaram a se acumular na mente do loirinho. Haruka mordeu o lábio inferior.

—Porque ele é s... – *ROOOOOOOOONC* A ruiva parou na hora, piscando para o loiro com uma gota enorme na testa. Ele corou de supetão, dando uma risadinha sem graça.

—Eu acho que eu fiquei com fome, -ttebayo... – Ele se levantou, indo até a cozinha pra pegar dois copinhos de lámen e botar a água pra ferver. Haruka o assistia atentamente. – O que você tava falando mesmo, Haruka-san? – Ela deu uma risadinha. A habilidade dele de se desligar era impressionante. Traço clássico de um hiperativo.

—Me chame só de Haruka. E não é nada. Por hora, só acredite em mim. – Ela se levantou, indo até a mesa para esperar. Naruto fez beicinho.

—Ah, qual é, me conta! – A ruiva riu, cutucando a testa dele com o indicador e o médio. O menino fez uma carranca e estufou as bochechas, levando as mãos à testa. O que raios era aquilo? Ela somente sorria ternamente para ele, exibindo todos os dentinhos muito brancos. Ainda era muito cedo para contar algo como aquilo. Seria melhor esperar até que ele se acostumasse com ela. 

—Te conto mais tarde.

 

 

—Ja ne, Haruka! – Naruto acenou freneticamente da porta enquanto a kunoichi se afastava pela rua molhada. O céu ainda estava nublado, mas a chuva já parara. De acordo com a luminosidade, o crepúsculo chegaria logo. Ela havia passado a tarde inteira na casa dele e nem se dera conta. Acenando de volta, ela passou em um mercado, voltando com uma sacola cheia de suprimentos. Escreveu um bilhete pequeno e deixou na soleira da porta do Uzumaki. Ela havia notado que só tinha lámen e leite na geladeira dele, e que se ele ia ser um ninja, precisava comer melhor.

—Aia, okaa-sama, aquele garoto vai dar trabalho, viu? – Haruka riu consigo mesma, imaginando o que Kushina diria em uma situação daquelas. A admiração veio logo em seguida, pelo fato de que a memória da mãe não lhe despertou um sentimento ruim. Somente uma saudade.

 

É, parece que ter voltado a Konoha não foi uma ideia tão ruim quanto ela pensara.

 

 

Após testes individuais e um encontro nem tão amigável com os membros de Suna, o time 7 finalmente recebera a notícia de que ia participar da Prova Chuunin. Naruto havia recebido o pacote que Haruka deixou em sua porta, sorrindo levemente. Agora que ele ia participar da Prova, se sentia animado em contar pra Iruka e pra ela. Porém, a moça era difícil de se encontrar. Ele não tinha a mínima ideia de onde ela se encontrava a maior parte do tempo e nem onde morava. Só sabia que ela o achava quando queria. Enquanto andava pelas ruas, ele notou aquele trio estranho de Suna cochichando em um canto. Curioso para saber o que tanto falavam, o garoto se aproximou furtivamente, utilizando-se das melhores técnicas de kawarimi que conhecia. Ele havia ficado muito melhor nelas devido à sua experiência em fugir de Konohamaru e seu “esquadrão”, que o seguiam por todo o canto desde que o loiro pusera Ebisu pra correr. Ele até gostava de brincar com as crianças, mas não quando elas atrapalhavam seus treinos. Chegando perto o suficiente, ele pôde ouvir a loira dizendo:

—O que vamos fazer? Não estava planejado que ela estaria aqui. Isso pode ser um problema.

—Seguiremos como planejado, Temari. Não muda nada.

—Ainda acho que isso é um mau sinal, Kankurou. Eu não me sinto bem com isso tudo, você sabe. – Retrucou Temari, preocupada. Gaara somente permanecia parado em seu canto de braços cruzados enquanto os irmãos falavam. Os olhos verdes sem vida do ruivo se focaram em um ponto específico, fazendo Naruto suar frio. Será que fora descoberto?

A naturalidade com a qual eles foram embora fez o loiro suspirar de alívio, saindo de seu esconderijo. Ele olhou ao redor, alheio à mão que se erguia das sombras para tocar seu ombro. Gaara fitou o loiro profundamente. Aquilo seria tão rápido. Tão fácil, como fora as outras. Tudo o que ele tinha era de...

—Naruto! – Haruka chamou, atraindo a atenção do loirinho. Ela parou ao ver a cena. – Oh! Você é o filho do Yondaime Kazekage, né? O que está fazendo aqui? – A ruiva perguntou, com um certo tom de inocência. Naruto suou frio, olhando devagar para o ponto atrás dele e ao notar que Gaara estava ali. Ele deu um pulo para trás, branco de susto. O ruivo menor olhou nos olhos da ruiva mais velha apaticamente, respondendo em sua voz arrastada.

—Nada. Só estava dizendo a esse garoto que é feio espiar a conversa dos outros. – Ele virou lentamente a cabeça para encarar Naruto antes de ir embora. O loirinho respirou fundo e soltou o ar, aliviado que ele não estava mais ali.

—Esse cara é muito sinistro, -ttebayo. Não quero enfrentar ele não. – Haruka olhou preocupada para o ponto onde Gaara sumira. Ela já havia lido relatos sobre ele, de como era maltratado pelo pai e a bijuu em seu corpo finalmente tomou o controle. O grau mais baixo em que um jinchuuriki podia chegar.

—Não julgue as pessoas tão facilmente. Poderia ser qualquer um de nós no lugar dele. – Naruto sacudiu a cabeça, tentando não pensar sobre aquilo. Ele olhou pra Haruka e sorriu.

—Bem, eu estava mesmo querendo te encontrar. Aconteceu algo legal que eu quero te contar, -ttebayo! – O loirinho tremia de ansiedade. A ruiva retribuiu o sorriso.

—É claro. Vamos comer um dango e aí você me conta. – O menino sorriu de orelha a orelha e os dois começaram a andar, com ele tagarelando sobre a tarefa que se seguiria na próxima semana.


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Notas finais do capítulo

O Arco da Prova Chuunin tá começando. Vamos ver o que o futuro aguarda.

Ja ne

Kissus, Ina-sama



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