5 segundos para o paraíso escrita por Violetta


Capítulo 1
Aurora Malfoy


Notas iniciais do capítulo

Olá lindinhos essa é minha segunda fanfic, espero que gostem da história e me perdoem pelos erros e também espero muitos comentários com suas opiniões, não tenham vergonha de se expressar, só de saber que você esta aqui lendo eu vou ficar muito feliz!!!
Boa leitura!



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Aurora Malfoy

Eu não gosto de altura tenho acrofobia desde o dia que fiquei pendurada no parapeito da sacada eram dois metros de altura embaixo de mim, eu tinha 5 cinco anos então 2 metros era muita coisa para uma menininha.

   Minha vida começou a mudar em um dia normal, as coisas acontecem quando a gente menos espera, me levantei cedo e me arrumei para trabalhar, olhei no relógio eram 6:30 eu poderia dormir mais meia hora, mas levantei tomei um banho e me troquei, voltei para frente do espelho meu cabelo estava selvagem aquela manhã e ia precisar da ajuda da chapinha, coloquei na tomada e deixei esquentar enquanto me maquiava, Curvex, rímel, lápis no olho, lápis na sobrancelha, era uma rotina que eu já fazia automaticamente, a única coisa que variava no meu dia era o batom, hoje escolhi o vermelho era meu favorito.

   Cheguei no trabalho com meia hora de antecedência para tomar café com as minhas amigas, as 8 bati meu ponto e comecei minha rotina como assistente, eu fazia um pouco de tudo já que era a estagiária a mais de dois anos, as nove horas minha chefe me chamou e pediu para ir até a sala dela, fiquei apreensiva, toda vez que ela me chamava eu esperava uma bronca ou ser demitida mesmo sabendo que não havia feito nada, fui até a sala e ela estava me esperando na porta, me pediu para entrar e sentar, fechou a porta em seguida, na nossa pequena reunião ela me lembrou que eu tinha férias vencidas e que em dois meses iriam vencer a próxima, antes que eu pudesse argumentar que ela precisava de mim ali, ela me jogou a bomba, eu teria que viajar, e seria de avião e eu nunca viajei de avião, qualquer um no meu lugar ficaria radiante, meu amigo Leandro deu pulinhos de felicidade no meio da loja, chamando a atenção de alguns clientes ele era radiante, eu estava mais para desesperada.

   A viagem seria em vinte dias, então eu teria tempo para me organizar até lá, desde o passaporte que eu já tinha mais nunca usei, até o que eu iria levar, seria um evento de moda com duração de sete dias, não que eu seja uma designer, estilista, a não eu era a estagiária que agora era assistente e irmã da dona da porra toda ou seja falar não estava fora de cogitação.

   Cheguei em casa naquele dia lamentando por minha vida não ser um conto de fadas, moro em um apartamento alugado pequeno, não tenho um cachorro porque é proibido ter animais no local, meus pais nunca foram casados, minha mãe Hermione se casou a pouco tempo com uns dos seus melhores amigos Rony Weasley e eu o adoro, daria tudo para ser filha dele ao invés de Draco Malfoy, sou filha de um pequeno deslize dele com minha mãe levo o sobrenome e tudo que a traição dele implicou em sua carreira política na época em ascensão, peguei meu celular e tinha uma mensagem do meu namorado "Flor vou sair com os caras, amanhã a gente se vê" me joguei na cama largando o celular do meu lado, tenho um relacionamento de dois anos que está se desgastando devido à falta de reciprocidade, ele vive sumindo e quando aparece deixa meu mundo colorido, o deixando cinza assim que se vai, posso te dizer que eu atravessaria uma cidade a pé pelo meu namorado mais não sinto que ele faria o mesmo por mim, eu vejo algumas amigas descrevendo cenas fofas de seus namorados, fotos em rede social e vejo que eu tenho o mesmo mais falta alguma coisa quando ele olha para mim.

