Never Really Gone escrita por LStilinski


Capítulo 8
Quero Uma Distração


Notas iniciais do capítulo

FELIZ ANO NOVO YEEE Lembra quando eu disse que não ia ter capítulo essa semana? Eu menti uahaha. Mentira, eu realmente não planejava postar, mas capítulo ficou pronto e eu pensei ah what the hell

O que acharam do episódio da semana? O babado todo na festa em Canaan aconteceu bem no dia do meu aniversário, (só que ha 30 anos) eu dei um BERRO. E o Theo, amozinho do mal? Apareceu aqui na fic e lá na série. Coincidência? Sim, com certeza.



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A avó de Lydia sempre disse que ela tinha um espírito cientista. Lydia nunca soube muito bem no que sua avó se baseava ao fazer tal afirmação, mas concordava plenamente. Desde pequena, sua atividade preferida era aprender coisas novas, saber os “porquês” e os “comos”. A euforia de uma nova descoberta era como combustível para sua mente avançada, e era esse o detalhe que a faria ser excepcional em qualquer carreira que escolhesse seguir.

No intervalo entre as aulas, em uma sala vazia e escura, Lydia fez uma descoberta que a deixou mais do que satisfeita: a de que Theo Reaken beijava muito bem.

Lydia estava ciente da série de eventos que a levaram até aquela sala vazia: a troca de olhares, as palavras murmuradas, os rostos próximos, mas sem se tocar. Era tudo parte do jogo e ela, sendo a especialista que era, sabia muito bem até onde chegaria. E quando a pressão em seu estômago causada pela antecipação tornou-se insuportável, quando o calor e o formigamento em sua pele começaram a deixá-la maluca, soube que não queria mais jogar. Felizmente, Theo não viu problemas no fim da brincadeira. Pelo contrário, ficou feliz em aceitá-lo.

Theo levantou-a para que ela pudesse sentar-se na mesa do professor. Imediatamente, Lydia puxou-o para perto, deixando-o se encaixar entre suas pernas separadas, tomando seus lábios. Era um beijo cru, indelicado e até agressivo; eles eram dirigidos apenas pelo desejo que fazia a temperatura na sala subir rapidamente. Lydia tinha uma de suas mãos enterradas nos cabelos curtos do garoto, e a outra ia do seu pescoço ao ombro e ao peito, arranhando-o.  Ele a segurava pela cintura, seus dedos enterrando-se em sua carne, por cima do tecido fino do vestido que a garota usava. Subiram até a nuca da garota, por cima das ondas avermelhadas, segurando seu rosto para ter melhor acesso á sua boca.

A barreira dos tecidos começava a ser rompida quando o sinal tocou alto no corredor. Ambos grunhiram impacientes, afastando-se a contragosto.

— Isso foi divertido – disse ela, depois de recuperar a respiração. Theo riu, ofegante.

— Temos que fazer isso mais vezes – concordou ele, e Lydia sorriu, mordendo o lábio. – Eu adoraria ficar, mas tenho educação física agora...

— E eu tenho Literatura – disse ela, pulando da mesa e ajeitando o vestido amassado. Pegou um espelho na bolsa e analisou seu rosto: batom borrado, lábios inchados, cabelo bagunçado. Arrumou-se da melhor maneira que pode, depois guardou o espelho e colocou a bolsa no ombro. – Acho melhor eu sair primeiro.

Theo franziu a testa, mas Lydia apontou para uma certa região em suas calças e ele logo entendeu. A garota deu mais uma ajeitada nos cabelos e após soltar um beijo e uma piscadela, saiu da sala. Esperava sair despercebida, mas mal havia dado dois passos quando alguém a chamou.

— Ei, Lydia! – Ela olhou para trás e viu Stiles vindo em sua direção.

— Oi, e aí – respondeu, tentando agir naturalmente.

— Onde você se meteu? Allison estava te procurando.

