Private Collections: Beauty and Rage escrita por Calpúrnia


Capítulo 2
"Delírios de uma mente desordenada"


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá! Vocês pensaram que eu não voltaria, não é mesmo?! Mas eu vim. E com mais um capítulo que, dessa vez, vai mostrar um pouco do Naru. Não tenho muito o que dizer, mas espero que gostem.

Boa leitura!



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2.

Escrito por G. de Oliveira

Alemanha, 1943

Julho

Dormir era a coisa mais detestável para Naruto, por isso nunca o fazia. Após a saída de Hinata, Naruto apenas sentava-se no chão e abraçava as próprias pernas ou então começava a socar as paredes; esse era seu modo de não ceder ao que ele sabia que aconteceria se fechasse os olhos.

Apesar de ter uma força sobre-humana e poder se curar sem precisar de remédios, por exemplo, não conseguiram tira-lo a vantagem de ter sono. No começo ele dormia, porém começou a perceber que era atormentado por sonhos e pesadelos que não desejava de forma alguma. Não gostava do que via enquanto dormia, e era isso que o motivava a ficar sempre acordado. Depois de muito esforço, conseguiu se acostumar.

Os cientistas ficaram sabendo disso e adoraram a ideia de que ele fosse um ser que não dormia. Fizeram inúmeros testes e acabaram descobrindo que Naruto criou uma densa resistência mental. Mesmo sob o efeito de medicamentos pesados, ele não entrava em seu subconsciente. O que ele sentia era apenas um relaxamento no corpo, como se recebesse uma massagem muito boa. Foi assim que começaram a retirar milhares de gotas de seu sangue para experimentar em outras cobaias.

Ele não contava de seus sonhos e pesadelos para ninguém. Nem mesmo para Hinata. Apesar de não admitir — até porque não sabia exatamente o que era isso —, ele não gostaria que ela soubesse todas as coisas que rondavam sua mente insana e nojenta. Naruto acreditava que a Hyuuga era pura demais para sequer cogitar o que ele via e ouvia dentro de si. Ela acreditava que ele não tinha lembranças de sua vida antes de ser um experimento e preferia que continuasse assim.

Estava socando a parede, o suor escorrendo em seu corpo, quando um pequeno grupo de cientistas entrou em seu quarto. Naruto sabia quem eram especialmente porque eram sempre eles a fazerem estudos em seu corpo. Aquelas pessoas insistiam em cutucar seu corpo e injetar aquelas substâncias desconhecidas em seus braços, pernas e pescoço. Ele não entendia essa profissão, menos ainda como Hinata foi parar ali; ela não se parecia em nada com aquelas pessoas.

— Naruto, Naruto... Está na hora dos seus exames. — disse o homem líder do grupo. — Seja um bom menino hoje.

No começo, Naruto lutava contra isso, chegou a matar alguns por causa disso, porém, em algum momento, parou com isso e se deixou levar. Chegou a um ponto em que apenas abaixava a cabeça e permitia que eles tocassem em seu corpo e fizessem o que queriam.

Ficou quieto enquanto o homem aproximava-se. Naruto era um pouco mais alto do que ele, porém isso não se evidenciava, por causa dos longos cabelos negros que o homem tinha. Ele era Madara, havia ouvido alguém o chamando assim em uma de suas sessões de exame. Não gostava dele, menos ainda daquele sorriso irônico e cruel que ele fazia questão de exibir. Detestava aquele homem e sabia que teria o maior prazer em mata-lo, bem lentamente.

O loiro foi arrastado sem qualquer piedade ou paciência pelo homem, sendo assistido pelos companheiros. Era engraçado como eles temiam à própria criação, agindo como se nada tivessem a ver com o que aconteceu. Isso só fazia com que Naruto tivesse certeza de que, se os experimentos fossem descobertos, ele próprio seria o culpado e não uma vítima. Bastava que eles usassem a carta certa.

Seguiram pelo corredor, diretamente ao elevador. Naruto tinha um instinto muito diferente do que os humanos estavam acostumados. Ele tinha uma densa capacidade de sentir tudo ao seu redor, e até mesmo o que estava incrivelmente distante. Demorou bastante tempo para entender o que acontecia consigo, porém quando o fez, tinha certeza de que ninguém deveria saber sobre tal fato. Especialmente o grupinho Dexter.

