Going back to my roots escrita por Any Queen


Capítulo 4
Hell will always come before you grow


Notas iniciais do capítulo

Gente, nem demorei, não demorei nada, olha que maravilha, fiquei inspirada.
Espero que gostem desse, tem seus momentos filosóficos e seus momentos engraçados
Obrigada pelos comentários no cap passado, espero mais nesse e recomendações?
OUTRA COISA IMPORTANTE: continuo com meu pedido para alguém fazer uma capa para mim porque essa eu peguei na internet e queria uma da fic, alguém?
E estou cogitando (ainda não sei mesmo) fazer uma página no facebook para as minhas fanfics, quando decidir aviso vocês.
Bem, espero que gostem, boa leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/716149/chapter/4

Oliver

            Felicity estava atrasada, isso era estranho. Ou eu que tinha chegado cedo?

            O que seria mais estranho.

            Eu me sentia culpado, mais do que isso, eu me sentia derrotado. Eu não conseguia acreditar que tinha quebrado duas costelas de alguém que nem estava envolvido na luta. Eu sempre achei que controlava a minha raiva, só batia em quem merecia e que não havia nenhum problema nisso. Mas Dig não merecia e muito menos Felicity.

            Foi como se um interruptor ligasse na minha cabeça, eu sabia que ela tinha razão, que eu tinha que me controlar. O cara que me fez ser expulso, a culpa não era dele, era inteiramente minha, eu estava sem limites, poderia socar qualquer um e antes isso parecia tão normal, eu era um lutador afinal.

            Respirei fundo, estava frio novamente, mas o sol tinha saído e não nevava. O céu estava azul e pouco mais quente do que geralmente ficava, dessa vez tinha colocado roupas devidamente quentes. Meu telefone estava tocando e eu sabia quem era, mas não tinha vontade de atender, não queria perder a clareza sobre o meu comportamento. Eu sabia que se falasse com meu pai, minha raiva voltaria à tona e eu quebraria meu telefone. Não queria que Felicity achasse que eu tinha quebrado sua costela por nada, o que me confortava era o fato de que ela achava que ainda podia me salvar. Ela acreditava nisso, então eu também o fazia.

            Sua caminhonete virou na esquina e logo estacionou na frente da academia. Ela saiu fazendo uma pequena careta de dor, aquela garota não tinha limites, deveria ter ido no hospital e ter se tratado. Não queria que ela se lembrasse que eu tinha feito aquilo e nem queria me lembrar que eu havia chegado em tal ponto.

            - Chegou cedo. – ela sorriu e vestiu um casaco velho, estava com sua touca e parecia calma.

            - Com certeza essas foram as palavras mais bonitas que você falou para mim.

            - Você tem um padrão tão baixo, baby. – ela sorriu e foi para trás da caminhonete, eu sorri comigo, gostava que ela também me chamava de “baby”.

            Depois que escutei ela subindo na caminhonete, adiantei o passo para ver que ela estava tentando pegar uma caixa com algumas tulipas brancas, mas não conseguia se abaixar.

            - Para tudo tem um limite, gata. – ela respirou fundo e desistiu de pagar a caixa.

            - Outro chamamento? O que aconteceu com “baby”?

            - Gosto de reinventar. – subi no carro e peguei a caixa – Por que não pediu ajuda? Eu não mordo.

            - Tenho certeza que não seria isso que as mulheres com que você já saiu diriam.

            Dei um sorriso de lado e desci da caminhonete.

            - Você não tem noção. 

            Quando olhei para traz, vi que ela ainda encarava o chão, não parecia muito a vontade de descer.

            - O que foi? – perguntei.

            - Agora que eu subi aqui, não sei como vou descer.

            - Ora, alguém precisa de ajuda? – coloquei as flores no chão e coloquei a mão na cintura – É só falar as palavrinhas mágicas.

            Felicity ficou encabulada por um segundo antes de colocar um sorriso de gênio no rosto, com isso, o meu sorriso e mina pose de dominante foram embora.

            - Querido, você tem obrigação de me ajudar, a culpa a sua. Então eu não estou pedindo, estou mandando.

            Ela arqueou a sobrancelha e eu fui até a ponta do carro, para pegá-la, eu tinha que aprender que Felicity não era como as outras garotas dessa cidade, ela sabia o que ela queria e o que não queria, nesse caso, ela não queria nada comigo, então não ia me dar mole. E pela primeira vez na vida eu não queria levar uma garota para cama, não que ela não fosse gata, ela era demais, só que eu sabia que resultaria em mais problemas e eu não queria ter que lidar com isso. Estava bem com ela só como minha treinadora.