   O tempo é uma coisa estranha, quando você quer muito uma coisa e faltam vinte dias para acontecer o tempo se arrasta lentamente, os dias passam e cada minuto é uma tortura, mas quando você não quer, a coisa acontece totalmente ao contrario o tempo voa, vinte dias se tornam 20 horas e eu pisquei e já eram dez horas da noite, faltavam poucas horas para viagem, se eu estava desesperada? Claro que não, eu só me despedi do caminho que eu fazia todos os dias pela manhã, dei tchau para minha inimiga no ponto de ônibus e as cinco da tarde sai da loja pensando que nunca mais voltaria.

    Foi uma atitude dramática eu sei, mais eu nunca havia pisado num avião, nem ido até o aeroporto olhar para um deles, preparei uma Playlist com as trinta músicas que eu mais gosto no momento e comprei um livro aquele que eu esperei por dois anos para ser lançado, dois anos que se arrastaram por sinal, eu tentei dormir tentei mesmo, mais cochilei por uns cinco minutos e como sou muito ansiosa,  levantei as duas da manhã, tomei um banho é primavera mais esta frio, sai batendo os dentes do banheiro, me vesti e passei um rímel a prova d´agua a viagem seria com duração de 12:40 minutos com uma parada em são Paulo e depois nova York, seria uma hora e dez para chegar até Guarulhos e depois 9 horas e 58 minutos até NY, chamei o táxi que me levou até o aeroporto e para o disfarçar o medo fui conversando com o taxista ele era jovem, nós conversamos bastante, desci do táxi paguei a corrida com vaucher da loja e entrei no aeroporto.

   O aeroporto era enorme, com pessoas indo e vindo apressadas, por sorte achei fácil a companhia área para fazer o check-in e despachar a bagagem, o difícil era a fila para o embarque e para inspeção, quando sai de casa achei um exagero chegar com três horas de antecedência lá, quando eu entrei na fila entendi o motivo, demorou uma eternidade até chegar no momento de passar no detector de metais, como eu já tinha despachado minha bagagem, eu estava só com minha bolsa foi fácil, o difícil foi tirar minha bota, que tinha uns detalhes em metal, então lá fui eu metade do caminho andado, achei o portão de embarque e me sentei até abrir as portas para ir para o avião, observei as pessoas em volta e como estavam concentradas no seu objetivo, quantas delas estava fazendo sua primeira viagem?

   Embarquei no avião, tive dificuldade de entender como funcionava a posição das cadeiras, quando entendi que a B fica no corredor me sentei, peguei meu livro e comecei pagina um, o avião ficou completo com cada passageiro, pagina dois o comissário de bordo fez as devidas advertências, pagina três coloquei meus fones, o celular entrou em modo avião, ainda pagina três o avião foi manobrado até entrar na pista de decolagem as luzes se apagaram e os comissários foram se sentar e afivelar ser cintos, pagina 4 o piloto disse a frase que fez meu coração acelerar “tripulação preparar para decolagem” eram 6 da manhã o céu estava escuro então as luzes que indicavam a pista estavam acesas, eu achei lindo, eu tenho um fraco por luzes, tentei me concentrar no livro coloquei a música e respirei fundo quando as turbinas foram ligadas, o avião ganhou velocidade lentamente até atingir o objetivo e dar um leve solavanco quando deixou o chão, e posso te dizer essa foi a parte que eu mais gostei, a velocidade e a decolagem, o que não gostei foi a pressão do ar, demorou para eu me acostumar e até relaxar dentro de um tubo de metal que está a 37.000 pés, posso dizer que foi um desafio e tanto.