— Eu estava, ahn... – Antes que pudesse inventar uma boa desculpa, Theo saiu da sala, ainda demonstrando marcas de uma sessão de beijos. Os olhos de Stiles foram da garota em sua frente para o outro rapaz, e ele não demorou muito para perceber o que os dois estavam fazendo em uma sala vazia.

— Até a próxima, Lydia – disse Theo, devolvendo a piscadela e saindo andando.

Um sorriso apareceu em seus lábios diante da promessa de outro beijo daquele, mas logo desapareceu quando voltou a olhar para Stiles. O garoto ainda olhava para a direção onde Theo havia sumido no corredor, seu rosto endurecido com uma expressão de raiva. Lydia logo soube que havia algo errado; podia contar nos dedos todas as vezes em que vira aquela expressão nele.

— Você e Theo Reaken, hun? – disse ele com uma voz assustadoramente sem emoção. Lydia umedeceu os lábios.

— Ahn, sim... Quer dizer, não é nada demais – disse ela, ficando nervosa com a reação do garoto. – Então, o que Allison queria...

— Lydia – ele a interrompeu, finalmente fixando seus olhos nela. – Você não pode acreditar nele.

— Como assim...?

— Theo não é uma boa pessoa – ele continuou. – Ele pode ter dito que gosta de você, mas tudo que ele quer é...

— Espera aí – ela o interrompeu, franzindo a testa. – Theo nunca me disse essas coisas. Stiles, qual é o problema?

Stiles fechou os olhos por um segundo, respirando fundo. Aquela não era a forma que ele havia planejado de alertar Lydia sobre Theo, mas podia se aproveitar da situação.

— Theo só quer se aproveitar de você – disse. – É isso que ele faz, ele escolhe uma garota e a faz se sentir especial, mas isso só até ele perder o interesse, então ele as descarta. Ele está te usando, Lydia...

— Ah, quer dizer que eu sou a próxima vítima? – ela perguntou, erguendo as sobrancelhas. – Não te ocorreu que eu possa saber cuidar de mim mesma?

— Claro, mas...

— Não, pode parar. – Ela ergueu o dedo para calá-lo. – Você parece saber muito bem o que Theo está “fazendo” comigo, então vou te dizer o que eu estou “fazendo” com ele. Eu não quero um namorado, quero uma distração. Theo não vai me usar mais do que eu estou usando ele.

Stiles piscou, pego de surpresa pelas palavras da garota.

— Ahn, ok...

— E eu só estou te dizendo isso porque você é meu amigo, Stiles – ela continuou. – Porque se fosse outra pessoa, eu simplesmente diria que eu conheço garotos muito bem e que tenho o direito de ficar com quem eu quiser, o que é a mais pura verdade. Entendido?

Stiles concordou com a cabeça, sem querer contradizê-la. Ele sabia que cada palavra que ela havia dito era verdade, mas sua preocupação não iria simplesmente sumir.

— Vou me atrasar para a aula. Te vejo depois – ela murmurou, saindo sem esperar uma resposta dele.

O garoto respirou fundo e foi andando para o vestiário. Não sabia como, nem se era possível, fazer com que Lydia terminasse o que quer que ela tivesse com Theo. Sabia que Lydia podia cuidar de si mesma; ela era forte e independente, sempre dona do próprio nariz e confiante. Mas Stiles não confiava nem um pouco em Theo, não sabia até onde ele chegaria para conseguir o que queria. Não sabia se ele desistiria dela ao perceber que Lydia não cairia em suas mentiras.

O vestiário estava cheio quando chegou. Seus colegas apressavam-se para trocar de roupa e chegar ao campo sem atraso. Stiles deixou a bolsa de ginástica cair em um dos bancos e sentou-se, suspirando. Ele até gostava das aulas de educação física, mas não estava com animação para correr como um condenado pelo campo. Tirava sua roupa de malhação da bolsa quando ouviu uma risada que, infelizmente, conhecia.

— Ei, Theo – chamou antes que pudesse se conter. Stiles levantou-se e encarou o outro garoto, que era alguns centímetros mais alto.

