I Can Feel escrita por Cihh


Capítulo 50
Capítulo 50 - Fim


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Tenho duas notícias para vocês: a primeira, é claro, é que a fic finalmente chegou ao fim. Vocês estão prestes a ler o último capítulo dessa história e espero que gostem. Eu queria agradecer a todos os leitores, a todos que favoritaram e a todos que comentaram. Vocês foram fundamentais para me motivar a continuar a escrever essa fic. Sério mesmo, obrigada ♥
A segunda notícia é que eu já postei a fic da Miranda e do Max. Eu fiz isso pra já deixar ela disponível para vocês. Eu postei o primeiro capítulo mas pode ser que demore um pouco pra eu pegar no ritmo de novo, mas pelo menos a fic já vai estar lá pra vocês acompanharem. Ela chama Monochromatic e vocês podem ver ela no meu perfil ou por esse link: https://fanfiction.com.br/historia/733113/Monochromatic/
Deem uma olhada na fic quando vocês tiverem a oportunidade. Eu estarei esperando vocês lá.
Acho que é isso. Obrigada de novo por tudo. Boa leitura e beijinhos!



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É onde eu espero que você nunca diga

"Eu poderia ter feito melhor"

E eu vou guardar o que conta

E jogarei fora o que realmente não importa

    (The End)

 

POV Thomas 

O lugar estava realmente bonito. Nath tinha feito um ótimo trabalho decorando o jardim. Diversos bancos de madeira com enfeites floris estavam dispostos em linhas paralelas. O caminho era de pedras com mais flores ao redor. As mesas e cadeiras também eram de madeira escura, rústicas, e a mesa principal, que já exibia um magnífico bolo branco de três andares e docinhos de todos os tipos possuía enfeites coloridos em todo lugar. Tudo estava muito lindo e Isa parecia maravilhada. Quem sabe assim ela não aceitasse finalmente se casar comigo? Além do papel. Ter toda a parte do casório e da festa e tudo mais. 

—Olha aquelas flores ali... Que lindas! -Ela diz. Isa continua linda. A mais linda de todas. Além de ter cortado o cabelo, que antes batia no quadril e agora chega apenas à altura dos ombros, as feições adquiriram um toque mais maduro e belo, um tanto parecido com a mãe. O vestido longo que usava lhe caía bem, deixando suas curvas em destaque sem parecer muito chamativo. A barra do vestido quase tocava o chão, deixando à mostra apenas parte do salto preto de veludo. As joias, presentes meus, eram visíveis no pescoço, nas orelhas e nos pulsos. Isa estava magnífica, e não era para menos, afinal, ela era uma das madrinhas. 

—Você é linda. -Falo passando o braço ao redor de sua cintura. Ela sorri para mim e toca meu rosto. 

—Nem acredito que Nath e Marcos estão se casando. Parece um sonho. 

—E nós? -Pergunto. Isa passa o dedo pela minha barba recém aparada e suspira.  

—Não vamos falar sobre isso aqui Thomas. Por que simplesmente não aproveitamos a festa?  

—Certo. –Falo tentando esconder meu desapontamento.

Ela apoia a cabeça em meu ombro e eu a embalo. Já cansamos de conversar sobre isso. Mas eu tenho paciência. Por Isa eu esperaria até a eternidade. Naquele momento, Miranda chega ao casório. Com o passar dos anos, ela perdeu um pouco do ar infantil, mas continuou baixinha. Apesar disso, ela estava muito bonita, o cabelo loiro cacheado preso em um coque e um vestido cor de pêssego com babados e enfeites que batia na altura de seu joelho. Ela corre até nós, se equilibrando no salto da cor do vestido.  

—Meu Deus! Eu estava morrendo de saudade de vocês! -Ela exclama nos abraçando. Dou uma risada. 

—Nem parece que nos vimos semana passada. -Falo e ela dá de ombros, como se esse detalhe fosse de pouca importância. 

—Onde está Max? -Isa pergunta e Miranda faz um muxoxo. 

—Ele estava em São Paulo. Ele está vindo para cá, acho. 

—Você acha? Ainda estão assim? -Isa diz levantando uma sobrancelha. 

—Não é culpa minha. Acho que ele não gosta mais de mim. -Miranda diz arrasada. 

