Por Trás da Gravata escrita por Larissa Fér


Capítulo 8
Loucura


Notas iniciais do capítulo

Uma boa leitura a todos ❤️



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/715715/chapter/8

No momento em que Hanna deitou-se em sua cama, a frase que Nathaniel havia dito ainda não saía de sua cabeça.

Tente conciliar tudo isso, de modo que ninguém se machuque.

Ela sabia que ignorar Íris e os outros quando eles haviam a procurado, não foi o certo a se fazer, mas não adiantava mais. Já era tarde. Íris já deveria estar dormindo, e ela só poderia consertar aquilo no dia seguinte, que era o dia da festa do pijama.

***

Na manhã seguinte, Hanna acordou ainda sonolenta. Não havia dormido direito, e parecia que a voz de Nathaniel não lhe deixava em paz. Além disso, a cena de Castiel chorando ainda lhe deixava sem saber o que fazer. 

Hanna já não entendia. Castiel estava mesmo distante, era como se estivesse se lembrando de algo triste. Ela apenas tornou a olhar o céu, suspirando.

Se ele não quisesse se abrir, ela não iria mais insistir. Ela bem sabia o que era ser forçada a fazer algo que não queria. E mesmo sem saber, entendia que talvez os motivos do ruivo fossem ajuda mais concretos que os dela.

— Eu sinto muito.

Castiel sibilou. Hanna passou a olhá—lo. Ela podia ver uma lágrima em seu rosto, ele estava prestes a desabar.

— Quer saber Castiel, estou com muita fome, e acho que vou procurar algo para devorar na cozinha - Ela se levantou, limpando suas roupas e sorrindo - Seremos uma dupla então, acho que assim logo estaremos livres desse lugar.

A loira se virou, para sair dali. Ela não se virou para encará—lo novamente, mas pode ver, de relance, as lágrimas escorrerem sobre o rosto dele.

— Obrigada.

Ele sibilou, mesmo que soubesse que ela não iria ouvir. Mas a loira havia ouvido, e se sentia muito mal por tê-lo feito pensar em tudo aquilo.

Eu sinto muito.

Como resultado, sua noite não havia sido uma das melhores, e ela sabia que no fim aquilo era sua culpa. Afinal, desde o princípio ela não queria que ninguém a fizesse ficar ali, o que significava que ela não iria envolver ninguém além dela mesma para poder alcançar seu objetivo. 

Mas era fato que aquilo não havia acontecido.

Mesmo sem saber o motivo, ela havia se metido em uma aliança com Castiel, e as únicas pessoas ali que ligavam para ela, Hanna não havia ligado. Estava tudo indo de mal a pior, e ela podia pressentir que algo ainda pior estaria por vir.

***

Já era tarde quando Hanna retornou a sua cabana. Ela já havia conversado com Íris, e tudo estava resolvido. Era certo que a ruiva não havia lhe contado sobre o ocorrido na diretoria, mas, ela percebeu que aquele não era um bom momento. Íris imaginou que, depois da festa do pijama, estando a loira mais calma, elas pudessem ter uma conversa um pouco mais séria.

Hanna havia ouvido de Íris que a festa no pijama, que aconteceria na casa da ruiva - o que era permitido, já que se tratava de uma sexta-feira - seria um evento reservado. Desse modo, não se preparou muito para a ocasião, usando apenas seu pijama de Star Wars e suas pantufas do ursinho Pooh. Entretanto, tamanha foi sua surpresa ao chegar no local.

Era quase que uma festa comum, só mudava o fato de todas estarem vestindo pijamas. As garotas, que ela conhecia, que era Melody e Ambre, pareciam estar vestindo nada, mas Hanna sabia que aquilo era pra chamar atenção de algum macho ali.

Outras meninas que ela nem fazia ideia de quem eram estavam bem mais comportadas, como Violette, Kim, Peggy e Bia. Garotas essas que vieram depois que Peggy publicou sobre o evento no jornal da escola.

Nem mesmo Íris tinha ideia da proporção que o evento tomaria, e o que ela pôde fazer foi pedir pizzas a mais.

Nunca imaginei que seria alguém popular.

A ruiva pensava enquanto encarava a todos ali, se perguntando de onde saiu tanta gente.

No momento em que chegou, Hanna se deparou com Alexy usando um fofo pijama de unicórnio - algo já esperado por ela, claro.