            Assim que a coloquei no chão, peguei as flores e a encarei.

            - Achei que vendia para o Joe.

            - Senhora Lance também gosta de comprar, sempre separo um lote para ela. – a loira começou a atravessar a rua e eu a segui, rapidamente entramos em um pequeno consultório.

            Uma secretária gata logo sorriu para Felicity e depois me deu um sorriso cheio de segundas intenções, eu devolvi o sorriso e dei uma piscadela, fazia um tempo que eu não dormia com alguém e estava na hora de me livrar da tensão.

            - Oi, a senhora Lance está?

            - Sim, só um momento. – a secretária levantou e sumiu atrás de uma porta.

            - Sem querer reclamar das flores, estão cheirando muito bem, mas estão enchendo minha mão de terra. – disse, Felicity revirou os olhos e me deu tapinha dos ombros.

            - Você aguenta e... Obrigada. Elas realmente estão cheirando bem.

            - Olhando para você agora não diria que é do tipo que cuida de plantas.

            - Por que eu luto? Por que tudo tem que ser sempre branco e preto com você?

            - Cresci assim. – não queria mais falar do assunto e, como se lesse meu pensamento, senhora Lance saiu da sala usando um jaleco.

            - Ora, mas que surpresa, Oliver Queen, em meu consultório. – Dinah me deu um beijo na bochecha e abraçou Felicity – Fiquei perguntando quando ia me visitar, mocinho, Sarah disse que vinha para cá.

            - Não tenho tido tempo. – olhei para Felicity.

            - Laurel me disse que estava treinando. – disse Dinah – Mas agora que está aqui, por que não vai jantar lá em casa amanhã? Quentin está ansioso para vê-lo.

            - Ele não tem boas memórias de mim. – vi Felicity arquear as sobrancelhas e tentei sorri – Não acho que vai ser uma boa ideia.

            - Que isso, Quentin já esqueceu e Laurel está falando muito de você, tem que vir. Não concorda, Felicity? – a loira engoliu a seco e me encarou.

            - Não sei se Oliver se sentiria confortável. – queria gritar um obrigado para aquela garota, eu não queria ir.

            - Então venham os dois! – senhora Lance bateu palmas como se fosse a ideia mais brilhante do século – Não vou aceitar não como resposta. Amanhã às oito, não se atrasem. Felicity, minha secretária vai te dar o dinheiro, Oliver, pode colocar as flores no balcão. Até amanhã.

            Rapidamente, Dinah sumiu pela porta por onde veio, não nos deixando muita escolha senão aceitar seu convite. Deixei as flores no balcão e Felicity pegou seu dinheiro, estava doido para sair dali, mas tinha algo a fazer antes.

            - Não vem? – perguntou a loira na porta.

            - Só um segundo.

            Depois de resolver a minha noite com a secretária, que eu também não lembrava o nome, saí pela porta e vi Felicity na frente da academia conversando com algumas mães com seus filhos. Assim que me aproximei, ela se afastou da pessoas e sorriu.

            - Arrumou a transa de hoje?

            - Mas que vocabulário!

            - Vamos entrar. – a segui para dentro da academia.

            - Então, o que é de tão misterioso? – Felicity sorriu e não subiu as escadas que geralmente nos levava até o ringue que treinávamos, mas tomou outra direção e chegou a um pequeno tatame que estava cheio de crianças de mais ou menos oito anos.

            - Olá, pessoal! – as crianças responderam com vários gritinhos que quase estouraram meus tímpanos, me afastei da loira para dar espaço a vários mini corpos indo abraçá-la. – Também estava com saudades, mas hoje eu não vou dar aula para vocês.

            Todos fizeram um muxoxo e Felicity riu, parecia realmente que gostava das crianças. Quando ela me olhou, eu vi que não tinha mais saída, ela tinha me levado para cova dos leões e eu não tinha percebido.

            - Crianças, esse é Oliver. Digam “oi”.

            -  Oi, Oliver. – disseram em uníssono.

            - Felicity... – tentei alertá-la, mas ela nem pareceu perceber.

            - Ele vai dar aula para vocês essa semana.

            - Essa semana? – Que merda era aquela? A única criança que eu já tinha chegado perto era a minha irmã e só a aguentei porque ganhava um doce depois, não tinha menor afeição com esses pequenos diabinhos.