—Pare de falar bobagens. -Max aparece atrás de Miranda arrumando a manga do terno preto. O cabelo continua raspado como o usual, mas ele acabou tirando a maioria dos piercings do rosto, conservando apenas o do lábio e o da sobrancelha. Também deixou a barba crescer um pouco, cortada milimetricamente. –Saudações, amigos. -Ele nos cumprimenta calorosamente e se vira para Miranda, que aparenta estar aborrecida com ele. -Olá, meu amor. Como foi a viagem?  

—Um lixo. Como você pôde me abandonar durante três semanas sem avisar nada?  

—Me desculpe. Podemos falar sobre isso depois? -Ele diz sorrindo e exibindo os dentes brancos. 

—Você me tira do sério. -Ela diz.  

—Eu sei. -Ele se inclina para beijá-la e eu olho para Isa, que parece pensar “os mesmos de sempre” 

Depois que nos formamos no ensino médio, várias coisas aconteceram. Bem, eu entrei na faculdade de administração e passei a cuidar dos negócios na construtora com meu pai. Agora tenho até mesmo um andar só meu no escritório, e assim que ele se aposentar, a empresa será praticamente toda minha. Isa cursou a tão sonhada faculdade de jornalismo, mas começou a fazer uns bicos de modelo aqui e ali, passando dos anúncios e propagandas para as pistas e os desfiles de moda. Ela acaba viajando bastante, mas sempre que possível arruma um tempinho livre para escrever contos, crônicas e matérias especiais e mandá-los para os jornais. Por causa das viagens nós ainda não conseguimos nos casar e constituir uma família, mas está tudo nos planos. Em alguns anos Isa irá se aposentar das passarelas e focar na carreira de jornalista, então poderemos finalmente viver uma vida sossegada, e quem sabe até mesmo com filhos? Alex estudou música durante dois semestres, mas decidiu fechar o curso e cair na estrada com sua banda de rock. Max, homem de negócios que cuida de diversos restaurantes, bares e casas noturnas, ajudou a banda de Alex a conquistar muito sucesso e vitórias. Claro, Alex também viajava muito devido às turnês, e isso deveria chatear Evey, entretanto, a ruivinha também viajava com frequência para participar de competições ao redor do mundo. Atleta profissional, os dois sempre davam um jeito de se encontrar e manter o namoro à ativa. O pai de Marcos deixou toda a empresa nas mãos dele assim que pareceu que ele já estava pronto para tal responsabilidade. E Marcos prosperou. Não havia dúvida de que isso iria ocorrer, é claro. Nath trabalhava como pediatra ajudando organizações sem fundos lucrativos. Ela disse que preferia ser bancada por Marcos e poder ajudar o máximo de pessoas possível. Miranda reatou de vez os laços com o pai quando completou 18 anos. Ele confiou a ela alguns setores da administração de um de seus hotéis, e com o passar dos anos, Miranda passou a organizar grande parte dos negócios do pai. Parece que Max não consegue dar muita atenção para ela, já que desde sempre ele foi muito focado no trabalho, mas eles sempre estão juntos.  Matt, o nerd, se formou em engenharia aeronáutica e se mudou para a França com Mia ao receber uma boa proposta de emprego. Às vezes Isa conversava com ele para saber das novidades. Luke terminou a faculdade de medicina e até hoje não conseguiu namorar fixo de novo. Ainda parece estar aproveitando a vida. Ele não voltou para o Brasil e está tentando se destacar como neurocirurgião nos Estados Unidos. 

Minha mãe conseguiu arranjar um namoradinho no trabalho dela há alguns anos, e estão firmes até hoje. Meu pai e Marissa tiveram um filho e começaram a própria família deles, mas continuaram cuidando de mim. Sei que Léo está cuidando dos negócios da família de Isa junto com o pai. A mãe de Isa faleceu devido a um câncer dois anos atrás, o que deixou Isa profundamente abalada. Os outros irmãos de Isa, Seth e Sarah, se formaram respectivamente em educação física e gastronomia. Seth está jogando futebol em um time europeu e Sarah abriu sua própria rede de confeitaria. No geral, estávamos todos bem. Estávamos vivendo.  

Ouvimos um grito agudo. Viro-me e vejo Evey, com o cabelo ruivo curto e com enfeites e vestindo um vestido azul brilhante. Ela corre até nós e começa a sessão de abraços e beijos e exclamações de saudades. Alex aparece logo depois, elegante em seu terno grafite, mas com o usual moicano preto na cabeça. Além disso, os sapatos são os mesmos de sempre: de skatista, novos, pretos com detalhes verde neon. 