Ela cumprimentou o amigo animado, e logo pôde notar outras pessoas que estavam com o azulado. Armin, Lysandre e Rosalya. Os três ficaram igualmente felizes ao vê-la.

— Você demorou garota! Achei que fosse perder o que parece ser o evento do ano!

Armin sorriu e Hanna fez o mesmo. O moreno estava trajando uma blusa de frio em que se podia ler "You died" e uma calça de moletom. A moça sabia bem de que jogo aquilo se tratava, e realmente era bem a cara dele.

— Se eu soubesse que teria tanta gente eu definitivamente não teria saído de casa.

Ela suspirou, saindo dali para pegar uma bebida.

— Pare com isso princesinha - Rosalya iniciou, encarando-a - Em Sweet Amoris você só fica na cabana, e no final de semana só fica enfurnada no seu apartamento?

— Você precisa sair um pouco mais.

Lysandre sorriu para ela. Hanna nada falou, apenas tomou um gole de seu refrigerante, observando as pessoas ali.

— Você não tem jeito mesmo. Melhore essa cara. O melhor da festa está para começar!

O que você entende por melhor da festa Armin?

***

Naquele momento, Hanna podia ver todos ali se esbaldando de tanto dançar. Ela certamente não estava acreditando no que estava vendo, e até mesmo se perguntava se ainda podia ser considerada como jovem, já que era aquilo que os jovens faziam para se divertir.

— Eu nunca vou entender como esses jovens de hoje em dia se divertem.

Ela suspirou, falando para si mesma enquanto se preparava para sair dali. Antes que pudesse fazê-lo, se deparou com Nathaniel. O loiro estava de um jeito que ela nem podia reconhecê-lo. Era como se fosse outra pessoa. Hanna se surpreendeu por ter algo a mais por trás daquela rotineira gravata.

Nathaniel trajava uma calça de moletom azul larga e uma camiseta cinza. Era uma camiseta de Star Wars. O garoto certinho também gostava daquilo?

— Parece estar vendo um fantasma senhorita garota problema.

— Estou vendo um protótipo de Nathaniel a minha frente. Quem é você, e o que fez com o meu representante de turma?

Nathaniel riu com a fala da moça, mas Hanna ainda assim estava chocada.

— Acho que temos gostos em comum a final de contas - Ele sorriu - Vamos para outro lugar?

Por que isso me parece um convite para me perder em seus olhos senhor Nathaniel?

Ela confirmou com a cabeça, o seguindo enquanto ele andava em direção à sacada e tentando esquecer os malditos pensamentos maliciosos. Além disso, aquele lugar já estava a deixando com ataque de pânico. Ela definitivamente odiava adolescentes. 

— Um pouco de paz finalmente.

— Acho que agora sim posso vê-la e ouví-la perfeitamente. Ali dentro está só o caos.

— Nem me fale. Me sinto uma velha ao olhar aquele povo se divertindo daquela forma. Aquilo realmente não é a minha praia.

— Tenho que concordar com você.

— Mas você parece velho. Eu sou uma mocinha.

Ela o fitou brincalhona, soltando um riso logo depois.

— Uma mocinha com muitos problemas de gente grande, não?

Hanna o olhou nos olhos e logo desviou o olhar para a rua. Eles estavam no último andar de um edifício muito alto, e os carros lá em baixo eram como formigas no chão.

Nathaniel fez o mesmo, sem querer se intrometer em algo que talvez não devesse. E assim os dois ficaram, e um silêncio pairava sobre o ambiente.

— Sabe, acho que somos muitos parecidos em diversos aspectos - Ele iniciou, ainda sem fitá-la - No fim, conseguimos superar nossos problemas, e é isso que realmente importa.

— Você nunca me contou sobre algo da sua vida. O que eu sei além de você ser o garoto certinho e cheio de nathanietes que te veneram?

Ela direcionou seu olhar para ele, que ainda encarava a rua. Ali ela pode ver um fino sorriso aparecer nos lábios do loiro, logo antes de seus olhares se cruzarem.

— Acho que não devo te importunar com meus problemas.

— E eu devo te importunar com os meus? Mas no fim, eu acabei desabafando com você. E sabe, mesmo que pareça estranho, e eu te conheça por somente alguns dias, não me arrependo de ter me aberto com você. Às vezes, desabafar faz bem. E você garoto certinho, já me ajudou muito.

Ela sorriu, e logo viu o loiro corar. 