            - Sejam bonzinhos com ele. Comecem com os alongamentos. – Felicity me puxou pelo braço quando eu dei meia volta para ir embora e me puxou para um canto.

            - Eu não vou fazer isso!

            - Você vai e vai ser paciente. Ou eu devo lembrá-lo do motivo que eu não posso dar a aula? – ela arqueou a sobrancelha e foi a minha vez de fazer um muxoxo.

            - Eu não gosto de crianças e elas não gostam de mim, isso não vai acabar bem. – cruzei os braços e encarei as crianças fazendo alongamentos muito malfeitos – Elas são péssimas.

            - São crianças! Você vai dar aula e você disse que faria do meu jeito. – ela apontou para o lugar onde estavam uns colchoes – Vou estar ali o tempo todo, olhando e julgando.

            - Acabaram meus planos de dar um sumiço nessas pestes. – grunhi e olhei para os corpinhos tentando fazer um alongamento.

            - Vai lá, professor Queen, elas são legais.

            Não respondi, apenas tirei os casaco e fiquei apenas com a calça jeans e uma blusa de manga curta. Fui para o meio do tatame e cruzei os braços de forma ameaçadora, não queria que eles ficassem de gracinha.

            - Sou o professor Queen, não Oliver. Sou lutador profissional de MMA, não quero gracinha enquanto eu estiver dando aula e não gosto de crianças.

            Uma delas esticou o braço, era uma menina loira com uma trança de cada lado. Quando eu ignorei, ela tentou esticar mais.

            - O que foi?

            - Se não gosta de crianças, por que está aqui?

            - Porque Felicity precisava de ajuda.

            - Você é o namorado dela? – perguntou outra menina, também com trancinhas.

            - Não é da sua conta.

            - Haley. – disse.

            - O quê?

            - Meu nome.

            - Eu não queria saber seu nome.

            - Então como vai me chamar?

            - Peste 1. – Felicity tossiu e eu ignorei – Vamos lá, pestes, botem as luvas.

            Uma hora e meia depois eu estava querendo cortas os pulsos. Não importava o quanto eu mostrava como fazer um direto, elas não conseguiam fazer, arrastavam os pés e jogavam o peso para frente. Peste 1 se mostrou a melhor da turma, mas é claro que eu não falaria isso. Umas das crianças, um menino usando óculos de grau, chamei de Peste Nerd, fechava os olhos toda vez que ia socar o saco de pancadas.

            - Ele não vai revidar, você sabe?

            - Ela vai voltar, professor Queen, e se ele bater em mim?

            - Acho que esse é ponto do box, Nerd.

            - É Willian. – ele arrumou o óculos com o punho e voltou a socar fechando os olhos – Eu não consigo.

            - Do que você tem medo? – me agachei e vi Felicity se aprumar para me encarar melhor.

            - De me machucar.

            - Mas cicatrizes fazem as meninas ficarem doidas. – pisquei – Elas adoram um lutador.

            - Sério?

            - Claro, não precisa ter medo de se machucar e se você abrir os olhos, vai poder se preparar para não ser acertado pelo saco de pancada.

            - Bem, acho que sua lógica pode funcionar.

            Levantei e continuei a me estressar com as crianças que não faziam nada direito. Assim que o relógio bateu às onze, eu bati palma e quase dei graças.

            - Acabou, finalmente, vão embora!

            - Tchau, professor Queen! – disseram um grupo de crianças mais felizes do que gostaria.

            - Professor Queen – a Peste 1 estava puxando a minha calça, eu olhei para baixo e ela estava esticando uma garrafa da Barbie – Quer um pouco?

            - Não.

            - Mas a água daqui é ruim, minha mãe diz que é bom trazermos água de casa.

            - Eu não ligo para o que sua mãe diz. – tentei me afastar, mas ela me puxou de novo.

            - Você é bem ingnorante!

            - Se pronuncia “ignorante”.

            - Não importa, eu gosto de você.

            - Mas eu não gosto de você. – só que ela não parecia se importar, sorriu com seus dentes faltando e depois saiu saltitando.

            Felicity se aproximou quase ficando sem ar de tanto rir, ainda estava sentindo dor, fui até o bebedouro e percebi que era para ter aceitado a garrafa da Barbie, a água era realmente ruim.

            - Jesus, o que vocês colocam nessa água?

            - Canos velhos. – me virei para a loira e coloquei a mão na cintura – Não foi tão ruim assim...