    Eu li metade do meu livro antes de fazer a conexão, quando desci aproveitei para ir no banheiro e refazer a maquiagem dos olhos e passar um batom nude para não borrar caso eu caísse no sono, verifiquei meu celular meu namorado não havia mandado nada, só tinha mensagens do Le “ se Joga migs” "Arrasaaa" definitivamente eu não queria me jogar, nem arrasar só passar despercebida no meio das pessoas, seriam mais dez horas de viagem, me perdi e tive que correr para pegar o próximo voo, o aeroporto estava cheio de garotas eufóricas carregando cartazes com a foto de um cantor que eu nunca tinha visto na vida o que dificultou ainda mais eu achar o embarque e passar novamente pelo detector de metais, quando eu cheguei correndo e sem fôlego vi de relance o cantor passando acompanhado por dois seguranças, enquanto as garotas gritavam e aglomeravam em volta dele tentando arrancar suas roupas e cabelos, não enxerguei seu rosto, só imaginei a vida dele, não ter liberdade para ir na farmácia, não pode ir ao cinema sem as pessoas irem até ele e pedir autógrafos tirar fotos e naqueles dias que voce não quer falar com ninguém como faz? Você não pode fazer coisas simples como pegar um ônibus, um táxi ou mesmo um avião, sem causar alvoroço, eu gosto de ser anônima eu não iria sobreviver se tivesse que ter pessoas em volta de mim, fazendo coisas por mim o tempo todo, eu senti pena dele e segui meu caminho para o embarque, a segurança resolveu me revistar porque eu estava correndo, e revistou meu livro também, chacoalhou e folheou, fala sério eu pensei, é só um livro, é muito precioso para carregar uma bomba, eu tive vontade de dizer a ela, mas só corri para pegar o voo a tempo.

   Cheguei dez minutos antes do embarque sem olhar para ninguém em especifico, dessa vez minha poltrona seria na janela, cheguei antes dos meus colegas de assento, me sentei e afivelei o cinto, a minha bolsa já estava embaixo da poltrona da frente e deixei o meu assento já na posição vertical para facilitar, coloquei o celular em modo avião e liguei minha playlist, com os fones no ouvido e o livro em mãos, não me dei conta que o passageiro que iria a meu lado já estava ali, eu não olhei para ele, só continuei com minha rotina, música e livro.

   O avião decolou da mesma forma com o piloto avisando da decolagem e foi tomando altitude lentamente, eu deixei o livro de lado para observar desde o momento em que ele deixou o chão até o momento que os raios do sol invadiram minha janela, aos poucos as coisas foram ficando pequenas e distancia aumentou, assim que a pressão do ar diminuiu os comissário começaram o serviço de bordo, eu aceitei a bebida e chips, foi ai que notei o garoto alto trajando paletó e gravata se aproximando do passageiro ao meu lado, ele veio me olhando e se debruçou para falar com ele, abaixei o volume da música e fingi que estava prestando atenção no livro, eles conversaram rapidamente em inglês, apesar da minha conversação deixar a desejar eu conseguia traduzir facilmente o diálogo.

— Está tudo bem aí? – O homem disse me olhando com os cantos dos olhos.

— Tudo tranquilo...

— Qualquer coisa, se quiser trocar de lugar comigo...

— Está tudo bem Collins...

  E o cara se foi, eu revirei os olhos e notei que o passageiro deu uma risadinha, olhei de canto para ele tentando virar discretamente para ver do que ele estava rindo, mais minha tentativa não foi tão discreta assim, ele estava olhando diretamente para mim, e vou te dizer ele era lindo tinha olhos verdes por baixo dos óculos de aros quadrados e pretos, tinha o cabelo castanho claro volumoso apesar de ser liso que caia sobre sua testa, eu tentei disfarçar que olhei para ele, mais foi tão lenta que ele acabou puxando assunto comigo.

— Me desculpe pelo Collins, ele é meio impertinente ás vezes – ele disse com a voz grave carregada pelo sotaque americano.

— Tudo bem – eu disse olhando para o livro.

— O que você está lendo? – Ele disse curioso e direto – Eu tentei ler a capa discretamente, não deu muito certo...

