A fada bêbada escrita por Pudim de Menta


Capítulo 2
Dominique: Odeio vermelho


Notas iniciais do capítulo

Oieee, espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/716134/chapter/2

 

Eu odiava o colégio, por que era obrigada a conviver com pessoas do tipinho sem classe de Rose Weasley, que além de terem cabelos vermelhos, cor que eu detestava, ela usava laranja, a segunda cor que eu mais odiava, e ainda ela era Rose Weasley, que eu detestava por inúmeros motivos.

E hoje eu tinha mais um motivo para abençoada de minha lista, o molho na minha blusa, não, eu não era inocente, mas aquilo tinha me deixado furiosa.

Por sorte Cecília tinha uma roupa extra no armário, tudo bem que era um copia falsa de uma marca famosa e era cinza, a terceira cor que eu mais odiava.

Mas era melhor do que desfilar pelo colégio com uma a lá Prada a lá molho de macarrão.

―Vamos para sua casa hoje? ― Perguntou Amber anelando os seus cachos castanhos quase perfeitos assim que tocou o sino. As meninas amavam minha casa e eu tentava ficar longe a maior parte do tempo possível, eu detestava a tensão que faca de manteiga cortava.

―Não vai dar Amber. ― Falei.

―Por favor! ― Implorou Cecília. ― Não quero ir para casa, meu pai está uma fera.

―E minha casa é o único point da cidade? Eu já disse, é não e ponto. ― Eu era a abelha rainha, de certa forma eu tinha que manter a ordem. ― Vá para o shopping ou para casa de alguns de seus namoradinhos.

―Me dá uma carona então? ― Cecília fez o truque dos olhinhos, funcionava com quase todo mundo e eu não era todo mundo, na realidade eu odiava o olhar forçado de cachorro que caiu da mudança.

―Não, não sou o taxi particular de vocês. ― Deixei claro e me levantei. ― Agora tenho que ir embora.

―Vai aonde? ― Perguntou Cecília, que menina curiosa dos infernos.

― Não é dá sua conta! ― Pontuei e me virei antes que ela decidisse abrir a matraca.

Segui pelos corredores da escola sem ser interrompida, só quando sai do estacionamento Amber apareceu do meu lado.

― Nique eu estou com problema. ― Ela revelou ainda tímida e fiz minha melhor expressão de não me importo.

―Diga. ― Pedi, devia ser uma unha encravada ou o pai diminuiu 10% da mesada dela, isso é, se ela entendia de porcentagem.

― Sabe o Yuri, ele me chamou para sair. ― Amber fitava o chão.

― Aceite, não vejo nenhum problema. ― Reclamei e já tirei as chaves do meu carro da bolsa.

― O problema que eu estou interessada em Scorpius Malfoy. ― Ela relatou.

― Amber, já faz 9 meses e você conta nos dedos as conversas que teve com o idiota do meu vizinho, já não está na hora de perder o interesse? ― Declarei e entrei no carro e nem esperei pela a resposta dela.

Dirigi habilidosamente pelas ruas da minha cidade que eu tanto amava, para ir para um dos meus lugares favoritos no mundo, uma praça que ficava a quatro quarteirões de casa e os melhores balanços amarelos do mundo.

Estacionei o carro nas redondezas e segui pela praça, ela era enorme e tinha muitas arvores e o verde saltava aos nossos olhos, meio escondido ficavam três belos balanços amarelos e quase inutilizados, eu amava ir lá para pensar, mas assim que me aproximei vi uma garota sentada no balanço do meio e ela era dona de uma montanha ruiva que ela chamava de cabelo e eu reconheceria aqueles fios invejáveis e ao mesmo tempo detestáveis em qualquer lugar.

Rose Weasley se atreveu a pisar no meu pedacinho do céu e mancha-lo e ainda sua bicicleta vermelha terrível estava jogada na frente dos balanços e ela cantarolava uma musica qualquer.

―Sai. ― Ordenei.