            - Piores duas horas da minha vida.

            - Você ajudou Willian.

            - Porque a idiotice dele era doloroso de se ver. Nunca mais... – mais crianças começaram a chegar, dessa vez eram um pouco mais velhas – Que merda...

            - Aquela era a turma de nove, agora é a das onze. – ela começou a se afastar.

            - Você só pode estar brincando.

            - Ai como dói.

            - Você tem um lugar reservado no inferno.

Felicity

            Eu estava prestes a sentar novamente quando vi Ra’s chegar na academia e fazer uma careta ao ver Oliver dando aula. Levantei-me correndo, ignorando a dor, e corri até Ra’s. Ele me encarou por alguns segundos e depois foi para a sua sala, o segui e fechei a porta quando entrei.

            - Estou começando a ter alucinações da velhice ou Queen está dando aula para crianças?

            - Ele está me substituindo. – respondi solenemente.

            - Por quê?

            - Eu me machuquei treinando ele ontem.

            - O que aconteceu? E seja específica.

            - Oliver perdeu o controle e, sem querer, me machucou.

            - O quê? – Ra’s sentou em sua cadeira e me deu um longo olhar, eu sabia que ele estava se segurando para não começar a gritar.

            - Ele ficou irritado e estava socando Dig, eu me coloquei no meio.

            - Se colocou no meio... – Ra’s bateu na mesa com força – Se colocou no meio? – gritou – Está maluca? Sabe o quanto aquele garoto mimado pode te machucar!

            - Foi você que me colocou nesse trabalho!

            - Não venha me culpar, mocinha, você perdeu o juízo.

            - Ele não queria me machucar!

            - Mas machucou! – gritou de volta – Chega, ele não vai mais pisar nessa academia.

            - Para com isso. – joguei as mãos para o alto.

            - Como?

            - Você me deu um trabalho e agora eu vou terminar. – cheguei mais perto da mesa - Ra’s, você sabe que precisamos de dinheiro, temos canos de dois séculos atrás. Oliver tem problemas, mas ele não é ruim, ele tem jeito. Quando vamos ter a oportunidade de ter um lutador profissional a nosso favor?

            - Isso não justifica...

            - Eu sei. – respirei fundo – Mas eu não acho que desistir seja nossa melhor opção, ele sabe que errou feio e está lá fora tentando me compensar. Não quero dizer que justifica, mas precisamos disso, essa academia está indo por água abaixo e é uma das poucas coisas que ainda me restam.

            - Eu sei disso.

            - Eu vou dar meu melhor com Oliver Queen e espero que isso seja o suficiente.

            - Pelo seu bem, espero que seja.

            Sentei na cadeira em frente à mesa dele, e coloquei a mão sobre as costelas.

            - Obrigada pela confiança.

            - Não é em você que eu não confio. – Ra’s levantou e veio até mim – Deixe-me ver como está a situação.

***

Ás sete, a academia estava com suas últimas turmas e estava na hora de ir embora. Tinha me estendido mais do que o normal para fazer Oliver limpar todos os banheiros e lavar todas as luvas da academia. Ele reclamou o tempo todo, mas eu gostei de tortura-lo, não aguentava mais sentir dor toda vez que me mexia. Ainda estava pensando na conversa com Ra’s quando Oliver apareceu de banho tomado ao meu lado.

— Isso foi tortura.

— Para de reclamar, garoto da cidade. – peguei meu casaco e Oliver faz o mesmo -Isso não chega perto de um dia na fazenda.

— Você tem uma fazenda?

— Moro em uma.

— Acho que depois disso eu mereço um jantar.

— Estou morrendo de fome.

— Vamos lá.    

            Chegamos um pequeno bar/restaurante que ficava a uns poucos minutos de carro da academia. Estava tocando uma música ao vivo e estava razoavelmente cheio para um dia de semana. Oliver e eu escolhemos uma mesa e logo fizemos nossos pedidos.

            - Então – começou ele bebericando sua cerveja – O que aconteceu?

            - Sobre?

            - Ra’s. Devo dormir com uma faca debaixo do travesseiro?

            - Você escutou? – cocei a sobrancelha e também bebi minha cerveja – Ele descobriu sobre o machucado.

            - E o que acontece comigo?

            - Ele deixou que eu continuasse te treinando, mas acho melhor você evitá-lo por alguns dias.

            - Sábio conselho. – Oliver deu uma risada rouca e fez um cara de quem estava pensando – Por que flores?