— A mediadora de Meg Cabot – eu disse achando graça do comentário, eu vivia fazendo isso em ônibus com tentativas maus sucedidas, li várias páginas de pessoas desconhecidas e diferentes em transportes coletivo.

— É um livro para garotas – ele disse concluindo ao olhar a capa.

— Eu acho que a história boa – respondi na defensiva.

— Então faz um resumo para mim – ele disse abrindo um sorriso mostrando todos os dentes perfeitos.

— Sério? – Eu disse achando o pedido estranho, não é todo dia que um estranho que por acaso é um gato me pede um resumo de livro.

— Você disse que essa história para garotas é boa – ele disse ainda sorrindo – Fiquei curioso...

— Deixa eu pensar – eu disse coçando minha testa de leve e colocando meu cabelo atrás da orelha – O nome da protagonista é Suzanna Simon ela é uma mediadora, enxerga fantasmas e ajuda eles a passaram para o outro lado depois que morrem...

— Ela enxerga fantasmas? – Ele disse rindo fazendo eu fechar a cara.

— É ela vê fantasmas – eu disse mau humorada, apagando o sorriso da cara dele – Ela vê fantasmas, se muda de nova York para Califórnia e no seu quarto há um fantasma de um cowboy morto que ela acha muito gato, no terceiro livro eles começam um romance, no último livro ela volta no tempo quando ele ainda estava vivo e sem querer trás o corpo dele para o tempo atual, a alma dele se junta ao corpo e o livro acaba...

— Se o livro acabou porque está lendo esse aí?

— Eles lançaram um sétimo livro como continuação...

— Uau sete livros – ele disse olhando para o teto do avião e colocando as mãos na nuca – Você gosta mesmo de ler né ?

— Gosto muito – eu disse sorrindo, mas por dentro achei a pergunta idiota, se eu não gostasse de ler porque estaria com um livro na mão?

— Eu costumava ler bastante, mais agora só sobra tempo entre uma viagem e outra – ele disse tirando as mãos da nuca e pegando sua bagagem de mão, da sua mala ele tirou um exemplar de O senhor dos anéis – Conte para mim sua história com detalhes que eu conto a minha...

  Eu pensei em dizer não mais ele estava com um sorrisão no rosto, daqueles que a gente só vê em capas de revistas, e eu contei com todos os  detalhes de cada um dos seis livros, e ele me escutou atentamente, fazendo algumas pausas comentando algo que nos fazia cair na gargalhada, mais de uma vez fomos repreendidos pela comissária de bordo e o terceiro passageiro que estava na poltrona da ponta lançava olhares malignos em nossa direção cada vez que uma voz era alterada sem querer, eu terminei minha história e notei que meu medo de avião tinha ficado para trás, ele me contou a dele em seguida era um resumão bem pior que o meu primeiro...

— Mais e os detalhes? – Eu disse achando graça – Eu nunca li o senhor dos anéis!

— Eu deixo por conta da sua imaginação – ele disse me dando o livro.

— Você quer que eu leia ele, agora? – Eu disse confusa e sentindo a maior preguiça do mundo

— Não – ele disse rindo e empurrando o livro para minha mão – é um presente meu, esse eu comprei em português para aprimorar a língua, eu tenho outro exemplar em inglês...

— Eu não posso aceitar – eu disse sem graça.

— Pode sim – ele disse, e como eu não peguei o livro ele abriu a minha bolsa e colocou dentro – Pronto agora ele é seu!

— Muito obrigada – eu disse lembrando que não sabia o nome dele – Qual seu nome mesmo?

— Você não sabe? – Ele disse fazendo cara de espanto.

— Como eu ia saber, eu acabei de te conhecer – eu disse rindo da expressão dele – E além do mais minha bola de cristal ficou em casa...

— É você tem razão – ele disse sem graça e mudou de assunto – E o que você faz da vida?

