Life Gives Just Another Chance escrita por buydordie


Capítulo 3
Mercy


Notas iniciais do capítulo

a música de hoje é Mercy do Shawn Mendes



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O natal chegou e com ele a minha vontade de sumir. Meus pais haviam convidado os Johnson para passar o natal conosco, isso não era bom, pelo menos não para mim. Eu não conseguia esquecer Christopher, desde a festa, eu vi a forma como ele me olhava. Louis não estaria por aqui, ele viajou para NY, ele ficaria com os pais e bom, meus pais não me queriam indo junto. Então eu estava presa a mansão Lewis esperando os convidados. Meus irmãos chegaram por volta das dez da manhã, eu não sabia exatamente porque meus pais haviam chamado os Johnson, eles nunca chamavam ninguém no natal e por mais que meu pai e Billy fossem amigos no mínimo tinha alguma negociação por trás desse encontro.

— Não se arrumou ainda? – Pauline, esposa do Andrew, bateu na porta do meu quarto.

— E preciso? – revirei os olhos e abri a porta. – Não estava pensando em vestir nada além de jeans e um suéter.

— Anne. – ela riu e entrou. – Posso escolher algo?

— A vontade. Por acaso sabe o motivo dos Johnson virem passar o natal conosco?

— Parece que o filho do secretário está cursando medicina, então já sabe né, é o próximo recruta dos Lewis. – ela riu. Então Christopher cursava medicina?! – Ok, já decidi o que você vai vestir.

Ela saiu do meu closet com algumas peças de roupa e colocou sobre a minha cama. Me troquei enquanto conversávamos e passei uma maquiagem leve, deixei meus cabelos soltos. Desci com Pauline para junto da minha família e dei de cara com os Johnson, Pauline e eu nos olhamos sabendo que minha mãe deveria estar querendo nossa cabeça numa bandeja.

— Bom dia. – meu pai me olhou com um sorriso.

— Oi. – falei meio sem graça.

— Obrigada, Pauline. – minha mãe se aproximou para mexer na minha camisa. – Gostei da escolha.

— Ideia da Pauline. – falei.

— Eu sei Anne. – ela me interrompeu.

Eu ia dizer algo, mas Andrew entrou na cozinha com Johnny montado em seus ombros.

— Tia! – Johnny se esticou na minha direção.

— Oi, meu anjo. – peguei-o.

Meus pais se dirigiram para o bar com os pais de Chris e Paul também foi. Ficamos eu, Andrew, minhas cunhadas, Johhny, Chris, Claire e Rebecca na sala de estar nos olhando sem saber direito o que fazer. Era uma situação meio incomum. Apresentei Johnny às meninas e os levei para o quarto de jogos da casa, Johnny tinha inúmeros brinquedos lá, minha mãe não gostava que ele ficasse espalhando brinquedos pela casa. Pauline e Diana foram para a sacada conversar, me juntei a elas. Pauline estava me incomodando sobre a quantidade de roupas que eu ainda tinha no closet aqui, mesmo eu não morando com meus pais. Meu apartamento não era luxuoso porque eu não o queria assim, então eu tinha um closet menor e com poucas opções mais luxuosas, as roupas de marca que minha mãe comprava para as festas estavam todas aqui. Depois de um tempo resolvi entrar, queria voltar para o meu quarto, mesmo sabendo que eu não poderia ficar por lá muito tempo. No caminho dei de cara com Christopher, ele me segurou pelos ombros quando esbarramos.

— Desculpe. – falei. – Estava distraída.

— Tudo bem. – ele riu. – E então, seus pais sabem do... de como nos conhecemos?

— Ah... não. Eu nem sabia quem você era até o jantar.

— Bem irônico que nossos pais sejam amigos e nós nunca nos conhecemos antes de sermos presos por idiotices. – ele sorriu.

— Pensei a mesma coisa. – retribui o sorriso. – Fiquei sabendo que vai ser médico.