— Algum problema, Stilinski? – ele perguntou debochado.

— Sim, vários – respondeu, aproximando-se. – Seu plano não vai funcionar, Reaken. Não dessa vez, não se eu puder impedir.

— E que plano seria esse? Pode explicar? – Theo ergueu uma sobrancelha e cruzou os braços, despreocupado. Stiles apertou as mãos em punhos, a raiva já queimando em suas veias enquanto controlava-se para não socar sua cara.

— Você sabe muito bem do que eu estou falando, seu desgraçado – ele disse através dos dentes trincados. – Fique longe de Lydia, ou eu juro por deus...

— Vai fazer o que? Me bater? – ele disse, depois riu como se a ideia fosse ridícula demais para ser dita em um tom sério. O riso logo morreu, e Theo aproximou seu rosto do outro garoto e murmurou: - Você ainda tem raiva de mim, não é? Porque eu fodi sua namoradinha?

Stiles avançou sem nem pensar no que fazia. Antes que pudesse plantar seu punho no rosto do garoto, coisa que agora mal esperava para fazer, ele foi puxado com força para trás.

— Stiles, ficou maluco? – disse Scott enquanto segurava o amigo, que ainda lutava para se libertar.

— Eu vou acabar com ele. Scott, me solta! – A expressão de quem se divertia no rosto de Theo fazia com que a raiva de Stiles crescesse ainda mais.

— Por que as damas ainda não estão no campo? – o professor Tanner chegou gritando no vestiário. Só então Stiles percebeu o grupo de espectadores ao seu redor. Vendo que o amigo havia parado de lutar, Scott o soltou. Os olhos do professor foram de Stiles a Theo, os dois que estavam no meio do circulo, mas decidiu ignorar a discussão que claramente acontecera. – Então? Para o campo, agora!

Os rapazes foram com Sr. Tanner para fora do vestiário. Theo lançou um ultimo olhar debochado para Stiles antes de sair também. Quando Scott e Stiles tornaram-se os únicos no vestiário, Stiles sentou-se no banco de madeira, esfregando o rosto com as mãos.

— Stiles, o que você estava pensando? – Scott perguntou. O outro garoto soltou um longo suspiro.

— Não pensei – ele respondeu. – Agi por instinto.

Scott ergueu as sobrancelhas.

— Ah,instinto? Desde quando você ataca pessoas por instinto?

— Eu não ataco pessoas por instinto, eu ataquei Theo, e ele não se encaixa nessa classificação – disse ele. – E não é culpa minha se meu corpo foi projetado para ir contra filhos da puta como ele.

— O seu corpo vai ser projetado para a detenção se você não controlar esses “instintos”. – Stiles revirou os olhos, pegando suas roupas na bolsa. – Estou falando sério, cara.

Stiles suspirou, tirando a camisa que vestia e colocando a de malhação.

— Eu falei com Lydia sobre ele hoje – disse, socando a camisa na bolsa.

— E?

— Ela não me pareceu muito surpresa. Nem preocupada, na verdade.

— Viu? Eu disse que ela ia ficar bem – disse Scott, colocando a mão no ombro no amigo. – Agora se projete para o campo antes que o Sr. Tanner apareça com uma arma.

Stiles concordou com a cabeça e Scott deixou-o sozinho. Algo o dizia que o que acontecera momentos atrás ainda estava longe de acabar, tanto porque queria ter certeza de que Theo não chegaria mais perto de Lydia, quanto porque ainda queria saber qual era a sensação do seu punho no rosto do garoto.

Xxxx

— Posso saber quem está roubando toda sua atenção? – perguntou Allison, erguendo as sobrancelhas para Lydia, que estava deitada na cama, digitando em seu celular.

— Ninguém – respondeu Lydia, colocando o celular de lado e olhando para a amiga.

— Então você costuma ficar sorrindo para o seu celular sem motivo? – perguntou Malia, que estava sentada no chão pintando as unhas do pé e comendo Cheetos ao mesmo tempo.