―Além de querer ser rainha da escola quer ser do parquinho agora?― Debochou Rose Weasley exibindo seus dentes alinhados.

―Esse lugar é meu! ― Aumentei o tom de voz.

― Esse lugar é publico, sua burra. ― Rose decidiu também aumentar o tom de voz e eu definitivamente odiava ser chamada de burra, e assim começou a nossa briga, quando vimos estávamos berrando uma com a outra fazia uns cinco minutos e só paramos quando uma mulher apareceu por ali cambaleando.

―Garotas não devem brigar, seres humanos não devem brigar! ― A mulher estava alcoolizada e muito, ela tinha cabelos pintados de azul e a pele estava manchada de tinta guache também azul, ela usava asas falsas de fada, adivinha a cor? Azuis!

Eu e Rose ficamos paradas e não movemos um músculo enquanto a mulher vinha em nossa direção.

―Vejo no coração de ambas muitas dores e muito amargor uma pela outra, não devem cultivar esse tipo de sentimento. ― A voz dela se arrastava e ela apontava um galho para ambas. ― Só vejo uma forma de resolver isso, fazendo uma troca de consciência, O vós garotas amargas, que uma experimente a dor da outra, que mudem de consciência e só retornem quando uma entender a outra, quando ambas se aprimorarem e a desculpa for pedida e o perdão for sincero.

Aconteceu algo bem estranho, uma luz forte nos cercou, eu fechei os olhos e quando abri ainda era Dominique Delacour, a diva poderosa.

 Aquela mulher sem classe fedendo a álcool era doida.

―Corre! ― Gritei. ― Ela é doida.

―Deve ser uma traficante de órgãos. ―Rose agarrou sua bicicleta e aquela foi a primeira vez que eu e Rose Weasley concordamos e seguimos a mesma direção.

Meus saltinhos afundavam pela terra, mas eu pensava apenas em correr e correr daquela maluca, talvez fosse uma assaltante, cheguei até meu carro no momento em que Rose Weasley passou por mim como um raio em sua odiosa bicicleta vermelha.

Dirigi até minha casa, assim que estacionei o carro na garagem e ia sair do carro quase cai, uma forte enxaqueca tomou conta de mim, me levantei do assento cambaleante e segui ainda mais cambaleante pelas escadas.

Apenas cai em minha cama e acabei adormecendo e tendo pesadelos horripilantes com a cor vermelha.

Na manhã seguinte quando acordei, me senti estranha, esfreguei os olhos e acabei passando a mão pelos meus cabelos, eles estavam com uma textura diferente.

―Bom, é isso que acontece quando fica sem fazer hidratação, ainda bem que hoje é sábado e bem cedo eu vou ao salão. ―Falei, sonolenta, porém animada.

 Eu não devia estar animada sábado cedo, mas o que eu queria? Era dia de salão de beleza e eu tinha hora marcada, estranhei por que Minerva não me acordara, fazer o que? Ela estava velha e provavelmente já caduca, nada que um belo berro com a criadagem para resolver a falta de competência.

Passei a mão por de baixo do travesseiro e assim como meu cabelo, percebi que os lençóis tinham uma textura estranha, não eram os meus lençóis de tecido nobre trazidos do Egito ou qualquer canto, eu sempre reconheci coisa de má qualidade pelo toque e aquilo ali era coisa de lojinha de departamento, a criadagem ia precisar mais do que alguns berros.

Finalmente achei meu celular que parecia diferente, mais pesado e mais quadrado e o liguei, o bloqueio de tela era uma foto do capitão América, por mais que eu acho o Chris Evans alguém digno de ser meu marido eu tinha certeza que a foto de tela do bloqueio do meu celular era uma foto minha.

Vi que a senha era escrita, eu tinha mais que certeza que a minha senha era o padrão de deslizar, um L perfeito, tentei a senha escrita “Dominique”, nada, tentei o nome da minha coelha, “Lina”, nada!

O que estava acontecendo?

Levantei-me e percebi que meu quarto estava muito escuro, as cortinas do meu quarto são brancas e logo que começa amanhecer ele fica claro.

