Letras e Vinhos escrita por PriscilaRoza


Capítulo 5
Hospitalidade Grega




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Voltei para esse lugar tedioso, cheio de crianças e espadas, mais um dia sem saborear qualquer tipo de vinho, ou até um suco de uva de caixinha. Eu simplesmente tinha que aturar essas pestes semi gregas todos os dias completamente sóbrio. Isso era uma maldição mesmo. Ou como Zeus gosta de chamar, castigo.
Levantei da cama e coloquei um terno como de costume. Desci as escadas e encontrei Quiron, o sátiro.
–Ola Quiron. Como andam as coisas no inferno?
–Bom Dia, Senhor D. Dois campistas voltaram e trouxeram uma menina nova. Ela foi reclamada antes de chegar. Filha de Apolo.
–Mas é claro. Ele e Hermes são iguais. Não conseguem manter o pau dentro das calças. Daqui a pouco teremos que construir um casa maior que essa aqui para os dois. Onde está a campista nova? Vou dá-la um pouco de hospitalidade grega.
–No chalé de Apolo, acho.
Saí pela porta e deixei o sátiro no meio da sala. Enquanto andava pelo acampamento pensava no que tinha acontecido ontem no Olimpo, de repente, esbarrei numa das praguinhas.
–Olá, não sabia que admitimos meios sangues cegos. Olhe por onde anda.-disse sem encarar a pessoa que me esbarrara.
–Pelo menos eu não ando por ai viajando acordada. Então é você. Dionísio. Bem que me disseram que você não era uma pessoa muito feliz.
–Quem é você?
–Sofia. A nova campista. Estava indo para a casa grande pedir a Quiron para me acompanhar até o chalé, não estou achando.
–Eu levo você, antes que você bata em alguém ou alguma coisa. Descobri da pior maneira que seus pais não pagam as coisas que vocês comem ou quebram.
–Você fala como se as crianças fossem animais.
–Sim. Vamos.
Saí na frente e olhei para trás. A menina tinha cabelos negros e pele branca que eu já tinha visto, seus olhos eram verdes e ela parecia italiana. Só de lembrar da Itália já me deu vontade de beber um vinho tinto. Andei mais rápido e ela me seguia. Parei quando ouvi um barulho nos estábulos, Sofia bateu nas minhas costas e eu olhei para trás.
–Não é possível, você é cega mesmo?
–Foi você que parou aí do nada.
–Quieta. Está ouvindo isso?
–O que?
–Shhh. Calada.
Me aproximei dos estábulos e ela veio atrás de mim devagar. Eu abri uma das portas e lá estavam eles. Dois meios sangues deitados no feno. Quando a menina olhou para cima e me viu, ficou vermelha como um tomate e saiu de cima do garoto que colocou a camisa rapidamente.
–Não acho certo vocês se agarrarem bem aí onde os cavalos dormem, e comem. Não é certo mesmo. Você acha isso certo?-Me virei para a garota que estava atrás de mim. Vi que ela prendeu o riso e disse séria
–Nem um pouco, se fosse o contrário vocês não gostariam.
–Exatamente. Levantem daí, seus animaizinhos. Sumam. Não quero ver e muito menos ouvir falar de vocês por uns seis meses. Ouviram?
Eles levantaram e saíram correndo. Sofia começou a rir e eu sorri de lado. Continuamos a andar em direção ao chalé.
–Então, senhorita?
–Song.
–Senhorita Song, o que está achando do acampamento?
–Até agora, tudo bem. Com exceção dos estábulos, não me parecem muito limpos-disse ela rindo.
–Posso garantir que não irá se repetir. Bom, chegamos. Chalé 7. Boa estadia, senhorita Song. Mais uma vez, tente não quebrar nada.
–Obrigada, senhor D. Vou prestar atenção.
–Já é um começo.
Deixei a moça de pele alva e cabelos escuros entrar e logo depois de arrumar meu terno, voltei até a casa grande para uma partida de pinochle com Quiron.


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Notas finais do capítulo

E ai?



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