Lydia sorriu. Tinha amado a ideia de Allison de fazer uma “noite das garotas”, uma reunião de amigas mais próximas para falar sobre tudo e nada em particular, comer besteiras e seguir tutoriais de beleza. E, sabendo que o assunto principal dessas noites geralmente eram garotos, ela tinha certeza que o assunto Theo acabaria vindo á tona. 

— Bem, tem um garoto... – ela começou lentamente, usando o tom de quem conta história de terror na fogueira. Seu celular alertou a chegada de uma nova mensagem, e ela o pegou e recomeçou a digitar.

— A gente sabe que tem um garoto – disse Allison, cutucando a amiga nas costelas. – Detalhes, por favor!

Lydia riu e sentou-se, cruzando as pernas.

— Não é nada sério. A gente só está se conhecendo. E se pegando – disse ela. – Ele é bem gato.

— Nós o conhecemos?

— Hm, sim. Acho que você e Theo têm a mesma aula de inglês.

Malia olhou para ela no momento em que ouviu o nome do garoto.

— Theo Reaken? – perguntou.

— Ele mesmo – respondeu Lydia. Malia e Allison trocaram olhares e pela segunda vez naquele dia a ruiva teve a sensação de que algo estava errado. – Que foi?

— Theo não é... muito legal – disse Allison cautelosamente.

— Ah, você também não! – reclamou Lydia, revirando os olhos. – Stiles já me disse que ele não é uma boa pessoa, e que ele está querendo me usar e toda essa baboseira.

Malia e Allison trocaram olhares novamente.

— Ok, hora da história – disse a loira, tampando o esmalte que usava e sentando-se na cama. – Eu me mudei para Beacon Hills ano passado e obviamente não conhecia ninguém. Theo foi a primeira pessoa a vir falar comigo. Ele era bem legal, engraçado, bonito... Bom, era quase impossível não ter uma queda por ele. Ele me fez acreditar que ele gostava de verdade de mim, e eu até cheguei a pensar que podia me apaixonar por ele.

— Eu fui muito burra. Deixei ele me enganar e pensar que o que tínhamos era sério. Aí nós transamos – ela continuou. – Foi um pouco cedo no relacionamento, mas não estava me importando. Eu gostava dele e ele gostava de mim, então qual era o problema?

Malia soltou uma risada curta e seca, seus olhos castanhos brilhando de raiva

— Ficamos juntos por mais ou menos um mês depois disso. Então um dia ele chega para mim e diz que está tudo acabado. Assim, do nada. Disse que não me queria mais. Eu perguntei por que, e sabe o que ele disse? – ela perguntou, olhando para Lydia. A ruiva, que ouvia a história com atenção, balançou a cabeça. – Ele disse que só se interessou por mim porque eu era “carne fresca”.

Os olhos verdes de Lydia se arregalaram. Nunca imaginaria Theo falando ou fazendo algo assim, mas Malia e Stiles não podiam estar inventando algo tão sério.

— Ele tentou comigo também – completou Allison. – Foi antes de Scott e eu ficarmos juntos, mas eu já era amiga de Malia na época.

— Eu... Não sei o que dizer – Lydia murmurou. – Malia, eu sinto muito.

— Não, já faz muito tempo. Conheci um cara melhor depois disso – disse. – Mas você precisa ter cuidado com Theo, Lydia. Não deixe chegar muito longe.

— Tudo bem. – Lydia ajeitou-se na cama e pegou algumas jujubas do saco ao seu lado. – Mas sabe de uma? Vou me divertir um pouco com ele primeiro. Eu não estou procurando nada sério, mesmo. E ele também é carne fresca para mim.

— Muito bem dito – disse Allison, rindo. Malia a acompanhou, pegando seu pacote de Cheetos.

— Pode fazê-lo chorar? – perguntou a loira. – Ia ser tão legal.

— Posso tentar – disse Lydia, rindo.


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