Pararam no Andar Azul, local onde eram realizados todos os tipos de exames possíveis. Inclusive, era o primeiro lugar de onde Naruto lembrava-se de ter visto depois do experimento. E lá estava ele novamente. As pessoas andavam de um lado a outro gritando o que tinham de fazer, mexendo em botões, fazendo anotações, conversando, discutindo; havia de tudo ali, no entanto, tudo parou quando perceberam que o experimento 007 estava ali.

Era sempre a mesma coisa e ele já estava acostumado com isso. As pessoas o olhavam com surpresa, nojo e satisfação, sendo estes sentimentos misturados em um só que ele não era capaz de definir. Ninguém ali era capaz de olha-lo como uma pessoa, afinal de contas, era apenas um rato de laboratório estúpido e objeto de uma guerra ainda mais estúpida.

Ao longe, viu Hinata. Ela estava fazendo anotações em uma mesa e estava tão concentrada que não o percebeu ali. Talvez o olhar penetrante que enviava a ela fez com que o olhasse. Seus olhos perolados se arregalaram surpresos, debaixo daqueles óculos que ele não imaginava que ela usava. Seus longos cabelos estavam presos em um rabo de cabelo desajeitado e usava seu jaleco branco. Um sorriso nervoso, porém doce, surgiu em seus lábios, como se quisesse passar segurança a ele. Ainda que não sorrisse, Naruto deixou que seus olhos se suavizassem.

Madara continuou o empurrando para o centro da sala. Naruto ficou o tempo todo deitado, recebendo injeções, vendo seu sangue ser retirado e ouvindo coisas nada interessantes para si. Ele não se atrevia a se mexer, menos ainda a olhar para outro lugar que não fosse o teto. Era difícil se concentrar em si mesmo, já que era um canalizador de energias. Tudo que as pessoas sentiam ali, ele também sentia e isso era horrível; era como ler mentes, porém pior.

Detestava recorrer às lembranças, no entanto, nas últimas vezes que esteve ali, permitiu-se de modo que não precisasse se preocupar com aquelas pessoas e exames idiotas. Existia uma em especial que sempre o acalmava.

Naruto lembrava-se de estar correndo em um jardim muito bonito. Havia muitas flores e algumas árvores bem altas — talvez fosse porque ainda era apenas um garoto — e uma casa enorme perto de onde estava. Tudo ali era confortável e tinha um cheiro doce de lar e amor. Não que ele soubesse o que era isso, porém era o que parecia.

Logo atrás de si, vinha uma pessoa. Uma mulher de cabelos vermelhos longos. Ela gritava que iria pega-lo e, em seguida, gargalhava; ele fazia o mesmo. Continuaram correndo por mais um tempo até se cansarem. Na verdade, a mulher se cansou e jogou-se no chão. Ao perceber, Naruto deu meia-volta e jogou-se sobre ela que reclamou que ele era muito pesado. Ele conseguia sentir o cheiro dela, não era doce, e sim floral e ele gostava bastante disso. Sabia que poderia ficar agarrado àquela mulher por horas, dias até.

Em geral, tudo isso se passava com ele de olhos abertos, ainda que seus ouvidos não ouvissem nada além das gargalhadas da lembrança. De alguma forma, ele se sentia muito bem com aquelas lembranças. Por mais que não soubesse muito sobre sentimentos, menos ainda o que eles o causavam, Naruto sabia que aquele calor em seu peito, era algo bom. Ele só esperava que nada e nem ninguém fosse capaz de destruí-lo.

{...}

Foram exatas cinco horas no Andar Azul. Seus braços estavam cheios de furos de agulhas e sentia seu corpo pesado depois de tantas substâncias injetadas por suas veias. Esse era um dos poucos dias em que provavelmente não aguentaria e dormiria. Odiava isso com todas as suas forças, mas era algo que estava fora de seu alcance. Seus músculos estavam travados e seus membros pesados. Parecia que havia ficado um dia inteiro carregando quinze prédios de trinta andares nas costas.