O que você está falando Hanna? Por que está praticamente se declarando para o senhor certinho?

— Hanna?

A loira ouviu alguém chamar por ela, e no momento em que se virou pôde ver Castiel, visivelmente alterado, a encarando maliciosamente. 

— Casty! Se embolando nas bebidas novamente?

Ela riu, enquanto via o ruivo se aproximar dela.

— Preciso falar com você. 

— É sério mesmo isso? Você não tem nada melhor pra fazer da vida não? - Ela o encarou, suspirando logo depois - Eu imagino que não. Tudo bem, que seja rápido. Nos falamos outra hora, garoto certinho. E, acho melhor deixar de lado algumas coisas que falei aqui. Sabe, esse monte de pessoas afetam meu cérebro. Nem tô pensando direito.

Ela coçou a nuca, logo acenando para o loiro, que lançava olhares sérios para Castiel. Hanna já havia percebido que os dois pareciam não se dar bem, mas depois daquilo, ela havia ficado mesmo curiosa sobre qual seria o motivo da briga dos dois.

Será que um roubou o lanchinho do outro? Inveja? Mulher? Tenho que saber mais sobre isso. 

A loira e o ruivo seguiram para outra parte do apartamento. Para Hanna aquilo não era tão importante assim e ela estava mesmo gostando de falar com Nathaniel, mas Castiel parecia que queria falar algo sério.

— Certo, estamos sozinhos aqui. Isto é, se você não levar em conta aqueles adolescentes bêbados ali. Sobre o que gostaria de conversar?

Ela se sentou no sofá enquanto o encarava. Ela podia ver que que estava levemente zonzo. Deveria ser algo preocupante?

— Quero agradecer a você.

— Ora ora, agradecer não faz bem seu tipo. Ou isso tudo é devido ao excesso de álcool que circula na sua corrente sanguínea?

— Você sabe bem que eu agradeço sim quando é necessário, loirinha.

Ele se aproximou dela, ficando bem próximo de seu rosto enquanto a olhava diretamente nos olhos. Hanna engoliu em seco, sentindo seu coração palpitar cada vez mais rapidamente.

Alguém está invadindo meu espaço pessoal.

— Você está perto demais.

— Não me diga que já está afetada? E eu que sou o bêbado?

— Não faça seus joguinhos comigo, não sou uma das diabetes que morre por você - Ela o encarou seriamente - É só isso mesmo que quer falar?

— Depois de muito tempo, ver que alguém ainda se importa com a minha existência me deixou em estado de choque. Você me apoiou sem nem questionar, e eu agradeço por isso.

— É que eu...

— Tá tudo bem loirinha, eu sou só um bêbado se embolando nas palavras, não é? Não deveria me levar tão a sério - Ele sorriu, aproximando-se ainda mais - Acho que já podemos quebrar esse gelo que existe entre nós, concorda? Eu não ligo para as diabetes, afinal, tem mulheres como você que tem muito mais a oferecer.

Antes que Hanna pudesse argumentar, ela sentiu seus lábios sendo invadidos pelo ruivo, que logo entrelaçou os dedos em seus cabelos a puxando mais para si.

Ela, mesmo que sem reação, se viu entregue já no momento em que o ruivo tocava em seu rosto. 

O beijo se prolongou até o momento em que os dois estavam completamente sem fôlego. No momento em que abriu os olhos, Hanna se deu conta do que estava fazendo. 

Ela havia beijado Castiel, e todos ali presenciaram.

Você se meteu em uma grande enrascada Hanna Montanha.

***

Hanna passou o final de semana inteiro deitada olhando para o teto.

Ela estava evitando as redes sociais, e a única coisa que se passava em sua mente era o quão burra ela havia sido naquela noite.

Depois de dar o maior beijo em Castiel, ela saiu dali correndo enquanto era encarada por todos no lugar. Especialmente Nathaniel. O loiro parecia decepcionado com ela e ela nem mesmo sabia o motivo.

Durante o final de semana, a moça recebeu diversas mensagens de Castiel, as quais foram completamente ignoradas. Ela imaginou que fosse sobre o ocorrido, e o que ela não queria era falar sobre aquilo.

Mas a segunda-feira havia chegado, e ela não podia sair correndo dali, tinha que retornar a Sweet Amoris.

No momento em que pôs seus pés na escola, pode sentir uma enorme pressão no ambiente. Todos estavam a encarando, isso enquanto conversavam entre si.

