I Can Feel escrita por Cihh


Capítulo 42
Capítulo 42 - Te Esquecer


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Primeiro vou agradecer às pessoas que comentaram: Fernando Brasil, Carina Darlly e BellaZuuh. Obrigada! Queria avisar que semana que vem vou fazer uma viagem com a escola, mas vou tentar postar antes. Boa leitura e beijinhos.



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Porque você tem tudo o que eu quero

E eu apenas não sei como explicar, então,

Ajude-me babe, eu preciso te esquecer!

    (Get Over You)

 

POV Isa 

Mordo o lábio ao ver a mensagem na tela. 

'Me chamaram na sua agência. Estou aguardando'

Chamaram Thomas na minha agência? Será que aconteceu alguma coisa?  

—Quer um algodão doce? –Felipe pergunta alto. O barulho do parque está ensurdecedor. 

—Não. –Eu grito de volta. Aperto o celular ansiosamente. 

—Pare de mexer nesse celular maldito. Você acha que eu te tirei de casa para você ficar assim? –Luke diz e pega o celular das minhas mãos. 

—Ei! –Eu exclamo e corro para tentar recuperar o celular, mas Luke o entrega nas mãos de Felipe, que ri e sai correndo. –Fala sério!  

—Vamos nos divertir um pouco, Dora! A gente quase não saiu desde que você chegou. Aposto que você nunca foi a um parque de diversões como este. 

—De fato não. Mas eu quero meu celular. 

—Depois. –Ele dá batidinhas na minha cabeça e começa a andar. Eu o sigo. Luke e Felipe me convenceram a sair de casa hoje. Então viemos para esse lugar cheio de pessoas, comida, cores e risadas. E talvez o ambiente esteja me fazendo sentir melhor. Diversão. Já se passou um tempo desde que vim para cá, mas não sei bem como estou me sentindo em relação a Thomas. Gosto de ler suas várias mensagens e meu coração aperta quando me lembro de quando estávamos juntos. A raiva estava diminuindo conforme eu via que ele continuava a me mandar mensagens relatando como havia sido seu dia e o quanto ele sentia minha falta. Mas ainda não tinha coragem de responder nenhuma delas.

—Vamos na roda gigante? Você morre de medo dessas coisas. –Luke diz, olhando para cima.

—Eu? Você que tem medo de altura. –Eu o provoco e toco sua barriga. Ele mostra a língua para mim. –Não vamos esperar Felipe?  

—Ele encontra a gente depois. Falei para ele comprar um pouco de comida para nós. Sério, eu estou morrendo de fome!  

—Eu quero meu celular. –Repito e ele revira os olhos.

—Eu não ligo. Com quem você tanto fala nesse seu celular? Não é com Max né? Eu que apresentei ele para você, você não pode virar melhor amiga dele agora.

—Pare com isso. Você sabe que Max está trabalhando a essa hora, ele não pode ficar me mandando mensagens.

—Então é Evey?

—Evey foi para as montanhas esquiar. Nem temos tempo de conversar.

—Então... ?

—Então não é da sua conta. -Também mostro a língua para ele, que cruza os braços sobre o peito.

—Espera, é um garoto? Você terminou com Thomas não é?

Ainda não falei nada sobre Thomas com Luke ou Felipe, mas com certeza eles sabem que nós não estamos mais juntos, mas eu não disse nada. Luke com certeza vai ficar irritado e vai dar algum problema, então é melhor não.

—Sim, terminamos. Mas eu quero meu celular de volta. Vamos atrás de Felipe.

—Ah, não! Vamos na roda gigante.

 

***** 

 

POV Thomas 

Balanço as penas impacientemente e checo o celular mais uma vez. Nada ainda. Será que ela realmente não lê minhas mensagens ou só não as responde? Porque isso é muito importante e ela devia me responder.  Vim aqui tratar dos assuntos dela uma hora antes da minha viagem à Belo Horizonte e continuo sendo ignorado. Como pode isso?  

—Ah! Thomas! Desculpe a demora. –Aquela mulher loira, Pietra, anda a passos rápidos até minha cadeira e me cumprimenta animadamente. Estou na sala dela, esperando-a há uns bons dez minutos. –Tive que resolver alguns assuntos de última hora... Desculpe ter te ligado assim, de repente. O que acontece é que eu estava esperando que Isadora retornasse minhas ligações, mas isso não ocorreu. Como eu tinha seu contato do dia que vocês fizeram inscrição, achei melhor tentar ligar para você também. 

—É. Isa esta viajando. Só volta no fim de Janeiro. 