—Que roupa é essa, meu Deus? -Isa exclama depois de abraçar Alex.  

Ele pisca para ela. -Não podia perder a essência. Eu sou um astro do rock agora. E esse tênis é patrocinado.

Evey revira os olhos. –Bem, você não precisava vir com eles no casamento de Marcos e Nath.

—Claro que precisava. Estou recebendo só pra andar com essas belezinhas por aí.

—Onde esta Clarinha? -Evey pergunta, ignorando o marido. 

—Deve estar sendo embelezada até a morte. -Miranda fala rindo. Clarinha, a filha de Marcos e Nath e afilhada de Evey e Alex, vai ser a daminha de honra. Apesar de ter sido fruto de uma gravidez não planejava, era uma menina linda e divertida, que recebia muito amor de todos. 

—Quando vocês vão embora? -Eu pergunto para os amigos. 

—Logo depois da festa. -Evey diz e Alex contrai os lábios. 

—Eu teria que ir embora logo depois da cerimônia, mas não posso perder uma festa dessas. -Ele diz rindo. 

—Você acha que tem quantos anos? -Max provoca.  

—Bem menos que você, velhote. 

Miranda concorda com a cabeça sobre o fato de Max ser um velhote. Antes, quando todos eram adolescentes, a diferença de quatro anos entre os dois parecia muito maior do que agora. Ele olha feio para ela de brincadeira, e ela ri. Evey e Alex decidem ir atrás de Clarinha e Max e Miranda vão procurar algo para beber. 

Depois de meia hora o casório começa. A música começa a tocar e todos os convidados se acomodam nos bancos de madeira do jardim. Marcos espera ao lado do padre, vestindo um terno preto com uma pequena flor azul no bolso e o cabelo loiro com uma camada de gel. Fico um pouco afastado dele ao lado de Alex e Max. Léo, o irmão de Isa, aparece logo depois, arrumando o terno em seu corpo gigante e sorrindo. Isa, Evey e Miranda vão para o lado oposto com Fernanda, a irmã mais velha de Nath. Alguns segundos depois a música se intensifica e todos olhamos para o caminho de pedras enfeitado com flores coloridas, por onde Nath caminha. Seu vestido branco possui rendas no busto e nas mangas, que vão até o cotovelo. A cauda cintilante se arrasta pelo chão conforme ela anda, acompanhada pelo pai. Nath abandonou as mechas coloridas logo que se formou no ensino médio, e agora o cabelo está preso em um penteado complexo com uma flor branca enfeitando. Ela sorri para todos e finalmente chega ao pequeno altar, parando ao lado de seu noivo. 

Evey começou a chorar quando eles trocaram as alianças trazidas por Clarinha. 

—Se você continuar assim vai borrar toda a sua maquiagem. -Fernanda disse limpando os olhos de Evey com um guardanapo. Fernanda já havia parado com a carreira de modelo, e estava agora esperando o segundo filho de Léo. 

Miranda havia pego o buquê de flores jogado por Nath após a cerimônia, e ficou absolutamente feliz com isso. Max, no entanto, pareceu contrariado com a animação da namorada. 

—Será que a gente pode se casar no hotel de papai em Maresias? Seria um sonho! -Ela exclama abraçando o buquê colorido. Max fecha os olhos e massageia a cabeça. 

—Não vamos pensar nisso agora, ok?  

—Mas você já é velho!  

—E ainda tenho que ouvir essas coisas... -Ele diz e, de repente, pega Miranda pela cintura e cola sua boca na dela, fazendo a garota largar o buquê com a surpresa. 

—Parem com isso! Só eu posso brilhar no meu casamento. -Nath exclama, aparecendo segurando a barra do vestido com Marcos atrás. 

—Já terminou de tirar suas fotos, estrelinha? -Alex pergunta amparando Evey. 

—Já. -Nath bufa e Marcos sorri. -Sério, no casamento de vocês não convidem tantas pessoas. É um saco tirar foto com todo mundo.  

—Isso se mais alguém for casar aqui né. -Evey diz, já praticamente recuperada.  

—Como assim? -Fernanda pergunta confusa. -Isa não vai se casar?  

—Ah, nós ainda não pensamos muito sobre isso. -Isa diz sem olhar para mim. Tento não ficar sentido com suas palavras, mas falho miseravelmente. Isa é a única que não quer pensar sobre isso. 

—Entendo... e vocês? -Fernanda pergunta para Max e Miranda, que estão discutindo a respeito do buquê jogado no chão.