Para voltar a seu quarto, um guarda qualquer o levou. Naruto havia aprendido a rir do medo que as pessoas tinham dele, porém havia momentos em que se irritava com isso, especialmente depois de um dia cheio de exames horríveis. Não mataria ninguém, não tinha condições, apenas gostaria que as pessoas parassem com essa mania de nem conseguir olha-lo. Era tão ridículo.

O homem não se preocupou em tirar as correntes de Naruto, menos ainda em coloca-lo em sua cela. Apenas o jogou dentro do quarto e saiu correndo como se pudesse ser contaminado por uma doença grave a qualquer momento. O Uzumaki não se preocupou com isso, apenas ficou deitado no chão frio e deixou que suas pálpebras se fechassem. Não houve protesto nem ninguém para desejar bons sonhos. De qualquer forma, não planejava sonhar.

{...}

Estranhamente, estava quente. Seu corpo ainda doía um pouco, e tinha certeza que, dessa vez, os furos em seus braços não se curariam tão rápido como em geral acontecia. Também percebeu que não estava sozinho e que as correntes não estavam mais o prendendo. Pela primeira vez, sentia-se feliz. Sua vontade era de ficar daquela forma para sempre.

Ouviu um risinho ao seu lado, o que o fez abrir um pouco os olhos. Demorou a perceber quem era, porém viu os cabelos longos e negro-azulados cobrindo grande parte de suas costas e braços. Ela estava sorrindo, e em seus olhos perolados havia um brilho de divertimento. Naruto não entendeu muito bem por que daquilo, no entanto gostou da imagem que tinha ali.

— Do que está rindo? — perguntou ainda sem querer se mover.

— De você. Naruto-kun parece um gatinho preguiçoso. — ela disse ainda rindo sem parar de olha-lo.

Ele resmungou qualquer coisa e voltou a fechar os olhos. De repente, sentiu a pequena mão de Hinata em seu rosto. Ela o afagava com delicadeza, um carinho que era desconhecido a ele, mas que com certeza o agradava muito. Naruto não entendia Hinata, menos ainda aquela forma com que ela o tratava. Ele via cuidado em seus gestos, delicadeza em seus dedos e suavidade em seus olhos. Até mesmo quando ela se assustava, ela conseguia ser receptiva come ele.

Hyuuga Hinata era humana demais para ele.

O loiro abriu os olhos totalmente. Ela parecia um pouco surpresa, porém não parou o que fazia. O carinho o fazia querer fechar os olhos e mergulhar em sensações desconhecidas. No entanto, havia aqueles olhos perolados de Hinata, brilhantes e atraentes e ele não conseguia desviar deles. Não naquele momento.

— Por que está fazendo isso? — murmurou a pergunta ainda a olhando.

A morena sorriu lentamente para ele. Demorou alguns minutos até que respondesse o que queria. A verdade, que ele não sabia, era que Hinata estava ocupada demais mergulhando naqueles orbes azuis.

— E por que não faria?

— Até onde eu sei, a Chapeuzinho sempre foge do Lobo Mal.

— Quem disse que eu sou a Chapeuzinho? — brincou.

Naruto não disse mais nada, apenas ficou observando-a. A Hyuuga ficou em silêncio. Nenhum deles se prontificou a desviar o olhar, e Hinata tampouco interrompeu o afago. Pela primeira vez, ela parou para observa-lo: o loiro tinha cabelos longos que chegavam até quase o meio de suas costas, e a barba estava grande — não muito, já que ele sempre pedia a Hinata para apara-la. Ela realmente gostava de admira-lo assim, deitado, quieto, aproveitando um momento que raramente tinha. Era um belo homem apesar de sua seriedade e a fúria que habitava seu coração.

— Eu odeio o que eles fazem. — ela começou séria. — Não importa o que você pense ou o que eles digam... Isso que fazem é horrível. Eles invadem seu corpo, injetam coisas que vão destruindo tudo dentro de você. Mas nada me entristece mais do que quando ouço você dizendo que é um monstro. — fez uma pausa para apertar a mão do loiro. — Naruto-kun, você não é um monstro. Alguns humanos são muito piores do que você imagina. Eles têm consciência de que não são o suficiente, por isso fazem experimentos. Você jamais faria mal a alguém apenas pelo simples prazer. Hoje eu sei disso, posso ver através da sua fúria. Não permita que eles digam o contrário.