—Ah! Isso explica tudo. –Ela da uma risadinha. –Bem, referente ao ensaio que vocês dois fizeram... –Ela se inclina e começa a procurar algo em uma pilha de papéis. –Parabéns, vocês foram os que tiveram mais votos. As fotos ficaram ótimas, realmente. 

Ela me entrega algumas das fotos que tiramos naquele dia, ambos com roupas de praia, mas com alguns efeitos e um cenário mais sofisticado feito em computação. E um cheque. Um lindo cheque. 

—Nossa, uau... 

—Essas são as fotos que vão promover a marca. Vão estar nas lojas e nas propagadas. E essa é a quantia dada a vocês por terem vencido o concurso. –Ela sorri.  

—Puxa, obrigado. –Eu falo sem saber muito bem o que dizer. Isa teria adorado isso. 

—Eu que agradeço. Quando entrar em contato com Isa, diga para ela passar aqui quando retornar ao Brasil. Apareceu a oportunidade de contrato que ela queria. –Ela se senta na cadeira e começa a mexer de novo nos papéis. 

—Certo. Obrigado novamente. –Eu digo, pegando as coisas e me retirando. Assim que saio da sala de Pietra, pego o celular e disco o número de Isa. Não sei quantas vezes eu fiz isso e não tive nenhuma resposta. Mas dessa vez ela tem que me atender. Toca várias vezes e... atende. Bem, alguém atende.

—Alô? –Um garoto fala na linha. Atrás, muitas pessoas falando. Um garoto. Um garoto que não é Luke. Fico quieto, tentando reconhecer a voz. Tentando pensar em alguma desculpa para um garoto atender o celular de Isa. –Alô?  

—Quem é? –Eu pergunto, com o tom de voz mais ameaçador que eu consigo fazer. 

—É Felipe. Ah, desculpe. Um amigo de Isa. Quem está falando?  

—Onde ela está?  

—Han... Ótima pergunta. Eu a perdi de vista, mas posso pedir para ela te ligar quando eu a encontrar. Ah, espere... 

—Quem é? –Ouço a voz de Isa baixo do outro lado e meu coração acelera. Isa. De verdade.  

—Não sei. Estava tocando e eu não sabia se podia atender, mas achei que podia ser algo importante... 

Ela dá uma risadinha. –Certo. Me dê o celular. Alô? Alô? Desculpa, tá muito barulho aqui. Não consigo te escutar. Max, é você? Luke, pare com isso! Eu vou para lá, depois eu encontro vocês. –O barulho diminui aos poucos. -Alô?  

Eu fico em silêncio, absorvendo a voz de Isa. Senti tanta falta... 

—Eu consigo te ouvir respirando. Max, é você? Pare de brincar. 

—Isa... –Eu falo baixinho, com medo que ela desligue.  

—Quem é? –Ela fala alto e eu percebo que ela está em um local aberto e bem movimentado. 

—Sou eu, Thomas. Não desligue, por favor. Você recebeu minha mensagem? Eu estou saindo da sua agência agora. A gente ganhou aquele concurso das fotos. Nossas fotos foram escolhidas para a campanha e... ganhamos dinheiro. Um cheque. Se você me passar seus dados eu posso depositar na sua conta. –Falo rapidamente, praticamente derramando as palavras. Quero falar o quanto eu sinto falta dela, mas não quero que ela desligue. –As fotos ficaram ótimas. Sério. Você ficou linda. Eu senti tanto sua falta, juro. Como você tem passado? Tem feito muita coisa aí? Eu... 

—Thomas, eu preciso desligar. –Ela diz, me interrompendo. Parte de mim sentiu saudade do jeito que meu nome saía da boca dela, outra percebeu o quanto a voz dela estava carregada de emoções quando ela disse. E eu inteiro entrei em desespero. 

—Não, espere! Olha, eu só quero conversar.. Não desligue, por favor. Você pode responder minhas mensagens? Sim? Quero falar com você. Estou indo para BH e... 

—Boa viagem. Sério, eu tenho que desligar agora. Eu... fica bem. Tchau.  

Ela desliga. Fecho os olhos e me jogo dentro do meu carro com força. Merda! Nem falei do contrato com a agência... 

 

—O jantar está marcado para às oito e meia. Podemos dar uma volta na cidade antes disso. O que acham? –Meu pai pergunta quando chegamos ao hotel em que vamos ficar hospedados. 

—Parece ótimo. –Marissa diz.  

—Acho que vou ficar por aqui. Estou cansado. –Eu falo, puxando minha mala para a recepção. 