Que maravilha, serei a fofoca do ano. Devo vir mais arrumada caso tirem uma foto minha para pôr no jornal da escola?

— Hanna Christine Marshand! - Ambre se aproximou, causando arrepios na loira - Você acha mesmo que pode se esconder de mim?

Notamos aqui que certas pessoas vêem intimidade onde não existe.

— Qual é Barbie falsificada, você ainda se lembra do meu nome completo? Esquece esse 'Christine' aí, e me esquece também, aliás.

Ela saiu dali sem olhar para trás, enquanto Ambre bufava. Antes que pudesse continuar, deu de cara com Castiel. Naquele momento, ela sentiu seu rosto corar.

Droga Hanna, isso não deveria acontecer. Tenha foco! Castiel não é grande coisa. Pense em gatos! Shadows, Liam Hemsworth, Tyler Posey!

— Loirinha, está fugindo do mundo exterior é?

— Estou fugindo da encrenca em que você me meteu! Sabe o quanto de diabetes devem querer a minha morte nesse exato momento? E a líder do fã clube já veio falar comigo. Saiba que se ela fizer algo comigo, quem será processado vai ser você!

Castiel soltou um riso, vendo o desespero da moça.

— Deixe essas garotas de lado. Foi só um beijo, afinal de contas.

— Eu não sou uma dessas garotinhas que morre por você, Castiel. Nosso relacionamento é estritamente profissional, e deixará de ser no momento em que você tentar fazer isso comigo novamente. Você não é o centro do universo. E nunca vai ser.

Hanna o encarou seriamente e o deixou falando sozinho, saindo dali o mais rápido que conseguiu. Enquanto se dirigia a sua cabana, viu que as pessoas não paravam de encará-la. Ela suspirou, parecia que não era ela que era a garota problema, mas sim, um certo ruivo metido a besta.

— O que eu posso fazer para desaparecer desse lugar? - Ela dizia para si mesma, se jogando na cama, enquanto acariciava sua gatinha - Você me acha mesmo louca Lua? Claro que eu sou né, estou falando sozinha. Tenho que voltar para a aula daqui a pouco, mas, e se eu não voltar?

Naquele momento, veio uma ideia em sua mente. E mesmo que todos os seus sentidos dissessem para ignorá-la, ela não conseguiu.

— Lua, meu amor, irei dar uma leve fugidinha de Sweet Amoris.

Hanna, em um piscar de olhos já estava devidamente pronta. Antes de sair dali, deu um beijo em Lua, já se dirigindo a saída do colégio.

Certo, o Roger é um amorzinho, talvez eu consiga enganá-lo e ele me deixe sair. Mas ainda assim terei que usar meus dotes de atriz.

— Roger, meu caro! - Ela sorriu para o porteiro, que sorriu de volta - Acabei de voltar do final de semana, mas esqueci algumas roupas em casa. Será que eu posso ir lá rapidinho para voltar antes que as aulas comecem?

— A senhorita sabe que não posso deixá-la sair. Eu sinto muito.

— Mas e como eu farei minhas aulas de educação física? - Ela o encarou, fazendo seu olhar de pidão - Estou em uma enrascada Roger, e só você pode me salvar. Faria isso por mim?

— Só ele?

Naquele momento, Hanna olhou para trás notando que havia mais alguém ali. Nathaniel. A olhando com seu rotineiro olhar de preocupação.

Que maravilha, o garoto certinho tinha que aparecer justo agora?

— Senhor Howl, eu estava dizendo a senhorita Marshand que ela não pode sair, já que o final de semana já acabou.

— Howl?

Por que isso me parece familiar?

Hanna indagou curiosa.

— Tudo bem Roger, eu converso com ela a partir daqui. Obrigada - Ele sorriu para o homem, logo virando-se para a loira - O que pensa que está fazendo?

— Seu sobrenome é mesmo Howl? 

— E o seu é Christine?

— É muito feio escutar a conversa dos outros.

Ela se virou, caminhando rumo a sua cabana novamente.

— Fiquei preocupado com você. Sumiu durante o final de semana inteiro, e agora quer fugir?

— Eu não quero fugir, só quero me livrar das diabetes que não me deixam em paz! Sabe o quanto de mensagens do tipo 'você vai morrer' eu já recebi?

Ela virou-se para olhá-lo, ele desviou o olhar.

— Quem diria que aquele imbecil é tão adorado.

— Você não está me levando a sério.