— O orgulho do papai. – ele revirou os olhos e eu ri, eu o entendia perfeitamente. – E você?

— Bom, nenhum Lewis se interessou por medicina depois dos meus pais. – dei de ombros. – Muito menos eu. Estou na metade do curso de arquitetura.

— Oh, parece legal. Sabe eu queria fazer qualquer coisa, desde que eu simplesmente pudesse escolher, mas acabei sendo obrigado a cursar medicina e eu, bem, aprendi a gostar da coisa.

— Entendo. Bom, mas se você gosta agora não é uma coisa ruim, certo?

— Certo. – ele se virou para mim e meus olhos automaticamente se concentraram nos seus lábios. – Sabe, desde aquele dia na delegacia eu não consigo tirar você da cabeça. Eu não sei o que fez comigo.

— Christopher, eu... – ele já tinha encurtado o espaço entre nós dois e eu queria muito que ele me beijasse, minha cabeça chegava a doer só de pensar naqueles lábios tocando os meus.

Anne Lewis se controle, você tem um namorado e você ama ele.

— Pode me chamar de Chris. – ele sussurrou. – Eu sei que também pensou em mim Anne...

Eu não deixei que ele terminasse de falar e o beijei, nossos lábios se moveram em sincronia, Chris me segurou pela cintura e eu passei meus braços por seu pescoço, minhas mãos se prenderam nos cabelos dele. Com certeza esse foi um dos melhores beijos que eu já dei na minha vida. Nós separamos nossos lábios quando o ar nos faltou, eu estava encostada a parede, nem senti que havíamos nos movimentado tanto, estávamos no corredor do segundo andar, ninguém passaria por ali, mas... que droga Anne você tem um namorado! O que está fazendo?

— Tudo bem? – Chris me olhou. Eu vi o reflexo da minha expressão nos seus olhos e realmente não era a melhor de todas.

— Chris... nós... ah droga. Eu... eu tenho namorado. – murmurei. Eu senti o pânico começando a crescer dentro de mim, mas eu não ia perder o controle, não na frente dele.

— Ok, se acalme. – ele me segurou pelos ombros. – Nós... isso não vai acontecer novamente se você não quiser. Não se preocupe.

— Não me preocupar? – a minha voz soou duas oitava mais alta. – Eu acabei de trair o meu namorado e você diz para eu não me preocupar.

— Foi só um beijo, nós dois agimos por impulso. Não irá se repetir. – ele respirou fundo, seu semblante triste me fez sentir um aperto no coração.

— Me desculpe, me desculpe mesmo. – falei mordendo o lábio para segurar as lágrimas que queriam descer, o nó na garganta já estava ali.

— Você não precisa se desculpar. – ele tocou o meu rosto. – Isso não vai sair daqui, prometo.

— Sinto muito. – eu me afastei dele e corri pelo corredor até o meu quarto e entrei.

O pânico me atingiu assim que fechei a porta, escorreguei até o chão e enterrei a cabeça nas minhas mãos e então o choro chegou com força. Minha cabeça doía de tanta informação ao mesmo tempo. Conheci o Chris numa delegacia porque depredei o carro do meu ex namorado porque ele me traía, e então eu vou lá e beijo outro cara sendo que eu tenho Louis e que foi ele que me ajudou a superar a traição que eu havia sofrido. Que droga eu estava pensando? Deixar ele me beijar, ou melhor, agarrar ele... E ele? Não pensou na namorada dele, até onde eu me lembre, ele tem uma. Eu não ia contar a ninguém sobre isso, eu ia esquecer isso e seguir em frente.

Louis chegou alguns dias depois, eu estava no meu apartamento novamente, na verdade eu estava evitando a casa dos meus pais, parecia que toda vez que eu estava lá todos sabiam o que eu tinha feito. Eu quase contei para Louis sobre o beijo, mas eu não queria perder ele, não sabia como ele ia reagir e é claro que ele não ia dizer “oh Anne, tudo bem”. 


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Notas finais do capítulo

:)



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