Desaparataram em uma praia deserta, e pela hora da noite, nada se via, apenas se ouvia o barulho do mar. Bellatrix não entendeu, de início, o motivo da ida a tal lugar, mas quando escutou o barulho da respiração rápida de Voldemort, ela entendeu: ele precisava mesmo relaxar e aceitou a sugestão dela, embora ela tivesse dúvidas sobre se ele realmente sabia as intenções dela. Quando ela fez a proposta, fez como quem está a brincar. Ela nunca pensou que fosse levada a sério, mas lá estavam os dois, em silêncio e pela primeira vez, ela viu que nem sempre ele sabia o que fazer.
Olharam-se, imóveis, por um longo tempo como que esperassem que o outro tomasse alguma iniciativa ou dissesse alguma coisa para quebrar aquele clima, Mas ninguém dizia nada e o único barulho que se ouvia era o som do mar. Mas então ele quebrou o silêncio:

— Eles deixaram ele escapar de novo! – vociferou ele, tirando Bellatrix de seus pensamentos e deixando-a assustada – não sei quando terei outra chance novamente, mas terei de estar lá para garantir que tudo dê certo. Matei aqueles dois comensais da morte, bem que eu avisei que ou voltavam com o garoto ou seriam mortos!

Ela nada disse. Das poucas vezes que o vira tão descontrolado assim, elas não tiveram um final muito feliz. Então, preferiu se calar.

— Não aguento mais dividir o mesmo ambiente que aqueles inúteis, eu precisava espairecer, eu não consigo relaxar. Lumus! – uma luz saiu da ponta da varinha dele, iluminando a volta deles – você outra vez sugeriu que tinha o jeito certo.

— E eu tenho, Milorde. – ela se aproximava devagar – o senhor só deve baixar a guarda, se deixar levar... – ela estava cada vez mais próxima – se levar até que...

Ele ficará imóvel o tempo todo desde que ela começou a caminhar em direção a ele. Observava-a como um garoto curioso, mas quando ela chegou perto demais, foi ele quem tomou a iniciativa e a beijou. Beijou como se há muito não fizesse isso – o que era verdade – e aquele beijo era cheio de desejo, de pressa, de loucura. Ela via o seu sonho de muitos anos se tornar realidades, então beijou-o com a mesma vontade, com o mesmo desejo que ele demonstrava, até que a respiração pareceu faltar.

— Não sei se esse era o jeito que tinha intenção de sugerir – disse ele meio ofegante – mas não há nada que eu queira fazer agora mais do que isso.

— Sonhei tanto com isso - respondeu ela igualmente sem ar.

Ele largou a varinha no chão, enquanto ela o olhava como se ele fosse um deus e voltou a beija-la, mas agora com as maos livres pra poder segura-la em seus braços, mas logo empurrou-a bruscamente, fazendo-a cair na areia, e antes que ela pudesse esboçar qualquer reação, ele ja estava por cima dela, mas agora beijava o pescoço dela enquanto ela chamava o nome dele.
Ela nunca se sentira tão feliz em toda a sua vida, e não foi a única a "relaxar" naquela noite. Ela só conseguia lembrar que no último momento, deitou sobre o peito dele, fechou os olhos e tentou dormir ao passo que ele já parceria estar profundamente adormecido, mas quando amanheceu o dia, ele já não estava lá, o que fez ela considerar se tudo aquilo realmente tinha acontecido, ou se não passara de um sonho como os muitos que ela já teve, mas uma coisa era certa: não importava o que os outros poderiam dizer, mas enquanto ele confiasse nela, ela cuidaria dele, faria de tudo para que ele fosse feliz, ficasse satisfeito porque o poder tinha um preço: a solidão, mas no que dependesse dela, ele nunca estaria sozinho.