Ela bufou, tornando a caminhar, até ser impedida pelo loiro, que segurou seu braço.

— Eu sei que não é fácil lidar com o Castiel, mas acaba que foi uma escolha sua beijá-lo.

Ele a encarou seriamente, ela retribuiu o olhar.

— Eu não quis beijar aquele traste, e estou me sentindo uma adolescente por ter tantos problemas por causa de um único beijo! - Ela suspirou - Estou cansada desse lugar, cansada dos problemas que tenho aqui que são mais superficiais que a sua irmã. Eu só queria ir embora daqui, para nunca mais voltar.

Hanna disse séria enquanto ia novamente em direção ao portão. Nathaniel sentiu seu corpo arrepiar, nunca havia a visto daquela forma.

— E o que vai fazer agora?

— Eu vou sair daqui, nem que tenha que arrombar aquele portão.

Ela continuou a caminhar, mas novamente foi impedida de prosseguir.

— Irei ajudá-la a sair daqui por um tempo, mas nós iremos retornar antes de escurecer. Lembre-se do que está em jogo. Você não pode simplesmente fugir e deixar de lado o que realmente importa. Você não quer poder comandar a sua empresa? Então vai ter que jogar do jeito certo 

***

Nathaniel disse a Roger que precisava resolver uns assuntos na cidade, e iria aproveitar para acompanhar Hanna até seu apartamento. Devido a sua influência, o porteiro nem mesmo questionou, e assim, os dois estavam livres para passar a tarde fora dali.

Depois da bronca do loiro, o caminho até o ponto de táxi se tornou silencioso, de modo que nem o loiro nem a moça não se pronunciaram.

Hanna estava se martirizando. Ouvir aquilo dele era como um grande choque de realidade, e ela sabia que estava fazendo drama demais por causa de um simples beijo. Depois de alguns minutos, ela finalmente decidiu o que iria fazer.

Que se danem aquelas patricinhas metidas. Agora que estou aqui fora, não irei me preocupar com elas.

— E agora? O que pretende fazer nessa bela tarde?

— Garoto certinho, me acompanhe ao meu apartamento. 

Ela o olhou maliciosamente, enquanto o loiro esboçou um olhar curioso.

— E o que iremos fazer lá?

— Sinto lhe informar que não é nada do que você está pensando, apesar de saber que isso não seria nada mal. É lá que ficam meus cartões mais poderosos, que eu não guardo comigo porque sou uma compradora compulsiva. Mas que se dane os boletos para pagar, hoje eu irei fazer a maior compra de todos os tempos, e não irei ligar para isso.

Nathaniel apenas sorriu para ela e logo os dois estavam dentro de um Uber, indo direto para o apartamento da moça. Assim que chegaram no lugar, o loiro se surpreendeu. O lugar era pequeno, mas parecia algo mobiliado por seu pai.

As paredes tinham um tom escuro e os móveis seguiam um estilo vintage. Hanna não era mesmo uma adolescente qualquer, e aquele monte de bebidas alcoólicas juntas e quase no fim mostravam isso.

— O que tanto olha por aí garotão?

A loira surgiu, vindo de seu quarto de deparando com um Nathaniel pensativo.

— Por que esse lugar parece ser de um homem de quarenta anos?

— Está me chamando de velha? 

— Só estou surpreso. Não imaginei que morasse em um lugar assim.

— Aqui acabou se tornando meu porto seguro. Eu me mudei para esse lugar quando me mudei para Paris. Foi aqui que passei por muita coisa, e depois, mesmo podendo pagar por um lugar melhor, não consegui sair daqui. Hoje, o apartamento é meu.

Ela lançou um sorriso amarelo, olhando ao seu redor e se sentindo nostálgica. Ela ainda se lembrava da primeira noite chuvosa que passara naquele lugar, além dos dias em que não havia luz, já que a conta não havia sido paga.

— Todo dia sinto que descubro algo diferente sobre você.

Nathaniel se aproximou dela, sorrindo timidamente.

— E o que sente sobre isso?

Ela o encarou, notando um brilho diferente em seus olhos dourados.

— Acho incrível.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ei pessoinhas, como vão?

Estou aqui novamente com mais um capítulo bem babadeiro.
Teve beijo, brigas, e até mesmo um momento fofinho entre Hanna e Nathaniel.

O que acharam?

Quero chuva de comentários!!!

Até o próximo :**



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Por Trás da Gravata" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.