A morena, então sorriu, ainda que seus olhos estivessem marejados. Naruto não conseguiu responder nada, apenas segurou a mão dela entre as suas, e deixou que ela soubesse que estava contente por suas palavras. Não sabia se era tão bom quanto ela dizia, porém acreditava na pureza e bondade de suas palavras. A possibilidade de ter um pouco de sanidade era por causa dela; gostaria que ela soubesse disso.

— Obrigado, Hinata. — disse num tom suave e rouco.

Surpresa, ela apenas deixou que as lágrimas escapassem, e pela primeira vez em sua vida se permitiu um contato físico que não tinha com ninguém há anos; abraçou-o. Foi um gesto desajeitado, e ambos estavam tímidos com tal intimidade, porém ao entender o que era aquilo, Naruto passou seus braços ao redor do pequeno corpo de Hinata. Era quente e confortável, exatamente como era com a mulher ruiva de seus sonhos. Hinata tinha cheiro de lar e ele não queria perder isso.

Apertou-a um pouco mais em seus braços fazendo com que caísse sobre si. Ela riu, afastando-se um pouco para poder olha-lo. As pérolas o observavam com felicidade e orgulho. Naruto não estava acostumado com isso, menos ainda com o que enxergava toda vez que via Hinata; uma promessa de vida e dias melhores.

— De nada, Naruto-kun. — ela disse, suavemente.

Hinata escorregou o corpo até que pudesse estar com a cabeça deitada no peito do loiro. Ela não estava tensa, ele sabia, porém podia ouvir seus batimentos, vigorosos e fortes. Sua mão pousava na cintura da morena. Não sabia o que fazer, apenas virou sua cabeça o suficiente para sentir o cheiro que tinha os cabelos dela. Não tinha conhecimentos para que pudesse fazer uma comparação, ainda que sua consciência transmitisse imagens de flores quando sentia aquele aroma tão gostoso.

Sentiu quando o abraçou com força pela cintura. De repente, seu peito descoberto estava molhado; ela chorava. Daquela vez, não conseguia identificar seus sentimentos, era tudo tão confuso. Caótico.

— O que você está sentindo? — perguntou assustado com aquele caos.

Ela não respondeu, ainda que as lágrimas continuassem caindo. Dessa vez, ele imitou o gesto que ela realizou anteriormente: acariciou sua face agora avermelhada pelo choro. Naruto não conhecia algo como gentileza, menos ainda delicadeza, porém se esforçou para não machuca-la. Parece que funcionou já que ela sorriu para ele.

— Eu estou feliz, e orgulhosa de você, Naruto-kun. — começou de olhos abertos e o olhando. — E estou esperançosa de que, um dia, você nunca mais terá de suportar estas correntes horrendas. Pode parecer algo idiota ou até mesmo impossível, mas eu sei disso. É a única certeza que tenho agora. Você será livre.

Hinata não esperou por uma resposta ou mais alguma pergunta. Voltou a fechar os olhos e repousar a cabeça no peito de Naruto. O rapaz apenas ficou quieto, digerindo todas aquelas palavras. Para ele, era realmente impossível ter a chance de sair dali. Nunca, em nenhum momento, ele poderia cogitar ser livre. Entretanto, diante daquelas palavras, ele entendeu o que significava o sentimento que chamam de “esperança”.

Enquanto observava Hinata em seus braços, imaginou como seria conhecer o Sol de verdade. Seria tão quente quanto abraçar Hinata? Ele queria perguntar a ela, porém ela já dormia e não quis desperta-la. Talvez ela tivesse bons sonhos.

{...}

Daquela vez havia sido diferente. Estava sozinho e havia algo branco ao seu redor. Na verdade, estava por todo lugar: debaixo de seus pés, em sua roupa, nas árvores. Era o que chamavam de neve. Branca, gelada e escorregadia. Pensou se deveria ter medo de algo assim o sugar ou ataca-lo, afinal de contas, poderia ser um bicho.