Mesmo com a escuridão algumas formas eram nítidas, meu quarto era menor e não localizei minha penteadeira e muito menos a porta do meu closet, apenas um guarda-roupa e uma porta que supus ser o banheiro e outra que supus ser a saída.

Também reparei que minha cama era de solteiro, não minha de casal e o colchão parecia menos macio, me levantei um pouco zonza, me sentindo mais magricela e mais baixa, caminhei para uma das portas e lá estava o banheiro e assim que visualizei meu reflexo no espelho suprimi o grito.

Meus cabelos estavam ruivos, minhas bochechas mais redondas eu era Rose Weasley, belisquei minhas bochechas, puxei o meu cabelo, aquilo devia ser um baita de um pesadelo que eu não acordava, depois de tanto me debater, eu encarei a realidade, aquela charlatã sem classe nem devia ser tão charlatã assim.

Pensei um pouco, o jeito era achar Rose Weasley no meu lindo corpinho e depois ir atrás daquela bêbada sem classe e pedir para ela desfazer a mandinga, o feitiço, a simpatia, ou seja, lá o que ela fez conosco.

Eu pensei em sair de pijama na rua e humilhar Rose Weasley, mas me percebi que ele era vermelho e eu odiava vermelho e que era sábado, todos deviam estar dormindo.

―Droga, sábado, ela deve estar no salão já. ― Lembrei. ― Vou atrás do James, ele vive andando com ela, é o jeito.

Deixei o banheiro e fui remexer o armário de Rose, ela só tinha jeans desgastados e camisetas amarrotadas, achei pendurado em um cabide escondido um vestido azul casual, achei sapatilhas pretas também, vesti rapidamente sem prestar muita atenção no corpo de Rose e tentei  realmente não prestar atenção, procurei um batom e achei perdido na gaveta dela, era vermelho e escuro, passei pelos lábios, o resultado me agradou, por mais que fosse Rose Weasley.

Sai do quarto, dei direto num corredor que levava a sala, um homem corpulento e ruivo estava ali, e vi de costas uma mulher com cabelos castanhos volumosos, supus serem os pais de Rose.

― Acordou tarde, você tá bem? ― Perguntou o homem.

―Sim pai, eu estou. ― Fingi ser a Rose. ― Bom dia mãe.

A mulher olhou para mim de ma forma estranha e o homem ficou me encarando, talvez questionando minha sanidade mental.

―Rose. ― Ele me segurou pelos ombros. ― Você está bem?

―Sim pai. ― Respondi, será que o Senhor Weasley era tão lerdo assim?

―Vamos conversar na cozinha. ― Foi um pedido, mas soou como ordem e adorei a ideia de Rose Weasley levar umas broncas do pai e eu veria de camarote.

Segui o homem até a cozinha e ele virou-se com a expressão seria para mim.

―Rose, eu sei que sente falta dos seus pais, mas se precisar de qualquer coisa, avise, se quiser pode até me chamar de pai, mas se precisar retornar a sua psicóloga. ― Ele falou brandamente, espera, aqueles dois não eram os pais de Rose Weasley.

― Preciso do carro, vou até o James. ― Falei.

―Ok, correção, qualquer coisa menos o carro, parece sem juízo, nem sabe dirigir e a casa do James é bem ali, vá com a sua bicicleta.

Como assim Rose Weasley não sabia dirigir? Pobre do meu conversível, a essa altura ela devia estar nele e no salão de beleza, eu tinha que correr até o James.

―E que roupa é essa? Já sei, está naquelas fases em que quer ser diferente, crise de identidade. ― O homem ruivo falou.

―Não, er... Tio. ― Respondi. ― Eu estou bem.

―Qualquer coisa pode falar comigo.

―OK. ― Sai da cozinha e nem a pau eu ia andar com esse vestido na bicicleta odiosa de Rose Weasley, eu ia a pé mesmo até James.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Beijos ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A fada bêbada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.