— Eu trabalho para uma loja de moda, negocio de família e estou indo para um evento que vai durar uma semana em Nova York – eu disse sem emoção – bom é isso...

— Então você só trabalha? E nas horas vagas o que você gosta de fazer?

— Durmo bastante, leio, assisto filmes, saio com as minhas amigas...

— Sair com os amigos é bom né – ele disse com uma expressão sonhadora no rosto.

— Eu gosto de ficar em casa, mais na maioria das vezes dar uma saída é bom, e você não costuma sair? - perguntei curiosa por causa da expressão dele.

— Na maioria das vezes eu fico em casa, eu não saio muito – respondeu enquanto se afundava na poltrona.

— Você é antissocial? - eu disse pensando o motivo que levaria um cara tão bonito ficar dentro de casa, eu era a antissocial e com motivos, mas ele era muito bonito para ficar escondido.

— Não é só que minha vida é um pouco complicada...

— E além de não sair muito, o que mais você faz? – Eu disse.

— Eu? – Ele disse constrangido e se levantou, notei que ele era alto talvez 1,80 e meio atrapalhado – Nada interessante, eu vou ao banheiro já volto, tipo volto mesmo afinal eu não poderia ir muito longe né, a gente tá num avião...

   Ele foi, me deixando chocada com a situação, ele praticamente atropelou o passageiro da ponta e correu na medida que se pode correr em um avião, tirei a música da pausa e voltei a ler meu livro, Brad o personagem que é meio irmão da protagonista tinha trigêmeas e eu desconfio que não são filhas do Brad, depois de uns cinco minutos ele voltou em silencio continuei lendo meu livro esperando que ele puxasse assunto, afinal eu não tinha nenhum interesse romântico, eu tinha um namorado, que não me mandou nenhuma mensagem desde o dia anterior, e não era problema de sinal porque eu testei antes de fazer a conexão e meu celular estava funcionado perfeitamente.

  Nós ficamos em silencio por pelo que pareceu uma eternidade, e não é aquele silencio que você fica perto de um estranho, era bem pior, era constrangedor, mau consegui prestar atenção no livro, a presença dele do meu lado começou a tirar minha atenção, eu li várias vezes a mesma frase do livro e quando fui virar para próxima página acabei batendo no braço de ele sem querer.

— Me desculpe – eu disse olhando para ele sem graça

— Não tudo bem, estava difícil ler a página 142, você lê muito rápido, não dá para acompanhar...

— Você estava lendo junto comigo? - perguntei achando graça.

— Eu voltei, e você estava tão concentrada que eu não quis atrapalhar – ele disse dando de ombros.

— Sabe de uma coisa? – Eu disse rindo.

— O que? - Ele disse arregalando os olhos verdes espantado.

— Ainda não me disse seu nome - eu disse.

— Ah é verdade – ele disse aliviado dando suspiro– Dash, é só Dash...

— Bom só Dash – eu disse abrindo um sorriso e oferecendo a mão para um aperto – Eu sou Aurora.

— Aurora, tipo a bela adormecida? – Ele disse enquanto apertava minha mão, o aperto era suave e sua mão tinha longos dedos como de pianistas.

— Você não tem noção de quantas pessoas me dizem isso – eu disse revirando os olhos e soltando a mão ainda sentindo a sensação na minha.

— Desculpe, se isso te incomoda – ele respondeu sem graça.

— Não, eu não ligo se eu fosse uma personagem de conto de fadas eu seria ela, eu adoro dormir, é quando eu tenho sonhos – eu disse só me dando conta depois de como aquele comentário poderia soar infantil.

— Eu não gosto de dormir, eu considero uma perda de tempo, tem tanta coisa para gente ver, tanta coisa acontecendo, se pudesse eu não dormiria...

— Infelizmente não é possível sonhar de olhos abertos – droga outro comentário infantil, será que eu não consigo pensar nas palavras antes de falar.

— Então você precisa viver ao invés de sonhar!