Ficou parado por vários minutos, aguardando que algo acontecesse, porém não havia nada. Foi, então, que ouviu algo. Um choro baixo e doloroso; parecia que alguém havia se machucado. Não sabia que direção tomar, apenas seguiu o som, até se deparar com uma criança. Era minúscula, muito magra e suas mãos estavam raladas. Ela abraçava as próprias pernas, apertando-as, como se aquilo fosse aliviar o que sentia.

Ele aproximou-se, porém antes que pudesse dizer algo, outra criança apareceu. Tão louro quanto ele. Na verdade, era ele; soube disso imediatamente. Observou sua versão menor se aproximar da outra criança.

— Ei. Não chora. — ele disse agachando-se e olhando para a outra com preocupação.

A pequena levantou a cabeça e Naruto viu. Os olhos perolados, o rosto vermelho, a dor deixando aquelas pérolas opacas e perdidas. Era Hinata. Ela apenas surpreendeu-se com sua presença e tentou dizer algo, porém as lágrimas vieram com força, impedindo-a de falar. Viu quando sua versão menor entrelaçou suas mãos às da Hyuuga; ela apenas as apertou de volta.

Naruto não conseguia acreditar. Claro que poderia ser apenas um sonho, tinha de ser. Ele não conhecia Hinata e aquela cena não poderia ser uma lembrança. Então, por que tudo era tão familiar para ele? Por que ele tinha a sensação de que conhecia aquele momento?

— Por que ‘tá chorando?

— Kaa-san... Ela morreu. — ela disse com a voz rouca pelo choro. — Acho que estou sozinha para sempre.

O pequeno louro arregalou os olhos. Parecia que havia ouvido um absurdo sem tamanho.

— Meu otou-san também morreu, mas eu não estou sozinho. Eu tenho a kaa-san, o oji-san, a baa-chan, o Sasuke-teme, a Sakura-chan e o Iruka-sensei. — fez uma pausa para sorrir. — Eu tenho certeza de que você não está sozinha. E mesmo que estivesse, agora não está mais. Estou aqui, ‘ttebayo.

A pequena arregalou os olhos. Naruto viu emoção naquelas pérolas, e agradecimento. De repente, ela sorriu entre as lágrimas que insistiam em descer por suas bochechas rosadas. Era um sorriso quebrado, sofrido, mas não menos bonito por isso. O pequeno Naruto começou a fazer piadas a ponto de fazê-la rir. Como sempre, sua risada era baixa e tímida, e muito boa de ouvir. Ele não acreditaria se alguém dissesse que sorria naquele momento.

Os dois foram interrompidos por um homem alto, de cabelos castanhos longos. Ele tinha os olhos perolados como os de Hinata, ainda que fossem completamente diferentes. Eram brilhos diferentes. A mulher ruiva também apareceu. O homem e a mulher falaram algo que Naruto não ouviu, no entanto, deixaram que Hinata se despedisse dele. Rapidamente, ela o abraçou. Mesmo que fosse um abraço dado em sua versão menor, pôde sentir o calor. Ela sempre teria o cheiro e o calor de um lar.

Eles se separaram e então cada um foi para sua casa. Naruto ficou sozinho com toda aquela neve e uma cena que não sairia de sua mente. Era estranho como tudo era tão familiar e também como Hinata era aquele ser que o deixava tão seguro. Por que isso acontecia? Por que toda vez que a olhava sabia que ela era o lugar para onde queria voltar? Por que não conseguia imaginar uma liberdade que não a envolvesse? Por que ele queria tanto que ela fosse embora e esquecesse aquele mundo nojento no qual ele vivia? Por que ele queria mantê-la segura?

Afinal de contas, ele era um monstro ou um humano? Será que ao menos existiam diferenças entre um e outro?


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Notas finais do capítulo

Dúvidas, dúvidas e mais dúvidas, eu sei. E eu não as sanarei neste momento. Apenas vou deixar no ar e descobriremos mais nos próximos capítulos.

Pode parecer estranha essa relação tão próxima que eles têm, mas você vão entender tudo. Eu prometo.

Muito obrigada a todos que leram! E que sejam bem-vindos os novos leitores!

Até mais! ♥ ♥ ♥