—Certo. Podem ir se sentar naquelas poltronas lá, eu resolvo as coisas aqui. 

Eu e Marissa vamos nos sentar nas poltronas luxuosas do hotel. De fato, um lugar bem bonito. Alto e com um grande e espalhafatoso lustre no centro da recepção. Várias pessoas passando usando roupas de marca e ternos finos. Não é a minha praia. Fecho os olhos e penso em Isa. Será que eu a aborreci muito por ter ligado? Eu estava tão feliz por estar falando com ela. 

—Tudo pronto. –Meu pai diz chegando perto de nós. –Quarto 410 para Thomas e 412 para nós.  Coloquem essas pulseiras para identificarem que podem fazer uso das piscinas e mais umas coisas especiais. –Ele me entrega dois cartões para abrir a porta do quarto e uma pulseira preta com um detalhe dourado. –Ainda temos que descarregar algumas coisas nossas. Não quer ir sozinho, Thomas? Quarto andar, à direita. 

—Ok. –Eu falo pegando minha mala e indo em direção ao elevador. Lá dentro, encontro uma garota... peculiar. Ela tem cabelos loiro escuro que formam diversos cachos grandes e usa um laço verde claro na cabeça. Veste um vestido branco e rosa com babados e saltos pretos que me lembram de boneca. Ela inteira lembra uma boneca. Parece uma criança de 5 anos, se você ignorar a expressão de superior em seu rosto. Ela olha para mim e estreita os olhos quando entro no elevador. 

—Quem é você? –Ela pergunta e noto seu sotaque. 

—Hã... sou Thomas. Prazer. –Cumprimento abaixando a cabeça de leve. 

Ela continua a me analisar. A porta do elevador se fecha e eu aberto o botão do quarto andar. Percebo que ultimo andar também está apertado. 

—Qual é seu nome?  

—Thomas. –Repito, começando a achá-la muito estranha. 

—Seu nome inteiro. –Ela diz como se fosse óbvio. Qual o problema dela?  

—Thomas Menezes. –Eu digo, e vendo a cara dela, percebo o que ela quer. –Parker. 

Ela levanta as sobrancelhas em reconhecimento. –Parker, Parker. Christopher Parker? –Ela cantarola e puxa uma mecha de cachos do cabelo. 

—Isso. –Eu confirmo.  

Ela estende uma mão envolta por uma luva branca fina (quem usa essas coisas?) e eu a aperto. –Sou Miranda, prazer. Filha do dono do hotel. 

 

Depois te tomar um bom banho no banheiro gigante do quarto do hotel, pego o celular com expectativa. Alex mandou uma mensagem dizendo o quanto estava sendo chato passar o fim de semana com a mãe e o namorado dela. Evey postou uma foto com um esqui e um lindo fundo branco de neve atrás. Vanessa criou um evento para daqui a duas semanas chamado 'Festa de Aniversário da Nessa' com bebida à vontade. Marcos disse que estava vindo para BH para o jantar de hoje, mas que amanhã já iria embarcar para Curitiba com Nath. E Matt atualizou seu status para 'em um relacionamento sério com Mia'. Nada de Isa.

Bem, há várias coisas para se fazer em um hotel. Eu posso deitar na cama e dormir até a hora do jantar; tirar minhas roupas da mala e arrumá-las no guarda roupa; ir comer no restaurante; descansar em uma rede enquanto aproveito a natureza; ir para a sala de jogos e socializar jogando sinuca e bebendo cerveja; pegar uma bola para uma partida de futebol ou vôlei na quadra; fazer uns exercícios na academia do hotel; ou vestir uma bermuda e cair na piscina. Exatamente. A bermuda que pego é a que eu usei quando tiramos as fotos para o concurso (Pietra me deixou pegar). Também coloco um óculos escuro e um boné preto. Tudo certo. Quando fecho a porta do quarto, lembro-me de mandar uma mensagem para Isa. É como se fosse um diário. Que ninguém vê.

'Tinha me esquecido de contar. Pietra me disse que uma oportunidade contrato apareceu para você. Parabéns'

'Sinto muito se te aborreci por ter ligado hoje de manhã. Achei que você ia gostar de saber que ganhamos o concurso'

'Já cheguei em BH com meu pai e estou indo para a piscina. Acho que você ia adorar esse lugar. É a sua cara. Posso até te mandar algumas fotos'

'Será que eu serei um bom empreendedor como meu pai? Parece que ele espera que isso aconteça no futuro'

'Eu deveria me sentir um retardado por continuar a te mandar mensagens? Por que é como eu me sinto'

.

.

.

'Não.' , ela responde.


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