Albus aponta para o fotógrafo escondido atrás da árvore.

E lá vai Harry, abaixar seu bracinho, apertar-lhe de levinho, dizendo o mesmo de sempre:

— Não aponte, Albus, não aponte...

James pode apontar, Lily pode gritar, mas Albus nunca pode apontar.

— Por que, papai?

O homem nunca explica, só ordena.

— Um dia você vai entender.

E o garoto se enche de mais dúvidas: Esse dia está longe? Como ele vai saber que aquela é a resposta que tanto esperou?

Albus dá ênfase em seu sobrenome.

E lá vai Harry, sussurrar em seu ouvido, com um tom estremecido, dizendo o mesmo de sempre:

— Não fale isso, Albus, não fale isso...

James pode exibir, Lily pode reforçar, mas Albus nunca pode falar.

— Por que, pai?

O homem nunca explica, só suspira.

— Um dia você vai entender.

E o garoto se enche de mais incerteza: Quando ele saberá os motivos de tanta proibição? Que plano é esse que nunca é explicado?

Albus debocha dos que são diferentes.

E lá vai Harry, apertar sua orelha, tremer-lhe as palavras, dizendo o mesmo de sempre:

— Não faça isso, Albus, não faça isso...

James pode gargalhar, Lily pode esnobar, mas Albus nunca pode imitar.

— Por que?

O homem nunca explica, só lamenta.

— Um dia você vai entender.

Albus se revolta com seu pai.

E lá vai Harry, lhe apontar o dedo, enrolar-se na fala, dizendo o mesmo de sempre:

— Não aja assim, Albus, não aja assim...

James pode berrar, Lily pode espernear, mas Albus nunca pode se rebelar.

— Me deixe em paz!

O homem nunca explica, só guarda mágoa.

— Um dia você vai entender.

— Entender o que?

Harry desvia o olhar.

E lá vai Albus, gritar-lhe rebeldias, jogar-lhe incompreensões, dizendo o mesmo de sempre:

— Você não me entende, você não me entende...

James pode choramingar, Lily pode lamentar, mas Albus quebra-lhe como ninguém.

— Um dia você vai entender.

O menino nunca aceita, só protesta.

— Eu nunca vou entender.