            - Essa é sua pergunta? – também dei um risada – Terei direito a uma pergunta depois? – ele fez que sim – Depois que eu me machuquei, eu passei por um momento difícil. Bem difícil. – desviei o olhar, não gostava de lembrar daquela época da minha vida, fiz coisas da qual me envergonhava tanto que mesmo sabendo que Oliver não sabia eu sentia que ele me julgava – Enfim, eu achava que não tinha vida sem as lutas, eu passei maior parte da minha vida pensando nisso, só lutando. – Oliver mexeu a cabeça, ele entendia – Quando essa parte foi tirada de mim, eu senti que tinha sido tirado tudo. Então meus pais me obrigaram a trabalhar para Joe, no começo eu nem ligava, mas depois... Eu comecei a cuidar das flores, tinha que ter paciência, elas não cresciam só porque eu queria que fizessem isso.

            “Eu tinha que cuidar delas, ser gentil para perceber o que elas queriam, mais sol ou mais água. Peguei-me pensando em como elas iam ficar no final, se seriam rosas ou brancas, então foi aí que eu percebi... Eu estava pesando em outra coisa, estava fazendo outra coisa e também era boa nisso, daí eu percebi que podia fazer qualquer coisa”.

            - Essa foi sua conclusão?

            - Cala a boca. – respirei fundo – Eu era bem parecida com você na verdade.

            - Um garoto metido da cidade? – disse arqueando a sobrancelha.

            - Sem rumo. – Oliver me encarou não entendo o que eu quis dizer – Como eu disse, Oliver, você bem fácil de ler. Você ficou sem o boxe, como eu, não sabe o que fazer e isso te deixa com raiva, eu entendo. Tem que achar seu rumo e isso vai levar tempo, mas não é impossível.

            - Vou começar a plantar flores também.

            - Desse jeito eu vou mandar Ra’s te chutar para fora daquela academia. – sacudi a cabeça – Mas foi esse motivo que eu quis continuar te treinando.

            - Eu não sou uma causa perdida? – assenti – Isso é bom... Meu pai sempre disse ao contrário.

            - Tem problemas com seu pai?

            - Problemas? – Oliver riu amargamente – Ele praticamente me odeia. Eu não quis ser o filho perfeito, ter um MBA e trabalhar Queen Consolidates. Ele me culpa o tempo todo, no jantar, no natal ou quando estamos apenas sentados. Eu cresci me sentindo um inútil, o boxe me ajudou e quando me ajudou demais, meu pai começou a se gabar para seus colegas. Agora eu era o filho prodígio, apenas para os outros é claro, então quando eu fui expulso... Deus, ele ficou tão irritado. Nunca o vi com tanta raiva de mim.

            - Então ele te mandou para cá?

            - Disse a todos que era para que eu melhorasse, para tratar meus acessos de raiva, mas ele só queria se livrar de mim para não dar mais vergonha.

            - Tudo claro agora. – Oliver apoiou o cotovelo na mesa e chegou mais para frente – Ele foi seu acesso de raiva.

            - Estava cansado de ter que ser o que ele queria. No final de tudo, eu não sei que merda eu sou.

            - Ele te roubou o boxe.

            - Ele infecta cada parte da minha vida. – ele sacudiu a cabeça – Mas eu sempre acabo querendo provar alguma coisa para ele e fico com raiva de mim por isso. Agora você sabe.

            - Fico feliz que tenha contado.

            Comemos e logo depois eu fui embora, Oliver ia encontrar com a secretária e eu precisava ver minhas plantas. Às dez eu já estava dormindo, então levei um susto quando meu telefone começou a tocar desesperadamente. Sonolenta, tateei em busca do aparelho e atendi.

            - Alô? – disse com a voz arrastada.

            - Felicity Smoak? – disse uma voz desconhecida, me sentei na cama e tirei o cabelo do rosto.

            - Sim. O que aconteceu? – meu coração começou a bater mais forte, que merda estava acontecendo?

            - Você esteve aqui no bar mais cedo?

            - Sim.

            - Seu amigo ainda está aqui, está bêbado e causando muita confusão.

            - Oliver?

            - Sim, ele está quebrando as cadeiras na parede e não nos deixa encostar nele. – Que merda – Diz que só vai sair daqui se você vier buscá-lo.

            - Estou indo. – suspirei – Mas chama a polícia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai?
XOXO



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Going back to my roots" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.