— Acho isso meio difícil – eu disse sem emoção.

— Porque?

— Príncipes encantados não existem, não é como se eu fosse beijar um sapo e o homem perfeito fosse aparecer...

— Pessoas perfeitas não existem – ele disse enquanto procurava o cinto – Mais eu faço o possível para chegar lá...

— Você se acha – eu disse dando uma batida no ombro dele e rindo em seguida.

— Claro que não, eu sou simples – ele disse sorrindo pensativo – tão simples que essa história sonhadora de contos de fadas daria uma boa música...

— Você escreve? Tipo músicas?

— Quando eu acho um assunto que vale a pena sim – ele disse passando a mão pelos cabelos e bagunçando eles de propósito – o enredo seria a garota sonhadora que dorme para sonhar com seu príncipe encantado, mas acorda para realidade ela pode ser uma garçonete ou algo assim...

— Porque uma garçonete?

— Para ter mais drama, as pessoas gostam de drama e...

  Eu me perdi na dissertação dele sobre a música, as palavras saiam da boca dele sem serem forçadas, ele era inteligente dava para ver e muito gato, era difícil não notar a beleza dele, o cabelo que crescia para todos os lados deixava ele totalmente largado, os ombros largos e os braços não eram musculosos, era um corpo normal não havia artifícios para chamar a atenção e o todo somado aos óculos dava um ar Nerd para ele, acho que fiquei olhando com cara de idiota para ele, totalmente distraída.

— Dai eles se encontram num castelo na Europa – ele disse me olhando – Seria legal né?

— É seria ótimo – eu disse concordando sem fazer a menor ideia do que ele estava falando.

— Nem escutou o que eu falei né? – Disse meio decepcionado – foi só uma ideia, sei lá...

— E que sua música parece um enredo para um filme...

— E que eu já estava pensando em um clipe para música- respondeu ele.

— E  não foi você que me disse para sair do sonho e viver a realidade? - falei achando graça que alguém que não goste de dormir possa sonhar tão alto.

— Foi mais com outras palavras – ele disse voltando a sorrir, e confesso que gostei um pouco mais do sorriso dele.

— Então coloque o seguinte refrão na sua música – Saia do seu sonho, doce princesa adormecida e venha viver a realidade ao meu lado, não é exatamente um refrão, é uma frase mas ...

— Ela é ótima, eu gostei mesmo! – E pareceu que ele foi sincero quando me disse isso.

  Nos sorrimos um para outro e ficamos nos olhando em silencio, senti meu coração pular dentro do peito, era uma sensação que eu não sentia a muito tempo, ele abriu a boca para falar mais foi interrompido porque o avião começou a chacoalhar de forma sinistra, o copo que estava em cima da mesinha estava dançando e meu coração acelerou, acho que minha expressão disse tudo porque congelei e parei de falar e me mexer, eu jurava que agora o avião ia cair para chacoalhar daquele jeito, só podia ser isso, queria ter me despedido mais das minhas coisas e da minha mãe como ela ficaria se eu morresse, já estava pensado na indenização por morte quando Dash interrompeu meus pensamentos.

— Você está bem? – Ele disse preocupado.

— Como eu estaria bem esse avião vai cair – eu disse brava com a atitude tranquila dele.

— Ele não vai cair – ele disse rindo – é sua turbulência, geralmente aviões não caem durante turbulências

— Aí deus – eu disse quando o avião deu uma chacoalhada forte e olhei pela janela vendo a asa tremendo, minha reação foi instantânea, segurei a mão de Dash num gesto de conforto, eu só coloquei a mão na dele e apertei, eu não estava me aproveitando da situação, só estava com medo mais quando olhei para ele, ele não estava mais rindo estava olhando fixamente para nossas mãos com os dedos entrelaçados.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado da historia, se gostou mesmo já sabe favorita, acompanha ou deixa sua opinião aqui.
Beijinhos e até o próximo capitulo!!



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