—Ei! Quem jogou meu buque no chão? -Nath pergunta.  

—A culpa é de Max. Acho que ele não quer se casar comigo. -Miranda diz se abaixando para pegar o buquê de flores. 

Max revira os olhos. -Por que não pensamos sobre isso depois? Você nunca falou de casamento e agora chega com essas ideias malucas. 

—Até parece que você não me conhece. -Ela rebate e ele sorri, derrotado. 

Limpo a garganta para chamar a atenção de Isa, que para de ficar maravilhada pela decoração o jardim da casa de Marcos e Nath e olha para mim. Engulo em seco e aperto a caixa do anel no bolso do meu paletó. Isso não vai dar certo. A verdade é que eu quero muito casar com Isa. Já faz dez anos desde que começamos a namorar e a única certeza que eu tenho é que quero ficar com ela pelo resto dos meus dias. Mas Isa não parece muito disposta a se casar do jeito convencional. Nós nos afastamos da festa que se instaurou pouco tempo atrás, procurando um pouco de sossego. 

—O que foi? -Ela pergunta beijando meu rosto distraidamente.

Suspiro. -Esqueça. -Largo a caixinha e esfrego as mãos suadas na calça do smoking. E se ela recusar?  

—Odeio quando você faz isso. -Ela diz revirando os olhos. 

—Eu... Nada. -Falo, desistindo. Não vou correr o risco. Se ela está combatendo a ideia de casamento até agora pode ser porque ela não me veja como seu marido?  

Isa bufa. -Sério, se você começou a falar, precisa terminar. 

—Não é importante. -Bem, claro que é. 

—Não importa. Está guardando segredos de mim agora, Thomas? -Ela pergunta erguendo uma das sobrancelhas e recolhendo a mão. 

—Não é um segredo. É... um negócio que eu queria te perguntar, mas posso deixar para depois.  

—Tem certeza?  

Hesito em responder. -Se eu falar você promete responder com sinceridade? Completamente?  

—Quando eu não sou sincera com você?  

—Quando... você diz que vai pensar sobre nosso casamento e parece se esquivar disso o máximo possível.  

Ela pisca algumas vezes, evitando olhar nos meus olhos. -Thomas... 

—Tudo bem se você não quiser realmente se casa comigo. Só quero que me diga a razão.

 -Não é que eu não quero me casar com você. É só que... Não precisamos disso. Sabe? Nós já moramos juntos e construímos nossos caminhos baseados em uma vida em casal. Por que?

—Vamos só oficializar. Quero te ver com uma aliança no dedo, e os papéis dizendo que somos casados de verdade. Para o mundo. Do jeito que você age, parece que a ideia de me ver como seu marido a apavora.

Ela respira fundo como essa conversa estivesse cansando-a e eu evito olhar para ela. –Quer saber? Esqueça. Vamos voltar para a festa. Nath e Marcos daqui a pouco vão embora para a lua de mel. Depois nós...

—Tudo bem. –Ela me interrompe. Viro-me para ela e Isa prende uma mecha de cabelo atrás da orelha.

—Tudo bem o que? Não vamos fazer isso se você estiver se sentindo obrigada, porque não é.

—Não estou. Você está certo. Não tenho motivos para recusar me casar com você. Estamos juntos há tanto tempo... Eu só não sei se estou pronta para isso ainda.

—Não precisamos fazer uma festa dessas se você não quiser. Podemos simplesmente assinar os papéis e fazer uma pequena reunião. Não acho que a vida de casados vá ser muito diferente da nossa própria.

—Talvez. –Ela morde o lábio inferior, uma mania que Isa possui desde que nos conhecemos e eu pego sua mão.

—Não fique insegura quanto a isso. Eu vou cuidar de tudo. –Tiro a caixinha do bolso e coloco o anel de ouro, simples, em seu dedo anelar.

—Mais um? –Ela pergunta sorrindo.

—Mais um de muitos. –Beijo sua mão com carinho. –Então... Você aceita se casar comigo?

Isa sorri e aperta minha mão. E, nesse momento, ela é a melhor coisa que já aconteceu comigo.


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Notas finais do capítulo

Como vocês puderam ler, foi um epílogo. Acho que foi o melhor jeito de finalizar a fic e espero que vocês tenham gostado tanto quanto eu. Não se esqueçam de comentar o que acharam e também de dar uma passadinha na nova fic. Amo vocês ♥



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